terça-feira, maio 31, 2011

Seleção natural, acaso e exemplos simplistas

O telhado da casa de um jovem estava pegando fogo, mas, dentro do imóvel, ele não se dava conta do que estava acontecendo. Até que um amigo viu a fumaça, correu até lá e, à medida que se aproximava, gesticulava freneticamente para o rapaz que o viu pela janela. Avisado do perigo, ele saiu da casa e chamou os bombeiros. A lição é clara: às vezes (quase sempre) alguém que está fora da “casa” tem uma perspectiva mais ampla e consegue ver coisas que aquele que está dentro não vê. Nesta semana, recebi de um amigo ateu um artigo publicado por Rubens Pazza, que é biólogo, mestre em Biologia Celular e doutor em Genética e Evolução, e por isso merece todo o respeito. No texto, Pazza afirma que “definitivamente, evolução não ocorre ao acaso”, e pergunta: “Mas, afinal, o que torna a evolução biológica não aleatória?” Sei não... Acho que Pazza está há tanto tempo dentro do edifício darwinista que não consegue ver a fumaça – e meu amigo ateu parece não ver meus acenos do lado de fora da janela.

Pazza diz mais: “Sem mesmo cunhar o termo ‘Evolução’, Darwin nos explica que as espécies sofrem mudanças ao longo das gerações, e que um processo chamado de ‘seleção natural’ atua escolhendo os indivíduos que transmitirão suas características aos descendentes. Em outras palavras, a seleção natural determina quem viverá o tempo suficiente para se reproduzir, através do instinto básico de perpetuação da espécie.”

Para o biólogo, se há seleção, não pode haver aleatoriedade. “Não existe seleção ‘ao acaso’”, afirma. Para ele, acaso são os números sorteados num concurso como a loteria. E a seleção? Ele dá outro exemplo: “Determinado produtor planta feijão e retira de sua produção as sementes que utilizará na lavoura no próximo ano. Para isso, escolhe para o próximo plantio sempre as maiores sementes. As sementes menores são enviadas à Cooperativa. Não se pode dizer que as sementes que ele utilizará na próxima safra foram escolhidas ao acaso.”

Pazza reforça então sua tese: “É importante ficar clara a diferença entre sorteio e seleção. No sorteio, nenhuma característica em si é levada em consideração nas escolhas, tudo é ao acaso, aleatório. Em uma seleção, por outro lado, pelo menos uma característica é utilizada para separar ou escolher alguns membros dentro de um grupo.”

Como a conversa começa a se aproximar demais da ideia de um “selecionador inteligente”, Pazza se apressa em sacar outra ilustração da manga, desta vez vinda da fértil mente do ultradarwinista ateu Richard Dawkins: “Ao vermos a deposição de pedregulhos numa praia, percebemos uma ordem. As pedras menores localizam-se na região superior, aumentando gradativamente de tamanho conforme avançam para o mar, muitas vezes de um modo tão meticuloso e organizado que nossa mente poderia nos trair e nos levar a acreditar que devem ter sido intencional e racionalmente organizadas daquela maneira. Um breve retorno à realidade nos mostra a verdade. [...] não há intencionalidade nem racionalidade nessa seleção. O agente selecionador (a força das ondas) não precisa de inteligência.”

Então Pazza diferencia seleção natural (as ondas do mar) e seleção artificial (o produtor de feijão). E sentencia: “Da mesma forma que os pedregulhos são afetados pelas ondas (entre outros fatores), os fatores que afetam um determinado ser vivo podem agir sozinhos ou em conjunto, como agentes selecionadores, ou o que o jargão biológico chamaria de ‘pressões seletivas’.”

Trata-se da velha tentativa de explicar o processo quando este já teve início. De fato, a seleção natural explica bem a sobrevivência das espécies que existem hoje, mas nada tem a dizer sobre a origem das espécies que acabaram selecionadas. O livro de Darwin, na verdade, promete, mas não entrega: tem como título A Origem das Espécies, mas não explica como teria sido a origem dessas espécies e nem tampouco a origem da vida (ainda que alguns tentem livrar a barra de Darwin alegando que essa não era a intenção dele). Por mais que se usem malabarismos verbais para explicar que “não é bem assim”, a origem química da vida no suposto “mar primitivo” (sopa morna, caldo primordial, ou seja lá o que for) é fruto do acaso. Ou havia algum tipo de teleologia antes do surgimento da primeira célula?

De fato, o texto de Pazza é bem didático, mas muito simplista, vindo de um doutor. Ele tenta resolver uma questão complicadíssima se valendo de exemplos inadequados (típico do fundamentalista Dawkins). Convenhamos: comparar o “poder organizador” das ondas do mar com a tremenda informação complexa e específica contida no genoma é no mínimo impróprio. Eu aceitaria o tal poder organizador se, depois de milhões de anos, as ondas no mar pudessem escrever “a origem das espécies” na areia. Isso, sim, informação complexa e específica, embora infinitamente mais simples do que a informação contida no núcleo de cada uma das nossas trilhões de células.

Embora Pazza utilize um bom argumento semântico para dizer que a evolução não é ao acaso, é claro que não existe seleção ao acaso, se esse fosse o caso chamaríamos a teoria do “sorteio natural” e não de seleção natural, e toda seleção implica escolha. Porém, a variabilidade disponível para a seleção é definitivamente gerada ao acaso através das mutações, e posteriormente outros mecanismos amplificam essa variabilidade, como, por exemplo, a recombinação genética. De qualquer forma, as únicas fontes de variabilidade genética continuam sendo as mutações, as quais definitivamente ocorrem ao acaso.

Finalmente, é bom dizer que intramuros estão procurando revisar a atual síntese evolutiva, já que cientistas perceberam que o selecionismo é insuficiente como mecanismo macroevolutivo. Pelo visto, alguns já estão vendo a fumaça, mesmo que não queiram admitir e abandonar o prédio em chamas... (Confira aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.) Darwin vai ficar irreconhecível se realmente eles não acolherem a seleção natural como mecanismo evolucionário criativo e se incorporarem alguns aspectos lamarckianos, como falam.

Fica claro que Pazza está atualizado (em parte) na literatura especializada, quando afirma que a evolução não ocorre ao acaso, só que ele não percebe que a teoria propõe um mecanismo cego e aleatório. Se não é mais pelo acaso, a evolução é dirigida. O que ou quem dirige, então? Olhe a fumaça...

Michelson Borges

Leia também: “Retórica vazia de um órfão”

Piora a crise gerada pela fome no mundo

O preço dos alimentos pode dobrar nos próximos 20 anos e a demanda em 2050 será 70 por cento maior que a atual, disse a organização de caridade britânica Oxfam nesta terça-feira, alertando sobre a piora da fome à medida que a economia global de alimentos se aproxima do colapso. “O sistema de alimentos está quase falido no mundo”, disse a executiva-chefe da Oxfam, Barbara Stocking, aos repórteres, anunciando o lançamento de campanha Cresça no momento em que 925 milhões de pessoas passam fome todos os dias. “Todos os sinais são de que o número de pessoas passando fome está crescendo”, afirmou Stocking. A fome tem aumentado por conta da crescente inflação no preço dos alimentos e nos picos de preços do petróleo, disputas por terra e água e uma ameaçadora mudança climática. Prevê-se que o preço dos alimentos aumente em torno de 70 a 90 por cento até 2030 antes de se levar em conta os efeitos da mudança climática, que deve quase dobrar os preços novamente, declarou a Oxfam.

“Agora entramos em uma era de crise crescente, de choque em cima de choque: aumentos vertiginosos nos preços dos alimentos e picos de preços do petróleo, eventos climáticos devastadores, derretimentos financeiros e contágio global”, disse a entidade em um relatório.

Intitulado “Cultivando um Futuro Melhor: Justiça Alimentar em um Mundo de Recursos Limitados”, o relatório afirma: “A escala do desafio não tem precedentes, e também o prêmio: um futuro sustentável no qual todos tenham o suficiente para comer.”

A Oxfam acredita que uma maneira de domar a inflação no preço dos alimentos é limitar a especulação nos mercados futuros de commodities de agricultura, e negou apoio ao uso de alimentos como matéria-prima para biocombustíveis. “A especulação financeira deve ser regulamentada, e o apoio aos biocombustíveis que substituem alimentos deve ser desmantelado.”

Stocking disse concordar que reguladores introduzam limites de posição nos mercados futuros de commodities de agricultura, sublinhando que a especulação financeira agrava a volatilidade dos preços. O relatório diz: “O vasto desequilíbrio no investimento público na agricultura deve ser corrigido, redirecionando os bilhões atualmente investidos em fazendas industriais não sustentáveis em países ricos para as necessidades de produtores de alimentos de pequena escala em países em desenvolvimento.”

(Terra)

Nota: Jesus previu que “fomes” seriam um sinal de Sua segunda vinda. Injustiças também: enquanto alguns se preocupam com o tanque cheio do automóvel, outros não têm o que comer. Note o que diz o relatório da Oxfam: “Agora entramos em uma era de crise crescente, de choque em cima de choque.” O que se pode esperar mais deste mundo e de seus líderes? Em tempos de crise, mudanças rápidas podem acontecer...[MB]

Um brasileiro honesto

Estava ali, na poltrona 13 do ônibus que faz a rota Friburgo-Rio. Um celular esquecido pelo passageiro. Entre a poltrona e o vidro, havia algo mais. O motorista Joilson Chagas, de 31 anos, abriu o “pacote rústico” e tomou um susto. Nunca tinha visto tanto dinheiro junto: R$ 74.800. Não passou aos superiores. “É tentador. Nessa hora, nem nos colegas a gente confia.” Por sorte ou destino, Joilson conseguiu devolver tudo ao dono. “O dinheiro não era meu. É bom ficar com o que é nosso.” Joilson levou o dinheiro de volta a Friburgo. Ao chegar ao ponto final, na Ponte da Saudade, avistou um senhor humilde chorando na porta da padaria. “Perdi um celular”, dizia ele, “deve ter sido no centro do Rio.” Joilson perguntou: “O celular é este?” O senhor, agricultor de 80 anos, emocionou-se: “É esse mesmo. Não tinha mais nada no ônibus?” Joilson disse que ele precisava explicar direitinho o que perdera. E ele falou: “Eram R$ 74.800 para pagar o transplante de minha filha, que não é coberto pelo SUS.” Joilson entregou o pacote e não aceitou recompensa. “O dinheiro estava contado para a cirurgia e para a passagem. Eu não podia aceitar nada”, ele me disse. “Também sou pai de família.”

