O
sêmen do macho tem um componente que ativa a ovulação da fêmea, aponta um novo
estudo conduzido pelas universidades Austral do Chile e de Saskatchewan, no
Canadá. Os resultados estão publicados na edição desta semana da revista Proceedings of the National Academy of
Sciences (PNAS). No caso de
lhamas, coelhos e coalas, o ato sexual induz a liberação de óvulos pelo ovário.
Já em bovinos e humanos, a ovulação é espontânea e estimulada por hormônios. É
por isso que as mulheres, se não estão grávidas, menstruam todo mês,
independentemente de terem ou não um parceiro ativo. O pesquisador Gregg Adams
e colegas purificaram, analisaram e testaram um composto do sêmen chamado fator
de indução da ovulação (OIF, na sigla em inglês) em lhamas e touros. O objetivo
era ver se essa substância foi mantida entre as espécies.
Os
estudiosos descobriram que o OIF é também um fator de crescimento de nervos
(NGF, em inglês), a mesma proteína que tem papel fundamental no crescimento, na
sobrevivência e na manutenção dos neurônios sensoriais. Esse componente regula,
ainda, a função dos ovários de forma parecida em vários animais.
De
acordo com o trabalho, o sêmen de touros, javalis, cavalos reprodutores e
coelhos é capaz de estimular a ovulação em lhamas. Além disso, o fluido seminal
de lhamas machos alterou a função ovariana de fêmeas de outras espécies.
Os resultados sugerem
que o macho pode induzir diretamente a ação do eixo cérebro-hormônio-sistema
reprodutivo na fêmea, trio comandado respectivamente pelo
hipotálamo (estrutura na parte central do cérebro que regula processos
metabólicos e funções como respiração e circulação), pela glândula hipófise e
pelos ovários. A descoberta pode servir para os pesquisadores investigarem o
papel do NGF em doenças reprodutivas – como infertilidade – e neurológicas.
Os
cientistas concluem que o fluido ejaculado pelo macho e as glândulas
responsáveis pela produção do esperma são mais do que um simples vestígio da
evolução [sic]. Antigamente, achava-se que elas funcionavam apenas como um “tampão
copulatório”, com um efeito de “castidade” para impedir que outros machos
entrassem na fêmea e reduzir a perda de esperma após a inseminação.
Nota:
Mesmo quando um mecanismo envolve a sincronia entre gêneros diferentes, fazendo
com que um organismo tenha efeito sobre outro, os evolucionistas conseguem
desprezar a evidência direta de design
inteligente e acrescentar a palavra “evolução”. Quanto esforço! A questão é:
Como sistemas diferentes e inter-relacionados evoluíram no macho e na fêmea, de
forma independente e plenamente funcionais? É como o “mistério” da origem dos sexos: Qual “surgiu” primeiro e para que,
caso o outro não tivesse “surgido” junto? Milagre duplo?[MB]
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