terça-feira, julho 31, 2012

Charles Darwin também inventou coisas úteis

[Meus comentários seguem entre colchetes. – MB] O inglês Charles Darwin certamente estava à frente de seu tempo, em vários sentidos. Nascido na cidade de Shrewsbury, em 1809, esse cientista revolucionou nossa visão de mundo com sua teoria da seleção natural, tornando-se figura polêmica não só até 1882, ano de sua morte, mas até hoje [isso apenas quando se leva a extremos a teoria dele, afirmando que todas as formas de vida teriam se originado de um hipotético ancestral comum]. A evolução [que tipo de “evolução”?] ainda não é completamente aceita por todos, por conta de certa (discutível) contradição com alguns dogmas religiosos [não são apenas os religiosos que criticam a suficiência epistêmica da macroevolução darwinista], mas inúmeras evidências e uma ampla disseminação no meio científico trazem a teoria da seleção natural e Darwin ao topo do pódio da ciência [a seleção natural é fato científico observável; a macroevolução, não. Chego a pensar que os darwinistas confundem propositalmente os termos a fim de confundir, também, as pessoas].

O famoso, embora pouco lido e compreendido, luminar da ciência do século 19 [quanta bajulação...] é bastante conhecido por suas viagens, seus estudos de campo, suas ilhas, mas o que quase nunca nos damos conta é de que Darwin teve que sentar em algum momento de sua vida para analisar todas as suas anotações [...]. Junte a isso o fato de Darwin ser um gênio, e temos a cadeira ergonômica de escritório. Claro, não como a conhecemos hoje (e na qual você provavelmente está sentado enquanto lê isso), mas o conceito é basicamente o mesmo.

Como passava muito tempo estudando, Darwin logo somou 2 + 2 e meteu algumas rodas nos pés de sua cadeira para poder trabalhar mais rápido. Era basicamente uma poltrona sobre rodas, mas também era o fruto da atual cadeira de escritório, que, aliás, entrou nas casas do mundo todo muito antes de as ideias de Darwin se tornarem amplamente aceitas.

Com a industrialização e a ascensão do trabalhador de escritório na segunda metade do século 19, elas foram adotadas de vez e não saíram de cena até hoje – assim como, espera-se, aconteça com as ideias de Darwin. [Pelo menos essa – entre algumas outras – invenção de Darwin teve aplicação prática. Quanto à macroevolução, continuará sendo como uma cadeira antigravitacional capaz de fazer saltos pelo hiperespaço e viajar no tempo – ou seja, continuará sendo ficção científica. Aliás, dizem que, como nos tempos de Darwin não havia microscópios capazes sequer de observar uma célula – portanto, uma verdadeira caixa-preta para os cientistas daqueles tempos –, o principal instrumento de pesquisas de Darwin era mesmo a cadeira de balanço, na qual ele ficava imaginando suas conclusões a respeito do que havia coletado e observado na natureza.]

Craig Venter deixa Dawkins de cabelo em pé


Nota do blog Desafiandoa Nomenklatura Científica: “A partir de 09:00:00, veja a negação de Craig Venter sobre a existência de uma Árvore da Vida – ‘There’s no tree of life’ [Não existe uma árvore da vida], e a reação de incredulidade de Richard Dawkins com esse questionamento! Aos 11:00, há uns estalos estranhos quando Dawkins vai rebater Venter. Não existe apenas um código genético! Demais, Venter!!! Alô, Francisco Salzano, Sergio Danilo Junho Pena et al, vocês vão escrever uma carta para quem agora? Alô, Sociedade Brasileira de Genética, vocês vão escrever um manifesto contra o Venter? Fui, nem sei por que, feliz da vida e rindo dessa ‘estudantada’ toda pelos nossos maiores luminares científicos que, alguns em fim de vida, poderiam ficar sem ter passado por esse papel juvenil! Ciência, senhores, se faz com evidências, e elas não estão corroborando as especulações transformistas de Darwin no contexto de justificação teórica, e isso é mantido mais pela camisa-de-força imposta sobre os cientistas para que não contrariem Darwin, o homem que teve a maior ideia que toda a humanidade já teve. Será que foi realmente a maior ideia que toda a humanidade já teve, ou a ideia de Darwin não é assim uma Brastemp, no contexto de justificação teórica?”

