quarta-feira, dezembro 21, 2022

Houve um “big bang primordial”?

Réplica de Marcos Eberlin ao artigo “O James Webb provou que o Big Bang nunca aconteceu?”, de Eduardo Lütz

Este artigo é minha réplica ao texto “O James Webb provou que o Big Bang nunca aconteceu?”, do físico Eduardo Lütz. É também um pouco mais: ofereço nele minha avaliação de como o Universo se formou. Sobre o artigo de Lütz, vou discuti-lo ponto a ponto, não especificamente pela ordem. O texto ficou longo, eu sei, mas me siga, pois quiz fazer valer a pena cada palavra. [Observação de Michelson Borges: o conhecimento científico é ampliado com a discussão ampla, honesta e respeitosa de ideias – esse é o objetivo da publicação desta réplica. No entanto, deixo claro que nem tudo aqui reflete o ponto de vista deste blog, e que eu, particularmente, assumo a posição segundo a qual o Universo é antigo e a vida é “recente” na Terra – na ordem de menos de uma dezena de milhares de anos.]

A tática. Lütz, de pronto, nas primeiras linhas, deixa clara sua principal estratégia: “desqualificar” para vencer. Assim, ele inicia e recheia abundantemente seu artigo com adjetivações desnecessárias, tais como “boatos”, “fake news”, “ironia”, “doutrina”, “desconhecedores do hebraico” ou “de física de colegial”, ou “confundidos” que não “conseguem discernir entre o gado e o caminhão de transporte do gado”, ou “criacionistas” que “dispõem apenas de boatos como fontes de informações sobre Cosmologia”. Nada mais deselegante, ainda mais quando discordamos de irmãos em Cristo.

É “irônico” nos associar a ateus em discussões científicas? Lütz inicia suas críticas contra os “criacionistas de Universo Jovem” destacando nossa associação “a um ateu” nos “boatos” que foram divulgados combatendo o Big Bang, classificando esse “ajuntamento” como “irônico” e “teologicamente incoerente”. Mas a inconsistência da crítica é latente: “posicionamentos teológicos” nunca foram bons argumentos na defesa de posições científicas. E “motivações” são péssimos guias ao avaliarmos teorias ou formarmos parcerias científicas. Darei em exemplo: quando o evolucionista Stephen J. Gould se levantou contra o registro fóssil como prova da evolução de Darwin, por que eu não me aliaria a ele? Faço esse alinhamento constantemente. Podemos ter motivações filosóficas ou teológicas diferentes, mas razões cientificas convergentes. Gould combateu o registro fóssil para introduzir outro modelo, eu o combato para defender o Design Inteligente, mas juntos cientificamente estamos na mesma boa causa: combater uma teoria equivocada!

O que é incorreto é defender “cientificamente” uma tese, com argumentos equivocados, mesmo frente a sua falência iminente, se associando inclusive a ateus, só porque gostamos de uma teoria e achamos que ela satisfaz nossa teologia e nossa exegese bíblica. Como no Big Bang Expandidoque Lutz defendeu tão ardentemente em seu artigo. Esse, sim, é um compromisso inadequado!

Uma aula dispensável de Física de colegial. Lütz, para “provar” que o Universo é velho e nos imputar desconhecimento, nos dá então uma “aula” de “Física 1.0”, fazendo com ela uns cálculos de velocidade e tempo com a fórmula “t = D/c”. Com esse “cálculo”, Lütz acredita ter calculado não a distância, mas a “idade do Universo”. E acrescenta: “É muito fácil [por essa equação] calcular o tempo que a luz demorou para chegar até nós”, pois bastaria “adotarmos unidades de distância como [...] ano-luz, [...] para sabermos imediatamente o tempo que a luz demorou para chegar até nós.” Percebeu a certeza no “sabermos imediatamente”?

Mas será que seria simples assim? Teria Lütz resolvido um debate que dura séculos, com seus cálculos?Não, nada de simples e muito de equivocado neles! Posso hoje medir a distância de um objeto que emite luz aqui na Terra, desde que meça hoje o tempo da chegada de uma emissão de luz, na Terra inserida no Universo de hoje, e desde que eu sincronize perfeita e exatamente a emissão com a recepção dessa luz, ou seja, o liga-desliga? Sim, parece que sim. Conhecemos a velocidade “absoluta” da luz “c”? Sim, parece que sim. Mas posso usar essa mesma “Física de colegial” que Lütz usou para calcular, com absoluta segurança, não a distância, mas a idade do objeto que emitiu luz, estando esse objeto em um ponto extremamente longínquo no Universo, e em um Universo de que quase nada sabemos de como foi feito ou como era no passado, ou mesmo se está em uma suposta expansão por 13,8 bilhões de anos? Claro que não! Pois a fórmula física me dá, na melhor das hipóteses, de fato só a distância. Ou o tempo “teórico” que demoraria para a luz emitida hoje, no objeto ou pelo objeto, chegar do objeto até nós, mas não o quanto a luz que chega hoje aqui na Terra de fato demorou para chegar. Entendeu? Não há como, então, alguém determinar a idade do objeto, com essas “contas colegiais”, ou sair divulgando a “fake news” de que teria determinado a idade do Universo com elas!

Como Einstein tão bem mostrou, nem o tempo se mede pelas equações que Lütz usou, ainda mais em um Universo com processo de formação e expansão desconhecido, e posicionamentos, portanto, desse astro no passado também desconhecido, com mecanismos e processos que desconhecemos, pois o tempo é relativo, e o desconhecimento sobre posicionamentos e expansões passadas é imenso e indeterminável. Inúmeros fenômenos “incertos e desconhecidos” e dilatações do tempo podem ter ocorrido, sem que saibamos ou possamos comprovar, ou ser invocados para invalidar a equação simplória que Lütz usou (t=D/c), o que mostra claramente que as contas de Lütz são absolutamente ineficazes em calcular – com absoluta certeza – a idade real (e não aparente) do Universo. Essa conta é que foi, sim, “irônica”!

Até mesmo um dos argumentos que o próprio Lütz utiliza, mas não explica, contradiz a validade de suas contas, pois ele diz que “o espaço se expandiu e estava todo preenchido desde o início”. Ora, se o Universo estava “todo preenchido desde o início”, Deus poderia ter preenchido todo o Universo com a luz dessas estrelas de uma só vez, ou ter expandido o Universo abruptamente, tendo feito a luz chegar instantaneamente a todos os lugares, em uma fração de segundos até, por processos naturais ou sobrenaturais, afinal, Ele é Deus, e Ele tem “virtudes” que desconhecemos. A fonte dessa luz pode estar HOJE, supostamente, a aparentes “bilhões de anos-luz” de distância, mas a distância se traduz diretamente em idade? Claro que não. Mas não crerei nessas hipóteses que eu mesmo levantei, pois faltam-me razões firmes para essa esperança.

Jason Lisle – outro “propagador de fake news”e outro um físico que comete erros crassos de Física, pois discorda de Lütz –, em seu livro The Physics of Einstein: Black Holes, time travel, distant starlight, E=mc2, também expõe uma teoria interessante, com uma Física bem mais elaborada. Eu gosto dela, e gosto muito, mas não a defendo com a “certeza de Lütz”, porque, quanto ao mecanismo e as “virtudes” que Deus usou para que a luz chegasse de pronto à Terra, só sei que nada sei. A “Hipótese de Lisle”, elaborada por um astrofísico, diz que Deus pode ter ajustado parâmetros da Equação de Maxwell (e≠1/2) para que a luz incidente chegasse, e ainda chegue instantaneamente à Terra, independentemente da distância de sua emissão. Essa seria uma estratégia para a qual não tenho evidência alguma, mas que “combina” bem com o Deus em que creio: um “exibido e exagerado”, que não “dá bola” alguma para a “física dos físicos” nem a “matemática dos matemáticos”, mas “brinca” com elas a Seu bel-prazer.

Conclusão sobre a idade do Universo. Apesar da “certeza de Lütz”,justificada por sua Física 1.0 e seu “saber imediato”, admitamos: há físicas muito mais elaboradas e alternativas, e muita controvérsia, e nenhuma certeza por leis físicas quanto à real idade do Cosmos.E Deus tem “virtudes” que desconhecemos, como a de Cristo que saiu para curar a mulher que vertia sangue.

O que o Big Bang significa? Lütz nos acusa também de ignorar o real, e para ele aparentemente único, modelo do Big Bang. Mas será? Será que somos de fato tão ingênuos cientificamente a ponto de “confundir o gado com o caminhão que o transporta”, ou ignorantes ao ponto de sequer saber que o Big Bang não foi uma “explosão” que teria “saído por aí atirando estilhaços pelo Universo”? Pois bem, eu e muitos entre nós estamos fartos de saber que não há um único, mas de fato pelo menos dois significados “plenamente válidos”, pois se estabeleceram pelo uso, mesmo a contragosto de Lütz, para a expressão “Big Bang”. Há um que sim, descreve o modelo pelo qual equações matemáticas e leis físicas conseguem prever (nunca demonstrar) que o Universo (e junto o tempo) teve um início em uma “violenta expansão” de seu espaço, criando o tempo (espaço-tempo), junto a matéria, e que este, deste então, continua se expandindo. Sim, sabemos desse modelo, o modelo que chamarei aqui do Big Bang Primordial, e ninguém entre nós “deposita sua fé plena nele”, mas também ninguém entre nós parece discordar muito da previsão que “essas contas” conseguem oferecer. Nem eu, nem Adauto, nem o João Pedro, nem qualquer criacionista, seja de Terra e Universo velhos, seja de jovens. O que discordamos, é claro, é quanto à “idade” desse bang e suas consequências. O que discordamos é sobre a “evolução do Comos” que se segue, e que teria se dado por processos meramente naturais (físicos, químicos e matemáticos), do bang inicial até hoje.

Discordamos sobre o que esse bang teria finalmente formado e como ocorreu a sequência posterior de eventos depois dele. Claro que se discordamos todos de um Universo eterno, e concordamos todos que se nada existia, e se Deus criou “ex-nihilo” e, portanto, do nada Ele fez o Universo com seu espaço, tempo, matéria e energia, que então necessariamente, em um dado momento no passado, teria que ter havido indesculpavelmente um bang bem big e violento. Quanto a esse bang ninguém discorda. Mas o “diabo está nos detalhes”, e é nesses “detalhes” que ele nos divide.