A história de Joilson aconteceu no dia 19 de abril e correu mundo. No Facebook, ele recebeu mensagens da Holanda, da Espanha, dos Estados Unidos, do Japão. Foi a programas de televisão. Ganhou plaqueta da empresa elogiando seu ato. Foi homenageado na semana passada no Palácio Guanabara, do governo do Estado. Recebeu cartas de alunos da 2ª a 5ª série de uma escola do Rio, dizendo: “Motorista, foi lindo o que você fez, você foi meu herói.” Num dos envelopes, havia R$ 2 e um bilhete: “Desculpe não dar mais, era o que eu tinha no bolso.” Joilson treme a voz. Quer encontrar e beijar essas crianças. “O que eu fiz era para ser uma coisa normal. O ser humano é repleto de valores, mas não põe em prática.”

Ele começou a dirigir em transportadora quando tinha 18 anos. Concluiu o segundo grau. É casado, seu filho Gabriel tem 14 anos e sua mulher está grávida de cinco meses, de outro menino. Nas enxurradas em Friburgo, Joilson perdeu a casa, os móveis, e mora de favor na casa da irmã. A escola onde sua mulher era professora também foi levada pelas águas. Agora, ela costura. Joilson constrói uma nova casa. Trabalha 16 horas por dia como motorista, faz duas viagens de ida e volta no ônibus da Viação 1001, tem uma folga por semana. “Cai na segunda ou na terça.” O primeiro ônibus sai às 5h30 de Friburgo. Ganha R$ 1.000 líquidos por mês, mas paga R$ 500 ao pedreiro que ergue sua “casinha”. Joilson faz biscates de pintura: “A necessidade faz o sapo pular.”

Seu único bem hoje é uma “motinha”. Mas ele confia que “Deus está abrindo portas” e se preocupa com muita gente em Friburgo ainda abandonada em abrigos. Seu sonho é ter negócio próprio. Uma loja de autopeças. “Sempre vesti a camisa das empresas em que trabalhei, mas queria ter uma lojinha.” Depois da enchente, a empresa deu a ele “uma cama de solteiro para o filho, um guarda-roupa de três portas e um sofazinho”. Joilson gosta de diminutivos. Porque a vida sempre correu assim. Da casa para o trabalho, a estrada, os engarrafamentos, a paciência com passageiros mais estressados. A igreja e a beira do rio, onde pesca de anzol. “Meu lazer é ver televisão com a família comendo uma pipoquinha.”

A atitude de Joilson não lhe rendeu só alegria. Quando descansava no dormitório da empresa, alguns colegas jogaram seu crachá no vaso sanitário e escreveram na parede do banheiro “Chagas otário”. “Me chamaram ainda de babaca, palhaço, puxa-saco. Meu filho virou motivo de chacota no colégio. Mas não teve vergonha, sentiu orgulho de mim. A gente vive num mundo estranho. Perderam os valores”, diz.

Eu queria que Joilson pudesse estar na lista da Época desta semana dos 40 brasileiros com menos de 40 anos que representam o futuro do país. “Educação hoje é uma coisa rara. Mas é tudo na vida. Tento passar para o meu filho. Fazer o bem faz bem. Acho que eu servi de exemplo para muitos políticos, muita gente.”

(Ruth de Aquino, Época)

segunda-feira, maio 30, 2011

Cientistas tentam imitar design inteligente do cérebro

Construir um cérebro artificial, copiado do verdadeiro, para entender como essa extraordinária máquina funciona e deixa de funcionar. Esse é o desafio do Projeto Cérebro Humano, centrado na Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, mas incluindo pesquisadores de várias partes da Europa. O projeto está agora disputando um financiamento da União Europeia de um bilhão de euros. “Sessenta mil artigos científicos sobre o cérebro são publicados anualmente”, afirma Henry Markram. Em vez de deixar esses artigos dormindo nas bibliotecas, o Projeto Cérebro Humano pretende integrá-los para construir uma máquina única no mundo. Markram e seus colegas já estão trabalhando desde 2005 em um projeto de cérebro artificial, chamado Cérebro Azul (Blue Brain), o mais próximo tecnicamente possível do cérebro biológico. Nesse caso, o trabalho foi realizado com técnicas de engenharia reversa: em vez de desenhar um objeto antes de ser construído, pega-se um objeto existente para depois preparar um plano.

O primeiro passo foi dado com as proteínas, essas moléculas grandes que formam as células, e em seguida com os neurônios, através dos quais passam as informações, e as células gliais que os alimentam e modulam as transmissões, feixes de íons que passam de uma célula a outra através de longos filamentos. Tudo isso é reconstruído virtualmente a partir de dados coletados da matéria viva.

Dispostas em forma de estrela em torno de um microscópio infravermelho, uma dúzia de caixinhas prolongadas por uma pipeta de plástico parecem se alimentar da mesma fonte de luz verde. Cada unidade contém doze neurônios de rato, cuja atividade a máquina decifra precisamente - a atividade é então modelada no computador. Essa é a essência do projeto. Desde 2005, essas experiências têm-se revelado uma verdadeira mina de informações sobre o funcionamento básico das células cerebrais.

Através delas, o Cérebro Azul já foi capaz de simular uma coluna neocortical de ratos, unidade de base do cérebro, composta de 10 mil neurônios, cada um capaz de criar entre si até 30 milhões de conexões. Mas o cérebro humano, o objetivo final do Projeto Cérebro Humano, conta com pelo menos 100 milhões de neurônios. E, hoje, é necessária a potência total de um computador portátil para simular o comportamento de um único neurônio. Isso quer dizer que precisamos melhorar a potência dos computadores. Estima-se que um cérebro humano virtual exigiria uma máquina mil vezes mais potente do que o maior supercomputador existente.

O Projeto Cérebro Humano vai, portanto, trabalhar lado a lado com os fabricantes de hardware para tentar encontrar soluções em termos de potência de cálculo, consumo de energia e dissipação de calor. E pensar que o nosso cérebro é capaz de fazer mais e melhor do que todas essas máquinas, (quase) sem esquentar a cabeça! [...]

Os pesquisadores do Projeto Cérebro Humano pretendem transformar a máquina deles em uma ferramenta de última geração para a compreensão do cérebro, simulando situações reais, administrando nela medicamentos ou novas moléculas virtuais, mas também alimentando-a com todos os conhecimentos atuais e futuros. Para Markram, trata-se de uma questão “de interesse da humanidade”. [...]

O Projeto Cérebro Humano também será útil para a robótica (os robôs "alimentarão" o cérebro artificial com sensações), para as próteses de interfaces do sistema nervoso e, claro, para a informática, que tem muito a aprender com a extraordinária capacidade do cérebro humano. [...]

(Inovação Tecnológica)

Nota: “Engenharia reversa” é outro nome para cópia de design inteligente. Agora observe seu computador... Seria ele fruto de ajuntamentos fortuitos de componentes eletrônicos? (Vamos dar uma chance ao acaso e imaginar que esses componentes já estavam lá, uma vez que na experiência do Cérebro Azul foram usados neurônios de rato; se tivéssemos que conceber a origem casual dos neurônios – ou dos circuitos de um computador – nosso exercício de imaginação iria beirar o sobrenatural, e não queremos deixar a porta aberta para Deus, não é mesmo, amigos naturalistas?) Bem, basta você voltar aos trechos que grifei em bold para perceber que o que os cientistas estão fazendo é empregar muito dinheiro e planejamento/inteligência para “apenas” copiar algo (o cérebro) que teria, ele sim, evoluído a partir do nada! Durma-se com uma incoerência dessas.[MB]

Evolução pelo faro – isso não me cheira bem

Sempre foi um mistério para os cientistas o motivo pelo qual os mamíferos desenvolveram cérebros maiores em relação ao tamanho do corpo do que os outros animais. A resposta pode estar no olfato. Uma pesquisa de um grupo de paleontólogos de instituições norte-americanas, publicada na revista Science [da semana passada], aponta que o tamanho avantajado do cérebro dos mamíferos se deve a anos de evolução das áreas cerebrais ligadas ao faro. Por quase 20 anos, a equipe de pesquisadores analisou crânios fósseis das primeiras formas de mamíferos em busca de uma explicação para a evolução de seus cérebros. Mas somente agora, com o uso de uma nova técnica de tomografia computadorizada, eles conseguiram enxergar por dentro da cavidade craniana desses fósseis. “Até hoje o que se sabia sobre a evolução do cérebro dos mamíferos eram apenas especulações, primeiro pela raridade dos fósseis e segundo porque não era possível ver o interior dos crânios sem destruí-los”, conta o líder do estudo Timothy Rowe, da Universidade do Texas. “Passamos muito tempo aperfeiçoando a tecnologia de tomografia para escanear esses fósseis.”

Depois de recriar em 3D a cavidade craniana de mais de 2 mil fósseis de mamíferos e pré-mamíferos [sic], os cientistas decidiram estudar os crânios de duas espécies precursoras dessa classe, Morganucodon oehleri e Hadrocodium wui, que viveram há 190 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista] onde hoje é a China.

Apesar de os animais serem minúsculos, com cerca de 12 milímetros cada, a tomografia computadorizada revelou que ambos tinham cérebros enormes, com o dobro do tamanho dos cérebros de seus antepassados répteis do período Triássico (entre 251 milhões e 199,6 milhões de anos atrás [idem]).

Ao comparar a cavidade craniana desses fósseis com a de outros animais mais antigos, os pesquisadores perceberam que as regiões do cérebro ligadas ao olfato, como o bulbo e o córtex olfativo, eram as que mais tinham se desenvolvido. “A cavidade craniana desses animais provê a primeira evidência sólida dos estágios de evolução do cérebro mamífero”, diz Zhe-Xi Luo, paleontólogo do Museu de História Natural de Carnegie e um dos autores do estudo. “Saber que mamíferos com grandes cérebros já existiam há tantos anos põe um marco nos estudos sobre a nossa evolução.”

Os pesquisadores não sabem afirmar por que somente os pré-mamíferos [sic] desenvolveram essa habilidade olfativa. Mas uma possível explicação é que a capacidade tenha surgido como uma adaptação para que esses animais, que tinham hábitos noturnos, sobrevivessem em um ecossistema dominado por dinossauros.

Além do aumento das regiões do cérebro ligadas ao olfato, os paleontólogos perceberam nos fósseis um aumento do cerebelo e dos hemisférios cerebrais, regiões responsáveis pela coordenação motora e sensorial. Os pesquisadores sugerem que esse avanço teria sido possibilitado pela presença de pelos corporais nas duas espécies de animais analisadas.

Mais do que esquentar o corpo dos mamíferos, o pelo teria sido responsável por tornar o tato mais sensível, o que estimulou a formação de novos campos sensoriais no neocortex e o desenvolvimento de uma melhor coordenação motora.

