segunda-feira, abril 22, 2019

Amalgamação e dinossauros

Eu estava palestrando sobre o dilúvio em uma igreja do litoral de Santa Catarina, quando, no meio de minha arguição, houve um intervalo musical e me dirigi por alguns minutos até o bebedouro. Enquanto enchia o copo descartável, fui interrompido por um menino de aproximadamente seis anos de idade. Ele estava triste e perguntei se poderia ajudar em algo. Foi então que ele me relatou o real problema. Disse-se que seu pai não acreditava em dinossauros e que, na opinião dele, eles nem tinham sido criados por Deus. O garoto perguntou se eu iria falar de dinossauros na palestra. Bem, a palestra era sobre o dilúvio, e naquele momento decidi mudar alguns slides para pincelar sobre o assunto que incomodava tanto a criança.

Estamos em 2019 - falei para mim mesmo. Como em pleno século 21 encontramos pensamentos que permearam o criacionismo de duzentos anos atrás?! Na minha mente estava tudo bem resolvido, mas senti a necessidade de falar sobre o assunto. 

Esse não foi o único acontecimento motivado por essa questão. Já havia ocorrido antes, quando me questionaram se moscas eram criaturas de Deus. Outros queriam saber se Deus criou as bactérias, e uma senhora, ano passado, afirmou que as baratas certamente eram criaturas de Satanás.

Para começar a elucidar essa questão, quero estabelecer parâmetros bíblicos. Devemos saber o que a Bíblia fala sobre a criação. Em Colossenses 1:16 lemos: "Porquanto nEle foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou dominações, sejam governos ou poderes, tudo foi criado por Ele e para Ele."

Podemos também ler Êxodo 20:11, Neemias 9:6, João 1:3, João 1:10, Romanos 11:36, Isaías 42:5 e outras passagens indiretas que nos mostram que Deus é quem criou TODAS as coisas. Não há dúvida de que foi Deus quem colocou prontamente neste planeta tudo o que existe. Toda vida emana de e tem origem em Deus.

Se Deus criou todas as coisas, o que houve com a criação? Bem, a resposta é simples e clara. O pecado embaralhou as coisas. Antes eram perfeitas, funcionais e completas e, depois do pecado, perderam esse status. Em Gênesis 3:17 lemos que o próprio planeta sofreu junto com Adão e Eva a consequência do pecado. Todas as coisas caíram junto com a humanidade. 

Aqui já podemos chegar a uma simples conclusão. Deus não criou as coisas problemáticas, elas surgiram após o pecado. Então, à medida que o pecado entrava no mundo, mais problemas surgiram. Podemos citar doenças, vírus, patógenos, relações de predação, espinhos e morte. Não é à toa que, ao coroarem Jesus Cristo na cruz, escolheram uma coroa de espinhos, pois sobre Ele estava toda a maldição que entrou com o primeiro Adão.

AMALGAMAÇÃO

Muitos criacionistas têm falado sobre amalgamação, e cabem aqui alguns esclarecimentos. Alguns defendem que o termo representa o cruzamento de homens e animais, que poderiam gerar um terceiro grupo de seres que não tinham função na criação e, portanto, foram extintos no dilúvio. Esses conceitos foram atribuídos aos escritos de Ellen White, escritora e educadora adventista do século 19.

Descrevendo um grande pecado, a Sra. White relatou: “Mas se há um pecado acima de todo outro que atraiu a destruição da raça pelo dilúvio, foi o aviltante crime de amálgama de homem e besta que deturpou a imagem de Deus e causou confusão por toda parte” (Spiritual Gifts, v. 3, p. 64, 1864).

“Toda espécie de animal que Deus criou foi preservada na arca. As espécies confusas que Deus não criara, resultantes da amálgama, foram destruídas pelo dilúvio. Desde o dilúvio, tem havido amálgama de homem e besta como pode ser visto nas quase infindáveis variedades de espécies animais e em certas raças de homens” (Spiritual Gifts, v. 3, p. 75, 1864).

A polêmica declaração de Ellen White sobre ter ocorrido no passado "amálgama de homem e besta" dando origem à raças inferiores, tanto de homens quanto de animais, segundo a perspectiva defendida por adventistas, não existiu. A posição oficial dos principais estudantes dos escritos da Sra. White não concorda com essa ideia de amalgamação. 


