quinta-feira, maio 13, 2021

Deus e as forças do caos: uma reflexão criacionista

Parmênides de Eleia, filósofo pré-socrático, imbuído de admiração perante a existência, afirmou no sexto fragmento do seu poema: “Há o que há”, “o ser é”. Ou ainda: “O certo é que existe alguma coisa, e isso é espantoso e prodigioso...!” Por causa de tal espanto, elaborou-se uma questão fundamental: “Por que há alguma coisa em vez de nada haver?” Essa intrigante pergunta gerou outra: “Por que há música em vez de ruído?” A primeira indagação nos coloca diante do mistério da existência; a segunda, chama nossa atenção para o fato de que a realidade segue um padrão ordenado. Então, se há música em vez de ruído, consequentemente a matéria não existe de forma desorganizada nem descontrolada. Percebemos – em todos os seus níveis – ordem, interdependência, beleza, funcionalidade e propósito, a indicarem um grau de planejamento estupendo. Diante dessa forte constatação, seria possível conceber o Universo como mero resultado do acaso e da ação de forças caóticas impessoais? Para o mundo pagão e na visão materialista de muitas mentes científicas modernas, sim; pelas lentes da cosmovisão judaico-cristã, jamais!

Na Teogonia, o poeta grego Hesíodo mostra o início do cosmos da seguinte maneira: “Sim, bem primeiro nasceu Caos [...]. / Do Caos, Érebo e Noite negra nasceram.” Nos versos hesiódicos, o Caos - estágio primordial, estranha potência, vale profundo, espaço incomensurável – viria antes do cosmos, sendo o progenitor de toda a criação, “a base opaca e primária, o pressuposto pré-histórico de toda gênese”. O poeta romano Ovídio chamou-o rudis indigestaque moles (Metamorfoses 1,7), massa informe e confusa. Já os antigos nórdicos tinham um nome para o abismo primordial: Ginnungagap.O Gênesis, contudo, opõe-se diametralmente às concepções pagãs, como se vê no primeiro capítulo do livro bíblico, narrativa considerada mitologia judaica por muitos intérpretes equivocados. O princípio criacionista, todavia, não está só em Gênesis; perpassa a Escritura inteira mostrando que “Ele [Deus] fez a terra com o Seu poder; Ele estabeleceu o mundo com a Sua sabedoria, e com a Sua inteligência estendeu os céus” (Jr 10:12). Haja luz! Ela brilha desse relato único. Por conseguinte, as origens não derivam da obscuridade, mas da Causa pessoal jamais causada, que fez surgir o tempo e estabeleceu o Universo sobre leis físicas inabaláveis sustentadas por Seu poder sobrenatural.

Em Gênesis a criação é fruto da vontade divina que, sem esforço algum, profere ordens para o caos primitivo. Consoante o teólogo Laurence A. Turner, “não existe a sugestão de que esse caos fosse uma força ativamente oposta a Deus, como em alguns mitos antigos do Oriente Médio, ou de que Deus tivesse criado algo de um padrão inferior”. Outro teólogo, Richard M. Davidson, evita usar a palavra caos “para descrever essa condição do planeta antes da semana da criação. Alguns têm alegado que os termos tohu-bohu se referem a um ‘universo caótico’, não organizado’. Porém, o estudo cuidadoso [...] mostra que esses termos se referem não ao caos, mas a um estado de ‘vazio improdutivo’ em Gênesis 1:2”.

