quarta-feira, agosto 01, 2012

Pornografia e sadomasoquismo: nova onda editorial

Hoje foi o dia do lançamento, no Brasil, do livro Cinquenta Tons de Cinza. Segundo o portal UOL, a julgar pelo tremendo sucesso nos Estados Unidos, e considerando que best seller lá costuma ser também aqui, é de esperar nos próximos dias uma corrida às livrarias em busca do livro de E. L. James, dona de casa até então desconhecida. Lançado em março, o livro já vendeu mais de 30 milhões de exemplares. No Brasil, começa já com tiragem alta: 200 mil exemplares. “Não se pode dizer que seja um livro que enriquecerá a literatura”, diz o comentário no UOL, “mas tem um enredo interessante, capaz de amarrar a leitura até a última das 480 páginas [e amarra porque é baseado em romance e pornografia “para mulher”, segundo a revista Época]”. Cinquenta Tons de Cinza conta a história de uma ingênua estudante de 22 anos que se envolve com um jovem empresário rico, absolutamente racional e com estranhos gostos sexuais e preferência pelo sadomasoquismo. O texto é recheado com detalhados relatos de sexo, com passagens bastante descritivas. Conforme o UOL, “trata-se de uma narrativa libertina, a la Marquês de Sade, embora sem riqueza literária”.

Os três livros da série servirão de base para o roteiro do filme que será produzido pela Universal Pictures, que comprou os direitos por inacreditáveis US$ 5 milhões, o que ajudou a transformar a então anônima James na mais nova milionária do pedaço.

Cinquenta Tons de Cinza é mais uma obra a dar sua contribuição para a decadência dos valores que ainda lutam para se manter em pé, como o casamento, a virgindade, a pureza conjugal, a sexualidade sadia e equilibrada e o respeito pelo sexo oposto. Segundo matéria publicada pelo GNT, “enquanto o filme não sai, a polêmica sadomasoquista do livro tem povoado os jornais e a mente das mulheres que já leram ou ouviram falar da trama [no Brasil, serão, de início, 200 mil mentes povoadas com esse tipo de distorção sexual/comportamental]. Afinal, é possível sentir prazer com a dor? No dicionário Houaiss, o termo ‘sadomasoquismo’ é definido como uma perversão [em que] o prazer sexual é obtido através do sofrimento físico e da humilhação de si mesmo e do outro. Segundo o ginecologista e sexólogo Amaury Mendes Júnior, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o comportamento ainda é explicado na medicina como parafilia ou inadequação social”. A julgar pela promoção que a obra está tendo por aqui (especialmente da revista Época, com a capa ao lado), essa parafilia poderá ser vista por muita gente como normal e até divertida – e mais uma anormalidade será “normalizada” pela mídia.

Veja o que disse o site da revista Época: Cinquenta Tons de Cinza (um trocadilho com o sobrenome de um dos protagonistas, Grey, que significa cinza em inglês), é um fenômeno editorial comparável a sucessos como Harry Potter ou O Código Da Vinci. A obra já foi traduzida para 37 idiomas, foi motivo de leilões disputadíssimos e chegará no dia 1º de agosto ao Brasil. O primeiro volume da trilogia será lançado pela Editora Intrínseca com tiragem inicial de 200 mil exemplares, uma das maiores para a estreia de um autor no país. Nos Estados Unidos, atores de Hollywood digladiam pelo papel dos protagonistas Anastasia Steele, uma universitária desajeitada e virgem de 21 anos, e Christian Grey, bilionário misterioso cinco anos mais velho por quem ela se apaixona.”

Para mim, está claro que o inimigo de Deus (e dos valores do Reino) realiza seus ataques em três frentes: ideologia, religião e estilo de vida. A ideologia que ele promove – e que afasta as pessoas do Criador – é o darwinismo materialista; a religião é o espiritualismo – que também afasta as pessoas de Deus e da Bíblia –, tão bem promovido com os sucessos literários e de bilheteria de Harry Potter, Crepúsculo e Fallen; e o estilo de vida é o do total desregramento, do sexo livre e da intemperança, que deixam seu rastro de miséria e infelicidade onde antes apenas havia a promessa de felicidade e prazer.

E você ainda achava que as coisas não poderiam ficar piores neste planeta?

Michelson Borges

Ouça também meu comentário no programa “Conexão NT”.