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Sinais de involução |
Darwin
foi o primeiro a propor a relação de parentesco evolutivo entre os seres
humanos e os grandes macacos, incluindo o crescimento gradativo da capacidade
craniana e do volume do cérebro. Para os evolucionistas, a evolução dos humanos
é um fato e está relacionada ao grande cérebro que estes possuem. Para eles, a
maior evidência pode ser encontrada no registro fóssil.[1] Pois bem, infere-se
que a capacidade craniana aumentou de 500 cm³ para 1.200 cm³ entre os primeiros
Homo habilis e o Homo erectus, em pouco mais de um milhão de anos. Seus sucessores,
o Homo sapiens neandertalensis
(nomenclatura usada para considerar o homem de Neandertal uma subespécie do
homem atual), surgido há supostos 300 mil anos, e o Homo sapiens sapiens (homem moderno), há 120 mil anos, aumentaram a
capacidade craniana para o valor atual de 1.450 cm³. Por
outro lado, como podemos ter certeza de que essas inferências são reais? O que
não faltam são evidências mostrando que “especialistas” têm erroneamente
classificado fósseis como sendo de espécies de hominídeos, tal como afirma Ian
Tattersall, antropólogo do Museu Americano de História Natural de Nova York: “Novos
fósseis têm sido acidentalmente atribuídos a espécies de Homo, com o mínimo de
atenção aos detalhes de morfologia.”[2]
Além
disso, um fato contrário à perspectiva evolucionista do aumento gradativo da
capacidade craniana apareceu no tempo de Darwin. Em 1856, isto é, três anos
antes da publicação de A Origem das
Espécies, os restos fósseis da espécie Neandertal foram descobertos na
Gruta de Feldhofer, no Vale de Neander, Alemanha. O curioso é que a calota
craniana do homem de Neandertal é aproximadamente 10% maior em volume que o do homem
moderno.[3] Darwin tinha ciência desse fóssil, mas, mesmo assim, se esforçou
para tornar primitivos e abrutalhados nossos supostos ancestrais. Para ele, os
Neandertais eram subumanos, quase bestas. Nesse sentido, ele foi um péssimo
observador, pois não entendeu o significado da capacidade craniana de 1.600 cm³
do Neandertal em relação aos 1.450-1.500 cm³ dos humanos de hoje.
Em
1868, por sua vez, o geólogo Louis Lartet descobriu cinco esqueletos de Homo sapiens no abrigo de Cro-Magnon, em
Dordogne, no Sudoeste de França. Dentre eles, o crânio do famoso Cro-Magnon (de
um homem idoso) era o que tinha o melhor crânio.[4] Em relação aos nossos
ancestrais mais próximos, o crânio de Cro-Magon é considerado o fóssil mais
antigo de Homo sapiens conhecido na
Europa. Forte e musculoso, o homem de Cro-Magnon tinha o crânio grande e
estreito, a fronte reta e a face curta e larga. A altura média do Cro-Magnon
era de 1,80 m, enquanto os neandertais clássicos tinham uma altura média de
1,65 m.
O
crânio do Cro-Magnon é literalmente o mais velho antepassado Homo sapiens (com supostos 28 mil anos)
descoberto até hoje na Europa. Daí a importância de seu estudo. Mas o que nos
intriga em relação ao fóssil do Cro-Magnon é sua medida craniana de 1.700 cm³, volume
grande quando comparado à média craniana de 1.450-1.500 cm³ dos humanos atuais.
Aqui vemos nitidamente mais um fato contrário à perspectiva evolucionista do
aumento gradativo da capacidade craniana.
Em
2010, dois paleoantropólogos franceses conseguiram, pela primeira vez,
reconstituir em 3D o formato do cérebro do homem de Cro-Magnon. A observação
imediata por parte dos investigadores foi a de que aquele cérebro “era claramente
maior do que a média atual”.[4] Aquele “era uma cérebro muito musculoso”, de
acordo com os cientistas franceses. A conclusão foi a de que, “ao longo da
evolução nos últimos 50 mil anos, a dimensão corporal do homem diminuiu um
pouco e seu crânio também acompanhou em média essa tendência”, explicou o
paleoantropólogo Antoine Balzeau, do Museu Nacional de História Natural, em Paris.