Mapeamento genético de espermatozoides

Pela primeira vez, foi feito o sequenciamento de espermatozoides individuais. Depois de 10 anos de estudo e trabalho no laboratório do professor Stephen Quake, na Universidade de Stanford (EUA), quase 100 espermatozoides de um indivíduo normal, com descendência normal, tiveram seu código genético individual sequenciado e comparado com o código genético do seu doador. Com esse sequenciamento de DNA, os cientistas puderam avaliar pela primeira vez de forma empírica os efeitos do processo de recombinação genética, que acontece quando a célula está em meiose. Na meiose, uma célula diploide, ou seja, com duas cópias de cada cromossomo, emparelha os cromossomos e “embaralha” (recombina) suas partes, separando-as depois e gerando duas células haploides, ou seja, que têm apenas uma cópia de cada cromossomo. Nesse processo, são formados os espermatozoides, e a recombinação garante que cada espermatozoide terá genes dos dois avós da futura criança que poderá ser gerada.

Até hoje, a quantidade de recombinações não havia sido verificada, mas estimada por processos estatísticos. Com o mapeamento do genoma dos espermatozoides, os cientistas chegaram pela primeira vez em um número médio de recombinações: 23, valor surpreendentemente próximo do estimado. Só que, se na média as recombinações são 23, em cada espermatozoide individual as coisas são mais complicadas. Na amostra sequenciada, foram encontrados até mesmo espermatozoides com cromossomos inteiros faltando, e isso em um indivíduo normal, saudável.

Além das recombinações, os cientistas também fizeram outra descoberta notável: os espermatozoides tinham entre 25 e 36 mutações de nucleotídeos que não estavam presentes no código genético do doador. Tanto as recombinações quanto as mutações são importantes fontes de variação genética; a primeira é responsável por deixar os novos indivíduos com uma mistura mais ou menos equilibrada dos genes de seus avós, e a segunda por acrescentar novas variações ausentes no código genético original. Entretanto, as mutações, se acontecerem em certas áreas do genoma, podem ser potencialmente prejudiciais.

Obviamente as células que tiveram seu genoma sequenciado foram destruídas no processo, e não podem ser utilizadas para gerar embriões, mas o estudo da frequência das mutações e as recombinações existentes podem lançar uma luz sobre o surgimento de problemas genéticos e de infertilidade.


Nota: Releia as partes grifadas no texto acima e volte a esta nota. Ok? Notou que, seguindo o padrão das pesquisas em genética, essa aponta para mais complexidade? Além disso, isto também é interessante: “Tanto as recombinações quanto as mutações são importantes fontes de variação genética [...] Entretanto, as mutações, se acontecerem em certas áreas do genoma, podem ser potencialmente prejudiciais.” Com tantos supostos milhões de anos de existência da humanidade e tantas recombinações e mutações nessa história, é de estranhar que ainda sejamos humanos. Deveríamos ter sido geneticamente “detonados” há muito tempo. Fica claro, também (e mais uma vez), que mutações promovem variação genética (na melhor das hipóteses), não “evolução”, ou acréscimo de informação complexa e “surgimento” de novos planos corporais, como teorizam os darwinistas. Na pior das hipóteses, mutações “podem ser potencialmente prejudiciais”. E estamos falando, ainda, apenas de espermatozoides. Pense no que vem a seguir, com a fecundação do óvulo: combinação de material genético distinto, múltiplas e rápidas divisões do óvulo e tremenda diferenciação celular (uma célula dá origem às mais diversas que compõem nosso corpo), e por aí vai. Tudo por acaso?[MB]