Segundo os pesquisadores, todos esses indícios levam a crer que os cérebros mamíferos passaram por três etapas de evolução: a primeira marcada pela melhora da capacidade olfativa, a segunda por um aumento da sensibilidade tátil e a terceira pelo aumento da coordenação neuromuscular. “Nossos ancestrais mamíferos não desenvolveram um cérebro tão grande para contemplação, mas sim para o aperfeiçoamento da sua capacidade de sentir cheiros e toques”, afirma Lou. “Graças a esse avanço, nós humanos podemos hoje pensar sobre questões como esta.”

(Ciência Hoje)

Nota: É interessante notar como cada nova descoberta transforma as certezas anteriores em “apenas especulações”. Baseado nisso, creio que seja melhor esperar o desenvolvimento de novas tecnologias antes de aceitar a atual possibilidade. A reportagem acima tem a estrutura (i)lógica comum a muitos textos evolucionistas: inicia com uma possibilidade (“pode estar”) e depois trata o tema como fato (o cérebro avantajado dos mamíferos “se deve a anos de evolução”; note como o texto que começa com o “pode” termina com uma declaração totalmente afirmativa no último parágrafo). Os cientistas reproduziram o formato dos crânios de alguns animais, utilizando tecnologia 3D, e estudaram o crânio de supostos precursores desses animais. Note que a ideia de precursores provém da filosofia darwinista não testável. Assim, a pesquisa parte de uma premissa para investigar o que já se considera fato: que alguns animais evoluíram para outros e que o cérebro teria essa capacidade intrínseca de aumentar de tamanho e complexidade (quando, na verdade, se sabe que o cérebro está diminuindo). O texto assume que a capacidade olfativa teria surgido, pura e simplesmente, mas não explica como (pra variar). Pergunto: O que teria surgido primeiro, as complexas células específicas que captam os odores e enviam estímulos para o cérebro ou os neurônios especializados que interpretam as sensações olfativas? Para que serviria um sem o outro? Ou todo o mecanismo teria surgido de uma única vez, como um verdadeiro “milagre darwiniano” que torna os darwinistas muito mais “crentes” do que os criacionistas? Além disso, a matéria e a pesquisa não dedicam uma linha sequer para tratar da dificuldade instransponível de explicar o aumento de informação genética necessária para o “surgimento” de novos órgãos e novas funções. É o tipo de texto/pesquisa que não me cheira bem.[MB]

domingo, maio 29, 2011

Mais americanos estão orando por saúde

Em relação ao ano passado, os americanos ficaram mais religiosos, pelo menos no que diz respeito à saúde. Segundo um novo estudo, durante a última década, a porcentagem dos americanos que dizem que [oram] pela sua saúde aumentou 36%. Os pesquisadores dizem que a oração aumentou entre as pessoas com boa renda e acesso aos cuidados médicos. Isso significa que as pessoas não estão trocando seguro de saúde pela oração; elas provavelmente utilizam a [oração] como um complemento e não como um substituto. Estudos anteriores sugerem que a oração pode melhorar a percepção da saúde física e mental e serve como um amortecedor ou protetor contra a depressão, ansiedade e estresse. Depois do ataque de 11 de setembro, houve um aumento na frequência religiosa dos Estados Unidos. A maior participação em atividades religiosas após essa data pode explicar em parte o aumento da oração pela saúde.

Segundo os pesquisadores, tem havido uma série de mudanças no mundo nos últimos 15 anos. Embora a participação em atividades religiosas públicas não tenha mantido o nível alto logo após 11 de setembro, parece que as pessoas continuam a participar de atividades religiosas particulares. [...]

(Hypescience)

Nota: Embora não seja Deus o causador das tragédias, Ele usa as consequências delas para chamar a atenção das pessoas para as realidades eternas. Este mundo está no fim e o Senhor tem feito de tudo (até correndo o risco de ser mal compreendido) para salvar os que atendem ao Seu chamado.[MB]

sexta-feira, maio 27, 2011

Daniel 4 - Sempre existe esperança

Pense na pessoa mais teimosa, para quem é quase impossível falar de Deus. Um ateu decidido. Não. Não apenas ateu, mas o mais famoso filósofo ateu de sua época. Esse era o inglês Antony Flew, o maior ateu do século 20. Flew é considerado o principal filósofo dos últimos cem anos (seu ensaio Theology and Falsification se tornou um clássico e a publicação filosófica mais reimpressa do século 20). Ele passou mais de cinquenta anos defendendo o ateísmo. Para piorar, achava que sabia tudo de religião, já que é filho de pastor metodista. Formou-se em Oxford, lecionou em universidades importantes, mas foi justamente a vontade de buscar a razão de tudo que o fez rever seus conceitos sobre a fé.

No livro Um Ateu Garante: Deus Existe (Ediouro), Flew conta como chegou a negar a Deus, tornando-se ateu. Na segunda parte da obra, ele analisa os principais argumentos que o convenceram da existência do Criador. Na página 144, ele escreveu: “Minha jornada para a descoberta do Divino tem sido, até aqui, uma peregrinação da razão. Segui o argumento até onde ele me levou, e ele me levou a aceitar a existência de um Ser autoexistente, imutável, imaterial, onipotente e onisciente.” É um livro que, acima de tudo, mostra que, enquanto há vida, sempre existe esperança. Se houver uma pequena fresta na mente e no coração, Deus pode entrar por ali e Se revelar ao mais teimoso de Seus filhos.

Nabucodonosor também foi “osso duro”, mas Deus soube lidar com ele. Depois de tantas evidências da atuação divina por meio do testemunho dos hebreus fiéis, o monarca orgulhoso precisava de uma lição impressiva. Nos intervalos entre uma batalha e outra, Nabucodonosor dedicou-se a embelezar e fortificar sua capital. Os famosos Jardins Suspensos da Babilônia são obra dele. Além disso, ele construiu 53 templos, 955 pequenos santuários e 384 altares de rua (mesmo tendo recebido provas de que existe apenas um Deus verdadeiro).

O capítulo 4 de Daniel, na verdade, é o testemunho pessoal de uma tremenda conversão. É uma declaração tão impressionante quanto o livro de Anthony Flew, e você já vai saber por quê.

Deus, em Sua misericórdia, concedeu outro sonho ao rei. Desta vez, Nabucodonosor sonhou com uma grande árvore no meio da terra, cuja altura chegava ao céu. Os animais encontravam abrigo debaixo dela e todos se alimentavam de seus frutos. (Interessante é que 19 anos antes, Ezequiel usou o mesmo símbolo da árvore para advertir ao faraó do Egito, conforme Ez 31:1, 14, 18; 29:19; 30:10.)

A certa altura, um anjo desceu do céu com a ordem de cortar a árvore, deixando apenas o tronco com as raízes. O tronco foi atado com cadeias (do aramaico ‘asar, instrumento usado para amarrar animais) de ferro e de bronze. E foi dito: “Seja molhado do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais na erva da terra. Seja mudado o seu coração, para que não seja mais coração de homem, e seja-lhe dado coração de animal, e passem sobre ele sete tempos” (v. 15, 16).

Nabucodonosor era mesmo teimoso. Contou primeiramente o sonho aos astrólogos e feiticeiros, para descobrir de novo que esse pessoal não sabia de nada. Então, uma vez mais, Daniel trouxe a interpretação, não sem antes ficar perturbado pelo que tinha que dizer ao rei. A árvore representava o monarca e o cumprimento da profecia dizia respeito unicamente a ele (v. 24). Significava que ele não apenas perderia o poder real por sete anos (sete tempos), como seria acometido de uma doença que praticamente o transformaria num animal (a licantropia é uma doença com sintomas semelhantes). Tudo isso para que ele reconhecesse que é Deus quem tem domínio sobre os reinos do mundo, e o dá a quem quer.

E a cadeia no tronco? Daniel explicou: “Quanto ao que foi dito, que deixassem o tronco com as raízes da árvore, o teu reino voltará para ti, depois que tiveres conhecido que o Céu reina” (v. 26). Em seguida, o profeta apelou: “Ó rei, aceita o meu conselho, desfaze os teus pecados pela justiça, e as tuas iniquidades, usando de misericórdia para com os pobres, e talvez se prolongue a tua tranquilidade” (v. 27).

Depois de uma previsão como essa e de um apelo poderoso desses, era de se esperar que o rei se arrependesse. Mas não. A teimosia dele só tinha rival em sua vaidade.

Doze meses depois, tempo durante o qual o Egito foi subjugado pela Babilônia juntamente com a impressão da advertência de Daniel, o rei caminhava pelo palácio real e se gabou com as palavras: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e para a glória da minha majestade?” (v. 30, grifos meus).

Para Deus, todo pecado é detestável, afinal, ele afasta Seus filhos queridos de Si. Mas se há um pecado especialmente abominável, esse é o orgulho (ou presunção). O adúltero, o ladrão e o assassino, em algum momento, podem se arrepender e pedir perdão. O orgulhoso, no entanto, à semelhança de Lúcifer quando deflagrou a rebelião no Céu, acha-se autossuficiente, capaz de viver sem Deus. Mas o Senhor não desiste fácil de Seus filhos (na verdade, eles é que desistem de Deus), e usou um recurso extremo para abrir os olhos do teimoso e soberbo Nabucodonosor.

Enquanto o rei ainda contava vantagem para si mesmo, o decreto celestial foi pronunciado: “Passou de ti o reino” (v. 31). Em lugar de mármore, o soberano destronado tinha agora a relva debaixo dos pés; seus companheiros passaram a ser os animais do campo, ao invés dos perfumados cortesãos e das belas esposas. Os cabelos e as unhas cresceram. O contraste entre o altivo monarca e a ser bestial era marcante. E isso por sete anos.

O verso 34 diz que no fim daqueles dias, o rei olhou para o céu e seu raciocínio voltou a funcionar. O recado aqui é claro: só existe vida de verdade quando estamos ligados ao Céu. Desligados de Deus, olhando apenas para a terra, para as coisas deste mundo, não passamos de animais racionais (quando muito). Baladas, bebedeiras, glutonaria, sexo sem compromisso (a lista de coisas ruins vai longe) são reflexos da loucura humana em sua correria cega em busca de prazer. A solução está em olhar para o Céu e ver que Deus nos propõe algo muito melhor. Algo que preenche o vazio da alma.

O livro de Daniel mostra que o Senhor guia a história das nações. As profecias dos capítulos 2, 7, 8 mostram o interesse de Deus pelo destino da humanidade, mas o sonho dado ao rei no capítulo 4 revela o interesse do Criador nos indivíduos. Nosso Pai celestial não nos trata como uma massa. Ama-nos individualmente e cuida de cada aspecto de nossa vida. Jesus mostrou isso na prática. Atendia as multidões ao mesmo tempo em que não Se negava a pregar e satisfazer às necessidades de uma pessoa só.

Dessa vez, a lição valeu para o rei. Como sabemos disso? Simples, ele é o autor do capítulo 4, e termina seu testemunho assim: “Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico ao Rei do céu, porque todas as Suas obras são verdade, e os Seus caminhos justos, e pode humilhar aos que andam na soberba” (v. 37).