Mas o modelo do Big Bang Primordial é lógico e evidente; depois do bang, precisa seguir em frente, porque senão ofereceríamos só “migalhas no jantar do Universo”. Temos todo um Universo estruturado para explicar, senão sobra uma lacuna imensa entre o bang e o Universo que vemos aqui e agora. É nesse “day after” que o modelo do Big Bang Expandido entra em cena. E quem criou esse modelo? Cosmólogos com sua Matemática e sua Física! Graças a Deus, encontro pouca Química nesse modelo, pois se de Química conhecessem, nunca o proporiam.

E assim o modelo do Big Bang Expandido entra em cena pegando, um pouco mais à frente, no “dia seguinte”, uma nuvem gasosa em expansão contra o nada e a transformando, por processos naturais não guiados, no Universo que vemos hoje. É esse modelo que se popularizou na mídia, nas escolas, em Hollywood, e por muitos “pop stars” como Carl Sagan, Tyson e Hawking, e é nele que muitos criacionistas evolucionistas, infelizmente, têm encontrado refúgio para suas “doutrinas de Universo velho” e assentados na roda junto com os ateus em sua defesa. É esse o modelo que criticamos, quando falamos do “Big Bang”, e é esse modelo que Hubble e James Webb reduziram a pó cósmico! Simples, assim.

Esse modelo é o que alega que, de uma nuvem de átomos de hidrogênio (H) salpicada com hélio (He) se formou todo o Cosmos, com suas estrelas, galáxias, asteroides, planetas, cometas, buracos negros e quasares. Um processo que teria formado um Universo de fato inexplicável: só com matéria, sem antimatéria, e com uma temperatura toda homogênea, de 2,7 K. Tudo teria então se formado pela ação “milagrosa e espetacular”, agora de um segundo bang: de fato, um Big Bang Bang! Fé ao cubo, um bang!2 Foi esse modelo que o James Webb “explodiu” de vez – aqui uma explosão literal –, e é esse modelo que os criacionistas de Terra e Universo jovens combatem, e hoje o veem refutado!

De onde veio o pânico com o James Webb? O pânico de todos os que defendem que o Cosmos se estruturou ao longo de 13,8 bilhões de anos – do crente ao ateu – veio da falência total do modelo do Big Bang2 Expandido. Ele já jazia moribundo, e só ganhou sobre seu túmulo não uma pá, mas uma “tonelada de cal”. Muitos cristãos também, com as imagens do James Webb, ficaram sem refúgio na Física e na Matemática, pois achavam eles que o modelo explicava o “mecanismo” que Deus – atrelado que seria às “forças” – teria que ter necessariamente usado para construir o Universo, “calibrando-as” e criando as leis para que essas forças – e não Ele – estruturassem o Universo.

Qual o grande problema que o James Webb exacerbou? Não há como fugir do vexame. O modelo (Figura 1) exige bilhões de anos. Pelo menos ½ bilhão, para a formação de estrelas jovens, azuis, com pouca ou nenhuma metalicidade (elementos mais pesados que o H e He), e mais tempo ainda, razoavelmente uns 2 ou 3 bilhões, para estrelas com metalicidades iguais ou próximas às do Sol. O modelo exige ainda muitas gerações e gerações de estrelas – estrelas após estrelas – explodindo e explodindo, para que elementos “metálicos” se formem, completando a Tabela Periódica toda, e para que supernovas no processo formem buracos negros ou estrelas de nêutrons. O modelo exige ainda uma idade das trevas – Dark Age – entre uns 380 mil a 300 milhões de anos (Figura 1), onde nada se observaria, e uma escuridão imensa se teria, e mais à frente exige que estrelas “aos sextilhões” se formem, para que seus “filhos”, os buracos negros, se formem, e ao redor deles se agrupem as galáxias, ao longo de bilhões de anos. Uma verdadeira “cascata de milagres, sem santo”!

E a cascata de milagres segue mais à frente, com a poeira cósmica formada na explosão (ups, aqui é uma explosão mesmo) de supernovas, se agreguem com poeira colando em poeira, no efeito que chamo “carinhosamente” de “super bonder cósmico”. Entendeu? Eu não, pois a Química proíbe! Nessa colagem, teriam se formado os planetas, os cometas, asteroides e o sistema solar, e tudo o mais. Já existiam “lacunas” imensas de conhecimento nessas etapas, mas o James Webb foi impiedoso e matou o processo já na sua manjedoura.

O que o James Webb mostrou para o Universo? Bem, o Hubble havia sido impiedoso com o Big Bang2 Expandido desde quando Robert Willians, em 1995, gastou todo o seu tempo nesse telescópio para fotografar, por umas cem horas, “sabe-se lá por que” (Deus guia a Ciência), um ponto escuro do Universo. Para a surpresa de todos, desse ponto escuro emergiu um “desastre cosmológico”: uma coleção de mais de três mil galáxias a uns meros 800 milhões de anos do nascimento do Universo (note a inconsistência com a Figura 1). E todas essas “galáxias inesperadas” se mostravam prontas, e de todas as formas conhecidas e cores (azuis, vermelhas, laranjas e amarelas). Essa foto “desesperadora” de um “Universo de pronto criado por Deus” se tornou famosa: a Hubble Deep Field.

Mas o James Webb foi ainda mais impiedoso, pois mais “inesperadamente” mostrou, em uma maternidade do Universo ainda mais tenra (meros 200 milhões e anos), bem no meio da “Dark Age” (Figura 1), onde nada (nem luz) deveria existir, galáxias prontas, estruturadas, suaves, lisas, maduras, imensas, superbrilhantes e supermassivas! E lá o Webb observou estrelas só azuis, só com H e He, ou seja, estrelas jovens? Não, muitas das estrelas do James Webb Deep Field se mostraram amarelas, laranjas e vermelhas, com metalicidade “solar”. Uma dessas galáxias, a GLz-13, por exemplo, com dados confirmados pelo telescópio ALMA, se mostrou gigantesca e superbrilhante. E como Adauto Lourenço tem analisado, nos espectros de emissão, essas estrelas contêm elementos “hiper mega pesados”, até o ferro! Um paradoxo aparentemente insolúvel para a evolução do cosmos! E o “mais desesperador” ainda foi perceber que essas “galáxias primordiais” apareceram na foto “bem pequenas”, mas estavam, paradoxalmente, quase no ponto zero do Universo, em “trabalho de parto”!

Mas quanto ao tamanho pequeno das “galáxias primordiais”, qual o problema? O problema foi que, se o Universo de fato tem se expandido, por 13,8 bilhões de anos, essas galáxias deveriam “aparecer na foto”, pelo contrário, muito maiores, por uma ilusão de ótica criada pela expansão. E ainda pior foi notar que se consideramos um Universo sem expansão, só com o desvio para o vermelho (red shift), essas galáxias parecem se mostrar mais ou menos do mesmo tamanho e das mesmas estruturas das galáxias atuais! Ou seja, aquela expansão do Universo ocorrendo até aqui por 13,8 bilhões de anos, como defendem os “crentes” na “doutrina do Universo velho”, parece ter sido também refutada pelo James Webb! Tentarão “dissimular” ou, como Lütz fez, dizer que “não há problema algum”, só temos que “considerar outras coisas”, o que traduzido é: tudo de novo, do zero:

“Isso não entra em conflito algum com o modelo do Big Bang, apenas nos alerta de que mais coisas precisam ser levadas em conta nos modelos de surgimento das primeiras galáxias e estrelas.”

Sim, tentarão, com “novos modelos”, consertar esse vexame; esteja certo de que tentarão, mas, por enquanto, ainda parece que a “expansão primordial” do Universo foi refutada!

O Universo se expande? Parece que sim, mas essa expansão pode ter partido de um Universo pronto, muito próximo ao que vemos hoje, e há pouco tempo. Parece que Deus de fato esticou o Universo, como a Bíblia afirma em vários versículos, como sendo inclusive esse “esticar” obra que só Ele é capaz de fazer, com Suas “virtudes”. Jó 9:8: “Só Ele estende os céus e [ao dominar a gravidade] anda sobre as águas do mar”; mas esse “esticar” pode ter se iniciado há alguns milhares, não bilhões de anos. Extrapolar demais, como extrapolaram para 13,8 bilhões de anos, nunca foi uma tática segura em Ciência. Note que aqui, pelo James Webb, podemos estar testemunhando outra grande descoberta da Ciência, que mostra que a Bíblia acertou, de novo, quanto a um Universo em expansão, mas um Universo bem jovem!

Galáxias suaves? A “suavidade” das galáxias, por mostrar que “protogaláxias” nunca existiram, também refutou o modelo do Big Bang2 Expandido, caindo por terra a explicação do crescimento das galáxias primordiais por “fusão de galáxias” (tipo as colisões de carros no trânsito). Nem protogaláxias nem as cicatrizes de suas pretensas fusões foram vistas pelo James Webb. Assim, as galáxias lisinhas e enormes observadas comprovam o quê? Temos galáxias supermassivas hoje? Sim, fato! Vemos galáxias bem massivas também no início do Universo, como a DLA0817g? Sim, outro fato! Então a conclusão parece óbvia: galáxias sempre foram imensas, brilhantes, lisas e suaves, e com as cores e formas que vemos hoje, e de pronto “nasceram”, assim como as vemos hoje! E os cosmólogos bigbangistas estão hoje onde? Estão todos “Back to the Drawing Board”!

Note ainda que Lütz, tentando “minimizar o estrago”, afirmou:

“As galáxias (que alguns chamam de ‘maduras’) que podemos ver na infância do Universo são minúsculas, uma fração do tamanho das galáxias anãs de hoje em dia.”

O “pseudo-maduras” e as “galáxias minúsculas” foram outros dois equívocos de Lütz. As galáxias podem “parecer pequenas”, mas são, de fato, gigantes, e não só “alguns criacionistas desinformados”, mas muitos físicos e cosmólogos notaram nelas fortes evidências de serem muito bem maduras, lisas, supermassivas e serem assim totalmente inesperadas.

