"Fontes das grandes profundezas" |
Gênesis
7:11 diz: “No dia em que Noé completou seiscentos anos um mês e dezessete dias,
precisamente nesse mesmo dia, todas as
fontes das grandes profundezas jorraram, e as comportas do céu se romperam.”
Portanto, a Bíblia diz que primeiro veio água debaixo, e depois água de cima.
Mas será que existem evidências que corroboram essa afirmação? Sim, existem
evidências técnicas e científicas sobre a origem da água do dilúvio. Em
primeiro lugar, vamos focar nas evidências técnicas. Em 1989, um projeto
iniciado na península de Kola, Rússia, perfurou um poço de 12.262 m,
considerado um dos poços mais profundos já perfurados. O objetivo era analisar
o que havia entre a camada de granito e basalto, mais especificamente na zona
intermediária. Eles ficaram surpresos com os achados. Havia água salina e
extremamente quente (a 180 ºC).
Em
1994, outra equipe perfurou um poço na Bavária (Alemanha) e atingiu a
profundidade de 9.101 m. Eles encontraram água quente e salina com um teor
duas vezes maior que as águas de nossos mares na superfície. Como foi parar lá
toda essa água salgada? Note que ambos os poços não estavam próximos ao mar,
portanto, não teria como as rochas ou as camadas terem prendido água salgada
entre elas. Ademais, ambas as profundidades vão muito além de qualquer poço
artesiano que capta água de lençóis freáticos. Eles encontraram essa camada de
água subterrânea a cerca de 11.500 m de profundidade, com uma espessura de 1
km preenchida por água.
Na
busca pela verdade, baseando-se no relato bíblico e nos achados técnicos de
perfuração de poços ultraprofundos, o engenheiro mecânico Dr. Walter Brown,
cientista criacionista, propôs em 1980 a Teoria das Hidroplacas – atualmente, a
teoria mais coerente a respeito do clima na Terra “primitiva” (antes do
dilúvio) e de um dilúvio universal que deixou seus rastros no registro fóssil
espalhado pelo planeta. De fato, a Bíblia informa de onde veio toda a água do
dilúvio. Mas para onde ela foi após a inundação? Sabe-se que parte dela está
por aí nos oceanos e mares. E a respeito da outra parte? Ao que tudo indica,
essa outra parte teria voltado ao seu lugar de origem.
Em
2014, um estudo publicado na revista Nature
analisou um cristal microscópico de um mineral nunca antes visto em uma rocha
terrestre que detém pistas para a presença de uma enorme reserva de água
escondida no centro da Terra.[1] A descoberta foi feita a partir de um
diamante com peso inferior a um décimo de um grama, encontrado no Brasil. A
maioria dos diamantes se forma em profundidades de cerca de 150 a 200
quilômetros, mas diamantes ultraprofundos vêm de uma região do manto conhecida
como “zona de transição”, localizada a 410-660 quilômetros abaixo da
superfície. Os autores sugerem que a reserva poderia conter o equivalente a
todos os oceanos combinados.
Em
2014, outro estudo publicado na revista Science
descobriu um vasto reservatório de água a 660 km (400 milhas) abaixo da crosta
da Terra, na zona de transição, suficiente para encher os oceanos da Terra três
vezes.[2]
A
conclusão é esta: a ciência, mesmo com anos de atraso, acaba confirmando o
relato bíblico.
(Everton Alves)
Referências:
[1]
Pearson DG, Brenker FE, Nestola F, McNeill J, Nasdala L, Hutchison MT, Matveev S, Mather K, Silversmit G, Schmitz S, Vekemans B, Vincze L. "Hydrous mantle
transition zone indicated by ringwoodite included within diamond." Nature. 2014; 507(7491):221-4. http://www.nature.com/nature/journal/v507/n7491/full/nature13080.html
[2] Schmandt B, Jacobsen SD, Becker TW, Liu Z, Dueker KG. Earth’s interior. Dehydration melting at the top of
the lower mantle. Science. 2014;
344(6189):1265-8.