Histórias como a de Nabucodonosor e de Anthony Flew nos dizem que sempre existe esperança. É só olhar para o alto.

(Michelson Borges, jornalista e mestre em teologia)

Pense e discuta:

1. Que tipo de coisas Deus tem usado para chamar sua atenção (sonhos, pessoas, leituras, situações)?
2. Daniel estremeceu ao compreender a mensagem que tinha que dar ao rei. Mesmo assim foi adiante. O que isso nos diz sobre a necessidade de advertir um mundo que caminha para a destruição? De que maneiras podemos dizer às pessoas que Jesus está para vir?
3. Você concorda que o orgulho está entre os piores pecados? Justifique sua resposta.
4. O capítulo 4 de Daniel toca mais uma vez no perigo de deixarmos a conversão ou a mudança de algum mau hábito para amanhã. Por que isso (a procrastinação) é algo perigoso?
5. “Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra”, diz o apóstolo Paulo, em Colossenses 3:2. Como podemos seguir esse conselho?

Clique aqui para fazer o download da palestra em PowerPoint.

Leia também: "Daniel 3 – No meio do fogo"

EUA enfrentam tornado mais mortal em 50 anos


O tornado mais mortal dos últimos 50 anos nos Estados Unidos impressiona pelos números, pelas imagens e pelo impacto que causa na mídia, mesmo aquela já habituada com “temporadas de furacões”. Já foram contabilizados 122 mortos, 750 pessoas estão feridas e em torno de 1,5 mil desaparecidas. Os prejuízos estão na casa dos bilhões de dólares, e a cidade de Joplin será uma ferida aberta por muito tempo. Segundo o Serviço Meteorológico Nacional dos EUA, 73 tornados assolaram nove estados no último fim de semana. Nos jornais do Missouri, onde fica o município, as capas dos jornais dão uma dimensão ínfima do que deve ter sido a tormenta.

(Monitorando)

Nota: O tornado devastador rasgou um caminho de um quilômetro de largura e seis quilômetros de comprimento em linha reta, através de Joplin, no Missouri. Mais informações e fotos aqui.

Prefeitura e Estado apoiam evento idolátrico


Na quarta-feira, o leitor Bruno Carvalho, de Votorantim, SP, se deparou com o outdoor acima e o fotografou. É evidente que vivemos num país que (ainda) preza pela liberdade religiosa e que devemos respeitar todo tipo de expressão de fé (desde que não intente contra a vida e a liberdade das pessoas, é claro), até mesmo as mais idolátricas (leia Êxodo 20:4, 5). Mas o que salta à vista é o fato de que, se todas as religiões são consideradas iguais pelas autoridades civis, algumas, infelizmente, são “mais iguais” do que as outras. A objetável união entre (uma) igreja e Estado ainda existe veladamente. E vai se estreitar com o tempo.[MB]

“Ervoafetivos” farão nova marcha pela maconha

A polícia paulista informou ontem que vai proibir qualquer referência a maconha e outras drogas na Marcha da Liberdade – passeata programada para amanhã à tarde na região central da capital. O ato foi convocado durante a semana por meio de panfletos e redes sociais na internet, em reação à repressão policial à Marcha da Maconha, no sábado passado, proibida pelo Tribunal de Justiça (TJ) sob o argumento de apologia ao crime e incitação ao uso de drogas. A nova marcha, segundo os organizadores, será “pacífica e festiva” e terá como proposta a ampla defesa do direito de liberdade de expressão. Devem participar do ato grupos como movimento negro, mulheres que defendem a legalização do aborto e ciclistas que lutam por mais espaço no trânsito da metrópole. A organização espera reunir de 2 mil a 3 mil pessoas. Eles planejam sair do vão livre do Masp, na Avenida Paulista, e seguir até a Praça da República, passando pela Rua da Consolação. Ontem, comprometeram-se a ocupar apenas duas faixas das vias, sem bloqueá-las. [...]

Segundo os policiais, cartazes e faixas que façam defesa da descriminalização ou legalização das drogas, em especial a maconha, e outras manifestações nesse sentido serão reprimidos – o material será recolhido e os responsáveis serão levados ao distrito policial da área.

Embora tenham garantido que a nova passeata “não é uma Marcha da Maconha repaginada”, os representantes da manifestação encaram a defesa da descriminalização ou legalização das drogas como um ato de liberdade de expressão. “Esse entendimento (da polícia) é uma interpretação enviesada por um tabu e por uma censura”, afirmou o advogado Raul Ferreira, representante dos organizadores. “Se pessoas forem presas durante a nova marcha, esperamos que a polícia não jogue bomba”, disse. [...]

(Estadão)

Nota: Conforme meu amigo Marco Dourado, o mal é versátil e insidioso: maconheiros, agora impedidos de fazer apologia explícita do consumo e liberação das drogas, resolveram juntar forças com infanticidas, digo, abortistas – e ainda cooptaram outros grupos, até ciclistas(!), para sua cruzada escatológica. Na marcha anterior, que eles apelidaram de “pela liberdade de expressão”, os iluministas se expressaram das seguintes maneiras: “Ei, polícia, maconha é uma delícia”; “Polícia sem-vergonha / seu filho também fuma maconha”; “Legalize já, legalize já / uma erva natural não pode te prejudicar”; “Dilma Rousseff, / legalize o beck”. Reinaldo Azevedo resumiu tudo muito bem: “Os maconheiros marchadeiros voltam amanhã, agora com apoio de abortistas. Sabem como é… Querem um mundo melhor!” Sete séculos antes de Cristo, Isaías já sentenciava: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade” (Isaías 5:20).[MB]

quinta-feira, maio 26, 2011

Descoberto cérebro de mamífero fossilizado

Um grupo de cientistas encontrou, em bom estado de conservação, no norte do Peru, o cérebro fossilizado de um mamífero com 20 milhões de anos [segundo a escala de tempo evolucionista], disse um dos descobridores nesta quarta-feira. A descoberta ocorreu na bacia do rio Santiago, região do Amazonas, na fronteira com o Equador. “Está totalmente petrificado e fossilizado, isto é o estanho. Não há dúvidas de que seja o cérebro de um mamífero do período neógeno”, disse à AFP o paleontólogo Klaus Honninger. Honninger, diretor do museu Paleontológico Meyer-Honninger, explicou que a descoberta é extremamente incomum devido a que os tecidos moles, como o cérebro, se decompõem e não se fossilizam. “Este animal tem que ter morrido em uma concentração de sedimentos que o envolveu e conservou”, disse Honninger, da cidade de Chiclayo, costa norte.

A descoberta consiste na massa cerebral fossilizada completa de um animal, mostrando os dois lóbulos intactos, com medidas de 12 centímetros de largura, 11 centímetros de comprimento e 9 centímetros de altura. “O estranho de tudo é não termos encontrado outras coisas (como restos ósseos), com exceção do cérebro”, observou o estudioso.

Honninger disse, ainda, que a descoberta confirma a hipótese de que no período neógeno, o Amazonas já contava com clima úmido tropical e fauna muito variada, que incluía mamíferos de grande porte. O neógeno é um período do final do Terciário, que começou há [supostos] 24 milhões de anos e terminou há [supostos] dois milhões e meio de anos.

Em abril passado, perto desse local foram encontrados insetos fossilizados presos em uma jazida de âmbar, com [supostos] 20 milhões de anos de antiguidade [confira aqui, observe os insetos na foto e conclua se eles podem mesmo ter 20 milhões de anos, tão bem preservados e tão iguais aos atuais]. Em janeiro, os mesmos pesquisadores anunciaram a descoberta dos restos de uma lula fossilizada (cefalópode) da era cretácica, na bacia do rio Marañón, na região do Amazonas, a 3.700 metros de altitude. O museu Paleontológico Meyer-Honninger tem várias coleções de fósseis animais e vegetais, que serão expostas em um parque temático na cidade de Chiclayo (norte).

(UOL Notícias)

Nota: A preservação de tecidos moles depende de sepultamento instantâneo sob enormes quantidades de sedimentos. A matéria não menciona, mas já foram encontrados ovos de dinossauros fossilizados e com proteína identificável. Além disso, foram também encontrados tecidos moles de animais ditos “pré-históricos”. Folhas fossilizadas foram encontradas com clorofila tão bem preservada, que é possível reconhecer os tipos alfa e beta (ver Jean Flori e Henri Rasolofomasoandro, Em Busca das Origens – Evolução ou Criação? [Madri: Editorial Safeliz, 2002], p. 139; distribuído no Brasil por www.scb.org.br). Que evento global seria esse? Os cientistas “arranham” a verdade, mas o preconceito não lhes permite admitir.[MB]

Leia também: “Pesquisadores descobrem fósseis de criatura gigante de [supostos] 488 milhões de anos” – Note que a criatura é bastante complexa para um período tão (e cada vez mais) recuado no tempo. Além disso, é bom lembrar, não existem no Pré-cambriano ancestrais válidos desses animais complexos. Finalmente, o gigantismo é previsto na Bíblia.[MB]

A insuficiência das mutações

Contrariamente ao que os evolucionistas dizem, a seleção natural e as mutações genéticas não causam a evolução. Segundo o Dr. Don Batten, mutações e seleção natural ocorrem no mundo em que vivemos (um mundo caído), mas elas não criam novos tipos básicos de organismos. Ultimamente alguns evolucionistas têm começado a perceber isso: “Podemos continuar a examinar as variações naturais a todos os níveis… bem como formular hipóteses sobre eventos da especiação em ácaros, ursos e braquiópodes até o planeta atingir o seu fim, mas no fim haveremos de encontrar ácaros, braquiópodes e ursos” (G.L.G. Miklos, “Emergence of Organizational Complexities During Metazoan Evolution: Perspectives from Molecular Biology, Palaeontology and Neo-Darwinism”, Mem. Assoc. Australas. Palaeontols 15, p. 25, 1993).

O que esse cientista está admitindo é aquilo que seria de prever, se a Bíblia fosse levada a sério. O que ele diz é que, independentemente das variações que podem acontecer num tipo de animal, ele há de sempre ser o mesmo. Por mais variações genéticas que aconteçam nos gatos, eles hão de sempre dar à luz gatos, e não pardais, cães ou serpentes. Isso ecoa as palavras do Criador, na Bíblia:

Gênesis 1:11: “E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que deem semente, e árvores frutíferas que, segundo as suas espécies, deem fruto que tenha em si a sua semente, sobre a terra. E assim foi.”

Génesis 1:21: “Criou, pois, Deus os monstros marinhos, e todos os seres viventes que se arrastavam, os quais as águas produziram abundantemente segundo as suas espécies; e toda ave que voa, segundo a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.”

Génesis 1:24: “E disse Deus: Produza a terra seres viventes segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis, e animais selvagens segundo as suas espécies. E assim foi.”

