A
fonte da criatividade da música pop está secando. Se nos últimos anos houve
gente constatando essa realidade somente através das músicas que fizeram
sucesso, um pesquisador espanhol resolveu comprovar a ideia matematicamente.
Aparentemente, a diversidade melódica em termos gerais sofreu uma redução ao
longo das últimas cinco décadas. Joan Serra, o condutor da pesquisa, comparou
mais de dez mil músicas produzidas de 1955 para cá, através do Million Song
Dataset. Trata-se de um banco de dados musical com uma extensão inimaginável,
que serviu de base para o pesquisador destrinchar os hits de sucesso de cada época. O cientista analisou todas as
músicas sob um mesmo padrão, à base de um algoritmo. Com isso, verificou que
têm diminuído continuamente a diversidade de transições entre as combinações de
notas musicais nas composições produzidas ao longo do tempo. Em suma, como
alguns já suspeitavam, a variedade de timbres e de sons está mais pobre.
A
mesmice, contudo, não foi o único problema levantado na pesquisa. Além de
repetitivas, as músicas de atualmente tendem a ser mais altas do que no
passado. Joan Serra explica que as canções em geral já são até gravadas em
volume mais alto.
O
consumidor musical de antigamente, segundo Serra, sente a diferença quando
antigos sucessos são regravados por produtoras modernas, mas em tons mais altos
e barulhentos, o que tira a suavidade das músicas. Com o tempo, as pessoas vão
se acostumando a ouvir música em maior volume do que antigamente.
Nota:
É a decadência verificada em todas as áreas percebida também na música. E me
convenço cada vez mais disso a cada carro que passa por mim com os vidros
abaixados e o som ligado.[MB]
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