Em
2008, uma pesquisa realizada por geneticistas evolucionistas já havia confirmado
que o homem de Cro-Magnon é o ancestral dos europeus modernos.[5] Está bem
estabelecido que sua semelhança com os humanos modernos está presente tanto em
nível anatômico quanto em nível genético. Segundo a pesquisa, o Cro-Magnon saiu
da África há supostos 40 mil anos e se estabeleceu no continente Europeu. Teria
vivido há supostos 28 mil anos no sul da Itália, e coabitado com os
neandertais.
Se
essa hipótese evolutiva estiver correta, como explicar o fato de que, em 40 mil
anos de existência, só nos últimos seis mil anos é que o Cro-Magnon desenvolveu
a habilidade de registrar sua história de maneira mais significativa? Para os
criacionistas, o homem de Cro-Magnon pode ter sido um homem das cavernas
pós-diluviano, responsável por algumas pinturas rupestres notáveis (verdadeiros
artistas) em cavernas também pós-diluvianas, como a gruta de Lascaux, na França.[6]
Sob essa perspectiva, não há chances de que eles sejam semelhantes às figuras
que se veem em livros didáticos ou caricaturas de histórias em quadrinhos. Para
os criacionistas, o homem de Cro-Magnon é essencialmente o mesmo que os
europeus modernos, apenas representando uma geração mais antiga.[7]
Em
2003, foram descobertos os fósseis cranianos do homem de idaltu, espécie humana
anatomicamente moderna mais antiga que se conhece (cerca de 160 mil anos atrás),
escavados em um sítio paleontológico na Etiópia.[8] O estudo descreveu três
crânios fossilizados, dois adultos e uma criança, encontrados na vila de Herto,
230 quilômetros a nordeste da capital da Etiópia. A nova subespécie foi chamada
de Homo sapiens idaltu. O homem de
idaltu se situa, na escala evolutiva de tempo, entre hominídeos mais primitivos
(também encontrados na África) e os humanos atuais – da subespécie Homo sapiens sapiens. O resultado da
análise dos fósseis revelou que o homem de idaltu era mais alto que os homens atuais
e seu cérebro era ligeiramente mais volumoso.[9] Portanto, ele também está fora
do esquema evolutivo clássico. Para os criacionistas, o homem de idaltu também é
um ser humano pós-diluviano.
Em
2014, um estudo realizado por pesquisadores chineses evolucionistas analisou
500 moldes de cérebros criados a partir das impressões no interior de crânios dos
últimos sete mil anos na escala de tempo evolutiva.[10] Os resultados
confirmaram o que se suspeitava: o cérebro humano está ficando menor. E não é
apenas uma área particular do cérebro que está encolhendo, o cérebro inteiro
foi ficando cada vez menor. Para os autores, essas alterações podem estar sendo
causadas por mutações genéticas aleatórias e mudanças epigenéticas em resposta
a alterações no ambiente.
É
interessante esse resultado, pois há dezenas de anos os criacionistas vêm
afirmando que, após o dilúvio, o ser humano foi degenerando (involuindo) em
estatura e em longevidade, devido a um conjunto de fatores: (1) pecado; (2) passagem
da alimentação natural (vegetarianismo) para o consumo emergencial de carne diante
da escassez de vegetação pós-diluviana; (3) mudanças climáticas pós-diluvianas,
tais como a diminuição do oxigênio na atmosfera e a maior incidência de
radiação cósmica;[11-13] (4) doenças devido ao acúmulo de mutações genéticas
rápidas que passaram a ocorrer em uma mesma geração devido à ação de
transpósons; essas mutações deletérias forçaram uma explosão da variação do
genoma humano há cerca de cinco mil anos atrás.[14, 15]
Cabe
ressaltar, ainda, que o conceito de “homem das cavernas” geralmente é atribuído a descobertas de
restos fósseis de ossadas humanas em grutas e abrigos sob rochas. Diante disso,
é interessante fazer um apanhado dos textos bíblicos que se referem a cavernas,
para analisar seu contexto em comparação com o conceito já mencionado de “homem das cavernas”. Em diversos textos (Gênesis 19:30; 23:3-20; 25:09; 49:29-33), vemos que as
cavernas constituíam abrigos emergenciais, sepulturas e locais de habitação de
certo tipo de população marginalizada expulsa das cidades em virtude de certas
patologias (lepra ou distúrbios mentais). Por isso, não seria de admirar que
esses fósseis humanos encontrados em cavernas viessem hoje a ser considerados
pelos evolucionistas como sendo seres que não tivessem ainda atingido sua
“plenitude evolutiva”.[16]
O ser humano está ficando
mais burro?