Os dados empíricos e a ciência estão de acordo com a Palavra de Deus e totalmente contra o darwinismo.

(Darwinismo)

Leia também: "Cem anos de testes com a drosophila e nada de evolução", "O que mostra o melhor exemplo de 'evolução'?" e "Mutações raras podem causar doenças comuns"

Embrião se move dentro do ovo em busca de calor


Pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, descobriram que embriões de tartarugas da espécie Pelodiscus sinensis são capazes de se mover em direção a uma fonte térmica mesmo estando dentro de seus ovos. O comportamento dos 800 embriões analisados em laboratório imita animais adultos como os jacarés, que se prostram sob o sol para aquecer o sangue e se enquadram entre os animais ectotérmicos – ou de “sangue frio”. Os embriões se moveram no interior dos ovos em direção a um aquecedor instalado no exterior das cascas. Conforme os cientistas alteravam a posição do aparelho, verificavam que os embriões “seguiam” a fonte de calor. Segundo o pesquisador Rick Shine, esse comportamento pode se justificar porque o aumento da temperatura os ajuda a nascer mais cedo ou por trazer benefícios à saúde das tartarugas. O que os cientistas não fazem ideia é como os embriões conseguem se mover dentro de seus ovos mesmo não tendo patas.

(Folha.com)

Nota: A matéria não menciona, mas é bom lembrar que os cientistas também não fazem ideia de outra coisa: Como esses comportamentos vitais e instintivos se desenvolveram ao longo de supostos milhões de anos, se, para garantir a sobrevivência da espécie, deviam funcionar bem desde o início? Nas páginas 65 e 66 do meu livro A História da Vida, menciono alguns exemplos de instintos e a dificuldade que eles levantam para a teoria da evolução. “Os instintos (hibernação, estivação, sobrevivência, etc.) são mais desenvolvidos em criaturas mais simples e seriam inúteis se não fossem perfeitos desde o início”, escrevi. Em outro momento, devo falar sobre a complexidade irredutível do ovo.[MB]

quarta-feira, maio 25, 2011

Amadurecendo

O ser humano é engraçado, para não dizer estranho. Lembro-me – e lembro-me muito bem – de que quando era criança eu tinha um desejo inexplicável de ser grande, moça (ou “poça”, como eu dizia ao meu irmão quando ele me provocava alegando que eu era uma criança). Logo se vê que eu era quase um bebê, pois mal sabia falar. Aos 15 anos, tive minha primeira filha e almejava chegar aos meus 20, ou, pelo menos, parecer mais velha, para não receber tantos olhares sobressaltados por já ter uma filha quando ainda dispunha de rosto e corpo de adolescente.

Bem, agora deparo-me com meus 35 anos de idade – sim, nasci em 25 de maio, há 35 anos. E, naturalmente, no início de maio, nem havia me dado conta de que faria aniversário já neste mês. Mas como isso pôde acontecer? Quando era criança, eu contava os meses, semanas, dias no calendário para a chegada do tão sonhado momento!

Imaginava quão bom seria ser mais madura, e hoje nem quero pensar como será ter de suportar as marcas de expressão que começarão a surgir no meu rosto.

Para mim, está óbvio que não nos acostumamos com a ideia e nem gostamos de envelhecer. E ninguém me convence com esses termos fabricados para maquiar um acontecimento nada desejado, como “melhor idade”.

E há quem diga que envelhecer é natural, faz parte do ciclo da vida – nascer, envelhecer e morrer. Mas, me desculpe quem inventou isso, se envelhecer fosse tão natural, não seria desconfortante como é.

Natural ou normal seria amadurecer belo e são, conservando a mesma qualidade física e psíquica impressa pelo Criador quando da nossa concepção. Mas isso só desfrutaremos após a vinda de Jesus.

Enquanto isso, neste mundo, a mim cabe viver com alegria, desfrutando da companhia gostosa das pessoas a quem amo e cuidar da minha saúde para envelhecer da melhor maneira, enquanto aguardamos a próxima vida.

Isso sem esquecer de agradecer a Deus pelos meus 35 anos saudáveis e felizes, pelas bênçãos recebidas em toda essa jornada e pelo fato de estar aqui, envelhecendo, pois foi Ele quem permitiu isso – permitiu que eu viesse ao mundo através do ventre de minha querida mãe e fizesse diferença, ao menos para aqueles que me rodeiam e que fazem parte da minha vida.

(Michela Borges Nunes é advogada em Criciúma, SC)

Obs.: Na foto acima, estou (de roupa branca e verde) com minha mãe e irmãos na Serra do Rio do Rastro (SC), antes de a estrada ter sido pavimentada. Faz tempo...

Leia também: "Por que sentimos saudade?"

Orgulho nerd ou vida frustrada?

Hoje está sendo comemorado o “Dia do Orgulho Nerd”. Acho que posso dizer que fui meio nerd em minha infância e adolescência. Nunca gostei de futebol e passava boa parte das férias de verão lendo, escrevendo e desenhando gibis de super-heróis. Minha série de TV favorita sempre foi Jornada nas Estrelas, e não poucas vezes me senti meio deslocado no tempo e no espaço. Lembro-me de que frequentemente me sentia frustrado e deprimido depois de ler uma HQ dos X-Men ou do Quarteto Fantástico, pois pensava que minha vida era chata e sem graça, afinal, eu não tinha poder algum... Vivia pensando que viver no futuro, com todas aquelas naves espaciais, sabres de luz e viagens pelo hiperespaço, isso, sim, seria excitante. Uma vida que valia a pena ser vivida. Por que eu tinha que ter nascido neste tempo? Anos depois, estudando os efeitos dessas produções e dessa cultura sobre o comportamento das pessoas, descobri que as telenovelas e as comédias românticas, por exemplo, exercem influência semelhante, especialmente sobre as moças, que são levadas para um mundo de sonhos, na ilusão de que um dia encontrarão a pessoa perfeita para um relacionamento perfeito.

O fato é que a dita cultura nerd, para mim, revela a insatisfação com a vida deste lado da eternidade (na qual a perfeição não existe), mas propõe substitutos irreais para o vazio que incomoda: vídeo games, histórias em quadrinhos, séries, filmes, etc. Esses entretenimentos apenas distraem e, depois de consumidos, geram frustração. Tiram-nos do rumo e desfocam nossa visão. Em Eclesiastes 3:11, o sábio Salomão afirma que foi Deus quem colocou em nosso coração o anseio pela eternidade. Qualquer coisa que não seja eterna será incapaz de satisfazer esse anseio.

A idolatria gerada por produções como Star Wars, Senhor dos Anéis, Avatar e outras apenas mostra que o ser humano tem um desejo intrínseco por cultuar alguma coisa. Quando Deus, o único digno de ser cultuado, não ocupa o trono do coração, rapidamente encontramos substitutos inadequados. Mas, nesse caso, as “peças” não se encaixam e vivemos sempre à espera do próximo lançamento do nosso produto/personagem/produção predileto.

Um dia aprendi que “os leitores de contos frívolos e excitantes tornam-se inabilitados para os deveres que lhes estão diante. Eles levam uma vida irreal e não têm nenhum desejo de um emprego útil, nenhum desejo de examinar as Escrituras, para alimentar-se do maná celestial. A mente está debilitada e perde a faculdade de contemplar os grandes problemas do dever e do destino” (Ellen G. White, O Colportor Evangelista, p. 143).

Quando comecei a estudar a Bíblia pela primeira vez, considerei-a enfadonha e de difícil compreensão. Claro, meu cérebro estava acostumado às “papinhas midiáticas”. Mas perseverei na leitura da Palavra de Deus e hoje posso dizer que sou apaixonado por ela. Os “contos frívolos” do passado perderam valor, afinal, para que perder tempo com o que não é eterno?

Hoje ainda anseio por um futuro maravilhoso e excitante. A diferença é que esse futuro é real, não calcado em frágeis promessas humanas – e melhor: é eterno. Enquanto vivo minha vida aqui, a promessa desse futuro me inspira, enche-me de esperança e me motiva a prosseguir até o fim. Mantendo o foco nas coisas eternas, a própria existência (ainda) mortal passa a ter sentido. Não preciso de pílulas culturais ilusórias para me distrair. Na verdade, preciso é ter a mente bem desperta para me posicionar adequadamente nesta luta entre o bem e o mal, que se desenvolve especialmente no campo de batalha da mente – às vezes, com nuances bem sutis e insuspeitas.

Cada episódio da série Jornada nas Estrelas começava com a frase clássica “espaço, a fronteira final”. Hoje entendo que a fronteira final será transposta por ocasião da volta de Jesus, quando Ele nos resgatar deste mundo de pecado e nos introduzir na verdadeira vida que nunca deveríamos ter perdido e que para sempre será nossa. Então, conheceremos os planetas, as estrelas, as galáxias e o próprio Criador!

Acho que quase todo mundo tem um lado meio nerd, ou seja, um senso de inadequação à vida ordinária para a qual não fomos criados; um desejo por algo que nunca se realiza. Se você se considera nerd, não me leve a mal. Deixe o mundo de sonhos e fantasias e lembre-se: Deus o ama e quer viver eternamente com você.

Michelson Borges

Leia também: "Super-heróis querem mesmo substituir Deus" e "Futebolópio do povo"

terça-feira, maio 24, 2011

Cientista criacionista publica artigo na Science

Rodrigo Mendes nasceu em junho de 1979, em Limeira, SP. A irmã dele é professora de Português no Unasp e o irmão é biólogo, cursando doutorado na USP. Casado há cinco anos com Ana Paula (professora de Língua Portuguesa), Rodrigo é pai do Guilherme, de um ano de idade. Após a graduação em Engenharia Agronômica (USP), com especialização em Biotecnologia, Dr. Rodrigo obteve o doutorado na mesma instituição, com período de um ano na Universidade de Wageningen, Holanda. Antes de cursar o pós-doutorado, ele trabalhou como melhorista genético na multinacional americana Monsanto, para então retornar à Universidade de Wageningen, a fim de trabalhar como pesquisador associado de pós-doutorado, com períodos de trabalho na Universidade de Lausanne e Universidade da Califórnia, Berkeley (foto acima). Após dois anos, retornou ao Brasil para assumir a função de pesquisador A na Embrapa, nas áreas de ecologia microbiana e genética molecular. Seus hobbies incluem coleções, leitura, fotografia, futebol com os amigos e música cristã contemporânea.