Na queda humana em pecado surgiu uma nova condição, o grande conflito entre a ordem da criação e os elementos caóticos. Desde esse acontecimento, o caos se espalhou em todas as direções e em todos os lugares: na história milenar de nossa raça, na natureza, nas sociedades e no interior das pessoas – algo “onipresente”, bem notório e marcante na realidade física. O mundo natural, por exemplo, sofre com catástrofes, desastres ambientais, pandemias e outras ocorrências de grande alcance e terríveis resultados. Apesar de tão triste cenário, entretanto, “onde quer que você olhe, para o exterior ou para o interior, você vê ordem. Por mais que nosso mundo tenha sido danificado pelo pecado, ainda podemos ver a ação de nosso Criador no desígnio e na ordem do mundo natural”, refletiu certo observador da natureza. Para o ilustre francês Pierre P. Grassé, autor de um importante tratado de zoologia, “se bem que nem tudo seja perfeito, o mundo dos seres vivos tem muito pouco de caótico, e a vida é consequência de uma ordem muito rigorosa. No momento em que aparece um fator de desordem, por ínfimo que seja, em um ser organizado, sobrevém nele a enfermidade e a morte. Os fenômenos vitais não acontecem com anarquia”. A natureza, bastante combalida, ainda traz em sua estrutura a marca do projeto inteligente e a lembrança de sua perfeição original, além de apontar para a futura restauração. Sua mensagem é clara: “O mundo, embora caído, não é todo tristeza e miséria. [...] Há flores sobre os cardos, e os espinhos acham-se cobertos de rosas.” 

Quando o patriarca Jó recebeu uma enxurrada inexplicável de eventos caóticos, confundiu-se e não soube discernir o porquê de acontecimentos trágicos desabarem sobre si. Sendo um homem de fé, ele, no entanto, angustiou-se. Apenas quando Deus lhe apareceu, Jó pôde compreender que as forças da criação, ativas no grande conflito cósmico, continuavam dominadas. O Beemote e o Leviatã – respectivamente criaturas descomunais da terra e do mar (Jó 40:15; 41:1) – foram apresentados ao homem da terra de Uz como potências amedrontadoras que só Deus poderia subjugar. Dessa forma, pela experiência de Jó, somos convidados a olhar além das aparências contingenciais da vida a fim de discernir o Poder que controla e mantém a Terra. É por causa de Deus que o caos não reina inteiramente. Em razão Dele – no Qual “vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28) e em Quem todas as coisas subsistem –, a história, a natureza e a vida humana seguem em luta contra o absurdo.

Se “Deus não é Deus de desordem” (1 Co 14:33), que mensagem o caos avassalador pode comunicar ao homem contemporâneo, já que o século 21 é abissal, confuso e repleto de perplexidades? O caos clama e grita, indicando a necessidade de paz e harmonia em face da turbulência; ele representa a inquietude a convidar o agir imediato de Deus. As águas primitivas no princípio da criação, símbolos de agitação e barulho, revolviam-se nas trevas, rogando pela aproximação do Ordenador divino. Elas representam o movimento conturbado das “águas humanas” que aguardam a palavra do Criador para sossegar. A confusão é um anseio pela presença de Alguém capaz de criar um novo estado de coisas, pondo paz e harmonia na existência atribulada: “Salva-me, ó Deus, porque as águas me sobem até à alma. Estou atolado em profundo lamaçal, que não dá pé; estou nas profundezas das águas, e a corrente me submerge" (Sl 69:1 e 2). Na perturbação não se escuta a voz divina; é o mundo barulhento que “fala” desejando “ouvir” essa voz. Quando tudo é escuridão e descontrole, a alma humana precisa escutar: “Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus” (Sl 46:10). O mundo buliçoso e o ser inquieto tranquilizam-se quando se submetem e obedecem à Palavra divina.

Acima das “teorias do caos”, com seus padrões desconstrucionistas e a-históricos de estrutura, persistem os comandos da Voz que deu forma e beleza às coisas e seres. No futuro haverá a soltura dos “ventos” (Ap 7:1-3) causadores de destruição, mas podemos estar certos de que as origens nos revelam como será o fim: Deus intervirá, dominando e eliminando as potências tenebrosas e destrutivas deste planeta caído. As forças do caos, naturais ou sobrenaturais, jamais vencerão as ordens poderosas do Criador.

(Frank de Souza Mangabeira)

quarta-feira, maio 12, 2021

Religião: Ponte ou barreira ao conhecimento científico?

Em dezembro de 2020, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) promoveu uma mesa redonda sobre os desafios da comunicação científica para a sociedade. Dentre os três convidados, chamou atenção a presença da pesquisadora alemã, M.A. Viola Van Melis, chefe do departamento que desenvolve estudos na área de religião, política, sociedade e divulgação científica da Universidade de Münster, na Alemanha. Em sua exposição, Viola ressaltou a importância da integração da religião na divulgação científica. Ela levou em consideração o fato de que a Europa cada vez tem se tornado um continente diverso, em relação à religião, possuindo presença muçulmana cada vez maior, além de judeus, cristãos, assim como outras denominações.