A conclusão desse problema é bem simples. Dinossauros existiram e foram criados por Deus. As moscas, as baratas, as bactérias e todos os seres vivos que hoje têm uma relação conflituosa com os seres humanos sofreram efeitos deletérios do pecado e mostram o quanto o pecado deformou a criação original de Deus.

Deus promete restaurar todas essas coisas. Assim se cumprirá o que foi dito por meio do profeta Isaías no capítulo 65:17: “Pois eis que Eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas.” Isso significa que não sobrará vestígio algum de maldade e “não haverá mais maldição” sobre a Terra (Apocalipse 22:3). Jesus declarou: “Eis que faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21:5). A Bíblia é enfática: “todas as coisas” serão restauradas (Atos 3:21). “A própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de Deus” (Romanos 8:21).

Alex Kretzschmar

quinta-feira, abril 18, 2019

Três descobertas que desafiam a teoria da evolução

O programa "História da Vida", preparado especialmente para professores que desejam oferecer aos alunos um ensino crítico e abrangente a respeito das origens, apresenta nesta edição três descobertas que desafiam a teoria da evolução: (1) a função do apêndice, antes tido como "órgão vestigial", (2) resquícios de sangue encontrados em fóssil de dinossauro datado em supostos milhões de anos, e (3) melanina descoberta em restos fósseis de cefalópodes datados em supostos 160 milhões de anos. Apresentado pelos jornalistas Michelson Borges e Ágatha lemos, o programa "História da Vida" é produzido pela Casa Publicadora Brasileira em parceria com o Departamento de Educação da Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia. 

quinta-feira, abril 11, 2019

Tecnologia do útero artificial e o design inteligente


Anos atrás li um artigo na revista Ciência Hoje que me fez pensar um pouco mais na maravilha do design inteligente. A chamada de capa era: Por que a mãe não rejeita o feto? Uma pergunta pertinente, se levarmos em conta que o feto é como um “corpo estranho” dentro da mulher. A resposta, segundo os cientistas autores da matéria, chama-se “placenta”. Sim, a placenta envolve o óvulo assim que ele se fixa à parede uterina. É uma espécie de “campo de força” bastante complexo e que precisava estar disponível já na primeira fecundação, do contrário não estaríamos aqui falando disso. É a placenta que impede os anticorpos da mãe de destruírem o feto. Na verdade, útero, placenta e todos os órgãos e sistemas envolvidos na gestação são um verdadeiro show de design inteligente.


[Leia também.]

quarta-feira, abril 10, 2019

A primeira imagem de um buraco negro

Radiotelescópios são grandes antenas parabólicas que captam ondas eletromagnéticas em frequências comparáveis com as ondas de rádio e TV. Essas ondas são da mesma natureza da luz (formadas por fótons), porém, possuem uma frequência muito menor (maior comprimento de onda). Um conjunto dessas antenas consegue coletar dados que podem ser usados para formar imagens do Universo com base nessas ondas eletromagnéticas, da mesma forma que o cérebro humano monta imagens a partir dos dados coletados pela retina, que detecta radiação eletromagnética na faixa perceptível ao olho humano. Quanto mais afastados estão os telescópios entre si, mais detalhadas são as imagens formadas. É como construir um olho gigante para observar o céu; quanto maior o olho, mais detalhadas ficam as imagens. O tamanho desse olho virtual é o da distância entre os telescópios mais afastados entre si.

Além da possibilidade de definição mais alta do que a permitida por telescópios ópticos, outra das vantagens dos radiotelescópios é o fato de que ondas eletromagnéticas de baixa frequência conseguem atravessar alguns tipos de obstáculos opacos à luz visível, o que nos permite ver coisas impossíveis de se observar por meio da luz visível.

O projeto “Event Horizon Telescope” consiste em uma colaboração internacional para construir e manter um sistema de radiotelescópios tão afastados um do outro quanto possível, respeitadas as dimensões do planeta Terra, cujo objetivo é a observação de buracos negros, daí o nome do projeto (Telescópio de Horizonte de Eventos, uma referência à “superfície” dos buracos negros, segundo a perspectiva de um observador na Terra).