“Achava impossível mudar”, diz pastor ex-travesti

Acompanhado da mulher e do filho de 1 ano, o pastor evangélico Joide Miranda, de 47 anos, que até os 26 era travesti, afirma que é possível deixar de ser homossexual. A partir de sua experiência pessoal, ele decidiu ajudar quem quer voltar a ser hétero, por meio da Associação Brasileira de ex-Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABexLGBTTs). “A homossexualidade é um vício que, muitas vezes, vem desde a infância. Achava que era impossível mudar, mas é uma conduta que pode ser desaprendida”, diz o pastor. O trabalho da associação vai contra a posição do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que orienta profissionais da área a não colaborar com serviços que ofereçam tratamento e cura para homossexualidade e não reforcem preconceitos sociais já existentes em relação ao tema.

Joide Miranda, que aos 14 anos assumiu a homossexualidade e agora se diz “completamente restaurado”, pontua que o trabalho que desenvolve busca a cura e a mudança a partir da espiritualidade e da experiência de vida dele, embora avalie que a psicologia seria importante nesse processo. “Aqueles que querem deixar o estado da homossexualidade dizem que me veem como referência”, afirma o pastor, que depois da mudança retirou as próteses de silicone dos seios e o silicone industrializado dos quadris.

Ele explica que a entidade, que foi regulamentada em novembro do ano passado, dá suporte emocional a pessoas de vários lugares, inclusive do Japão, Espanha e França. Até hoje, segundo ele, mais de 500 homossexuais o procuraram. O pastor diz que os maiores motivos alegados para querer deixar a homossexualidade são a solidão e a insatisfação. “Fazemos acompanhamento por telefone, mas pretendemos abrir uma casa de apoio, uma espécie de albergue, para poder auxiliá-los melhor”, conta o pastor, que mora em Cuiabá com a família.

Um dos pilares da associação, segundo ele, é a estruturação familiar. Para o pastor, a desordem familiar tem grande parcela de responsabilidade nos casos de homossexualidade. Ele diz alertar os pais durante as palestras que ministra para que se atentem sobre o comportamento dos filhos, de modo que atuem de forma preventiva. “Um dos maiores fatores que contribuem para a homossexualidade são os abusos sexuais e a ausência de limites para as crianças”, enfatiza, ao relatar que, aos 6 anos, foi abusado por um vizinho.

Além dos próprios homossexuais, Joide diz receber inúmeros telefonemas de mães que não concordam com a orientação sexual dos filhos. Ele diz que muitas delas pedem para conversar com a mãe dele, que, após muita insistência, conseguiu fazer com que ele fosse para a igreja. Antes disso, o ex-travesti morou em vários países, entre eles Itália e França, onde se prostituía.

Ele cita dois casos de ex-gays que teriam se tornado heterossexuais depois de receberem acompanhamento através da associação. Um deles na França, que morava com outro homem e hoje já está casado com uma mulher. Outro é o caso de um ex-travesti do Maranhão, que colocou silicone até nos lábios e agora é missionário de uma igreja evangélica. “Quando a pessoa resolve mudar, o interior está todo bagunçado e demora algum tempo para mudar completamente, inclusive os trejeitos femininos”, explica.

No caso de Joide, a mulher Édna, que hoje o acompanha nas palestras em que dá seu testemunho, foi quem o ajudou. “Falava para ele que não era para colocar a mão na cintura, nem cruzar as pernas como mulher”, disse. Ela, no entanto, faz questão de enfatizar que se casou com um heterossexual e que nunca duvidou da mudança do marido. “Antes achava que gay era sempre gay, mas depois que o conheci mudei esse conceito. Não me importo em falar sobre o passado dele, pois falo de alguém que não existe mais”, afirma.

Casada há 14 anos com Joide, Édna conta que os dois eram empresários e deixaram os negócios para ajudar as pessoas que pretendem deixar de ser homossexuais. “Só fazemos isso para que nossa história possa ajudar outras pessoas.” Ela conta que no início do relacionamento enfrentou certo preconceito por parte daqueles que não acreditavam na mudança de Joide.