 No contexto atual, não há como negar a integração da religião na sociedade, principalmente quando falamos sobre políticas públicas, ciência e criação de estratégias para comunicação que atinjam também a esses públicos. A religião tem um papel central no mundo em que vivemos, ela molda a forma como vemos e interpretamos os fatos e fenômenos do mundo ao nosso redor, nossos costumes, hábitos, tradições e, portanto, deve ser levada em consideração sempre em todas as iniciativas.

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terça-feira, maio 11, 2021

Novo fóssil de pterossauro revela mais design inteligente na natureza

 

Há cerca de 100 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista], répteis voadores gigantescos com pescoços mais longos do que os das girafas cruzavam os céus do Marrocos moderno. Os cientistas acham que esse tipo de pterossauro, com mandíbula grande e pescoço fino, se alimentava de peixes, pequenos mamíferos e até bebês dinossauros. Mas como o pescoço não se partia enquanto carregavam suas presas é um mistério. Agora, um novo estudo mostra que os ossos internos tinham uma estrutura intrincada em forma de raios que os tornava fortes e estáveis, mas leves o suficiente para voar.

Os pterossauros azhdarchid (em homenagem a uma criatura semelhante a um dragão na mitologia persa) do Marrocos são alguns dos maiores animais voadores que já existiram. Com envergadura de asas de até oito metros e pescoços de até 1,5 metro, os cientistas sempre se perguntaram como o corpo incomum lhes permitia caçar, andar e voar. “Com o tamanho, vêm todos os tipos de problemas biológicos complicados”, diz Nizar Ibrahim, anatomista e paleontólogo da Universidade de Portsmouth e coautor do estudo. “Como você constrói um esqueleto para um aviador gigante?”

Para aprender mais sobre os ossos, os pesquisadores examinaram a estrutura interna de uma vértebra do pterossauro azhdarchid bem preservada; tinha quase 100 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista] e foi encontrado nos leitos Kem Kem, uma região rica em fósseis perto da fronteira do Marrocos e da Argélia. Usando tomografia computadorizada de raios-x e modelagem 3D, os cientistas descobriram que a vértebra estava cheia de dezenas de pontas de um milímetro de espessura, chamadas trabéculas, que se cruzam como os raios de uma roda de bicicleta em seção transversal, formando uma hélice ao longo do osso. Os raios circundaram um tubo central onde estaria a medula espinhal do animal. “Nós simplesmente não podíamos acreditar”, disse Cariad Williams, paleontóloga da Universidade de Illinois, Urbana-Champaign, que primeiro examinou os resultados. “Nunca vimos nada assim antes. Foi realmente impressionante.”

Para testar se os raios forneciam suporte extra aos ossos, os pesquisadores fizeram alguns modelos matemáticos. Eles descobriram que apenas 50 trabéculas quase dobraram a capacidade da vértebra de carregar peso, [conforme relataram] na iScience. Os pesquisadores também calcularam que o pescoço de seu espécime poderia levantar presas pesando entre 9 e 11 kg, aproximadamente o tamanho de um peru grande. “É um verdadeiro feito da engenharia biológica”, diz Ibrahim.


Além de permitir que os pterossauros pegassem e levantassem suas presas, a intrincada estrutura óssea do pescoço poderia tê-los ajudado a resistir aos fortes ventos que golpeavam seu grande crânio durante o vôo ou aos golpes violentos de outros machos durante brigas de rivalidade, observam os autores.

Muitos cientistas suspeitaram que os pterossauros azhdarchidae comiam presas grandes, mas esta é a primeira vez que pesquisadores testam essa hipótese com informações sobre a estrutura óssea interna, afirma o paleontólogo Rodrigo Pêgas, da Universidade Federal do ABC, em São Bernardo. A análise que a equipe usou para mostrar como as vértebras responderiam a forças externas foi particularmente boa, diz Pêgas. “É interessante que eles foram capazes de demonstrar quantitativamente que o animal era capaz de levantar [tal] presa.” [...]