Os
grandes historiadores concordam que os documentos históricos encontrados até o
presente momento apontam para uma história humana recente. A humanidade surgiu
há aproximadamente cinco mil anos, em termos de documentos históricos
comprovados.[6] Essa é uma evidência forte no apoio à historicidade do relato
bíblico, com um detalhe importante: o surgimento das antigas civilizações,
demonstrando grande conhecimento e domínio profundo de diversas áreas. É fato
que muitas construções do passado não podem ser reproduzidas com a tecnologia
que temos hoje. As mentes mais “brilhantes” do mundo atual não conseguem
conceber que seres humanos do passado possam ter sido mais fortes e
inteligentes do que os de hoje, levando-os a formular a hipótese de que
extraterrestres tenham trazido grandes conhecimentos à Terra.[17]
Civilizações
extintas são conhecidas por terem tido incríveis conhecimentos tecnológico,
astronômico, matemático, agrícola, pecuário e médico. É compreensível o fato de
que os naturalistas modernos não consigam entender como grandes construções
foram levantadas, tais como as pirâmides do Egito, as mais altas estruturas
feitas pelo ser humano, recordistas por mais de 3.800 anos. Além de outras
pirâmides (México, China e Peru), monumentos e projetos arquitetônicos Incas
(Machu Picchu, por exemplo), grandes construções escavadas em cavernas, obras
imensas de engenharia, tais como a Arca de Noé e a Torre de Babel, entre muitos
outros.
O
fato de o cérebro humano ter encolhido 10% nos últimos 30 mil anos (isso segundo o modelo evolucionista; o
que equivalente a cerca de quatro mil anos no modelo criacionista) levou os
pesquisadores a uma conclusão radical: “Com a emergência de sociedades mais
complexas, o cérebro humano foi se tornando menor, porque os indivíduos já não
necessitavam ser tão inteligentes para sobreviver”, explicou o professor de
Psicologia David Geary, da Universidade de Missouri.[18]
Fica
evidente aqui o pressuposto evolucionista do autor ao sugerir que a sociedade
moderna seria bem mais complexa que as antigas civilizações, crença essa que
está na contramão dos fatos. Será que o autor se esqueceu de que a história
está repleta de registros que mostram que povos antigos tinham capacidades
cognitivas extraordinárias? Ao comparar as imensas construções de civilizações
antigas tão duradouras com as nossas, pergunto-me: Quanto tempo duram os
prédios hoje? Para os criacionistas, é nítida a lacuna existente entre o alto
nível de capacidade cognitiva que tinham as gerações passadas e o que restou
para o ser humano moderno.