No dia 10 de abril de 2019, foi anunciada oficialmente a primeira imagem de um buraco negro obtida pelo projeto. Trata-se do buraco negro que fica no centro da galáxia M87, que é uma supergigante elíptica cujo centro fica a 55 milhões de anos-luz de distância. Divulgam-se distâncias em anos-luz para prover-se ao público uma noção clara de quanto tempo a luz demorou em viagem desde sua origem até chegar a nós hoje em dia, considerando-se que a distância é mensurável, a velocidade da luz no vácuo é fixa (pelo menos macroscopicamente) e supostas variações na velocidade da luz teriam efeitos facilmente observáveis (o que não acontece).

Da mesma forma que o Sol é importante para manter a estabilidade do Sistema Solar, com todos os objetos locais orbitando em torno dele, assim também buracos negros gigantescos são importantes para a estabilidade das galáxias, com todos os sistemas estelares girando em torno deles.

Essa primeira imagem de um buraco negro foi mencionada em algumas notícias como sendo a confirmação de mais uma das previsões de Einstein. Na verdade, porém, não se trata de um fruto da genialidade de Einstein, pois não foi ele quem previu os buracos negros. Quem fez a previsão foi uma teoria na qual ele trabalhou: a Teoria Geral da Relatividade. Existe diferença? Qual?

Ao contrário do uso popular da palavra, uma teoria científica (no sentido de “hard science”) não é uma hipótese. Também não é um conjunto de hipóteses. Trata-se de um conjunto de leis expressas em uma linguagem formal (matematicamente aproveitável) juntamente com uma espécie de dicionário aplicando-as ao seu domínio e os teoremas que podem ser demonstrados a partir desse sistema. Convém pensar em alguns exemplos para entender melhor esse conceito.

A Teoria da Mecânica de Newton consiste em três equações diferenciais (equações que mostram relações entre coisas mensuráveis e suas taxas de variação), justamente com o mapa de significados dos símbolos e os teoremas que podem ser provados a partir dessas leis. Note-se que nenhuma das equações básicas da teoria de Newton dizia que o tempo fosse absoluto, embora essa ideia seja normalmente usada por quem lida com essa teoria.

A Teoria Eletromagnética tipicamente é representada por quatro leis representadas por equações diferenciais, juntamente com seu mapa de significados e os teoremas que podem ser provados a partir dessas equações. Um desses teoremas, juntamente com uma lei adicional (equivalência dos sistemas inerciais), implica na Teoria Especial da Relatividade. Essas são as leis que, quando expressas de forma válida no mundo quântico, definem toda a Química, entre outras coisas.

A Teoria Especial da Relatividade consiste nas três leis de Newton e mais duas: (a) a previsão da Teoria Eletromagnética de que a velocidade da luz no vácuo é absoluta e (b) a lei de que todos os sistemas inerciais (em que não existe aceleração espontânea) são localmente equivalentes entre si. E, sim, as leis de Newton permanecem válidas na Relatividade Especial. O que não permanece válido é a ideia de que o tempo é absoluto e que introduz erros na hora de deduzir outras fórmulas a partir das básicas da teoria newtoniana.

A Teoria Geral da Relatividade consiste nas leis da Relatividade Especial e mais uma equação deduzida independentemente tanto por Hilbert quanto por Einstein, que descreve a relação entre energia-momentum-tensões e curvaturas no espaço-tempo. Consegue explicar a gravidade de forma muito simples e eficiente, dando resultados acurados.

Pois é justamente essa última equação, exclusiva da Relatividade Geral, que implica na existência dos buracos negros, dadas as circunstâncias adequadas. Essa mesma equação também prevê as ondas gravitacionais, wormholes (também conhecidos como "buracos de verme", "buracos de minhoca", portais) e, quando combinada com as leis da Termodinâmica, também prevê o Big Bang. Todas essas coisas foram previstas pelo estudo da equação mencionada antes de haver qualquer observação desses fenômenos ou suas consequências.

Inicialmente, Einstein não tinha ideia dessas coisas. Logo depois de ele divulgar sua equação, Karl Schwarzchild a usou para calcular a curvatura ao redor de uma estrela estática e sem rotação. Foi aí que constatou que, se a massa da estrela fosse mantida, mas seu raio fosse reduzido além de certo limite, seria formado um buraco negro, em cujo interior a dimensão radial (que liga o centro à “superfície”) passaria a ser uma dimensão de tempo e a nossa dimensão de tempo funcionaria como espaço. Trata-se de uma previsão da equação, não de Einstein.