 (Science)

Leia mais sobre design inteligente aqui.





quinta-feira, maio 06, 2021

Morcegos nascem sabendo a velocidade do som

Foi em 1793 que o cientista criacionista Lazzaro Spallanzani[1] concluiu que a percepção e localização do voo dos morcegos não estava ligada à visão. Alguns meses depois, um colega cientista repetiu os experimentos de Spalanzani e concluiu que morcegos com os olhos vendados eram guiados pela audição.[2] Atualmente, chamamos essa capacidade dos morcegos e de outros animais que também a possuem, como baleias e golfinhos, de ecolocalização. 
A ecolocalização dos animais consiste no fenômeno de reflexão das ondas sonoras, ou o que chamamos de eco. Os morcegos são animais de hábitos noturnos. Ao se movimentarem durante a noite ou em lugares escuros, eles emitem sons de alta frequência. As ondas sonoras, então, são refletidas por obstáculos que estiverem em seu caminho. Dependendo da intensidade com que elas chegam até o morcego, ele consegue ter ideia da distância e do tamanho do objeto. É o mesmo princípio de funcionamento do sonar. Por isso, os morcegos dependem da velocidade do som para se localizar.

Atualmente, sabemos que os animais desenvolvem e aprendem habilidades ao se adaptarem ao meio em que vivem. Aves aprendem o canto específico de sua espécie, onças aprendem a caçar e a subir em árvores, mas alguns pesquisadores se perguntaram se os morcegos aprendiam a usar a ecolocalização ou se essa característica era inata. E descobiram que os morcegos já nascem sabendo se ecolocalizar.

O experimento

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da universidade de Tel Aviv verificaram como os morcegos adaptam sua ecolocalização usando a velocidade do som. Eles treinaram oito indivíduos da espécie morcego-de-kuhl (Pipistrellus kuhlii) para voar para uma plataforma dentro de uma câmara, enriquecida com gás hélio o suficiente para aumentar a velocidade do som em 15%. Como o hélio é menos denso que os outros gases do ar atmosférico, o som viaja nele em uma velocidade maior. Logicamente o que se poderia esperar é que o reflexo do eco iria retornar aos morcegos mais rapidamente, o que significaria ao morcego que o objeto está mais perto do que ele deveria estar.[3] 

Ao fim do experimento, os pesquisadores verificaram que o hélio interferiu no ritmo (ou “timing”) da ecolocalização dos morcegos, no entanto, eles conseguiram chegar e se acomodar na plataforma. Isso já era esperado, mas os pesquisadores ficaram surpresos porque esses morcegos não foram ensinados a se ajustar a diferenças na velocidade do som.

Em uma nova fase do estudo, os pesquisadores usaram 11 filhotes da mesma espécie de morcego, criando cinco deles, desde o nascimento, em uma câmara enriquecida com hélio e o restante deles, o outro grupo, foi criado em condições normais. Quando os filhotes estavam grandes o suficiente para aprender a voar, os pesquisadores os treinaram para que eles voassem até a plataforma.

Os pesquisadores então trocaram os grupos de morcegos de lugar. Os que foram criados num ambiente com mais hélio, foram colocados em uma câmara com concentração normal da atmosfera; os que estavam em um ambiente normal, foram colocados na câmara com concentração maior de hélio. Ao fim do experimento, os dois grupos de morcegos se comportaram da mesma forma, perceberam a plataforma mais perto no ambiente rico em hélio, e mais distante no ambiente com ar em condições normais. Isso mostrou que não importa em qual ambiente os morcegos tenham crescido, sua percepção da velocidade do som foi idêntica. Isso sugere que a localização e a forma como os morcegos identificam a velocidade do som é inata, ou seja, eles nascem sabendo.