Do modelo só sobrou mesmo, tudo indica, a “migalha” do Big Bang Primordial, pois todo o modelo expandido e tão propagado, anunciado como “mais lei do que a lei da gravidade”, de “Evolução do Cosmos”, que pretendia explicar o Cosmos com suas galáxias, planetas, cometas, asteroides, buracões negros, nebulosas e quasares atuais, ruiu por completo, bem no seu início, pelas estrelas e galáxias. Kaput Big Bang2 expandido! Negar o “estrago” seria como “declarar que um tornado não destruiu a casa, não! Pois só teria derrubado suas paredes e telhados, e arrancado seus móveis, rede elétrica e hidráulica, mas o terreno continua lá, basta reconstruir outra casa”.

Surgirão novas “propostas salvadoras” do modelo do Big Bang Expandido? Claro que sim, pois imaginação não lhes falta, e eles já estão trabalhando intensamente. Mas, por hora, o modelo jaz refutado. Em suas pranchetas e simulações computacionais, e por outros “modelos matematicamente e fisicamente infalíveis”, estão se levantando já algumas propostas, para tentar ressuscitar o falecido, e logo essas propostas serão divulgadas e, como sempre, serão anunciadas como sendo “evidentes e infalíveis, mais lei do que a lei da gravidade”! Mas estou certo de que o Big Bang2 Expandido, que já era o modelo “menos pior” para explicar a estruturação do Cosmos, ficará ainda pior.

Lütz, parece, se juntou rápido ao time dos “resgatadores de teorias falidas”, “ingressando” onde sempre esteve: no rol dos “bigbangistas expandidos”, propondo outro “saci-pererê científico” para explicar a evolução do Cosmos. Essa evolução que ele aparenta às vezes não querer defender, mas que claramente defende. E qual foi a solução de Lütz? Buracos-negros primordiais! Sim, por essa nova “doutrina”, ele crê poder explicar a formação quase que imediata das primeiras galáxias supermassivas e brilhantes, multicoloridas e multiformes. Mas haja fé, do tipo que eu não tenho! Não gosto de modelos que “vivem correndo atrás de novas hipóteses”, criando frente a novos dados novas explicações “ad hoc”; essas que chamo de “saci-pererês científicos”. Modelos que fogem do óbvio, como “o diabo foge da cruz”. 

Mas o que seriam esses buracos negros primordiais? Sim, esses “seres mitológicos” são coisas que “Lütz sabe” que se formaram aos montes bem no início do Universo, com “altíssimas concentrações de matéria sugadora de tudo por perto”, e de pronto juntaram as estrelas em galáxias. Fácil, não é? Mas esses “seres” são coisas como as ondas de choque que formaram estrelas, vindas da explosão de estrelas, onde estrelas não havia. Coisas que existem aos montes, mas que ninguém nunca as viu! Creria você neles? Eu não!

Apelar para buracos-negros primordiais, para bilhões deles, porque bilhões de galáxias prontas, lisas, massivas e bem brilhantes, com estrelas multicoloridas, que exigiriam inúmeras gerações de estrelas para os seus elementos pesados se formarem, todas já se acham no início do Universo, soa para mim como uma “desesperação” para lá de desesperada! Pois, pelo que sabemos hoje, buraco negros teriam se formado na explosão de estrelas bem massivas, as supernovas, bem mais à frente no tempo. Sim, temos também aqueles buracos negros supermassivos no interior das galáxias, que são bem diferentes dos estelares, mas, como aprendi outro dia sobre eles por outra “fake news” de uns astrofísicos, pasmem ateus: “Não sabemos ao certo como eles [os buracos negros supermassivos que habitam seus centros e estabilizam galáxias] nascem nem quanto tempo demora para ativá-los.”

Ou seja, o problema com esses buracos negros é igual aos problemas com o modelo inteiro: não temos a menor ideia de onde esses buracões negros supermassivos vieram, nem das estrelas, nem das galáxias, nem dos planetas, nem dos cometas, mas, claro, sabemos “muito bem explicar o Cosmos”! Só faltam “bons modelos” para tudo no Cosmos. Entendeu?

Por que a insistência em salvar o Big Bang? O motivo dessa insistência me parece óbvio. Muitos entre nós, inclusive Lütz, pensam ter encontrado, pela Ciência e sua Física, Matemática e/ou Cosmologia e pelo “modelo sacrossanto” do Big Bang2 Expandido, o mecanismo que Deus usou, não só para criá-lo com um grande bang, mas também para estruturar o Universo com outro bang e outros “milagres físicos” afins. Pensam eles que Deus calibrou tudo com equações e forças, e deixou aquela grande nuvem gasosa seguir seu curso, por “bilhões de anos”; Ele ficando só “de lado” observando. Até na evolução teísta da vida teria sido assim. Esse ser é o que chamo de “deus do devagarinho”: um deus menor, desfigurado.

Assim, não importa quantas teorias sejam elaboradas e quantas sejam refutadas para ligar o bang inicial ao cosmos final, ou quantos novos modelos tenhamos que elaborar, ao longo desses bilhões de anos, sempre uma teoria melhor surgirá para salvar a recém-refutada. Vamos de “plasma” ou “buracos negros primordiais”, ou “ressuscitemos” modelos como o “MONO”, pois da Física e da Matemática nunca blasfemaremos. “Pois na Matemática e na Física em um Universo velho cremos!” Se precisar, esticaremos até mesmo a idade do Universo, para mais velho do que 13,8 bilhões de anos, como Lütz outro dia ousou propor.

Buracos negros primordiais salvariam a evolução do Cosmos? Bem, parece que não salvariam não, pois mesmo que explicassem galáxias, os problemas a seguir com o modelo são inúmeros e indesculpáveis! O mais grave é que galáxias prontas e massivas, “velhas” e com estrelas também “velhas” já no início do Universo, hoje com 13,8 bilhões de anos, tornariam necessariamente o Universo que vemos hoje muito mais velho do que o Universo jovem que vemos. O combustível estaria quase todo gasto. Ou seja: seria o presente que refutaria o passado. O problema aqui é do tipo: “Se ficar (com o modelo atual) o bicho come, se correr (com um novo modelo de galáxias mais “rápidas”) o bicho pega de vez, e de pronto!”

No meu livro Fomos Planejados (www.kovalpress.com), no capítulo de “Evolução do Cosmos”, discuto em detalhes outros problemas cruciais do modelo. Se foi Ele mesmo que calibrou as forças, Deus Se perdeu nessas contas, pois vemos claramente que o modelo não somente tem hoje, com o Hubble e o James Webb, imensos problemas em explicar as galáxias já maduras na maternidade do Universo, mas perduram grandes problemas na sua sequência toda. Mencionarei mais uma “pequena amostra” deles.

Primeiro, qual mecanismo teria feito uma “massa de gás ardente em expansão contra o nada” se contrair em estrelas? Ninguém sabe! Apelam para flutuações de densidade e ondas de choque de supernovas, em um ajuste finíssimo de forças, usando até mesmo “estrelas para gerar estrelas”! Pode? Veja o enorme enrosco aqui, pois o modelo que quer explicar galáxias já tem seríssimas dificuldades com seus blocos fundamentais, as estrelas!

Segundo, como agrupar essas estrelas ao redor de “buracões negros supermassivos”, se não temos a menor ideia de como esses “monstros mitológicos primordiais” surgiram?

Terceiro, como agregar poeira cósmica das explosões de supernovas em planetas, e assim formar planetas de vários tipos: rochosos, metálicos, de gás e de gelo? E planetas com atmosferas todas diferentes, de ácido sulfúrico a metano, com só a Terra cheia de nitrogênio e oxigênio, e aquela pitada “aquecedora” de gás carbônico? E com todos os planetas “rodopiando” ao redor do Sol, este supermassivo, mas com o momento (massa x velocidade) do sistema concentrado nos planetas, e não no Sol, como deveria estar? E como explicar Vênus girando para um lado, Marte para o outro, e Urano girando deitado? Tentam explicar essas “anomalias irônicas e desconcertantes” por acreção, pó colando em pó, mas essa é uma “cola química” que simples e quimicamente não cola!

Quarto: quando chegamos à Terra com a Lua de ¼ de seu tamanho ao seu lado, aí, sim, é pânico total! E a“Theia, aquele astro que teria “arrancado” a Lua da Terra, seria uma boa explicação para a formação da Lua? Não, a colisão da Theia é só uma “elocubração mental” estatística e quimicamente impossível, pela análise dos isótopos da Terra e da Lua, e pelas leis da probabilidade, só isso.

Quinto: e os cometas de gelo, com vida máxima de uns 100 milhões de anos? Teríamos que crer em outro saci-pererê científico, a “nuvem de Orr”, aquela coisa que todo “bigbangista” sabe que existe, mas que ninguém nunca viu? E os problemas seguem com a suposta “assimetria” antimatemática (½ – ½ = ½), que teria feito sobrar só matéria de um Universo formado incialmente de ½ de matéria e ½ de antimatéria.

Sexto: mas a maior “desesperação”, entendo eu, vem com aquele segundo bang, a inflação. Um Big Bang Bang, que gerou aquela mega explosão – ups, expansão violenta – que se seguiu à primeira, hiper-mega-ultra ajustada e milagrosa, que impediu o Universo de se autocolapsar em um Big Crunch, e outros fenômenos afins.

E mais, como João Paulo, autor do livro A Fé dos Ateus (www.kovalpress.com) tão bem me alertou: Contra leis não deveríamos ter argumentos, então quem responderia a uma pergunta ainda mais “primordial”:

 “Se a ação da 2° Lei da Termodinâmica submete todo o Universo a um aumento contínuo e irreversível da desordem, então, como partículas elementares de quark puderam espontaneamente se unir e gerar três estruturas diferentes e, ao mesmo tempo, compatíveis entre si (prótons, elétrons e nêutrons)? E como essas partículas subatômicas puderam continuar violando a 2° Lei se organizando para que surgissem os fótons, os gases, a matéria de toda a Tabela Periódica (e só matéria, sem antimatéria) e dos demais sistemas ordenados existentes no Cosmos?”

Há os que dizem que foram eles que ajudaram, mas eu já há muito tempo deixei de crer nos “sacis pererês científicos” que por aí são propostos.  