Nesta entrevista, concedida ao jornalista Michelson Borges, o Dr. Rodrigo (que teve um artigo recentemente aprovado para publicação na prestigiada revista Science) fala sobre suas pesquisas e sua visão de mundo relacionada ao criacionismo e ao design inteligente. [Leia mais]

As crianças de hoje são mais fracas

Se você é mãe ou pai, deve lembrar sempre seu preguiçoso filho do quanto você se divertia quando era criança: subia em árvores, corria descalço, escalava paredes, etc. Mas hoje? Hoje tudo que as crianças fazem é ficar no computador ou em frente à TV. Os resultados de uma nova pesquisa levam a preocupações sobre o impacto na saúde das crianças causado pelo abandono de atividades ao ar livre. Esse abandono de atividades tradicionais está deixando as crianças de 10 anos fisicamente mais fracas do que as de uma década atrás. Elas se cansam rápido, são menos capazes de se pendurar em uma parede ou barra, e têm geralmente menos massa muscular. Normalmente, essas atividades tradicionais aumentavam a força das crianças, tornando-as capazes de se levantar e segurar seu próprio peso corporal. Os pesquisadores britânicos estudaram o quão forte era um grupo de 315 crianças de 10 anos em 2008 em comparação a 309 crianças da mesma idade em 1998. Eles descobriram que mesmo que as crianças tivessem a mesma relação de altura e peso, elas ficaram mais fracas, menos musculosas e incapazes de fazer tarefas físicas que as gerações anteriores achavam fáceis. [Leia mais]

segunda-feira, maio 23, 2011

A marcação de datas produz efeitos negativos

Olhando para a previsão de fim do mundo do sábado 21 de maio, um cristão do Texas disse que muitos dos seguidores de Harold Camping que deixaram seus empregos, casas e gastaram seu dinheiro irão ser devastados espiritualmente ao ponto de provavelmente perder a fé. Como ele sabe? É porque ele teve uma experiência como essa com uma previsão de fim do mundo aproximadamente 23 anos atrás. Ainda jovem, o autor cristão Jason Boyett e seus amigos de juventude acreditaram que seriam engolidos pelo arrebatamento de setembro de 1988, previsto pelo engenheiro da NASA Edgar Whisenant. “Eu acho que a experiência do ‘arrebatamento’ teve um papel real na minha mentalidade cética que começou a se desenvolver.”

Em seu livro O Me of Little Faith (Minha Pouca Fé), ele escreveu como buscou a fé no meio de ceticismo e dúvida. Boyett prevê que as coisas não serão diferentes para os seguidores impressionáveis de Camping. “Você vai encontrar muita gente deixando e perdendo a sua fé”, disse ele ao The Christian Post. Boyett disse que aqueles que dispuseram muito do seu tempo e recursos para difundir essa mensagem do dia do julgamento vão se sentir traídos por seu próprio senso de fé e esperança, de uma forma que será difícil para eles continuarem a acreditar. “As esperanças que depositam nesse evento serão frustradas”, disse ele. [...]

A Family Radio de Camping era simplesmente uma rede de rádio sem fins lucrativos, com 65 estações nos EUA em 1958. Agora é uma organização multimilionária na era digital, onde há muito mais pontos de venda para atingir o público. A CNN informou que o ministério recebeu 80 milhões de dólares em contribuições entre 2005 e 2009 – 18 milhões dessas contribuições foram recebidas só em 2009.

“É fácil para nós sentarmos aqui e zombarmos de Harold Camping... ele vai passar por isso”, disse [Boyett]. “Mas o que nós temos que lembrar é que ele tem um monte de gente cuja vida e fé serão devastadas.” Ele continuou: “Como resultado, muitos deles perderam dinheiro, muitos deles que deixaram seus postos de trabalho estarão em uma situação difícil.”

Assim como ele, Boyett supõe que as crianças cujos pais tomaram decisões com base na previsão cresçam pensando: “Eu não posso confiar no que meus pais me dizem, no que o pregador me diz e no que a Bíblia me diz.” Além disso, a previsão de Camping provavelmente vai alimentar percepções negativas sobre os cristãos.

“O que Harold Camping faz é dar às pessoas do lado de fora munição para dizer: ‘Esse homem é um doido; ele é um cristão. Cristãos são doidos. Se você é cristão, por que eu deveria ouvir o que você está dizendo’”, lamentou.

Boyett alertou os cristãos: “Meu conselho seria que sempre quando você colocar muita fé em um ser humano, você vai se decepcionar.” Ele também espera que aqueles que ficaram desapontados por Camping percebam que “o que Harold Camping disse e ensinou não é a essência do Cristianismo”.

(Christian Post)

Nota: No fim de semana, durante um bom tempo, no Twitter, tópicos como “fimdomundo” e, depois do dia 21, “frasesposfimdomundo” ocuparam os primeiros lugares nos Trending Topics. Infelizmente, o assunto foi motivo de chacota e há quem defenda que Camping deveria vir a público pedir desculpas por ter envergonhado o nome dos cristãos. Alguns blogs até promoveram algum tipo de concurso de fotos debochadas do “arrebatamento”, como esta:


Realmente é lamentável que muita gente ainda acredite nesse tipo de “profecia”, quando a própria Bíblia é bem clara em afirmar que ninguém sabe quando será o dia e a hora da volta de Jesus (Mt 24:36). Alguns mais apressados até já compararam essa falsa previsão de Camping com o desapontamento provocado pela pregação dos mileritas, no século 19, especialmente nos Estados Unidos (leia mais sobre isso aqui). O fato é que o ex-deísta convertido à Igreja Batista Guilherme Miller e seus companheiros de pregação não erraram na data anunciada pela profecia de Daniel 8 e 9. Eles erraram quanto à interpretação do que iria acontecer em 22 de outubro de 1844: o início do chamado juízo investigativo, no Céu, e não a volta de Jesus. Além disso, é bom lembrar que, embora fossem chamados de adventistas os crentes de várias denominações que creram na mensagem de Miller, a Igreja Adventista do Sétimo Dia somente foi formalmente organizada em 1863, portanto, quase 20 anos depois do grande desapontamento. Miller nunca se tornou adventista do sétimo dia, embora tenha permanecido fiel a Deus e a suas convicções até o fim da vida. Além disso, é bom lembrar que esse desapontamento havia sido anunciado pela profecia de Apocalipse 10, e teve, apesar de tudo, efeitos bastante positivos na vida de muita gente, assim como o desapontamento da cruz (a falsa esperança de que o Messias Jesus reinaria na Terra, naquele tempo) ajudou a “peneirar” os crentes que fundariam o movimento cristão. De certa forma, podemos dizer que o cristianismo nasceu do desapontamento da cruz.

Conforme lembra o pastor Sérgio Santeli, do blog Minuto Profético, Ellen White, ex-metodista e uma das pioneiras da Igreja Adventista do Sétimo Dia, advertiu quanto à marcação de datas: “Quanto mais frequentemente se marcar um tempo definido para o segundo advento, e mais amplamente for ele ensinado, tanto mais se satisfazem os propósitos de Satanás. Depois que se passa o tempo, ele provoca o ridículo e o desdém aos seus defensores... Os que persistem neste erro, fixarão finalmente uma data para a vinda de Cristo num futuro demasiado longínquo. Serão levados, assim, a descansar em falsa segurança, e muitos se desenganarão tarde demais” (O Grande Conflito, p. 457).

Ellen foi uma das milhares de pessoas que acreditaram na pregação de Miller, mas, diferentemente da maioria do mileritas, não abandonou a fé. Juntamente com um pequeno grupo de crentes, ela se voltou ao estudo das Escrituras com muita oração, até compreender corretamente o que havia acontecido e o que irá acontecer. Desse grupo de crentes oriundos de várias igrejas, mas unidos no propósito de conhecer e praticar os ensinos bíblicos, Deus deu origem à Igreja Adventista do Sétimo Dia.[MB]

Leia o livro Ninguém Será Deixado Para Trás para saber mais sobre o assunto do “arrebatamento secreto”.

Velocidade da luz é superada

Era suposto ser o único limite de velocidade que nunca poderia ser quebrado, mas cientistas alegam ter demonstrado a possibilidade de se viajar a velocidades superiores à velocidade da luz. Esse feito contradiz uma das alegações centrais da teoria da relatividade como proposta por Albert Einstein – de que nada, em condição alguma, pode se mover a velocidades superiores a 300.000 km por segundo (essa é a velocidade da luz). Em teoria, viajar a velocidades superiores à da luz nos faria regressar no tempo. De acordo com a Física convencional, uma pessoa que viaje para além da velocidade da luz chegaria ao destino antes de partir. Mas dois físicos alemães alegam ter forçado a luz a superar sua própria velocidade usando o fenômeno “quantum tunnelling”.

A experiência focou o percurso dos fótons de micro-ondas através de dois prismas. Quando os prismas foram afastados um do outro, a maioria dos fótons refletiu o primeiro prisma que encontraram e foi captada pelo detector. Mas uns poucos pareceram afunilar-se através de uma falha que os separava, como se os prismas ainda estivessem juntos.

Embora esses fótons tivessem viajado uma distância superior, eles chegaram ao seu detector ao mesmo tempo em que os fótons refletidos. Isso sugere que a velocidade entre os dois prismas foi superior à velocidade da luz.

O Dr. Gunter Nimtz, da Universidade de Koblenz, disse à revista New Scientist:
“Por enquanto, essa é a única violação da teoria da relatividade que eu conheço.”

Se a velocidade da luz pode ser aumentada, o que isso nos diz em relação à luz que nos chega de galáxias a “milhões de anos-luz” da Terra? Se a régua com a qual [alguns querem] falsificar a linha temporal bíblica está danificada (ou, pelo menos, não é constante), será ela útil para se atacar a Bíblia?

Geralmente, os avanços científicos demoram tempo até chegar aos “locais de culto” dos militantes evolucionistas (veja-se o tempo que durou para eles finalmente se aperceberem de que o Homem de Piltdown era uma fraude), e, como tal, é possível que evolucionistas não saibam que a velocidade da luz pode não ser constante, e, assim, o fato de podermos ver galáxias a “milhões de anos-luz” da Terra não é argumento contra a Terra jovem.

(Darwinismo)

Nota: Existem pesquisas que sugerem que a velocidade da luz estaria diminuindo, o que adicionaria outra dúvida sobre as tremendas distâncias e escalas de tempo relacionadas com o Universo, que são da ordem de bilhões de anos. Não há consenso entre os criacionistas quanto à idade do Universo e nem mesmo quanto à idade da Terra (inorgânica). O consenso entre os criacionistas bíblicos diz respeito à idade da vida na Terra (ou seja, o tempo transcorrido desde a semana da criação): de seis a dez mil anos. Poderiam também as estrelas e as galáxias ser mais “jovens”? Quem sabe...[MB]

Leia também: "Galáxias modernas pouco depois do Big Bang?" e "Galáxias velhas num universo jovem"

Réptil brasileiro extinto morreu na lama

Medindo só 1,80 metro da ponta do focinho à extremidade da cauda, o Campinasuchus dinizi não se encaixa muito bem na definição de monstro pré-histórico. Mesmo assim, parece ter sido um excelente fundador de dinastia. Isso porque, segundo seus descobridores, o bicho é o membro mais primitivo [sic] do grupo de crocodilos que dominou o interior do Brasil na Era dos Dinossauros. Seus descendentes dobrariam de tamanho e virariam, ao que tudo indica, os predadores dominantes do inclemente semiárido que cobria São Paulo, Minas Gerais e outros Estados do país há dezenas de milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista]. O bicho acaba de ser apresentado à comunidade científica em artigo na revista especializada Zootaxa. Mas se trata apenas do começo do trabalho. O sítio que permitiu a descoberta da espécie, em Campina Verde (MG), ainda está repleto de material. “Parece que ali houve uma série de mortandades em massa ao longo do tempo”, diz Luiz Carlos Borges Ribeiro, pesquisador da Universidade Federal do Triângulo Mineiro e um dos responsáveis por descrever o bicho.