A ecolocalização é uma característica essencial à vida dos morcegos e a outros mamíferos marinhos também. Muitos afirmam que o fato desses animais compartilharem características tão complexas mostra a ancestralidade comum dessas espécies. Isso já foi discutido aqui. Mas é interessante pensar que Deus, ao planejar Sua criação, usou padrões para criar os seres vivos, aproveitando o mesmo recurso, mas em espécies diferentes, que vivem em habitats diferentes. Agora, faça um exercício e imagine as chances de animais de linhagens diferentes evoluírem um recurso, várias vezes, ao longo de milhões de anos, de forma independente. Parece muito improvável, até mesmo sob a cosmovisão naturalista. Essas informações fazem muito mais sentido sob a ótica da Teoria do Design Inteligente: há um ser inteligente que planejou e desenhou essas características que ficaram impressas no DNA de Sua criação.

(Maura Brandão é bióloga e doutora em Ciências)

1. O cientista Lazzaro Spallanzani (1729-1799) foi um padre católico, naturalista, professor de física e matemática que viveu no século 18. Ele é muito conhecido nos livros de biologia do ensino médio por demonstrar, por meio de seus experimentos no século 18, que não há como vida surgir espontaneamente, abrindo caminho para um brilhante cientista, conhecido como Louis Pasteur.

2. DIJKGRAAF, S. Spallanzani’s unpublished experiments on the sensory basis of object perception in bats. Isis; an international review devoted to the history of science and its cultural influences, v. 51, p. 9–20, 1960. 
 
3. YOVEL, E. A. Y. Echolocating bats rely on an innate speed-of-sound reference. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 118, n. 19, 2021. 

https://www.newscientist.com/article/2276404-bats-dont-have-to-learn-the-speed-of-sound-theyre-born-knowing-it/

terça-feira, maio 04, 2021

“Múmia” de dinossauro tão bem preservada que tem pele e barriga intactas

Os cientistas o aclamam como o espécime de dinossauro mais bem preservado já descoberto. É por isso que não se podem ver seus ossos – eles permanecem cobertos por pele e armadura intactas. Encontrado acidentalmente por mineradores no Canadá, este nodossauro fossilizado tem mais de 110 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista], mas ainda são visíveis na pele. De acordo com o Museu de Paleontologia Real Tyrrell, em Alberta, Canadá, que recentemente revelou a descoberta, o dinossauro está tão bem preservado que, em vez de um “fóssil”, poderíamos chamá-lo com segurança de “múmia de dinossauro”. Os pesquisadores que examinaram a descoberta ficaram impressionados com seu nível de preservação quase sem precedentes. A pele, a armadura e até algumas das entranhas da criatura estavam intactas – algo que nunca tinham visto antes.

Esse dinossauro foi construído como um tanque. Membro de uma espécie recém-descoberta chamada nodossauro, era um enorme herbívoro de quatro patas protegido por uma armadura pontiaguda e revestida. Pesava aproximadamente 1.300 quilos. Para se ter uma ideia de quão intacto o nodossauro mumificado está: ele ainda pesa uma tonelada!

Embora a forma como a múmia dos dinossauros possa permanecer tão intacta por tanto tempo permaneça um mistério, os pesquisadores sugerem que o nodossauro possa ter sido varrido por um rio inundado e levado ao mar, onde acabou afundando no fundo do oceano. Com o passar dos milhões de anos, os minerais poderiam ter se estabelecido na armadura e na pele do dinossauro. Isso pode ajudar a explicar por que a criatura foi preservada de uma forma tão realista. [Sempre mais ou menos a mesma história.] 

Os pesquisadores nomearam o nodossauro Borealopelta markmitchelli de 5,5 metros (18 pés de comprimento) em homenagem ao técnico do Royal Tyrrell Museum, Mark Mitchell, que passou mais de sete mil horas desenterrando com cuidado o fóssil de seu túmulo rochoso. Mas quão "realista" é realmente o espécime? Bem, aparentemente a preservação foi tão boa que os pesquisadores foram capazes de dizer a cor da pele do dinossauro usando técnicas de espectrometria de massa para detectar os pigmentos reais. Dessa maneira, eles descobriram que a coloração do nodossauro era de um marrom avermelhado escuro na parte superior do corpo – e mais claro na parte inferior. Como esse dinossauro era um herbívoro, sua cor de pele deve ter desempenhado um papel importante na proteção dos enormes carnívoros presentes na época. [...]

