Centenas de mortes em Paris |
O
ano de 2015 ainda não acabou, mas já está marcado na História. Em junho, a
maior nação protestante do mundo aprovou o “casamento” de pessoas do mesmo
sexo, solapando uma lei bíblica em troca de uma lei humana – troca que
certamente ocorrerá de novo por lá, em breve, afinal, o “ensaio” foi
bem-sucedido. Em setembro, o papa Francisco fez uma visita apoteótica aos
Estados Unidos, promoveu sua causa ECOmênica, condenou os fundamentalistas e afirmou
que é necessário que sejam criadas leis para proteger a família. Uma dessas
leis, ele tem dito há um bom tempo, consiste na aprovação do domingo como dia
de descanso.
São
mudanças que vão se processando aos poucos, paulatinamente. Mas, de vez em
quando, eventos extraordinários dão um empurrão nos ponteiros do relógio da História.
A tragédia ecológica ocorrida em Mariana, MG, traz à tona, uma vez mais, as preocupações
com o meio ambiente. E os atentados na África, promovidos pelos terroristas do
Boko Haram, e em Paris, pelo Estado Islâmico, acirraram as discussões sobre a
dificuldade de se equilibrarem duas coisas importantes: a liberdade e a
segurança. No dia 30 deste mês, líderes de 200 países estarão reunidos em Paris,
com o objetivo de encontrar soluções para as mudanças climáticas. Que efeitos
esse ato terrorista trará sobre essa reunião? Que decisões serão tomadas? O
primeiro-ministro francês, Manuel Valls, afirmou que o encontro será uma
oportunidade de transmitir uma grande mensagem para o planeta, especialmente na
luta contra o terrorismo.
Estamos
na iminência de assistir ao recrudescimento do preconceito e, quem sabe, ao
início de uma guerra étnica na França e em outros países europeus. Muçulmanos representam
entre 7% e 10% da população da França. Com a chegada dos refugiados,
como saber se não há terroristas infiltrados? Obviamente que a maioria dos
muçulmanos na Europa é gente pacífica que nada tem que ver com os radicais do
Estado Islâmico. Mas vai dizer isso para os amedrontados europeus...
O fato é que os terroristas
assassinos do Estado Islâmico não vão descansar. Enquanto a França, para eles,
é a capital da prostituição e dos vícios (daí porque atacaram uma casa de
espetáculos), Roma é a sede de uma das religiões que eles mais hostilizam. Desde julho do ano passado, o Estado Islâmico vem publicando a
revista jihadista Dabiq,
em várias línguas, inclusive inglês. A publicação mostra a guerra do Estado
Islâmico não como um evento singular, mas como a continuação de uma batalha de
civilizações, e tenta ridicularizar os ocidentais, assim como seu estilo de
vida. O número de outubro do ano passado fez
uma provocação direta ao Vaticano. Segundo a revista, o objetivo último e
fundamental do Estado Islâmico é derrotar o exército romano na batalha final
perto da cidade de Dabiq, ou em Al-Amaq (uma espécie de batalha do Armagedon
que relembra Gog e Magogue)... Eles chamam essa batalha uma “luta tal como
nunca houve”.
Tragédia ambiental em Mariana |
Ainda no ano passado, o jornal italiano Il Tempo informou
que o papa Francisco “encontra-se na mira do grupo extremista”. O artigo cita
fontes israelitas que acreditam que o papa é um alvo por ser “portador de uma
verdade falsa”. Imagine o poder catalisador e agregador de um atentado na sede
do catolicismo!
A vida neste planeta está cada vez mais complicada. Não é à toa
que o papa andou falando em volta de Jesus e que rabinos em Jerusalém estão
clamando pela vinda do Messias.
Michelson
Borges