A diferença entre previsão da teoria e a crença de seu autor fica ainda mais evidente quando observamos a reação de Einstein aos resultados de vários pesquisadores, especialmente o modelo de Lemaître, hoje conhecido como Big Bang: total ceticismo, apesar de ser uma previsão de sua própria teoria. Ele cria que o Universo fosse eterno. Na época, assim como hoje, era muito perturbadora nos meios acadêmicos a ideia de que o Universo foi criado. Mais tarde, ele aceitou o resultado ao conferir os dados coletados por Hubble sobre o avermelhamento de galáxias, uma das consequências do modelo de Lemaître.

Outra lição interessante que aprendemos da história das descobertas científicas é que, quando se usam métodos da “hard science”, isto é, baseada em métodos matemáticos usados coerentemente, tanto na pesquisa experimental quanto na teórica, são feitas previsões detalhadas sobre fenômenos nunca observados, e tais previsões mostram-se acuradas muito tempo mais tarde, quando se torna possível observar os fenômenos previstos.

A notícia da primeira foto de um buraco negro é um lembrete desse que é um dos aspectos mais interessantes da Ciência.

Eduardo Lütz

terça-feira, abril 09, 2019

Mitologia, ufologia e evolucionismo: vêm aí os Eternos da Marvel

Depois de levar às telas dos cinemas e das casas os personagens mais famosos dos quadrinhos, como Capitão América, Hulk, Homem de Ferro, Thor e Homem-Aranha, agora é a vez de a Disney (dona da Marvel) trazer ao conhecimento do grande público figuras antes basicamente só conhecidas pelos fãs de HQs: os Eternos (com Angelina Jolie em um dos papeis principais). Assim começamos a ter mais claro todo o pano de fundo mitológico e evolucionista criado por Stan Lee e, no caso dos Eternos, por Jack Kirby. Basicamente, a ideia é que há um milhão de anos seres extraterrestres megapoderosos chamados Celestiais teriam feito sua primeira visita à Terra e realizado experiências genéticas com a “espécie mais evoluída do planeta”. Como resultado disso, surgiram três novas raças: os humanos comuns, os deviantes (seres agressivos e de genética instável) e os eternos (semelhantes aos humanos, mas superpoderosos e praticamente imortais. Experiências semelhantes foram feitas pelos Celestiais em outros mundos, dando origem às várias raças alienígenas do universo Marvel, como os skrulls e os kree.

sábado, abril 06, 2019

Baleia de quatro patas ou mais imaginação fértil?

Cientistas escavaram fósseis de uma baleia de quatro patas [sic] que habitava a terra e o mar cerca de 43 milhões de anos atrás [segundo a cronologia evolucionista] em um deserto do litoral sul do Peru, em uma descoberta que ilumina um estágio essencial da evolução inicial dos cetáceos. O mamífero de quatro metros de comprimento, batizado de Peregocetus pacificus, representa uma etapa intermediária crucial antes de as baleias se adaptarem totalmente à existência marinha, disseram cientistas nesta quinta-feira. Seus quatro membros eram capazes de suportar o peso na terra, o que significa que o Peregocetus podia voltar ao litoral rochoso para descansar e talvez dar à luz, mesmo passando a maior parte do tempo no mar. Seus pés e mãos tinham pequenos cascos e provavelmente tinham membranas para ajudá-los a nadar. Como tinham dedos longos e membros relativamente esguios, pode não ter sido fácil para eles se movimentar na terra. Seu focinho alongado e seus dentes robustos – incisos e caninos grandes para agarrar e molares que rasgavam a carne – tornavam o Peregocetus hábil para apanhar presas de tamanho médio, como peixes.

Achamos que ele se alimentava na água, e que sua locomoção submarina era mais fácil do que na terra”, disse Olivier Lambert, paleontólogo do Instituto de Ciências Naturais Real Belga, que liderou a pesquisa publicada no periódico científico Current Biology.

As origens evolucionárias das baleias eram pouco conhecidas até os anos 1990, quando fósseis dos exemplares mais antigos foram descobertos. O Peregocetus representa o esqueleto de baleia quadrúpede mais completo fora da Índia e do Paquistão, e o primeiro conhecido da região do Pacífico e do Hemisfério Sul.