Só esses “meros” problemas? Não, temos mais, pois os problemas são intermináveis. Planetas como Júpiter, que irradiam duas vezes mais calor do que recebem do Sol, ainda são “batatas quentes” em um freezer hiper-megacongelante (Universo de uns -271 oC), sem falar dos campos magnéticos, megaintensos ainda na Terra e mais ainda em Júpiter. Seria bom não nos esquecermos também do afastamento da Lua da Terra, que criaria imensos tsunamis em 500 milhões de anos passados e faria a Lua colidir com a Terra se regredíssemos o relógio só há meros 1,5 bilhão de anos, como Adauto discute e com “Física com F maiúsculo” calcula em seu livro Como Tudo Começou (www.editorafiel.com.br). Ouço por aí críticas de que os criacionistas de Terra e Universo jovens, esses “trolls internáuticos”, erraram nas contas desse afastamento, por desconhecem Matemática, Física e Cosmologia e só assistirem a vídeos de “sites negacionistas”. Sigo, porém, este debate por uns 15 anos. Estive do outro lado, e a cada novo artigo, cada novo conhecimento, cada novo vídeo, cada novo cálculo, me convenço claramente de que os “trolls” são eles! E que o Adauto venceu!

E o que diz a Bíblia? Bem, entendo que a Bíblia é clara, necessária, suficiente, infalível e autoridade final. Entendo, portanto, que Deus tem cuidado, ao longo dos séculos, para que a Bíblia continue infalível e clara. Ou seja, a Bíblia é assim: quando você a lê, para entendê-la bem, você não precisa da Ciência, nem dessas “teorias de cosmólogos” que mudam “ao sabor dos ventos”. Nem das “hipóteses de Lütz” e de sua exegese hebraica que se opõe à exegese hebraica de mais de 17 séculos de grandes hebraístas, e de muitos hebraístas atuais de grande renome, como o hebraísta do documentário sensacional do Is Genesis History, com o Dr. Boyde (https://youtu.be/3txmpHQJ520). É assim que eu leio a Bíblia, e vejo nela o cuidado de seu escritor. Se o texto atual, em português, expressa claramente uma verdade, ainda mais em passagens diversas, eu entendo que essa é a verdade que Deus quis me transmitir, e que eu não preciso de Ciência de homens nem de “malabarismos de exegese hebraica” de alguns homens específicos, pois “maldito o homem que confia nos homens” para entender a mensagem clara que é exposta.

Se a tradução atual me levasse a entender uma inverdade, só revelada com “Ciência” ou por “exegeses hebraicas” defendidas por “alguns”, Deus teria cuidado para que esse erro não fosse acrescentado ou para que fosse, de pronto, corrigido. Pois em 2 Timóteo 3:16 leio claramente: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça.”

Em Gênesis 1:1 leio então: “No princípio criou Deus os Céus a e Terra.” Ou seja, o Universo e a Terra foram criados no princípio, os dois juntos, e de pronto, e assim não preciso esperar explosões de estrelas ao longo de bilhões de anos para que gerem pó, e que por acreção esse pó se transforme na Terra. Ele disse: “Haja Céus e Terra, e luz, e houve Céus e Terra, e luz”, no dia primeiro.

Em Êxodo 20:11 a Bíblia também é explicita e tremendamente clara: “Porque em seis dias fez o Senhor os céus, a Terra e o mar, e tudo o que neles há.” Aqui novamente entendo claramente que o tudo de Êxodo 20:11 é de fato TUDO: tudo o que há nos céus. Esse tudo engloba tudo, assim as estrelas, as galáxias, os planetas, os cometas e os asteroides. Mesmo que a palavra céu aqui possa ser uma palavra que descreveria em hebraico só o céu visto pelos homens da Terra, ainda assim temos que entender que o Cosmos foi formado por Deus em ordens específicas dadas ao longo somente dos seis dias da criação. Veja o céu noturno “visto pelos homens”, em um dia bem escuro, na Patagônia, por exemplo, e entenda que esse céu engloba de fato TUDO, e que Êxodo 20:11 engloba, de fato, o Universo todo.

Mas quer ter a permissão de fazer um exercício de “exegese hebraica” com Êxodo 20:11? Então saiba que esse “tudo que neles há” e os extremos que o texto cita são uma construção clássica do hebraico, que é usada como estratégia de englobar tudo o que se conhece, ou até mesmo o que se desconhece. Fuja então das “exegeses bíblicas bigbangistas” dos céus como sendo “somente a atmosfera da Terra”, reduzindo o tudo a somente “uma mínima parte”.

E quando então Deus criou o Universo? Ele criou nos seis dias da criação. E há quanto tempo? Há cerca de seis mil anos, como a cronologia de Gênesis, Mateus e Lucas tão bem definem. Pois em Hebreus 11:3 lemos: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Ou seja, nada de pó cósmico ou gás em expansão, pois tais coisas são aparentes.

Qual o mecanismo que Deus usou? Simples, Deus usou única e exclusivamente o poder de Sua palavra! E ponto final. Ele disse: “Haja, e houve”! História contada! E temos uma lista extensa de versículos, como Salmos 33:6, que detalha um pouco mais o “mecanismo”: “Porque pelo sopro de Sua boca [pela Sua palavra] foram feitos os céus (primeiro dia), e todo o exército deles (quarto dia).” Percebeu o mecanismo? O “sopro de sua boca”! E o que foi formado? Todo o exército deles, dos céus! E quanto tempo demorou o processo, após a ordem ser dada? Salmo 33:9 nos revela o tempo: “E Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e de pronto tudo foi criado!”

Por que todos os modelos falham? Percebeu agora por que todos os modelos físicos ou matemáticos, quânticos ou clássicos, seja de criacionistas de Terra e Universo velhos ou jovens, sejam os do Humphreys ou do Hawking, ou os “buracos negros primordiais” de Lütz falharam, falham ou falharão em explicar os “mecanismos” da criação e estruturação do Cosmos, da Terra e da Lua? Todos eles falham porque partem de um pressuposto equivocado: o pressuposto que entende que podemos, por processos e forças naturais, explicar o sobrenatural: a ação de um Deus todo-poderoso, com “poderes ilimitados e desconhecidos”. Esse é um erro tremendo de lógica, filosofia e Ciência, e de exegese da Palavra de Deus. Ele criou e estruturou seu Universo e a Terra por algo que só Ele tem e domina: sua “virtude”, como meu irmão em Cristo, o Dr. Rodrigo Silva, tão bem me alertou em uma live recente (https://youtu.be/e3Jmi9KROME). Ou seja, Ele usou “forças sobrenaturais” que só Ele conhece e a elas tem acesso.

Esses modelos se assemelham a tentar explicar como Jesus restaurou um Lázaro pútrido por processos bioquímicos, ou como Ele andou sobre as águas por forças naturais que cancelaram a gravidade, ou qual força natural teria sido aquela do “poder” que de Jesus saiu quando foi tocado pela mulher que vertia sangue. Ou, ainda, como naquele livro “esquisito” E A Bíblia Tinha Razão, que sugeriu que Deus teria aberto o Mar Vermelho se valendo de um mero “ventinho”, que lá de vez em quando sopra, e de uma maré baixa! Nada mais bizarro!

E eu, sigo fazendo o quê? Também sigo eu, respeitando ao máximo meus adversários de ideias, procurando não usar de desqualificações para combatê-los, mas mantendo o respeito pelo contraposto no máximo que meu sangue “guerreiro” permite. Sigo, assim, anunciando ao mundo a minha conclusão, científica e, sobretudo, bíblica:

Sim, houve um Big Bang2 Primordial!

E o que aconteceu nesses bangs? Ele no primeiro dia falou “HAJA”, e o primeiro bang ocorreu: os céus, a Terra e a luz se fizeram, numa megaexpansão hiperviolenta que durou “menos do que um piscar de olhos”. E por esse primeiro bang todo o Universo com seu espaço e tempo se formou. E no quarto dia Ele falou de novo, e por esse segundo bang o Universo se estruturou: tudo o mais que há nos céus, na Terra e no mar se fez, de pronto: o Sol, a Lua, e as estrelas, galáxias, planetas, asteroides e cometas. O Universo foi no quarto dia preenchido e estruturado, e se viu bem parecido com aquele Universo que lá fora vemos hoje.

Qual o mecanismo desses big bangs2? Simples: Sua Palavra! “Pois Ele falou, e de pronto tudo se fez!” Palavra de Deus que fez atuar “virtudes”: forças e processos que só Ele conhece e domina!

Quanto tempo demorou para Deus estruturar o Universo criado pronto, a Terra no meio, e quanto tempo faz? Quando em dias específicos, durante os seis dias da criação, Ele ordenou, de pronto tudo o que Ele ordenou que se fizesse naquele dia específico e por aquele bang específico, tudo o que foi ordenado se fez, há seis mil anos.

Mas como explicar estrelas azuis mais jovens e outras multicoloridas, mais velhas? Ela as fez assim, prontas, simplesmente porque Ele gosta de colorir! Para que os céus manifestassem a Sua glória, e o firmamento cheio de estrelas coloridas e galáxias esplêndidas como o James Webb mostrou, anunciassem as obras de Sua mão! E obra exclusiva da mão Dele! De nada mais! Nada de obra de “buracos negros primordiais”! E tudo foi criado colorido e multiforme, pois Ele é um Deus que gosta de colorir, e variar, e de Ele mesmo fazer, não deixando nada para “sacis pererês” fazerem por Ele. Assim Ele criou galáxias prontas, e com estrelas prontas, mas de composições diferentes: azuis, amarelas, vermelhas, brancas, de “quase” todas as cores e formas e tamanhos. E por quê? Porque Ele é Deus! E um Deus que gosta de colorir, e “confundir os sábios”!