No entanto, os dois afirmaram que o casamento não pode servir como uma “fuga”. Antes de conhecer a mulher, o pastor disse não ter sentido atração por nenhuma outra pessoa do sexo oposto. “Tive tudo com que um travesti sonha, como glamour e dinheiro, mas não era feliz. Sentia um vazio muito grande dentro de mim. Era uma vida de hipocrisia”, recorda Joide, ao se dizer realizado hoje com a mulher e o filho, que foi adotado porque Édna não conseguia engravidar.

Na visão dele, a homossexualidade está na mente e, por isso, pode ser restaurada. “Depois que fui abusado sexualmente, tive minha heterossexualidade violada”, afirma. Ele disse ainda que, quando foi molestado pelo vizinho, teve medo de contar para a família, principalmente ao pai, que era alcoólatra.


Nota: Se, de acordo com o pastor Joide, muito da homossexualidade depende da estruturação familiar, permitir que “casais” homossexuais adotem crianças não seria um tipo de determinismo? Não seria como escolher a orientação sexual pela criança? Curiosamente, orfanatos religiosos têm sido impedidos de funcionar com a alegação de que isso seria violar a liberdade de a criança escolher a religião que vai ou não seguir. E a adoção de crianças por gays, não se trata de violação de liberdade, também?[MB]

segunda-feira, julho 30, 2012

Membros da Igreja Adventista são hostilizados na Ucrânia



Membros da Igreja Adventista foram hostilizados e amaldiçoados na Ucrânia pela igreja tradicional do país, a Igreja Católica Ortodoxa. Apesar de a Ucrânia ser um país de considerável liberdade religiosa, os adventistas estavam em um pequena tenda, divulgando materiais do canal de TV Novo Tempo e entregando livros, revistas e folhetos a quem quisesse recebê-los, quando uma procissão se dirigiu até eles e os líderes religiosos jogaram água benta, amaldiçoando os adventistas e dizendo que os destruiriam se não parassem com aquilo. Oremos pelos adventistas da Ucrânia e por nós mesmos, pois isso é apenas uma pequena amostra do que vai acontecer logo, em escala global. (Colaboração: Fernando de Andrade)

domingo, julho 29, 2012

Sexo faz bem para o coração dos homens (trair não)

Como se faltassem motivos para você adorar sexo, um grupo de italianos trouxe uma boa novidade: homens com vida sexual saudável correm menos risco de sofrer um problema cardíaco. A pesquisa, realizada pela Universidade de Florença, na Itália, avaliou a vida de quatro mil homens. E, entre todos, aqueles que tinham a vida sexual ativa mostravam menos problemas no coração e viviam por mais tempo. A explicação é simples: o sexo estimula a produção de testosterona, que melhora todo o sistema cardiovascular. Mas, vale lembrar, como esse mesmo grupo de pesquisadores já mostrou, que trairo parceiro só aumenta os riscos de morrer de infarto. Portanto, não adianta usar essa pesquisa para justificar suas escapadas por aí. Agora, se não for esse o caso, dá para tirar o fim de semana para cuidar da saúde, hein? (E, cá para nós, isso deve funcionar com as mulheres também, por mais que o nível de testosterona seja bem mais baixo…)


Nota: A única vida sexual realmente saudável (física, mental e emocionalmente falando) é aquela praticada no contexto matrimonial, em que estão envolvidos compromisso, romantismo e respeito (se falta um desses componentes é porque o casamento não está sendo vivido segundo a vontade de Deus). Depois de criar homem e mulher, Deus disse que eles deveriam crescer e multiplicar. Criado o primeiro casal (e, portanto, a união sexual), Deus disse que tudo era muito bom, acrescentando que não é bom que o homem viva só. Pesquisas comprovam o que a Bíblia já dizia há muito: casamento faz bem para a saúde e é uma bênção para o ser humano – ao passo que a infidelidade só traz “dor de cabeça” e muito sofrimento. Não é à toa que o inimigo de Deus dedique tanta atenção e esforços para destruir as famílias e perverter o sexo. Peça que Deus abençoe seu casamento e sua vida sexual. E faça a sua parte para que isso seja uma realidade.[MB]