Uma
forte evidência a favor disso pode ser encontrada nos registros sobre a
capacidade artística que eles possuíam. Em 2012, cientistas fizeram comparações
entre desenhos e concluíram que [supostos] homens das cavernas desenhavam
melhor o movimento dos animais do que os artistas modernos.[19, 20] Para tanto,
os autores examinaram as pinturas “pré-históricas” de bois e elefantes em
muitas grutas como a de Lascaux, na França, e também nos quadros e estátuas
modernas, também representando quadrúpedes em movimento. Foi analisada a
exatidão da reprodução do movimento nessas pinturas e esculturas com relação às
observações científicas dos movimentos desses animais. Segundo o autor de um
dos estudos, “são as mais antigas e as mais elaboradas já descobertas,
desafiando nosso conhecimento atual sobre a evolução cognitiva humana”.[20: p. 8.002]
E
o que dizer do pensamento crítico, transmissão de ideias e tecnologia para
produção de armas dos [supostos] homens das cavernas? Em 2012, uma pesquisa
comprovou que o homem “arcaico” era um pensador “avançado”.[21] “As descobertas
sugerem que nossos antepassados tinham uma capacidade maior para o pensamento
complexo e a produção de armas”, afirma um dos autores do estudo.[22] “A
tecnologia complexa [dos supostos homens da caverna] demonstra a capacidade para
ideias complexas e para a transmissão dessas ideias, e, consequentemente, para
a linguagem”, analisa a antropóloga Sally McBrearty.[23: p. 531]
Em
2012, um estudo sugeriu que os seres humanos estão lentamente perdendo
capacidades intelectuais e emocionais devido ao fato de a intrincada teia de
genes – ligados à inteligência – no cérebro humano ser suscetível a mutações que
não estão sendo selecionadas contra pela seleção natural.[24, 25] Para o autor,
o fato de a seleção natural não estar “peneirando” as mutações nesses genes provavelmente
se deve à perda da pressão evolutiva necessária sofrida pelo ser humano
moderno, uma vez que ele passou a viver em assentamentos agrícolas densos milhares
de anos atrás. Em outras palavras, o ser humano não precisaria mais de
inteligência para sobreviver.
O
autor estima que em três mil anos, cerca de 120 gerações, o ser humano adquire
duas ou mais mutações permanentes prejudiciais à sua estabilidade emocional e
intelectual.[24, 25] Em geral, pesquisas recentes trazem estatísticas bem
maiores que essas em relação à taxa de mutações adquiridas. Em humanos, as
estimativas atuais são de que ocorram entre 100 a 200 novas mutações por
indivíduo a cada geração.[26-28] Dessas, os dados variam entre 1-15% de
mutações deletérias que causariam a perda direta de informação genética em humanos
a cada geração.[26, 28-31]
Essas
taxas elevadas de mutações que afetam muito rapidamente o ser humano nos ajudam
a entender a conclusão de um estudo publicado em 2013 no qual se afirma que os
seres humanos perderam, em média, 14 pontos de quociente de inteligência (QI)
desde o fim da era vitoriana.[32] O trabalho analisou 14 estudos de
inteligência feitos entre 1884 e 2004, que se centraram na velocidade de reação
visual dos participantes. O tempo de reação reflete a velocidade dos processos
mentais de dada pessoa e é considerado um sinal geral de inteligência.
Porém,
segundo um dos autores, os resultados são atribuídos, sobretudo, ao fato de as
pessoas mais educadas passarem a ter menos filhos, o que deixaria as gerações subsequentes
com maior número de pessoas menos inteligentes.[33] Ao fazer uma análise dessa
leitura, pergunto: Seria esse mesmo o real motivo? Embora os criacionistas
concordem com a conclusão do estudo, eles rejeitam a interpretação que o autor
faz de o controle de natalidade ser o responsável pelo declínio da inteligência
humana.
O
autor ainda alerta que outros estudos recentes têm sugerido um aumento aparente
no QI a partir da década de 1940.[33] Porém, o especialista sugere que esses
levantamentos refletem a influência de fatores ambientais – como melhor
educação, higiene e nutrição –, que podem mascarar o verdadeiro declínio na
inteligência herdada geneticamente no mundo ocidental. Por fim, como afirma o
jornalista de ciência Michelson Borges, “não fossem a medicina e os remédios,
creio que nossa expectativa de vida seria comparável à das pessoas da Idade
Média. Pelo visto, evolução biológica (no sentido “ascendente”) não é o que vem
ocorrendo. Degeneração, sim”.[34]
(Everton Alves)
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