segunda-feira, agosto 13, 2012

A família de Deus

Quando eu era mais jovem, queria ter bastante dinheiro para poder viajar por lugares famosos e interessantes do mundo. Achava que a vida valeria mais a pena se pudesse estar sempre conhecendo novos lugares e pessoas de culturas diferentes. Mesmo nunca tendo realizado esse desejo, descobri nas curtas viagens que fiz que o mais gostoso de tudo é ter um lar para o qual voltar e reencontrar a família. Faz bem saber que pertencemos a uma comunidade, a pessoas que nos amam e sentem nossa falta.

No segundo ano de nosso casamento, meu esposo foi chamado para servir a Deus quase mil quilômetros longe da casa dos nossos parentes. No início, sofri muito a separação da família. Eu não era turista explorando uma cultura nova para depois retornar ao “meu mundo”. Teria que aprender a viver naquele novo meio e me adaptar às diferenças culturais. Felizmente, pertencemos à família de Deus e ela nos acolhe em qualquer lugar do mundo. O sotaque era diferente, mas ali estava a Escola Sabatina que eu já conhecia, os hinos tão familiares que me elevavam ao nosso Deus, o mesmo amor fraternal que nos une, a cumplicidade de conhecermos a Jesus, nosso Amigo e Salvador, a mesma crença na Palavra de Deus. Quando andava pelas ruas da cidade, me sentia em terra estranha. Mas ao entrar na igreja, me sentia mais perto de casa.

Em uma de nossas viagens para visitar a família, um carro passou por nós buzinando e uma mulher nos mostrou pela janela do veículo a Lição da Escola Sabatina e um hinário adventista. Por certo eles haviam visto o adesivo com a logomarca da Igreja Adventista em nosso carro e quiseram mostrar que eram nossos irmãos. Fiquei emocionada com aquela atitude e, apesar de não os conhecer, senti que laços muito fortes nos unem.

Acontece assim em cada igreja que visitamos. Meu esposo é muito convidado para pregar e fazer palestras em lugares diferentes e acabamos conhecendo muitas igrejas. Nem sempre sabemos quem irá nos receber e nos levar para almoçar após o culto. Mas sempre sentimos como se já nos conhecêssemos há muito tempo, porque somos parte da mesma família – a família da Deus.

Embora cada pessoa tenha sua característica particular, todos são igualmente importantes para Deus. Ele tem uma obra especial para o seu jeito de ser que outra pessoa não poderia cumprir tão bem. E você também não pode querer fazer as coisas do mesmo modo que outros fazem. Cada um tem o seu papel. Na diversidade, os dons se complementam e muitos corações podem ser alcançados pelo amor de Deus. Alguns gostam mais de pregadores e líderes dinâmicos, que parecem estar sempre “ligados em alta voltagem”. Outros precisam ouvir pessoas calmas e tranquilas, que nunca parecem apressadas.

Nessas visitas às igrejas, podemos perceber os mais variados dons. Cada líder de jovens se destaca de maneira diferente. Mas nada aconteceria se o líder quisesse fazer tudo sozinho. O culto jovem somente pode alcançar seu objetivo porque toda a igreja se empenha para isso. Desde a pessoa responsável pela parte física do templo até aquela que faz os anúncios da programação. Precisamos valorizar cada mínimo esforço que contribui para o bom resultado.

É fantástica e muito apropriada a comparação que Paulo faz da igreja com os órgãos do corpo humano (1Co 12:27). É isto mesmo: se um órgão cuja função parece simples parar de funcionar, acabará comprometendo o bom funcionamento de todo o organismo. Se alguém enterrar seu dom ou julgar seu trabalho sem importância e deixar de fazê-lo com dedicação, todos os outros sofrerão essa falta. Quando as coisas dão certo, não é por acaso. Pessoas se envolveram, e cada uma fez sua parte e se deixou usar por Deus.

Não importa qual seja o papel que Deus o chame a desempenhar; faça com amor para Jesus, sabendo que você estará também ajudando a Sua família – a família à qual você pertence. Ainda não somos perfeitos, e os erros farão parte de nossa vida aqui até o fim. Mas, acima de tudo, precisamos nos ajudar para chegarmos juntos ao verdadeiro lar e poder abraçar nosso Deus a quem estamos servindo. Amém!