Leia também: "Sensualidade pura"

sexta-feira, julho 27, 2012

Igrejas liberais perdem membros e estão perto do fim

O jornal The New York Times publicou um artigo controverso, [no qual] analisa os recentes movimentos liberais dentro das denominações cristãs e aponta como isso pode decretar o fim delas. Em 1998, o controverso bispo Episcopal de Newark, John Shelby Spong, publicou um livro intitulado Por que o Cristianismo Deve Mudar ou Então Morrerá. Spong representava uma ala da denominação que abandonou quase todos os elementos da fé cristã tradicional e teve muitos seguidores. A maioria dos líderes da Igreja Episcopal Anglicana viram nas últimas décadas sua igreja se tornar uma das entidades cristãs mais progressistas do mundo. Aos poucos foi abrindo-se para as imposições de grupos que desejavam ver a ordenação de pastores gays, depois a celebração religiosa do casamento gay e mais recentemente a ordenação de ministros transgêneros.

Como resultado desses movimentos internos, hoje a Igreja Episcopal é extremamente flexível sobre questões de dogma, apoia a libertação sexual em quase todas as suas formas, mostra-se disposta a misturar o cristianismo com outras religiões e minimiza aspectos da teologia em favor de causas políticas seculares.

O resultado, contudo, tem sido diferente do esperado. Ao invés de atrair um público mais jovem, mais desejoso ou aberto a essas mudanças, os números indicam que a morte da Igreja Episcopal pode estar se aproximado rapidamente. Segundo um levantamento divulgado este ano, na década 2000-2010, a média de frequência dominical caiu 23%, e nenhuma diocese episcopal viu um aumento no numero de pessoas indo à igreja.

Esse rápido declínio é o mais recente capítulo de uma história que começou nos anos 1960. As discussões desencadeadas naquela época marcaram o início de tentativas de manter as igrejas episcopais relevantes e adaptadas aos novos tempos.

Na contramão desse movimento, as denominações mais tradicionais, especialmente as de fundo pentecostais, marcadas muitas vezes por seus “usos e costumes” experimentaram uma verdadeira explosão no número de membros, sobretudo na África e América do Sul. O viés mais liberal do cristianismo simplesmente entrou em colapso. Praticamente todas as denominações que fizeram concessões teológicas – Metodista, Luterana, Presbiteriana – tentando adaptar-se aos valores contemporâneos viu a queda na frequência à igreja. Dentro da Igreja Católica, ocorreu algo similar, pois as ordens religiosas mais progressistas também entraram em declínio tanto no número de membros quanto no de novos ministros.

Estudiosos apontam que essas formas de cristianismo continuarão entrando em declínio no futuro. A ideia parece ser a necessidade de se redefinir o que é o cristianismo liberal – onde a fé impulsiona uma reforma social, sem desprezar a necessidade de conversão pessoal. [...]

Os líderes da Igreja Episcopal e das denominações com posturas semelhantes não parecem estar oferecendo algo que se distinga de um liberalismo puramente secular. Ou seja, todas essas tentativas de “mudar para não morrer” poderão resultar justamente em sua morte como denominação.


Nota: Na verdade, diferentemente do que sugere o título do livro do bispo Spong, o cristianismo não deve mudar para sobreviver, deve é voltar a ser o cristianismo bíblico, que sobrevive aos tempos e não permite a relativização da verdade. Todas as igrejas enfrentam o desafio de ser relevantes na cultura atual, sem, contudo, abrir mão de princípios imutáveis e inegociáveis. Deve estar atenta para não se apegar a costumes/tradicionalismos não bíblicos ao mesmo tempo em que deve tomar cuidado com novidades/modismos irrefletidos. Resumindo: a igreja deve estar sintonizada com o Céu a fim de “conservadoramente moderna” e relevante.[MB]


Clique aqui e conheça o ridículo da "contextualização" descontextualizada.