Como se a preservação da pele, armadura e tripas não fosse impressionante o suficiente, a múmia de dinossauro também é única, pois foi preservada em três dimensões, com a forma original do animal mantida. Segundo um pesquisador, “ele entrará na história da ciência como um dos espécimes de dinossauros mais bonitos e mais bem preservados – a Mona Lisa dos dinossauros”.

(Earthly MissionATICNNScience Alert, via Revista Saber é Saúde)







segunda-feira, maio 03, 2021

Lançado primeiro módulo da estação espacial chinesa

A China enviou ao espaço [na] quinta-feira o módulo central da sua estação espacial, dando início a uma série de missões de lançamento que visam concluir a construção da estação até o fim do próximo ano. O módulo, chamado Tianhe (Harmonia dos Céus), atuará como centro de gerenciamento e controle da estação espacial Tiangong (Palácio Celestial), com uma unidade que pode acoplar até três espaçonaves por vez para estadias curtas, ou duas para estadias longas. O Tianhe tem um comprimento total de 16,6 metros, diâmetro maior de 4,2 metros e massa de decolagem de 22,5 toneladas. É a maior espaçonave desenvolvida pela China até agora.

Quando pronta, a estação espacial Tiangong terá a forma de T, com o módulo central no meio e uma cápsula de laboratório em cada lado. Cada módulo terá mais de 20 toneladas. Quando a estação estiver com espaçonaves tripuladas e de carga atracadas, sua massa deverá chegar a quase 100 toneladas.

A estação operará na órbita baixa da Terra a uma altitude de 340 km a 450 km, similar à da Estação Espacial Internacional. A vida útil projetada da estação é de 10 anos, mas os especialistas acreditam que ela poderá durar mais de 15 anos com manutenção e reparos adequados.

"Aprenderemos como montar, operar e manter grandes espaçonaves em órbita e pretendemos transformar o Tiangong em um laboratório espacial estatal que apoie a longa permanência de astronautas e experimentos científicos, tecnológicos e de aplicação em larga escala", disse Bai Linhou, da CNSA, a agência espacial chinesa.

Como base da estação, o Tianhe ajudará os engenheiros a realizarem a verificação de tecnologias-chave, incluindo painéis solares flexíveis, sistemas de comunicação de banda larga e, acima de tudo, um novo sistema de suporte de vida.

A mais longa estadia no espaço até agora pelos astronautas chineses é de 33 dias. "Nas missões anteriores, enviamos água e oxigênio para o espaço junto com astronautas. Mas para uma estadia de três a seis meses, água e oxigênio lotariam a nave de carga, deixando nenhum espaço para outros bens e materiais necessários. Então instalamos o módulo central com um novo sistema de suporte de vida para reciclar urina, condensado de respiração exalado e dióxido de carbono", explicou Bai.

A China também lançará este ano a nave de carga Tianzhou-2 e a nave tripulada Shenzhou-12 para atracar com o módulo central. Três astronautas estarão a bordo da Shenzhou-12 e ficarão em órbita por três meses. "Vamos transportar primeiro materiais de apoio, peças de reposição necessárias e equipamentos e depois nossa tripulação", anunciou Hao Chun, também da CNSA.

A nave de carga Tianzhou-3 e a nave tripulada Shenzhou-13 serão lançadas no final deste ano para atracar com o Tianhe, quando outros três astronautas começarão sua estadia de seis meses em órbita.

Após as cinco missões de lançamento deste ano, a China planeja seis missões, incluindo o lançamento dos módulos de laboratório Wentian e Mengtian, duas naves espaciais de carga e duas naves espaciais tripuladas em 2022, para concluir a construção da estação espacial. [...]

(Inovação Tecnológica)

Nota: Para desespero dos terraplanistas (que creem que a Terra é um disco plano coberto por um domo sólido intransponível), a Nasa não é a única agência espacial a enviar astronautas ao espaço, lançar foguetes e sondas, etc. Coreia do Norte, Japão e Índia já fizeram isso. [MB]