Nota: Veja bem a ilustração acima. Isso é uma baleia? Tá explicado por que pegam um dente de porco e constroem um fóssil humano com direito a ecossistema de suporte. Parece que não encontraram o crânio do animal. Só mandíbula, vértebras e ossos longos. O crânio das baleias é bem característico. Se não o encontraram, como afirmam que era uma baleia de quatro patas. Por que não seria um ancestral de um mamífero aquático qualquer, como uma lontra, por exemplo. Por que tem que ser um “elo perdido” que contraria o incomprovável? É porque primeiro se deve construir com estardalhaço uma narrativa-bomba evolucionista (esse pessoal está mais desesperado por algum elo perdido do que o cristão por encontar a Arca de Noé). Quando, finalmente, se comprovar que era só especulação fantasiosa (pra não dizer fake news na cara dura), desmente-se com uma notinha quase invisível, fonte Arial tamanho 3. Pelo menos ajuda as decadentes Galileu e Superinteressante a vender mortadela cientificista aos viciados em naturalismo ontológico. Não se deve confiar em desenhos ou reconstituições artísticas que não mostram os fósseis originais. Esse tipo de artimanha acaba inculcando na mente dos incautos a crença de que inúmeras descobertas “provam” a evolução, e que qualquer contestação, ou mesmo dúvidas, é coisa de fanáticos religiosos da Idade Média.

Essas notícias omitem os dados tafonômicos. Se o esqueleto foi encontrado articulado, significa que não houve retrabalhamento ou que o transporte foi pouco ou inexistente. Também pode indicar soterramento rápido. O que com certeza não significa um degrau evolutivo que se encaixa convenientemente numa árvore filogenética hipotética. A existência de mamíferos marinhos é um constrangimento para a evolução, porque, segundo eles, os vertebrados surgem no mar e depois ocupam os continentes. Então por que esses vertebrados teriam dado meia volta e voltado para o mar?

Um vertebrado adaptado ao meio terrestre não sofreria nenhum tipo de pressão ecológica para voltar ao mar? Pela lógica da evolução ele não precisaria evoluir.  Mas como os evolucionistas precisam defender seu ponto de vista, terminam se contradizendo. Milhões de anos de adaptação ao ambiente terrestre. Milhões de anos para os mamíferos supostamente evoluíram a partir de répteis terrestres para que num belo dia eles resolvam voltar para a água e se esqueçam dos milhões de anos anteriores de evolução. A melhor forma de se contrapor à teoria da evolução é mostrar os furos na sua argumentação.

Petrius da Silva Belo e Marco Dourado

Leia mais sobre baleias e evolucionismo aqui

quinta-feira, abril 04, 2019

Mistérios do Araripe e as pegadas fósseis de Souza

Neste vídeo, os jornalistas Michelson Borges e Ágatha Lemos conversam sobre as descobertas feitas por uma equipe de pesquisadores na Chapada do Araripe, Ceará, e em Souza, na Paraíba. Como explicar a presença de fósseis de animais marinhos a cerca de 500 km do litoral, em pleno sertão? E as pegadas de dinossauros em Souza? Qual cenário mais bem explica esse fenômeno de fossilização? Assista e descubra!

quarta-feira, abril 03, 2019

Descoberta relaciona fósseis com impacto que teria dizimado os dinossauros


Reportagens publicadas no jornais eletrônicos da Deutsche Welle,[1] e no The Scientist,[2] ambos de 1º de abril de 2019, mencionam artigo científico publicado no periódico Proceedings of the Academy of Natural Sciences (PNAS) [3] – da descoberta de depósito fóssil, localizado em  Hell Creek,[1] no estado americano de Dakota do Norte, feita por um grupo de paleontologistas liderados por Robert DePalma, da Universidade do Kansas, associado, pela idade do depósito, ao impacto de Chicxulub.

Esse depósito fóssil, uma massa petrificada de peixes de água doce, vertebrados terrestres, árvores, galhos, troncos, amonites marinhos e outras criaturas,[1] e até âmbar derretido, também apresentou resíduos de impacto de asteroide, como esferas de vidro, chamadas de tektites,[2] cuja formação é atribuída às altas temperaturas geradas na explosão do asteroide, e que, pela idade da formação, 66 milhões de anos (de acordo com a teoria geológica), coincide com aquele que teria exterminado os dinossauros e 75% da vida na Terra.

