Autor da PEC: deputado João Campos |
Deputados
aprovaram nesta quarta-feira (4), em comissão especial, o parecer favorável à
PEC 99/2011, que autoriza as igrejas a questionarem regras ou leis junto ao
Supremo Tribunal Federal. Caso a PEC seja aprovada pelo plenário da Câmara e,
depois, no Senado, as igrejas passam a ter direito a apresentar Ações Diretas
de Inconstitucionalidade (ADI) ou outros recursos, como Ação Declaratória de Constitucionalidade
(ADC) e Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) perante o
STF. Atualmente, a Constituição garante a competência para oferecer
questionamentos ao Supremo à presidente da República; para mesa do Senado
Federal e da Câmara dos Deputados; para as mesas das Assembleias Legislativas
ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; para os governadores de Estado ou
do Distrito Federal; para o procurador-geral da República; para o Conselho Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); para partidos políticos com
representação no Congresso Nacional; além de confederações sindicais ou
entidades de classe de âmbito nacional.
No texto aprovado, o relator aponta a existência de preconceito do Poder Judiciário contra religiosos. “O STF expressa um preconceito contra argumentos de ordem religiosa, dando preferência a argumentos científicos”, cita o texto apresentado pelo relator.
No texto aprovado, o relator aponta a existência de preconceito do Poder Judiciário contra religiosos. “O STF expressa um preconceito contra argumentos de ordem religiosa, dando preferência a argumentos científicos”, cita o texto apresentado pelo relator.
Comentário de Fernando
Dias, editor associado na Casa Publicadora Brasileira: “Igrejas
sendo autorizadas a interferir nas decisões legais é um passo largo para
retornar ao que era na Idade Média. Durante séculos, uma igreja interferia na
política e impunha seus dogmas a toda a população. Se aprovado, esse tipo de
recurso dará ocasião à intolerância e à perseguição religiosa por parte do Estado.
Afinal, dispositivos legais que protegem liberdades individuais poderão ser
questionados e removidos por influência direta de corporações religiosas.
Igreja e Estado precisam permanecer independentes e separados um do outro.”