Os cadáveres da espécie podem ter se acumulado durante secas prolongadas, quando os crocodilos teriam procurado os poucos corpos d’água que sobravam para se enterrar na lama. No caso dos exemplares encontrados, não deu muito certo. “A densidade de material em Campina Verde é impressionante. Por enquanto todos são Campinasuchus, mas pode ser que haja outras espécies por lá”, avalia Borges. Apesar de terem procurado a lama na hora do aperto, os membros da espécie eram totalmente terrestres.

As patas, bem mais eretas que as de um crocodilo atual, davam grande mobilidade aos animais em terra firme, fazendo com que, em ação, eles lembrassem muito mais leões do que jacarés. Era nisso, aliás, que a equipe do Centro de Pesquisas Paleontológicas Price trabalhava quando recebeu a Folha. [...]

(Folha.com)

Nota: Será que os Campinasuchus procuraram a lama na “hora do aperto” ou foram surpreendidos pela lama num evento cataclísmico responsável pela tremenda quantidade de fósseis encontrados em circunstâncias semelhantes em todo o planeta?[MB]

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Padres gays, orgias e filhos clandestinos

“Os dois acompanhantes lhe homenageiam, espremendo-o no meio, em um sanduíche. Envolvem-no em uma dança muito sensual. Esfregam-se, rodeiam, esmagam-se, abrem a sua camisa, o acariciam, tocam nele. Dirty dancing a três em uma variação homossexual. O grupo olha para eles de cima a baixo. Apreciam. Aplaudem. Incitam. Assobiam. Cutucam. O francês [no meio dos acompanhantes] é um padre. Poucos dias antes havia celebrado a missa da manhã na basílica de São Pedro. No Vaticano.” A cena é de uma festa em Roma, uma entre as muitas nas quais padres, bispos e cardeais exercem a sexualidade que as regras da sua própria Igreja Católica restringem e condenam, de acordo com a descrição feita pelo jornalista italiano Carmelo Abbate em seu novo livro, Sex and the Vatican - Viaggio segreto nel regno dei casti (em tradução livre, Sexo e o Vaticano - Viagem secreta no reino dos castos).

O fenômeno da sexualidade na Igreja Católica, segundo o autor, é gigantesco e complexo. Fazem parte desse mundo os padres gays que optam por uma vida dupla; os sacerdotes que se relacionam com mulheres clandestinamente; e mesmo os filhos desses relacionamentos, que são abortados, escondidos ou privados de um pai pela vida inteira, para que se evite escândalos. “Entre os sacerdotes que não respeitam a castidade, há muitos que têm uma verdadeira vida paralela, uma companhia fixa com a qual não apenas fazem sexo, mas com quem vivem uma vida escondida, como marido e mulher”, afirmou Abbate, em uma entrevista exclusiva ao UOL Notícias.

O jornalista conta que a investigação, nascida de uma reportagem publicada na revista italiana Panorama, terminou como um extenso mergulho nesse mundo, munido de uma câmera escondida para garantir “provas sobre aquilo que iria contar”. E apesar de ter seu foco em Roma, Abbate garante que o cenário que ele descreve não está restrito ao núcleo do Vaticano. “Da Alemanha à França, da Espanha à Irlanda, da Suíça à Áustria, da Polônia à África, da América Latina aos Estados Unidos e ao Canadá. Acontece a mesma coisa em toda parte do mundo”, afirma.

Procurada pela reportagem, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse que não tinha conhecimento do livro e por isso não poderia comentar os temas citados. Acompanhe abaixo os principais trechos da entrevista.

Em seu livro, o senhor denuncia vários casos de padres que têm uma vida religiosa tradicional ao mesmo tempo em que também exercem sua sexualidade. Como o senhor fez a investigação para chegar a essas histórias? Qual era o seu objetivo em publicar o livro?

Realizei a reportagem com uma câmera escondida, isso com o objetivo de ter provas sobre aquilo que iria contar. O objetivo do meu trabalho é trazer à tona a vida escondida de grande parte do clero católico, como padres que têm uma vida sexual secreta, tanto homossexuais quanto heterossexuais. Há padres que têm uma companhia fixa e até mesmo filhos. E me choca especialmente a atitude da alta hierarquia eclesiástica, o comportamento dos bispos, quando tomam conhecimento das relações secretas dos religiosos, as tentativas de convencer as mulheres a abortarem, dar o filho para adoção, os contratos que garantem o sustento e compram o silêncio das mães com relação à identidade dos pais dessas crianças.

O senhor diz que o Vaticano conhece a questão dos padres gays e mesmo dos abortos. Quais são as verdadeiras dimensões do fenômeno?

Coletar dados para dimensionar o fenômeno é uma tarefa difícil. Difícil porque, como é óbvio, não há estudos e tabelas oficiais, é preciso se contentar com estimativas parciais, que não têm a pretensão de trazer a verdade científica, mas que podem ajudar a entender quão grande é o terreno sobre o qual caminhamos. As tentativas mais articuladas vêm dos Estados Unidos. Segundo vários estudos do psiquiatra Richard Sipe, ex-monge beneditino e ex-sacerdote, 25% dos padres americanos tiveram relações com mulheres depois da ordenação. Outros 20% estiveram envolvidos em relações homossexuais ou se identificam como homossexuais ou se sentiram em conflito com essa questão.

No Brasil, o Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris) realizou uma pesquisa anônima com 758 padres católicos: 41% admitiram ter tido relações sexuais. Metade se diz contrária ao celibato.

Vamos à Europa. Eugene Drewermann, escritor, crítico, teólogo e ex-padre, afirma que na Alemanha, em um total de 18 mil sacerdotes, pelo menos seis mil vivem com uma mulher.

O jornal The Guardian fala de milhares de casos de filhos de padres católicos no Reino Unido. Segundo Pat Buckley, bispo irlandês que fundou um grupo de apoio para amantes de padres, pelo menos 500 mulheres na Irlanda têm uma relação com um padre católico.

E na Itália? Nada de nada. Ninguém nunca tentou esboçar qualquer levantamento. E tente entrar em contato com os psiquiatras que acompanham os casos mais difíceis de padres envolvidos em affaires sexuais. Evitam você como se fosse a peste.

Então seria possível afirmar que esse é um fenômeno presente no mundo inteiro?

Da Alemanha à França, da Espanha à Irlanda, da Suíça à Áustria, da Polônia à África, da América Latina aos Estados Unidos e ao Canadá. Acontece a mesma coisa em toda parte do mundo, não só em Roma e nas vizinhanças do Vaticano.

O seu livro conta de padres que procuram espaços para expressar a sexualidade, seja em bares, seja na internet, com perfis secretos no Facebook nos quais assumem a homossexualidade, mas que ao mesmo tempo não desejam abandonar a vida religiosa. Depois de tudo que o senhor conheceu, como vê exigência do celibato?

O celibato não funciona, é óbvio. Nunca funcionou. O sexo é onipresente. Estão envolvidos nesses casos não só padres, mas bispos e cardeais. A cultura do sigilo que permeia a Igreja existe há milênios, ditada pelos eclesiásticos. Os eclesiásticos são um círculo restrito que controla toda a igreja e detém todo o poder, e o poder exige um nível de sigilo. O resto do mundo que fique na ignorância.

O Vaticano nega os casos? Como reage a Igreja?

Para o Vaticano, o centro do problema é o escândalo, não o pecado individual. Porque o escândalo vai além da questão individual e alcança a instituição, alimenta uma série de dúvidas fortes sobre quem é envolvido. O escândalo coloca o problema de uma Igreja que mantém a seu serviço aqueles que não cumprem com sua missão universal, aqueles que traem essa missão. Em resumo, o escândalo afugenta os fiéis da Igreja.

Durante o tempo em que estive envolvido com essa questão, entendi uma coisa: a Igreja não quer problemas. O respeito aos pobres fiéis ingênuos, salvo raríssimas exceções, é fator secundário. Muito diligente nas declarações de princípio, muito hipócrita nas questões práticas: esta é hierarquia vaticana. Esta é a Igreja de Roma. Seu primeiro mandamento é salvaguardar sua espécie, uma espécie a caminho da extinção.

(UOL Notícias)

Nota: Existe, sim, o dom do celibato e alguns personagens bíblicos foram celibatários. Mas é um erro querer impor esse estilo de vida a todas as pessoas, indiscriminadamente. A Bíblia recomenda que os líderes espirituais tenham uma esposa e lhe sejam fieis (o próprio Pedro, suposto “primeiro papa”, era casado). Logo na criação do mundo, antes de trazer a mulher à existência, Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2:18). Esse é o pleno de Deus. Fugir disso por conveniência ou quaisquer outros motivos, sempre traz problemas.[MB]

domingo, maio 22, 2011

Descoberta torna RNA ainda mais complexo

As descobertas relatadas na Science adicionam um novo nível de complexidade a um sistema já reconhecidamente complicado. Primeiro, por motivos que provavelmente têm a ver com a evolução da célula [!], os genes estão preenchidos com “letras” que parecem [que bom que escreveram “parece”, pois devem ter aprendido a lição do DNA “lixo”] ser tranqueira, os íntrons. Na primeira versão do RNA, os íntrons ficam. Depois, são jogados fora quando se forma o chamado transcrito maduro, que efetivamente é lido na hora de montar as proteínas. Dá para jogar com os íntrons de forma a montar transcritos diferentes, de forma que o mesmo gene é capaz de dar origem a várias proteínas diferentes. Além disso, já era conhecida a chamada edição de RNA, na qual a molécula sofre trocas de “letras”. O fenômeno, porém, parece ser bem mais raro do que apontado pela nova pesquisa, e só afeta “letras” químicas do mesmo grupo, enquanto o recém-descoberto faz isso com “letras” quimicamente menos semelhantes. Por fim, às vezes há simplesmente erros de transcrição do DNA para o RNA, considerados raros.

