Teria havido uma conspiração? |
Você
precisaria passar por três níveis de conspiração para crer que a Bíblia foi
mesmo adulterada:
1º nível:
Precisaria existir uma “conspiração dos manuscritos” supersecreta a ponto de
ninguém jamais descobri-los e nunca mencioná-los na história.
2º nível:
Quando estamos falando apenas do Novo Testamento, existem mais de seis mil
cópias ou porções manuscritas antigas em grego, mais de oito mil em latim e
mais de nove mil em siríaco, eslavo, gótico, copta e armênio. E pode não
parecer grande coisa, mas deixe-me fazer algumas comparações. Guerras Gálicas, de Júlio Cesar, onde se
encontram as principais fontes sobre Júlio Cesar e suas conquistas – existem
apenas dez cópias manuscritas antigas encontradas até hoje. Poética, de Aristóteles – existem
meramente cinco cópias manuscritas antigas encontradas. E assim se repete o
mesmo quadro em relação a todos os manuscritos antigos. Em comparação com o
Novo Testamento, com mais de 23 mil cópias manuscritas antigas, isso não é
nada. E com todas essas cópias, podemos chegar até 120 d.C., apenas algumas
décadas depois da morte de Jesus por volta do ano 33 d.C. Já em relação a
outros manuscritos, os que chegam mais próximo dos originais são os manuscritos
de Guerras Gálicas, de Júlio Cesar,
que datam de aproximadamente 900 anos após os originais. Já os escritos de Aristóteles
datam de 1.400 anos após os originais. Então, a “conspiração dos manuscritos”
teria que pegar todas essas cópias manuscritas em mais de sete línguas
diferentes, espalhadas pelo mundo, modificar todas as partes que desejarem e,
sem deixar qualquer tipo de rastro – como caligrafia diferente, manchas,
pegadas no local –, não errar ou confundir o alfabeto do idioma em questão, ou
ser pego por alguém! E no fim de tudo, teriam de devolver os manuscritos ao seu
local de origem em um tempo absurdamente rápido para não serem pegos, algo
impossível de se fazer, sendo que eram necessárias longas semanas para que um
único livro da Bíblia pudesse ser copiado!
3º nível:
Os pais da igreja, que vieram após os apóstolos, tinham o hábito de fazer
inúmeras citações dos manuscritos do Novo Testamento em seus livros. Foram mais
de 36 mil citações que reconstroem todo o Novo Testamento, com exceção de
apenas 11 que não mudam nem afetam o relato bíblico. Então, além de os “conspiradores
dos manuscritos” terem que modificar milhares de cópias manuscritas em
diferentes idiomas e espalhadas pelo mundo sem serem pegos e em um tempo
absurdamente rápido, também teriam que lidar com todas essas citações
registradas pelos pais da igreja; teriam que modificar todas as suas obras e
todas as cópias de tais obras sem serem pegos e sem deixar qualquer tipo de
rastro.
Você
precisa de ajuda se acredita em tudo isso!
P.S.:
Levando em consideração o grande número de manuscritos e quão antigos eles são,
a ideia mais plausível para uma adulteração dos manuscritos do Novo Testamento
é que ela deveria ocorrer entre os séculos I e II, porém, dadas as dificuldades
geográficas, linguísticas e de escrita, somadas à pequena passagem de tempo
desde a crucificação de Cristo até os séculos citados, tempo durante o qual
apenas uma geração havia se passado, fica evidente que não houve “conspiração
dos manuscritos” alguma! A Bíblia é perfeitamente fiel e digna de aceitação.
(Gabriel Stevenson, Apologética
XXI)