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O
clima de consternação desencadeado pelos atentados em Paris e a urgência pela
busca de medidas mais efetivas contra os terroristas trouxeram de volta à pauta
das 20 maiores economias do mundo um tema polêmico para muitos países. Nos
bastidores da cúpula do G-20, em Antália, na Turquia, já há quem defenda um
acesso ainda maior a dados de comunicações do cidadão comum – agenda que agrada
a americanos e britânicos. Os defensores da iniciativa pregam que essas podem
ser as ferramentas necessárias para dar celeridade às investigações sobre os
indivíduos radicalizados por trás de novos planos de atentados. Mesmo antes da
carnificina na capital francesa, na última sexta-feira, os EUA vinham
pressionando os outros negociadores do G-20 a adotarem formas de controle que
permitam chegar mais depressa a hackers que tenham atacado empresas americanas.
No
Reino Unido, o Partido Conservador se empenha em aprovar legislação para
consolidar o emaranhado de regras que pautam a atuação dos serviços de
Inteligência e da polícia nas atividades de monitoramento de comunicações. O
governo britânico promete limites mais bem estabelecidos; os críticos acham que
os poderes propostos são excessivos e atentariam contra o direito à
privacidade.
Dentro
do Reino Unido e, aparentemente, fora, como indicam as conversas em Antália, os
atentados certamente darão força aos propósitos do governo britânico, que ainda
podem encontrar novos adeptos. O movimento, porém, não agrada ao governo
brasileiro.
“Há
uma clássica discussão sobre a segurança e a privacidade que você tem em
informação. É preciso buscar um equilíbrio. Realmente, precisamos de um grande
esforço. Temos de usar todas as ferramentas possíveis”, disse o
secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
Angel Gurría.
(O Globo)
Nota:
Está vendo no que isso tudo vai dar? [MB]