O padre que guardou o sábado

Andrew Fisher, um ex-padre católico, pensou cuidadosamente sobre sua decisão de guardar o sábado. Ele argumentava que o mandamento do sábado não era parte da lei cerimonial, pois fora instituído na criação, antes que o sistema sacrifical fosse instaurado. Citando Mateus 5:17 e 18, mostrava que Jesus não removeu sequer um i da lei. Com Tiago 2:10-12, demonstrou que os discípulos não mudaram o sábado. Corajosamente, apontava a Igreja Católica como a origem da apostasia. A guarda do domingo, sugeria, era um cumprimento da mudança dos “tempos e [das] leis”, predita em Daniel 7:25. Por causa disso, Fisher perdeu a vida. Em 1529, ele e sua esposa foram sentenciados à morte.

Há coisas pelas quais compensa morrer. Salomão, o homem mais sábio de todos os tempos, disse: “Compra a verdade e não a vendas.” Prov. 23:23. Fisher e sua esposa tiveram coragem moral, têmpera espiritual.

Algumas pessoas nunca se posicionam contrárias nem favoráveis a nada ou ninguém. Seguem a onda, no tom da multidão. Mas há pessoas como José, Daniel e Paulo. Disse Ellen White: “A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus” (Educação, p. 57).

O casal Fisher decidiu fazer o que era certo, porque era o certo, deixando os resultados com Deus. O lema de sua vida era: “Compensa seguir a verdade.” A verdade ainda é a verdade, independentemente da aceitação ou negação, popularidade ou rejeição de que seja alvo. Tomará você posição ao lado de homens e mulheres fiéis de todos os séculos? Seguirá a verdade custe o que custar, deixando com Deus os resultados?

(Mark Finley, Sobre a Rocha)

“Porque em verdade vos digo: até que o Céu e a Terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra” (Mateus 5:18). 

Cientista diz que foi enganado por falsa “miss biquíni”

Um renomado cientista britânico, preso ao tentar embarcar no aeroporto de Buenos Aires com dois quilos de cocaína na mala, alega ter sido enganado por uma quadrilha que se fez passar por uma “ex-miss mundial do biquíni” em um site de relacionamentos. Paul Frampton, de 68 anos, formado em Oxford e residente nos Estados Unidos, onde dá aulas na Universidade da Carolina do Norte, é reconhecido internacionalmente por seu trabalho na área da física e da astronomia. Ele está preso na Argentina, onde foi processado por tráfico de drogas. Frampton foi detido no dia 23 de janeiro no aeroporto internacional de Ezeiza, de Buenos Aires, depois que cães farejadores detectaram a cocaína, embrulhada em papel de presente na mala que havia despachado no voo que o levaria de volta aos Estados Unidos. Segundo o cientista, a mala pertencia à suposta ex-miss.

De acordo com a versão de Frampton, divulgada recentemente pelo jornal El Clarín, ele conheceu a “miss” através do site de relacionamentos mate1.com e, durante 11 semanas, conversou com ela pela internet. Em todo esse tempo, o cientista pensava estar conversando com a modelo Denise Milani, nascida na República Tcheca, que em 2007 ganhou o título de “Miss Bikini World”.

“Eu tinha certeza de que conversava com ela, mas após algumas semanas na prisão entendi que poderia ter sido um homem (passando-se por ela)”, disse.

Segundo a imprensa local, não há provas sobre a participação da ex-miss biquíni no esquema, e especula-se que sua imagem possa ter sido usada por alguma quadrilha.