(Folha.com)

Nota: No tempo de Darwin, eles consideravam a célula um simples pedaço de gelatina. O que o naturalista inglês diria hoje, ao contemplar a tremenda complexidade contida no interior de uma “simples” célula? O que ele diria, ao tomar conhecimento da tremenda informação genética e das leituras, edições e transcrições envolvidas nos processos intracelulares? Note que os erros de transcrição são considerados raros, portanto, devemos nossa existência ao perfeito funcionamento do DNA e do RNA, cuja informação e complexidade não podem simplesmente ter surgido e “evoluído”. À medida que a ciência e os métodos de investigação são desenvolvidos, a caixa-preta de Darwin fica mais escancarada. E que mensagem ela contém? A que conclusão podemos chegar desse estudo? Bem, isso depende dos seus preconceitos...[MB]

sexta-feira, maio 20, 2011

Daniel 3 – No meio do fogo

Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) lutou até o fim por suas convicções e foi enforcado por causa delas. Doutor em teologia pela Universidade de Berlim, Bonhoeffer ajudou a fundar a Igreja Confessante, que rejeitou desafiadoramente o nazismo. “Jesus Cristo, e não homem algum ou o Estado, é o nosso único Salvador”, proclamava. Em abril de 1943, o teólogo foi preso por ajudar judeus a fugirem para a suíça. Em 1945, três semanas antes de as tropas aliadas libertarem o campo em que ele estava, foi enforcado com o irmão Klaus e os cunhados Hans e Rüdiger.

Em toda a história do povo de Deus o martírio tem ocorrido e deixado claro para o Universo que seres humanos que amam a seu Criador estão dispostos a dar a vida por Ele e pelo que é certo. Misael, Ananias e Azarias também passaram por isso.

Nabucodonosor, vaidoso que era, mandou construir uma estátua enorme, toda em ouro. Lembra-se do sonho do capítulo 2? Apenas a cabeça, que representava Babilônia, era de ouro. Depois viriam outros reinos de metais diferentes. Pouco mais de duas décadas após ter tido o sonho,[1] as impressões iniciais causadas pela interpretação de Daniel se foram da mente do rei. Ao construir a estátua dourada, Nabucodonosor estava contrariando a profecia, como que dizendo que seu reino duraria para sempre.

Mas havia outra coisa envolvida nessa atitude do rei. Note que as medidas da estátua são um tanto estranhas: 60 côvados de altura por seis côvados de largura, ou seja, uns 30 metros por 3. Era quase uma “vareta”! Essas medidas não foram escolhidas por acaso. O seis é conhecido como o número do anticristo ou da imperfeição humana, em oposição ao sete, que representa a perfeição de Deus. Portanto, a repetição do seis na estátua era uma indicação de que ela simbolizava, na verdade, todo o panteão de deuses babilônicos (isso fica claro no verso 12). Nabucodonosor esteve perto de conhecer a verdade, mas se deixou levar pela vaidade. “Sentiu-se influenciado pelo temor de Deus; contudo, o seu coração não ficou purificado da ambição mundana e do desejo de exaltação” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 504, 505).

Há uma lição para todo cristão aqui. Alguns acham que a experiência do passado (a conversão, o batismo, uma semana de oração, etc.) pode lhes garantir uma vida de sucesso espiritual. Isso é um engano. Se a relação com Deus não for alimentada diariamente – como o cultivo do amor no casamento, por exemplo –, a derrota é certa.

Bem, depois de construída a estátua, Nabucodonosor mandou convocar todos os oficiais da corte e os governantes vassalos de seu império. Reuniu-os na planície de Dura, diante do ídolo, e deu a ordem: assim que a banda tocasse, todos deveriam se prostrar em adoração à estátua. E ameaçou: se alguém não obedecesse, seria lançado na fornalha e viraria churrasco! E agora? O que fazer? Alguns devem ter racionalizado: “Mas é apenas uma estátua. Eu sei em que creio e não vejo problema em me ajoelhar apenas para preservar a vida.” Sabe o que é pior? Jerusalém era um reino vassalo. O rei dos israelitas estava ali. E se prostrou.

Quantas vezes, cegados pela falta de visão espiritual (lembra da importância da temperança e da clareza mental?), também acabamos cedendo e comprometendo nossos princípios: só vou beber um pouquinho para não ser rejeitado por meus amigos; é apenas uma prova no sábado; darei uma espiada nesse site pornográfico apenas por curiosidade; vou “ficar” com essa garota, afinal, todo mundo faz isso... E, quando menos se espera, o vício se instala e nossa fé desmorona.

A música também tem um poder tremendo sobre nós. Ela pode tanto nos aproximar de Deus, elevando nossos pensamentos, quanto pode nos distanciar das coisas do Céu. E Satanás sabe muito bem disso. Tanto é que usa a música “mundana” para minar a espiritualidade de muita gente.

Quando a banda começou a tocar o “rock babilônico”, o ambiente para a adoração idolátrica estava criado. Todo mundo caiu de joelhos diante do ídolo reluzente. Quer dizer, todos, menos três jovens. Você consegue imaginar a cena? Uma multidão prostrada com o rosto no chão e três moços imponentes, de pé, com a face marcada por santa convicção e consagração.

Era a oportunidade que os astrólogos queriam para eliminar a “concorrência” (esquecendo-se de que deviam a vida a Daniel). Foram levar ao rei a notícia do desafio dos hebreus, com palavras carregadas de veneno (cf. Dn 3:8-12). O rei conhecia os moços, assim como conhecia a Daniel.[2] E, por meio de ameaças, tentou dar-lhes segunda chance. Os jovens permaneceram firmes e deram uma resposta que nos ensina profunda lição de confiança em Deus: “Se formos lançados na fornalha de fogo ardente, o nosso Deus, a quem servimos, pode livrar-nos dela, e Ele nos livrará da tua mão, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (v. 18).

Que fé! Essas palavras de profunda confiança assemelham-se em muito à oração submissa de Jesus, registrada em Mateus 26:39. Isso é fé. Confiança irrestrita em Deus, ainda que desabem os céus sobre nossa cabeça. Fé não é dizer: “Se Deus existe, vai me curar agora!” Fé não é sinônimo de prosperidade financeira automática. Não. Fé é aceitar que a graça do Senhor nos basta (2Co 12:9); que ainda que tenhamos que atravessar o “vale da sombra da morte” (Sl 23:4), Deus nos levará pela mão. É confiar que ainda que venhamos a morrer (Jó 13:15), Deus nos ressuscitará no último dia.

Enraivecido, Nabucodonosor ordenou que se aquecesse ainda mais a fornalha e que os três fossem lançados nela. Então, o milagre aconteceu. Os jovens foram preservados das chamas. Apenas as cordas com que foram amarrados acabaram incineradas. De repente, o rei se levantou assustado. Em meio ao fogo devorador, ele conseguia ver quatro homens caminhando tranquilamente, e pôde identificar o quarto como “semelhante ao Filho de Deus” (v. 25). Ellen White pergunta: “Como sabia o rei pagão a que era semelhante o Filho de Deus?” E ela mesma responde: “[Os hebreus] tinham falado de Cristo, o Redentor vindouro; e na aparência do quarto no meio do fogo, o rei reconheceu o Filho de Deus” (Profetas e Reis, p. 509).

A festa de adoração à imagem pagã acabou se tornando numa ocasião de reconhecimento do poder maravilhoso de Yahweh, o Deus Criador do Universo.

No futuro próximo, outros reis procurarão forçar a consciência dos servos de Deus. Um falso sistema de crenças será imposto no mundo. Novamente o número seis (agora 666) simbolizará o domínio do mal. Ficaremos firmes pelo que é certo, como fez o pastor Dietrich Bonhoeffer? Seremos fiéis mesmo em face da morte, como foram Mizael, Ananias e Azarias?

Isso depende de como estamos vivendo hoje. “Ou somos cristãos decididos de todo coração, ou nada somos” (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, v. 1, p. 26).

(Michelson Borges, jornalista e mestre em teologia)

Pense e discuta:

1. O que você pode fazer para que as boas impressões do Espírito Santo não se apaguem de sua mente?
2. Em que áreas de sua vida você tem cedido e comprometido princípios?
3. Quão importante você acha que é a música na vida do cristão? Como escolher corretamente o tipo de música para ouvir?
4. O que é fé? Você sabe como desenvolvê-la?
5. Você se sente preparado para a controvérsia final em torno da adoração (a Deus ou ao anticristo)? Se não, o que pode fazer a respeito?

1. Segundo o Dr. Ozeas Caldas Moura, “podemos apenas conjecturar quanto à data dessa adoração. Uma boa hipótese é aquela que aponta a ocasião em que o rei Zedequias fez uma viagem à Babilônia (Jr 51:59), no 4º ano do seu reinado (594/593 a.C.), possivelmente atendendo à convocação de Nabucodonosor para que todos os seus magistrados e vassalos viessem à Babilônia para adorar a imagem de ouro (Dn 3:2). Se essa viagem do rei Zedequias foi para atender à convocação do rei babilônico, podemos imaginar o espanto dos jovens hebreus vendo o rei do povo de Deus adorando uma imagem – prática proibida pelo 1º e 2º mandamentos. E também o espanto do rei de Judá, ao ver seus súditos recusarem-se a se prostrar, mesmo correndo risco de morte” (Revista Adventista, março de 2009).

2. Por que Daniel não compareceu à adoração da imagem de Nabucodonosor? O Dr. Ozeas apresenta três hipóteses:

a) Poderia estar enfermo. Que Daniel geralmente tinha boa saúde pode ser inferido do cuidado que ele tinha com sua alimentação (Dn 1:8, 11-15). Mas ele não estava totalmente imune à doença, como pode ser visto em Dn 8:27: “Eu, Daniel, enfraqueci e estive enfermo alguns dias...”

b) Poderia ter recebido uma missão especial do rei, e estava em viagem pelo reino.

c) Poderia ter sido dispensado daquele ato de adoração pelo próprio Nabucodonosor. Aquele era um ato por meio do qual os súditos demonstravam lealdade ao rei, e Nabucodonosor não tinha dúvida quanto à lealdade de Daniel, tanto que o havia nomeado “governador de toda a província da Babilônia” (Dn 2:48). Assim, poderia tê-lo dispensado. Ao agir assim, estaria evitando duas situações: (1) matar Daniel, pois o rei sabia que esse fiel servo não se prostraria diante da imagem. Mas, como Daniel era um oficial altamente capaz, qualificado e honesto, o rei não desejava perder um auxiliar tão valioso; ou (2) ser desmoralizado perante os grandes de seu reino, ao permitir que Daniel ficasse impune, mesmo não se prostrando diante da estátua. Essa opção também não estava nos planos do rei, que era arrogante e prepotente (Dn 3:15, 19), e não deixaria que alguém o desmoralizasse e o humilhasse.

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