E como explicar a luz de “bilhões de anos”? Para que víssemos a sua Glória, para que os céus a manifestassem, em um Universo imenso – porque Ele é imenso – e, independentemente da distância, Ele, sem “dar bola” para as equações da Física, ordenou à luz que chegasse aqui na Terra também “de pronto”! Foi semelhante ao que aconteceu com o parar do Sol e a Lua, de fato de todo o Universo, quando Ele ordenou, e eles pararam, para que seu servo Josué vencesse a batalha. Ele acertou os parâmetros da equação de Maxwell? Pode ser; seria um “truque” genial, mas “como” Ele fez, eu desconheço. Foi um capricho que só Deus tem o direito e a “virtude” para fazer. Deus simplesmente ordenou e “simplesmente” a luz aqui chegou, “sabe-se lá exatamente como”; a Ele perguntarei, simples assim. A luz de pronto chegou aqui na Terra, pelo Seu falar! Para que tudo possamos ver, hoje aqui na Terra, e ver em tempo real, do próximo ao mais longínquo Universo, a olho nu ou com os olhos de telescópios. É nesse Deus que creio!

E eu tenho evidências desse “meu modelo”? Claro que sim! Tenho, sobretudo, a Bíblia clara e infalível, e seus muitos versículos. E só para complementar, tenho também fotos, e muitas! E fotos esplêndidas! Mas quais? Tenho as fotos indesculpáveis do Hubble e do James Webb.

Portanto, a esse Deus “exibido e exagerado, muito bem-humorado e um tanto irreverente com teorias de homens”, que tudo fez, e fez pronto, e de pronto, e pelo poder único e exclusivo de Sua Palavra, seja toda a Glória!

(Marcos N. Eberlin, com colaborações de Adauto Lourenço e João Paulo Reis Braga)

segunda-feira, setembro 26, 2022

O James Webb provou que o Big Bang nunca aconteceu?

Nas últimas semanas, testemunhamos uma avalanche de fake news inspiradas em observações do James Webb Space Telescope (JWST)

Uma dessas linhas de boatos ganhou maior destaque por entrar em ressonância com fake news mais antigas e bastante apreciadas, tanto por defensores da doutrina do Universo jovem jovem quanto por defensores da hipótese do Universo eterno. Tal ressonância acrescentou um aspecto interessante de ironia ao assunto. 

A ironia 

Um ateu chamado Eric Lerner tem combatido o modelo do Big Bang por entender que esse modelo aponta para uma Divindade criadora do Universo. Com isso em mente, Lerner adotou como missão combater esse modelo e tem escrito sobre o assunto há algumas décadas, apesar de demonstrar importantes limitações em seu conhecimento técnico não apenas sobre esse assunto, mas também em outras áreas da Física. Até aí, nada de anormal. A ironia está em que um grupo de criacionistas do Universo jovem engajou-se em festejar, promover e ampliar fake news divulgadas por Eric Lerner. 

Para entender o grau de ironia que isso representa, o que Eric Lerner tenta apresentar são evidências de que o Universo é eterno, de que ele nunca teria sido criado. De alguma forma, alguns criacionistas pensaram que as supostas evidências divulgadas por Lerner favorecem a posição deles, de que o Universo foi criado por Deus há poucos milhares de anos. 

Parece absurdo? Na verdade, é, mas existe um caminho tortuoso de desinformação que obscurece o entendimento a ponto de fazer parecer que essas ideias diametralmente opostas sejam compatíveis entre si. Como o Universo eterno e sem Deus de Eric Lerner estaria em harmonia com o Universo criado recentemente por Deus defendido por uma ala de criacionistas? A resposta é que essas duas crenças diametralmente opostas possuem um inimigo comum: o Big Bang. Como diz o provérbio, “o inimigo de meu inimigo é meu amigo”. 

Faz sentido que Eric Lerner combata o Big Bang, mas de que maneira o Big Bang se opõe à crença no Universo jovem? Na verdade, ele não se opõe, mas há fake news muito queridas por alguns, as quais dizem que sim, que Big Bang e criacionismo seriam opostos. 

Na superfície, há quem diga que Big Bang é uma alternativa ateísta ao relato bíblico de Gênesis, o que não é verdade por várias razões. Porém, a base do antagonismo contra o Big Bang é outra, e é nela que devemos nos concentrar em primeiro lugar. 

A ideia básica fundamenta-se nas seguintes premissas (hipóteses), nem todas verdadeiras:  

a. o assunto de Gênesis 1 seria a criação do Universo inteiro;

b. de acordo com a cronologia bíblica, a semana da criação ocorreu há poucos milhares de anos;

c. a crença de que o Universo tem bilhões de anos de idade origina-se na “teoria do Big Bang” e, se essa teoria for derrubada, então as pessoas podem voltar a crer que o Universo é jovem. 

É bastante evidente que a premissa (c) é incompatível com as premissas (a) e (b) combinadas. Entretanto, a premissa (a) não pode ser provada biblicamente (as supostas “provas bíblicas” nessa área sempre envolvem erros de exegese e desconsideração de um ou mais aspectos da hermenêutica), e a premissa (c) também é falsa. 

A discussão sobre exegese nesse ponto é bastante longa e envolve aspectos do hebraico que fogem ao escopo deste artigo, mas a premissa (c) está mais diretamente ligada ao assunto em pauta. É verdade que a ideia de que o Universo é antigo baseia-se na “teoria do Big Bang”? Absolutamente não. Pelo contrário. 

O que nos diz que o Universo é antigo é a velocidade finita da luz combinada com as distâncias enormes nas quais podemos observar objetos. O que o modelo do Big Bang fez foi mostrar que o próprio tempo teve um início e, portanto, o Universo (espaço-tempo) não pode ser eterno. Além disso, ele nos permite fazer uma estimativa da idade do Universo a partir de parâmetros que podemos medir. Mas de maneira nenhuma precisamos do Big Bang para perceber que o Universo não pode ter apenas uns poucos milhares de anos de idade. 

Até o início do século 20, predominava no ambiente acadêmico a crença de que o Universo (o tempo e o espaço combinados) seria eterno. Após Hilbert e Einstein descobrirem independentemente a equação fundamental da Relatividade Geral, que expressa uma lei que vincula curvaturas no espaço-tempo com distribuições de energia (e momentum e tensões), vários pesquisadores experimentaram aplicar essa equação ao Universo como um todo e descobriram consequências perturbadoras: ou o Universo terá um fim, ou teve um início ou ambos. Essa equação já traz embutida a primeira lei da Termodinâmica. Georges Lemaître utilizou também a segunda lei da Termodinâmica como filtro para o espectro de soluções encontrado pelos demais pesquisadores. Com isso, descobriu que o tempo teve um início, isto é, que o Universo foi criado em algum momento do passado. 

Duas décadas mais tarde, Fred Hoyle, que era ateu na época e por isso preferia crer que o Universo é eterno, tentou ridicularizar o modelo de Lemaître chamando-o de “Big Bang” (Grande Explosão). Infelizmente, esse nome enganoso tornou-se popular e hoje precisamos lidar com ele e com um séquito de ideias fisicamente absurdas sobre o modelo, mas que são populares entre leigos que gostam de combatê-lo, seja por não acreditarem em Deus, seja por pensar que se trata de um modelo que defende o ateísmo. Ou seja, o modelo é combatido por alguns ateus por apontar para Deus, e por alguns criacionistas por não apontar para Ele. 

Uma curiosidade: mais tarde, Fred Hoyle descobriu o ajuste fino do Universo, passou a crer em Deus e deixou de ter motivos para combater o Big Bang, ou seja, defender o Universo eterno. 

É importante esclarecer que as alternativas que temos são: 

1. o Universo foi criado, isto é, alguma versão de Big Bang é válida;

2. o Universo é eterno, nunca foi criado. 

Quem combate o Big Bang opta pela segunda alternativa ao fazer isso, mesmo que creia na doutrina do Universo jovem. Nesse último caso, trata-se de uma posição autocontraditória. 

O que faz parecer com que “criacionismo anti-big bang” não seja uma crença autocontraditória é o desconhecimento quase que universal do modelo em si. É comum vermos pessoas falando em evolução de galáxias e referindo-se a isso como a “teoria do Big Bang”, ou, pior ainda, confundindo Big Bang com a explosão de um material que esteve em algum momento concentrado em um ponto do espaço e veio a explodir, lançando partículas em todas as direções. Nada mais longe da verdade. 

No modelo original de Lemaître (o de hoje faz uso de menos hipóteses e por isso abrange mais possibilidades), o Universo seria a superfície tridimensional de uma esfera quadridimensional. A direção radial dessa esfera quadridimensional é uma dimensão de tempo. O centro da esfera corresponde ao momento da criação do Universo, não a uma localização no espaço. 

Essa superfície tridimensional na qual vivemos e que chamamos de Universo está em expansão de nosso ponto de vista, enquanto o raio do Universo cresce ao nos afastarmos do momento da criação. Ela possui uma distribuição de material que apresenta certa homogeneidade em larga escala e já nasceu mais ou menos homogênea, com todo o espaço preenchido desde o início. Em nenhum momento a matéria estaria concentrada em um ponto do espaço, nem viria a explodir e ir preenchendo o restante do espaço ao longo do tempo. Essa ideia seria incompatível com a Relatividade Geral e só é defendida por quem não tem suficiente conhecimento técnico do assunto e dispõe apenas de boatos como fontes de informações sobre Cosmologia. 

No modelo original de Lemaître, o Universo teria uma curvatura global positiva. No modelo atual, generalizado, o de Lemaître é apenas um caso particular de possibilidades. A nova versão também lida bem com curvatura negativa e curvatura nula. Em qualquer caso, em todo o domínio de validade do modelo, o espaço já está todo preenchido desde o início. 

Atualmente, também sabemos que a curvatura global do Universo é nula ou muito próxima disso. A hipótese adicional de Lemaître, de que o Universo possui globalmente uma curvatura positiva, é irrelevante para os resultados relevantes do modelo. 

Poderíamos utilizar o modelo do Big Bang em si em um cenário em que o Universo foi criado por Deus há seis mil anos, como, aliás, o Dr. Humphreys tenta fazer em seu livro Luz Estelar e Tempo. Ele se propõe a apresentar uma alternativa ao Big Bang baseada na Relatividade Geral, mas o que obtém é um universo hospedeiro preexistente no qual Deus planta um buraco branco (um Universo em expansão, ou seja, um big bang). O universo hospedeiro também precisa seguir a equação da Relatividade Geral, bem como a restrição da segunda lei da Termodinâmica, o que implica em outra instância de big bang. Em suma, Humphreys substitui um big bang por dois, mas seu modelo é um exemplo de aplicação da mesma ideia de big bang a um universo recente (o interno, neste caso). 