A ex-mulher do físico, Annie Marie, disse que ele é “emocionalmente uma pessoa de três anos” e que “só entende de ciências e não de questões de relações humanas”.

A pessoa que se fazia passar pela ex-miss, segundo Frampton, teria lhe falado estar “cansada de ser modelo fotográfica” e que gostava de homens mais velhos. Pela internet, os dois marcaram um encontro em La Paz, na Bolívia. De acordo com Frampton, a suposta modelo teria dito ainda que tinha dinheiro e lhe enviou as passagens para o encontro. Na data marcada, a mulher não apareceu. No entanto, segundo o cientista, um homem foi ao local marcado e lhe entregou uma mala que pertenceria à suposta ex-miss e que deveria ser entregue em um próximo encontro.

Frampton permaneceu dez dias em La Paz, e depois seguiu para Buenos Aires, onde receberia uma passagem para Bruxelas, onde a mulher o esperaria. O cientista ficou três dias no aeroporto de Ezeiza, esperando a passagem. Ele contou que seus amigos o alertaram que a história já estava complicada demais e lhe mandaram a passagem de volta para a Carolina do Norte, nos Estados Unidos, onde residia e trabalhava. Acabou sendo detido ao tentar embarcar.

Frampton disse que foi alertado por amigos de que poderia estar caindo em uma “armadilha”, mas afirmou ter o hábito de levar seus projetos até o fim. “Quando cheguei a La Paz e ela não estava, eu deveria ter percebido algo estranho e voltado para casa. Mas ela era meu projeto e costumo levar meus projetos até o fim”, afirmou em entrevista ao Clarín.

Assessores de imprensa do Serviço Penitenciário Federal Argentino (SPF) disseram à BBC Brasil que Frampton pode ficar até dois anos preso antes de ser ouvido pela Justiça. “O caso dele está na etapa inicial, na qual o juiz reúne informações sobre o que ocorreu e determina se ele irá a julgamento ou se será liberado por falta de provas que o comprometam”, afirmaram.

“Ele compartilha cela com outros presos num pavilhão onde estão os detentos com bom comportamento”, informaram.

A condenação por tráfico pode resultar em uma pena de três a oito anos de prisão


Nota: O pecado é exatamente assim: a ilusão inicial (na forma de prazer, poder ou outra aparente benesse) se mostra uma maldição no fim das contas, e acomete qualquer um, desde um famoso cientista até um “reles mortal” anônimo. Não quer ter dor de cabeça e quer ter a consciência tranquila? Viva de acordo com as instruções de Deus. Com Ele, o prazer é lícito, a bênção é garantida e a alegria é real.[MB]

quinta-feira, julho 26, 2012

Hotel troca Bíblias no quarto por livro erótico

O Damson Dene Hotel, no Reino Unido, decidiu substituir as cópias da Bíblia que se encontravam nos seus quartos por exemplares do polémico best-seller As Cinquenta Sombras de Grey. O proprietário do hotel, Jonathan Denby, defendeu a opção através do seu blog. “Esta noite, milhões de mulheres vão estar deitadas com um bom livro e podem apostar que não é a Bíblia”, escreveu. “Ainda não li o livro – não faço parte do público-alvo – mas disseram-me que toda a gente do tal público-alvo o adora”, prosseguiu, referindo-se ao best-seller erótico escrito por EL James. “Isso fez-me pensar sobre o sentido de fornecer um livro, a Bíblia Gideon, que ninguém lê e muitos não gostam em vez de um livro que toda a gente quer ler, como As Cinquenta Sombras de Grey, concluiu.