Alguns dos peixes teriam ingerido os tectitos (as minúsculas esferas de vidro) do impacto do asteroide de Chicxulub. Os tectitos estavam em cerca de 50% dos peixes, embutidos em suas guelras.[2] Também encontraram traços de irídio, um metal associado a asteroides metálicos, mas quase inexistente na crosta da Terra. As evidências apontam para o impacto de Chicxulub, na Península de Yucatan, no México.

Os autores do estudo relatam que o impacto gerou terremoto com magnitude 10 ou 11, tsunami, além de ondas seiche,[4] que fizeram oscilar os movimentos de água dos lagos, baías ou golfos, chegando a cerca de três mil quilômetros do local do impacto em algumas horas.

Os pesquisadores inferem que existia um mar interior no continente, e que as ondas seiche geradas levaram turbulência aos sedimentos, soterrando imediatamente os organismos (além das árvores), como uma avalanche líquida que desmorona e, quando consolidada, fica como concreto. Os animais foram mortos de repente, não foram esmagados, mas um peixe foi partido ao meio pela violência do impacto. A sedimentação foi rápida, preservando a estrutura tridimensional.

É relatado ainda que foi encontrado um osso de dinossauro[2] no local, associando-o à extinção em massa ocorrida no limite K-Pg (Cretáceo-Paleogeno). Além disso, outros estudos, citados no artigo na PNAS,[3] dão conta dos efeitos catastróficos associados ao impacto do asteroide, levando à extinção em massa no primeiro Cenozoico: vulcanismo induzido por impacto, terremotos, mudança atmosférica climática mundial, ondas seiches (ondas harmônicas que podem se desenvolver em grandes massas de água[3]), megatsunami (mais de cem metros de altura).

Phil Manning,[2] coautor do artigo na PNAS, da Universidade de Manchester, disse à BBC: “É um dos locais mais importantes do mundo agora.”

Nota: Destaco que o modelo histórico-científico do dilúvio bíblico suporta impactos de asteroides na sua origem, proposto por outros criacionistas, deflagrando uma cascata de causa-efeito, levando à extinção em massa relatada no livro do Gênesis, da Bíblia judaico-cristã. Aliás, a extinção em massa relatada no dilúvio tem primazia na afirmação de tal evento, sobre as seis teorias de extinção em massa propostas pela paleontologia/biologia/geologia.

As evidências relatadas no artigo da PNAS por Robert DePalma et al. estão, portanto, enquadradas dentro da cosmovisão criacionista bíblica de um dilúvio global, deflagrado por uma chuva de asteroides, e não apenas um grande impacto.

Ressalto que é atribuída ao impacto de Chicxulub uma potência explosiva equivalente à de 96 teratoneladas de TNT,[5] pelo menos dois milhões de vezes mais potente que a maior bomba já construída e detonada na Terra, a Tsar (que atingiu 50 megatoneladas de TNT de poder explosivo).

Que nível de destruição planetária poderíamos esperar de mais de uma centena de impactos, alguns muito maiores do que Chicxulub, conforme se observa nas 190 crateras de impacto já confirmadas na Terra?[6]

Celio João Pires é pesquisador e autor de livros criacionistas

Referências:

[1] Fósseis retratam dia em que asteroide matou os dinossauros. Ciência. Deutsche Welle. Disponível em: www.dw.com/pt-br/fósseis-retratam-dia-em-que-asteroide-matou-os-dinossauros/a-48146017. Acesso em: 2.4.2018.
[2] Hou, Chia-Yi. Animals in North Dakota Died from Chicxulub Asteroid in Mexico. The Scientist. Disponível em: www.the-scientist.com/news-opinion/animals-in-north-dakota-died-from-chicxulub-asteroid-in-mexico-65684. Acesso em 2.4.2019.
[3] Proceedings of the Academy of Natural Sciences - PNAS. www.pnas.org/content/early/2019/03/27/1817407116. Acesso em: 2.4.2019.
[4] Seicha. Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Seicha. Acesso em: 2.4.2019.
[5] Cratera de Chicxulub. Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cratera_de_Chicxulub. Acesso em: 2.1.2019.
[6] List of impact craters on Earth. Wikipedia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_impact_craters_on_Earth. Acesso em: 2.1.2019.