Um dos objetivos principais do livro de Humphreys é o de tentar resolver o problema da luz estelar distante, que é o verdadeiro motivo pelo qual sabemos que o Universo é antigo. Na concepção dele, seis mil anos teriam se passado na Terra enquanto bilhões de anos teriam se passado no resto do Universo. É uma ideia interessante, exceto por alguns problemas graves:

1. o argumento de Humphreys depende da hipótese falsa usada implicitamente de que a direção radial de um buraco branco é uma dimensão de espaço, sendo que ela é uma dimensão de tempo; o fato de ele não perceber isso é um dos itens que demonstram a pouca familiaridade dele com a Relatividade Geral;

2. a proposta dele implica em azulamento de objetos distantes, exatamente o contrário do que se observa;

3. depende implicitamente de antigravidade, que ainda não foi observada.

Além disso, a descrição verbal do processo de criação que ele faz no livro entra em conflito com as expressões matemáticas que ele apresenta. 

Como saber se o Universo é antigo ou jovem? 

Como mencionamos sem explicar, sabemos que o Universo é antigo por causa da velocidade finita da luz e das enormes distâncias de objetos visíveis no Universo. É importante entender essa questão, de maneira que vamos esclarecê-la um pouco mais. 

Ao olharmos para o céu, não podemos ver o presente, apenas o passado. Isso acontece porque a luz demora algum tempo para chegar até nossos olhos ou instrumentos, trazendo as imagens do que aconteceu no momento em que ela partiu de sua origem. 

Podemos descobrir quão antigas são as imagens que recebemos? Sim, e isso é relativamente simples: mede-se a distância D até o objeto observado. Sabe-se que a velocidade da luz é uma constante c e, com isso, é muito fácil calcular o tempo que a luz demorou para chegar até nós, o que nos diz quando foi que as imagens partiram de sua origem: 

c = D/t => t = D/c. 

Se adotarmos unidades de distância como segundo-luz (distância que a luz percorre em um segundo), minuto-luz, ano-luz, e assim por diante, e adotarmos a unidade de tempo correspondente (exemplo, usamos ano como unidade de tempo quando usamos ano-luz para medir distâncias), então o valor numérico de c é 1 e a distância nos permite saber imediatamente o tempo que a luz demorou para chegar até nós. 

Vejamos alguns exemplos:

1. A estrela Betelgeuse está a cerca de 650 anos-luz de distância. Isso significa que os eventos que observamos hoje aconteceram lá há cerca de 650 anos. Se ela explodiu há 300 anos, por exemplo, só poderemos ver isso daqui a 350 anos.

2. O buraco negro no centro da Via Láctea está a aproximadamente 26 mil anos-luz de distância. Isso significa que as imagens de estrelas que vemos orbitar esse objeto mostram não o que acontece hoje, mas o que acontecia há cerca de 26 mil anos.

3. A galáxia de Andrômeda está a cerca de 2,5 milhões de anos-luz de distância. Ela pode ser vista no céu a olho nu por ser nossa vizinha. Isso significa que os fenômenos que hoje observamos nela ocorreram 2,5 milhões de anos atrás.

4. Quase tudo o que se observa no espaço seria invisível para nós se o Universo tivesse poucos milhares de anos. Nem mesmo teríamos noção do que é uma galáxia se assim fosse. Veríamos o Universo como uma esfera contendo estrelas somente até uns seis a oito mil anos-luz de distância. Qualquer coisa além disso estaria além de nosso horizonte observacional. 

A incompatibilidade entre as observações astronômicas e a doutrina do Universo jovem é que tem sido chamado de “problema da luz estelar distante”. 

Várias tentativas têm sido feitas para resolver esse “problema” (luz criada em trânsito, Universo jovem com aparência de antigo, decaimento da velocidade da luz, modelo de Humphreys, sistema de coordenadas de Lisle, geometrias mirabolantes, outras variantes dessas ideias), mas cada tentativa esbarra em conflitos com a Bíblia, conflitos com as observações ou ambos. 

O caso JWST versus Big Bang 

Após nosso passeio por fake news antigas e fatos associados à Cosmologia, já temos uma noção mais clara sobre as motivações por trás das recentes fake news que envolvem um suposto atrito entre as observações do James Webb Space Telescope e o modelo do Big Bang. Também estamos munidos de informações que nos permitem identificar várias das fake news mais populares sobre o Big Bang. Mas vamos às novidades. 

A fagulha inicial desta vez parece ter sido uma ação de “trolls”. Vamos explicar esse neologismo. Muitas pessoas leem títulos chamativos, imediatamente tiram suas conclusões e passam a argumentar sem conhecimento de causa. Essas pessoas passaram a ser chamadas de “trolls” na era da Internet. 

Esse comportamento é antigo e é o mesmo que leva pessoas a utilizar descrições incorretas e até ridículas do modelo do Big Bang, as quais se originam essencialmente no nome enganoso dado por brincadeira por Fred Hoyle. 

Desta vez, o fenômeno não é diferente: uma parte do título espirituoso de um artigo foi o suficiente para iniciar a avalanche de fake news que testemunhamos nas últimas semanas. 

O título é: “Panic! At the disks: first rest-frame optical observations of galaxy structure at z>3 with JWST in the SMACS 0723 field”. A primeira parte desse título é uma brincadeira com o projeto musical “Panic! At the disco”, do músico americano Brandon Urie. Os autores do artigo ficaram bastante indignados com a má fé dos que geraram essa onda de fake news a partir do título bem-humorado do artigo. 

Alguns divulgadores sérios e tecnicamente competentes, como Anton Petrov e o Dr. Becky, também reagiram a esse fenômeno infeliz. Por outro lado, diversos blogs e canais sensacionalistas do YouTube, incluindo alguns que pretendem defender o criacionismo, uniram-se a Eric Lerner na divulgação de informações falsas. 

A título de exemplo, comentaremos um dos artigos que participou dessa ode ao Universo eterno (leia aqui). 

Quando alguém diz que vai falar sobre o Big Bang e fala sobre formação de galáxias, é como alguém que diz que vai falar sobre mecânica de veículos e então passa a falar sobre gado, pois o gado às vezes é transportado em caminhões. Gado e mecânica de veículos são assuntos muito diferentes, assim como Big Bang e evolução de galáxias são assuntos completamente distintos. O modelo do Big Bang não lida com a existência e muito menos com a formação e evolução de estruturas astronômicas como estrelas e galáxias. Nenhuma das equações do modelo trata disso. 

Vejamos alguns dos erros que aparecem já no início do artigo, a começar por um bastante leve a até desculpável, mas também erros graves na continuação: 

1. Chama o modelo do Big Bang de “teoria”. É um desvio menor, uma vez que muitos físicos aceitam essa expressão, até por não pensar muito em definições rigorosas para tais termos. Trata-se apenas de um modelo científico. Um modelo científico é a aplicação de uma ou mais teorias científicas a um caso particular. No caso do modelo do Big Bang, ele é uma aplicação da Termodinâmica e da Relatividade Geral ao espaço-tempo (Universo) como um todo. 

2. Diz que o Big Bang trata da criação do Universo sem Deus. Nada disso. As soluções das equações do modelo mostram que o tempo macroscópico teve uma origem e que o espaço se expande desde então (e estava todo preenchido desde o início). O modelo não tem alcance para dizer quem criou ou não o Universo (espaço-tempo), apenas diz que ele foi criado. De forma alguma ele coloca alguma alternativa para Deus. Pelo contrário, indicou a criação do Universo em uma época em que era comum acreditar-se que o tempo (Universo) era eterno. 

3. Diz que o Big Bang se refere a uma explosão de partículas. Essa ideia mostra total ignorância do assunto. Não existe explosão no modelo do Big Bang, exceto no sentido de que a criação do espaço-tempo foi rápida e físicos frequentemente referem-se a processos rápidos como processos explosivos. Um exemplo de processo explosivo foi a criação de vida na Terra, de acordo com o relato do Gênesis. Uma semana em termos cósmicos é um instante. Outro exemplo de explosão é a multiplicação de bactérias em um meio de cultura: trata-se de uma explosão populacional. Mas nenhuma dessas coisas é uma explosão no sentido popular, com estilhaços arremessados em todas as direções. 

4. O modelo do Big Bang é um conjunto de equações que, dada uma distribuição de energia-momentum-tensão ao longo do espaço, consegue descrever o comportamento global do espaço-tempo. Ele não toma conhecimento da existência de estrelas, aglomerados, galáxias, grupos de galáxias ou qualquer outro tipo de objeto astronômico. Essas coisas simplesmente estão fora do escopo do modelo. Nenhuma de suas equações trata desse tipo de informação. Formação de estrelas e galáxias está completamente fora do escopo. Por outro lado, existe um quadro maior em que os físicos trabalham, e esse, sim, além do Big Bang, inclui hipóteses sobre como as primeiras estrelas e galáxias poderiam ter sido formadas. 

5. Dado que o modelo do Big Bang fala sobre a expansão do espaço que iniciou com a criação do espaço-tempo, têm sido propostas hipóteses na tentativa de entender como poderia ter ocorrido a formação de estrelas e galáxias nas primeiras centenas de milhões de anos de vida do Universo. Essas hipóteses têm muito caminho a percorrer até chegarem a um ponto razoavelmente confiável. 

6. As galáxias (que alguns chamam de “maduras”) que podemos ver na infância do universo são minúsculas, uma fração do tamanho das galáxias anãs de hoje em dia. O que elas têm de semelhante a muitas galáxias atuais é que elas giram, como seria de se esperar de qualquer aglomerado de objetos em torno de algo muito massivo, como um buraco negro primordial (dos que se formaram juntamente com o espaço-tempo). 

7. A surpresa mencionada no artigo que deu origem aos boatos foi a de que existe uma grande proporção de galáxias em forma de disco já poucas centenas de milhões de anos após o nascimento do Universo. Como raramente se levam em conta buracos negros primordiais com grande massa, os astrofísicos tinham um viés de imaginar que as primeiras galáxias fossem menos regulares. Daí a surpresa e o título bem-humorado do artigo “Panic! At the disks”. Esse resultado está em perfeita harmonia com o modelo do Big Bang e também com o fato de que precisamos levar em conta os buracos negros primordiais, que induziriam uma formação de estrelas e galáxias muito mais rapidamente do que se pensava, e muito frequentemente em forma de disco. 

