segunda-feira, agosto 06, 2012

Música pop “é tudo igual” e muito alta

A fonte da criatividade da música pop está secando. Se nos últimos anos houve gente constatando essa realidade somente através das músicas que fizeram sucesso, um pesquisador espanhol resolveu comprovar a ideia matematicamente. Aparentemente, a diversidade melódica em termos gerais sofreu uma redução ao longo das últimas cinco décadas. Joan Serra, o condutor da pesquisa, comparou mais de dez mil músicas produzidas de 1955 para cá, através do Million Song Dataset. Trata-se de um banco de dados musical com uma extensão inimaginável, que serviu de base para o pesquisador destrinchar os hits de sucesso de cada época. O cientista analisou todas as músicas sob um mesmo padrão, à base de um algoritmo. Com isso, verificou que têm diminuído continuamente a diversidade de transições entre as combinações de notas musicais nas composições produzidas ao longo do tempo. Em suma, como alguns já suspeitavam, a variedade de timbres e de sons está mais pobre.

A mesmice, contudo, não foi o único problema levantado na pesquisa. Além de repetitivas, as músicas de atualmente tendem a ser mais altas do que no passado. Joan Serra explica que as canções em geral já são até gravadas em volume mais alto.

O consumidor musical de antigamente, segundo Serra, sente a diferença quando antigos sucessos são regravados por produtoras modernas, mas em tons mais altos e barulhentos, o que tira a suavidade das músicas. Com o tempo, as pessoas vão se acostumando a ouvir música em maior volume do que antigamente.


Nota: É a decadência verificada em todas as áreas percebida também na música. E me convenço cada vez mais disso a cada carro que passa por mim com os vidros abaixados e o som ligado.[MB]