terça-feira, novembro 03, 2015

Papa Francisco convoca todos para uma única religião

Tudo pelo "bem comum"
Durante seu discurso pregado na Praça de São Pedro, onde marcou os 50 anos da declaração Nostra Aetate, que significa o marco das relações da Igreja Romana com todas as religiões, o sumo pontífice disse que já é chegada a hora de todas as religiões se unirem a favor de um bem geral da sociedade e lutar juntas contra a fome, a miséria, o aquecimento global e a violência gerada nas guerras. No discurso proferido na quarta-feira (28), o líder da Igreja Católica relatou que a única religião deveria ser servir ao próximo. O papa Francisco citou que a Nostra Aetate possibilitou uma mudança de relações com o judaísmo, tornando a antiga troca de acusações em uma convivência respeitosa, harmoniosa e frutífera. “Indiferença e oposição tornaram-se colaboração e benevolência. De inimigos e estranhos, nos tornamos amigos e irmãos. O Concílio traçou o caminho: ‘sim’ ao redescobrimento das raízes hebraicas do cristianismo; ‘não’ a toda forma de antissemitismo e condenação de toda injúria, discriminação e perseguição que derivam”, relatou o pontífice.

Depois de ter citado o exemplo, o papa Francisco disse que um melhor relacionamento entres as religiões do mundo possibilitará o trabalho em conjunto para combater os problemas que afetam a humanidade, e que a divergência de crenças tem que ser deixada de lado em prol do amor. “O mundo olha para os pedindo respostas mais efetivas em inúmeros casos como a paz, a fome, a miséria, a crise ambiental, a violência e a corrupção”, disse Francisco.

O papa ainda disse que precisa se abrir um diálogo aberto e respeitoso com o islamismo, a fim de evitar práticas terroristas cometidas pela minoria absoluta que se fecha ao extremismo.

Segundo informações da revista Exame, ao final da audiência, Francisco pediu aos presentes uma prece silenciosa, “conforme sua própria tradição religiosa”, e aos representantes de outras tradições cristãs pediu orações para que sejamos “mais irmãos” e mais dispostos a servir “aos mais necessitados”.


Nota: O discurso é muito bonito e conciliador. Quem não quer a união e o fim dos maiores problemas do mundo? O grande perigo está na ideia de que, para promover o amor, devemos deixar de lado a “divergência de crença”. O Vaticano estaria disposto a abandonar o uso de imagens nas igrejas? Estaria disposto a eliminar a crença na intercessão de Maria e na dos santos, que contraria a intercessão única de Jesus? Estaria disposto a abrir mão de sua crença na imortalidade da alma humana? E o que dizer da ideia de que seres humanos possam perdoar pecados? E quanto ao dia de descanso? Concordaria em voltar ao sábado bíblico, abrindo mão do domingo histórico? Duvido muito... Então não se pode falar em abandono de divergência de crenças, quando essa concessão somente deverá ser feita por aqueles que decidirem se unir ao papa. E ai dos que não concordarem! [MB]