quinta-feira, novembro 05, 2015

O Aedes aegypti já pica à noite. Evoluiu!

O incômodo mosquito de sempre
No que se refere à capacidade de adaptação ao ambiente hostil das grandes cidades, talvez nenhuma espécie de mosquito tenha conseguido tanto sucesso quanto o Aedes aegypti – aquele com o corpo coberto de listras brancas que, para azar dos humanos, é capaz de transmitir doenças como dengue, febre amarela, febre chikungunya e zika. Além de resistência a alguns inseticidas, a espécie vem adquirindo a habilidade de se reproduzir em volumes cada vez menores de água – que nem precisa estar tão limpa quanto no passado. Os insetos, que antes só picavam durante o dia, passaram a atacar também à noite, bastando apenas alguma luz artificial a revelar o caminho até a vítima. Um estudo recentemente publicado na revista PLoS One por um grupo de pesquisadores do Instituto Butantã pode ajudar a entender de onde vem esse potencial adaptativo tão superior ao de outras espécies de mosquito. [...]

“Essa alta variabilidade genética indica que é uma espécie com muita capacidade de evoluir rapidamente e pode significar que se adapta rapidamente às adversidades”, afirmou Lincoln Suesdek, coordenador do estudo apoiado pela Fapesp. [...]

Ao comparar o resultado das análises feitas durante seu projeto com dados da literatura científica, [a pesquisadora] Louise concluiu que a dinâmica evolutiva do Aedes em São Paulo é mais acelerada do que em outras cidades onde há registros semelhantes. “Acreditava-se que no inverno a variabilidade seria menor, pois com o frio a reprodução do inseto se torna mais lenta. De fato, a taxa reprodutiva é menor nos meses de inverno, mas a variabilidade genética se manteve alta em todos os meses avaliados. Esse resultado reforça a necessidade de combater o mosquito o ano inteiro, não apenas no verão”, disse Louise.

Na avaliação de Louise, a melhor forma de controlar o mosquito é a adoção de medidas combinadas, como a eliminação de criadouros e a rotação de inseticidas, para que não ocorra a seleção de indivíduos resistentes. Suesdek também ressaltou a necessidade de se investir em pesquisas voltadas ao desenvolvimento de novos métodos de controle químico e biológico, como novos inseticidas e mosquitos transgênicos. “O cenário é preocupante e todas as pessoas têm uma parcela de responsabilidade. Tanto o governo quanto a população precisam fazer sua parte”, afirmou a equipe.


Nota: O aspecto prático e as vantagens para a saúde pública oriundos da pesquisa são inquestionáveis, mas o viés evolucionista é totalmente dispensável. Primeiro porque induz à típica e falsa conclusão de que, se houve mudança de comportamento ou pequenas variações morfológicas, isso já é “evolução”, logo, o ser humano pode ter evoluído de uma bactéria, ao longo de milhões de anos. Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. Tudo o que texto acima apresenta são adaptações e seleção natural, elementos incapazes de explicar o mito da macroevolução. Mais ou menos como ocorre com as moscas-das-frutas (confira aqui), cuja pesquisa feita ao longo de mais de cem anos tem provado que adaptações, mutações e mudanças limitadas jamais seriam mecanismos viáveis para um “milagre” que dependeria do aporte de muita, mas muita informação genética nova. O Aedes aegypti pode até picar de olhos fechados, mas continuará sendo Aedes aegypti. [MB]