8. A alegação de que o JWST mostrou que o diâmetro aparente das galáxias contradiz o modelo do Big Bang também está errada, apesar de, pelo menos desta vez, tratar de um assunto realmente ligado ao Big Bang. O ponto é que existe uma distância a partir da qual o diâmetro aparente das galáxias (ângulo que os objetos formam em nosso campo de visão) inverte sua taxa de variação em relação à distância por causa da expansão do Universo prevista pelo modelo do Big Bang. O Hubble Space Telescope (HST) já tinha alcance suficiente para observar e confirmar esse fenômeno, de maneira que as imagens mais nítidas do JWST apenas confirmaram o que já se sabia e esperava nessa área. 

9. É verdade que foram encontradas galáxias (e muitas mais devem ser descobertas) a distâncias maiores do que se esperava, o que significa que as primeiras galáxias se formaram antes do que se imaginava, mas ainda dentro do esperado, se levarmos em conta buracos negros primordiais. Isso não entra em conflito algum com o modelo do Big Bang, apenas nos alerta de que mais coisas precisam ser levadas em conta nos modelos de surgimento das primeiras galáxias e estrelas.

10. Alguns têm alardeado que a metalicidade das galáxias mais distantes é a mesma das galáxias atuais. Esse tipo de afirmação é falsa. O que se observa na prática está dentro do razoável: muitas galáxias primordiais com predomínio de gigantes azuis, que possuem um ciclo de vida curtíssimo e que espalham os produtos de suas reações nucleares ao explodirem no fim da “vida”. É daí que vem a metalicidade delas. Mesmo assim, o máximo que se observa é uma metalicidade da ordem de um terço da do Sol, o que está na faixa esperada. Existem também galáxias mais pobres em estrelas com ciclo de vida tão curto; essas apresentam baixa metalicidade, como seria de se esperar. Em suma, apesar de algumas hipóteses sobre formação das primeiras galáxias precisarem ser revisadas, o que se tem atualmente ainda descreve razoavelmente bem o que se observa. Por outro lado, são justamente as pequenas surpresas das observações que mais motivam os pesquisadores e justificam seus rendimentos; por essas razões, devemos esperar títulos chamativos por um lado, e evitar agir como “trolls” por outro lado. 

Hebreus 1:2 e 11:3 mencionam a criação do tempo (no original grego). É essencialmente o mesmo fenômeno indicado pelo modelo do Big Bang. Não tem coisa alguma a ver com a terraformação descrita em Gênesis, mas tudo a ver com a criação do Universo por Deus mencionada no livro de Hebreus. 

Há quem divulgue fake news em boa fé, até pensando estar fazendo um trabalho para Deus. Infelizmente, existem também pessoas que tiveram a oportunidade de saber mais e se recusaram, talvez por receio de precisar retratar-se publicamente. 

Quanto a nós, pretendemos continuar o trabalho de alertar para absurdos que se alastram rapidamente entre leigos, especialmente quando o assunto transcende o cotidiano imediato, como é o caso da Cosmologia. 

(Eduardo Lütz é físico, mestre em Astrofísica e engenheiro de software)

sexta-feira, junho 24, 2022

A Cultura Casarabe

Em 25/5/2022, foi relatada pela revista Nature[1] a descoberta feita pelos arqueólogos Iriarte, Prümers, Betancourt e colegas, utilizando o sistema LiDAR (um radar que usa laser infravermelho), dos restos arqueológicos de cidades da Cultura Casarabe, que existiu entre cerca de 500 d.C. até 1.400 d.C., anteriores, portanto, à chegada dos colonizadores europeus nas américas: “Lidar reveals pre-Hispanic low-density urbanism in the Bolivian Amazon” (Lidar revela urbanismo pré-hispânico de baixa densidade na Amazônia Boliviana – tradução minha).

Essa cultura, que construiu cidades no meio da floresta amazônica antes dos europeus chegarem por aqui, e se localizava nos Llanos de Mojos, Bolívia, no sudoeste da Amazônia, em dois locais muito grandes, um com 147 ha (chamado de Cotoca) e outro com 315 ha (chamado de Landívar). A área total da cultura Casarabe atinge cerca de 3.400 km2, com o maior dos assentamentos com aproximadamente 500 km2.

Segundo os autores do estudo, arqueólogos e o professor José Iriarte, da Universidade de Exeter, e seus colegas, “a arquitetura cívico-cerimonial desses grandes locais de assentamento inclui plataformas escalonadas, além das quais estão estruturas em forma de U, montes de plataforma retangulares e pirâmides cônicas (que têm até 22 metros de altura). Os grandes locais de assentamento são cercados por bancos poligonais concêntricos ranqueados e representam nós centrais que estão conectados a locais de baixo escalão por estradas retas e elevadas que se estendem por vários quilômetros. A enorme infraestrutura de gestão da água, composta por canais e reservatórios, completa o sistema de assentamento em uma paisagem antropogenicamente modificada. Nossos resultados indicam que o padrão de assentamento da Cultura Casarabe representa um tipo de urbanismo tropical de baixa densidade que não foi descrito anteriormente na Amazônia.[2] (Tradução minha)

A agricultura era intensiva associada à aguacultura, com diversidade na organização sociopolítica, sistemas de controle de água, que abrangiam cerca de 120 mil km2, área aproximadamente equivalente à da Inglaterra.

A “domesticação” da Amazônia por essa cultura atingiu áreas enormes, em que o sensoriamento remoto moderno mostrou a presença de 189 grandes sítios monumentais, conhecidos como lomas, 273 locais menores e 957 km de canais e calçadas, em que a arqueologia mostrou que eram habitados o ano todo. Eram habitados por agricultores que plantavam milho, mandioca, arroz,[5] caçavam e pescavam.

Os achados incluem terraços de cinco metros de altura cobrindo 22 hectares – o equivalente a 30 campos de futebol – e pirâmides cônicas de 22 metros de altura. Os pesquisadores descrevem também uma infraestrutura maciça de gestão de água, composta por canais e reservatórios.[2]

A tecnologia do LiDAR permitiu aos cientistas Iriarte, Prümers, Betancourt e colegas mapear 24 sítios arqueológicos do povo Casarabe, inclusive o Cotoca e o Landívar, que são do tamanho de cidades.[3]

O professor Iriarte destaca: “Nosso sistema lidar revelou terraços construídos, calçadas retas, recintos com postos de controle e reservatórios de água. Existem estruturas monumentais [cada uma] a apenas uma milha de distância, conectadas por 600 milhas de canais – longas calçadas elevadas conectando locais, reservatórios e lagos.[5]

A figura 1 e a Figura 2, a seguir, mostram os grandes “assentamentos” Cotoca e Landívar:[1]

Figura 1: O sítio Cotoca. a, Ocupação da área de Cotoca lidar. b, Sítios e principais características arqueológicas reveladas pelo lidar na área de Cotoca. c, Imagem lidar do grande local de assentamento Cotoca com seções transversais A-B e C-D. m.a.s.l., em metros acima do nível do mar. (Tradução minha.) Figura 2 (à direita): a, Localização do transecto lidar para a área de Landívar. b, plano geral do site em que a seção mostrada em c está marcada. c, Imagem lidar com cortes de perfil. Recursos numerados: 1-5 montes de plataforma; 6-11, calçadas; 12, estrutura de função desconhecida. d, Profile corta A-B e C-D. (Tradução minha.)



A imprensa nacional repercutiu a descoberta nos meios eletrônicos, aqui[2], aqui[3], aqui[4], aqui [5] e aqui[6].

Essas grandes cidades antigas abandonadas não foram as únicas descobertas no meio das florestas pelo mundo. Outras cidades arqueologicamente comprovadas de urbanismo agrário de baixa densidade, como se referem os autores do estudo, foram relatadas sob as florestas tropicais do Sudeste Asiático, Sri Lanka e América Central.[1]

Relatei em meu livro sobre o Dilúvio,[7] a descoberta feita em 2018 na Guatemala, pelos arqueólogos, da cidade Maia de Péten, com cerca de 60 mil edifícios, entre tumbas, palácios e pirâmides (uma com 30 metros de altura), no Departamento de Petén, sob a selva amazônica, invisível de cima, pois está coberta pela floresta. Foi utilizada a mesma tecnologia a laser, chamada de LiDar, para fazer sensoriamento 3D do que existia abaixo da floresta e do relevo do solo.

A Figura 3 a seguir mostra parte dessa grande descoberta, ainda inexplorada pelas dificuldades de acesso e pela enorme cobertura da floresta sobre o local.

Figura 3: Cidade Maia de Péten, escondida sob a floresta amazônica no Departamento de Péten, na Guatemala.


Créditos: FUNDACIÓN PATRIMONIO CULTURAL Y NATURAL MAYA. EFE. El Pais. (2018)

Essa descoberta fez com que os historiadores e arqueólogos recalculassem a população Maia, que deveria chegar a pelo menos 10 milhões de pessoas, muito mais do que as estimativas anteriores.[8] Estima-se que a cidade de Péten foi fundada em torno de 1000 a.C. e desapareceu[9] em torno de 900 d.C.

Outro artigo, mais antigo, de 2008, relata a descoberta,[10] na região do Alto Xingu da Amazônia brasileira, no estado do Mato Grosso, de 28 áreas residenciais pré-históricas, que poderiam se estender por áreas de cerca de 17.500 km2 a até 50.000 km2.

Prümers, Betancourt e colegas destacaram em seu artigo[1] que assentamentos com mais de 100 ha excedem a maioria dos outros assentamentos da mesma cultura, e que são um fenômeno muito recente na história e são observados no mundo todo.

O esforço humano para fazer essas construções, terraços artificiais e edifícios de plataformas foi enorme, sendo a terra retirada de áreas próximas ao centro do assentamento. Em Cotoca a terra removida (uma faixa de 50 a 80 metros de largura) se transformou em lagos que se enchem nas chuvas.[1]

Para a área de Landívar foram movidos e assentados aproximadamente 276.000 m3, ao passo que em Cotoca foram 570.690 m3. Eles destacam que para Cotoca a terra movida é dez vezes a quantidade para a construção do Akapana (53.546 m3), a maior estrutura de Tiwanaku, nas terras altas bolivianas, que existia simultaneamente à cultura Casarabe.[1]

Cotoca tinha papel central dado o “impressionante sistema de canais e calçadas que irradiam da plataforma base em todas as direções cardeais, conectando-se com locais de nível inferior, o rio Ibare ao sul, e lagos a leste. Um canal de 7 km trouxe água da Laguna San José para Cotoca, indicando a escala de gestão paisagística e mobilização do trabalho”.[1] (Tradução minha.)

Cosmovisão criacionista bíblica

Não posso deixar de apresentar, como criacionista bíblico, a cosmovisão que temos sobre o desenvolvimento da história humana no planeta, que difere profundamente da visão tradicional ensinada nos bancos escolares de todos os níveis de nossa educação formal, em que a teoria da evolução é a base da História, e sua inferência é de que evoluímos de seres brutos e ignorantes que moravam em cavernas, caçavam e colhiam o que podiam comer.

Dessa cosmovisão surgiram teorias de que os humanos tiveram ajuda tecnológica extraterrestre para fazer tais construções, pois não se concebe que os humanos tenham sido plenamente capazes de construí-las, e faziam isso porque podiam.

A Bíblia relata que Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, inteligente, com linguagem para comunicação e apto a desenvolver tecnologias que o humano moderno poderia desenvolver.

O evento do Dilúvio relatado nela, que trato em meu livro,[7] coloca a origem da humanidade atual como descendente dos três filhos de Noé e suas esposas, e temos evidência genética desse fato, com a análise mitocondrial[16] (não temos informações se Noé teve outros filhos ou filhas após o Dilúvio), e seus descendentes relatariam não só tal evento como, eventualmente, a própria história da origem da humanidade de acordo com a Bíblia, com a perda de informação nas histórias relatadas ao longo dos séculos e milênios posteriores.

Isso é observado nos mais de 270 relatos de dilúvio em povos antigos sem contato com os hebreus ou cristãos modernos e a Bíblia.

Sir James George Frazer (1854-1941), influente antropólogo nos primeiros estágios dos estudos modernos de mitologia e religião comparada, reuniu em três volumes, Folk-Lore in the Old Testament ("O folclore no Antigo Testamento", 1918), totalizando 1808 páginas, tais relatos do Dilúvio, entre outros, do mundo todo, comprovando o hiperdifusionismo cultural, o que, além da própria história do dilúvio, também encontrou histórias da criação, muitas similares ao conteúdo do Gênesis bíblico. Obviamente, tal hiperdifusionismo cultural não é aceito pela Academia, que utiliza a narrativa da teoria da evolução humana como pressuposto de seus estudos e pesquisas.

Você pode acessar os volumes do trabalho de Sir James George Frazer (1854-1941) aqui[13], aqui[14] e aqui[15].

O hiperdifusionismo humano e cultural é uma comprovação do texto bíblico, que diz: “Essas são as famílias dos filhos de Noé, segundo as suas gerações, em suas nações; e delas foram disseminadas as nações da Terra depois do Dilúvio” (Gênesis 10:32).

O evento da Torre de Babel, que relata a confusão das línguas, também fez com que a humanidade de então migrasse por todo o planeta, levando o conhecimento de construção de cidades e suas respectivas tecnologias para os novos locais onde se assentariam. É o que se observa pelo mundo todo, conforme relatei em meu livro[7] em diversos exemplos.

Artigos interessantes sobre a migração para as américas podem ser lidos aqui[11] e aqui[12].

Os povos originados de Babel levaram o conhecimento e a tecnologia de construção, megaconstruções de cidades, que envolviam liderança vigorosa, administração e mobilização de recursos materiais e humanos, planejamento minucioso, para geração de alimentos (agricultura intensiva), transporte, utilizando os recursos naturais disponíveis localmente, e tirando deles o máximo proveito.

Destaco que os povos antigos não construíam vilas ou aldeias onde pretendiam morar definitivamente, mas construíam cidades e isso já acontecia antes do Dilúvio (Gênesis 4:17).

É o que vemos nas descobertas arqueológicas.

Tire suas próprias conclusões.

(Celio João Pires é pesquisador e autor de livros criacionistas)

Referências:

[1]Prümers, H., Betancourt, C.J., Iriarte, J. et al. Lidar reveals pre-Hispanic low-density urbanism in the Bolivian Amazon. Nature (2022). <https://doi.org/10.1038/s41586-022-04780-4>. Disponível em: <https://www.nature.com/articles/s41586-022-04780-4#Bib1>. Acesso em: 25.05.2022.

[2] Oliveira, Ingrid. Civilização pré-colonial na Amazônia boliviana construiu “cidades” na floresta, revela estudo.  CNN. São Paulo, SP. 26.05.2022. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/civilizacao-pre-colonial-na-amazonia-boliviana-construiu-cidades-na-floresta-revela-estudo/>.

Acesso em: 27.05.2022.

[3] Lopes, José Reinaldo. Estudo confirma que Amazônia tinha pirâmides de terra batida. Folha de São Paulo. São Carlos, SP. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2022/05/estudo-confirma-que-amazonia-tinha-piramides-de-terra-batida.shtml>. Acesso em: 25.05.2022.

[4] Lopes, José Reinaldo. Estudo confirma que Amazônia tinha pirâmides de terra batida. Folha de São Paulo. São Carlos, SP. Disponível em: <https://www.msn.com/pt-br/noticias/newsscienceandtechnology/estudo-confirma-que-amazônia-tinha-pirâmides-de-terra-batida/ar-AAXIRFx?li=AAggNbi>. Acesso em: 25.05.2022

[5] Da Redação. Isto é Dinheiro. Varredura a laser da Amazônia revela rede oculta de pirâmides. 27.05.22. Disponível em:

<https://www.msn.com/pt-br/noticias/ciencia-e-tecnologia/varredura-a-laser-da-amaz%c3%b4nia-revela-rede-oculta-de-pir%c3%a2mides/ar-AAXM9oA>. Acesso em: 27.05.2022.

[6] G1. Pesquisa descobre 'cidades' da era pré-colonial na Amazônia com pirâmides de até 22 metros de altura. 26.05.2022. Disponível em:

<https://g1.globo.com/ciencia/noticia/2022/05/26/pesquisa-descobre-cidades-da-era-pre-colonial-na-amazonia-com-piramides-de-ate-22-metros-de-altura.ghtml>. Acesso em 27.05.2022.

[7] Pires, Celio João. O Dilúvio: Impactos de asteroides, as extinções em massa, as glaciações, a formação do Atlântico e a Arca de Noé. 1ª ed. Curitiba, PR. Ed. Do autor, 2019. Pg. 605. Disponível em: <https://www.deusexisteumdesafio.com/capitulo/o-diluvio-impactos-de-asteroides-extincoes-em-massa-as-glaciacoes-a-formacao-do-atlantico-e-a-arca-de-noe>. Acesso em: 03.06.2018.

[8] LA CIUDAD MAYA DESCUBIERTA EN GUATEMALA, EN IMÁGENES. El País. 13.02.2018. Disponível em: < https://elpais.com/elpais/2018/02/12/album/151842

9337_635840.html#foto_gal_1>. Acesso em: 03.03.2018.

[9] DESCUBRIERON UNA GIGANTESCA CIUDAD MAYA EN LA SELVA DE GUATEMALA. Diário de Cultura. 06.02.2018. Ed. 3032. Disponível em: <www.diariodecultura.com.ar/museos-y-artes-plasticas/descubrieron-una-gigantesca-ciudad-maya-en-la-selva-de-guatemala/>. Acesso em: 04.03.2018.

[10] Heckenberger, Michael J., et al. “Pre-Columbian Urbanism, Anthropogenic Landscapes, and the Future of the Amazon.” Science, vol. 321, p. 1214. no. 5893, 29.08.2008, pp. 1214–17. JSTOR, <http://www.jstor.org/stable/20144705>. DOI: 10.1126/science.1159769. Acesso em: 03.06.2022.

[11] Alves, Everton. A Atlântida e a migração para as Américas após o período do gelo. Criacionismo. 21.02.2018. Disponível em:

 <http://www.criacionismo.com.br/2018/02/a-atlantida-e-migracao-para-as-americas.html>.Acesso em: 03.06.2022.

[12] Alves, Everton. A grande aventura americana: rotas migratórias. Criacionismo. 08.04.2018. <http://www.criacionismo.com.br/2018/04/a-grande-aventura-americana-rotas-de.html>. Acesso em: 03.06.2022.

[13] Sir James George Frazer (1854-1941); Frye, Northrop. Folk-Lore in the Old Testament: studies in comparative religion, legend and law, vol.1. 1919. London: Macmillan. 608 páginas. Disponível em: <https://archive.org/details/folkloreintheol01frazuoft/page/n8/mode/2up>. Acesso em: 04.06.2022.

[14] Sir James George Frazer (1854-1941); Frye, Northrop. Folk-Lore in the Old Testament: studies in comparative religion, legend and law, vol.1. 1919. London: Macmillan. 604 páginas. Disponível em: <https://archive.org/details/folkloreinoldtes02frazuoft/page/n6/mode/2up>. Acesso em: 04.06.2022.

[15] Sir James George Frazer (1854-1941); Frye, Northrop. Folk-Lore in the Old Testament: studies in comparative religion, legend and law, vol.1. 1919. London: Macmillan. 596 páginas. Disponível em: <https://archive.org/details/folkloreinoldtes03frazuoft/page/n6/mode/2up>. Acesso em: 04.06.2022.

[16] JEANSON, Nathaniel T. On the Origin of Human Mitochondrial DNA Differences, New Generation Time Data Both Suggest a Unified Young-Earth Creation Model and Challenge the Evolutionary Out-of-Africa Model. Answers in Genesis. 27.04.2016. Disponível em: <https://

answersingenesis.org/genetics/mitochondrial-dna/origin-human-mitochondrial-dna-differences-

new-generation-time-data-both-suggest-unified-young-earth/>. Acesso em: 24.03.2018.