Nota: Imagine se a Bíblia tivesse sido (de alguma forma) substituída ao longo dos séculos pelo tipo de literatura leviana como a oferecida pelo livro As Cinquenta Sombras de Grey. Pelo visto, Denby ignora o fato de que até mesmo a liberdade que lhe permite adotar esse tipo de livro em seu hotel em substituição à Bíblia provém do próprio conceito judaico-cristão de liberdade. É uma pena que, na concepção distorcida de Denby, milhões de pessoas estarão em melhor companhia lendo livros eróticos do que meditando nos valores apresentados na Palavra de Deus. De certa forma, essa atitude do dono do hotel reflete uma marca de nossa época que caminha rapidamente para o fim.[MB]

terça-feira, julho 24, 2012

O ateu, o crente e o bicho-papão

Outro dia alguém me enviou pelo Twitter a seguinte pergunta: “Quando vc era criança também acreditava em bicho-papão, porque deixou de acreditar?” Minha primeira reação foi ignorar a pergunta, formulada em tom de crítica a um tweet que postei testemunhando minha fé em Deus. Imaginei que o autor da pergunta não esperava resposta, apenas pretendia sugerir a estupidez da minha fé. Tive a mesma sensação que experimentei quando comecei a ler um texto sobre “razões por que deixei de ser crente” e o autor logo na primeira página comparou a crença em Deus à crença no Saci-Pererê. Mas, passado o ímpeto de deixar pra lá, resolvi responder, pelo menos para mim mesmo.

Minha resposta começaria afirmando que jamais acreditei em bicho-papão. O que me aterrorizava na infância eram os ciganos e o “velho do saco”. Devo isso às minhas avós, que diziam que esses homens malvados gostavam de raptar meninos desobedientes. Registro que acredito em ciganos e velhos do saco, não necessariamente como raptores de crianças, embora seja em parte verdadeiro. Mas resolvi responder como se meu imaginário infantil tivesse sido ocupado por esse tal de bicho-papão.

Eis, portanto, algumas razões por que, embora continue acreditando em Deus, deixei de acreditar em bicho-papão:

.    Não conheço nenhum adulto que acredita em bicho-papão.
.    Não conheço nenhuma civilização baseada em bicho-papão.
.    Não conheço nenhuma religião que considere o bicho-papão um ser divino.
.    Nunca ouvi uma pessoa dizer que foi transformada pelo bicho-papão.
.    O bicho-papão não constitui o dilema existencial humano desde sempre.
.    Nenhuma tradição de pensamento humano se ocupa com o bicho-papão.
.    Nenhum gênio da humanidade viveu atormentado por causa do bicho-papão.
.    O bicho-papão não se sustenta num texto considerado sagrado por mais da metade da população mundial, escrito ao longo de 2 mil anos, por 40 autores diferentes.
.    Não existe quem atribua a existência do Universo ao bicho-papão.
.    Jamais alguém defendeu sua fé no bicho-papão com a própria vida.
.    Nenhuma das virtudes humanas é associada ao bicho-papão.
.    O bicho-papão não é uma crença universal e atemporal.
.    O bicho-papão não ajuda a explicar o mundo em que vivo.
.    O bicho-papão não ajuda a explicar a complexidade da raça humana.
.    O bicho-papão não ajuda a explicar o homem que sou.

segunda-feira, julho 23, 2012

Reavivados por Sua Palavra – um culto online

No dia 17 de abril, comecei a fazer a leitura da Bíblia, conforme o plano de leitura do projeto “Reavivados por Sua Palavra”. De acordo com o programa, será lido um capítulo por dia até o dia 2 de julho de 2015 e dois capítulos por dia durante os nove dias da assembleia mundial da Igreja Adventista nos Estados Unidos, cujo encerramento será no sábado, 11 de julho de 2015. Nesse dia, serão lidos os dois últimos dos 1.189 capítulos da Bíblia Sagrada. Como a leitura de um capítulo é muito rápida, logo nos primeiros dias decidi fazer aquilo que já estava ensaiando havia algum tempo: a leitura da Bíblia conjugada com os livros de Ellen White. Porém, decidi acrescentar também a leitura diária do Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, na parte que esmiúça cada versículo da Bíblia Sagrada. Eu não imaginava o que estava me esperando!

Desde que era católico, já havia lido o Novo Testamento diversas vezes. Fui batizado na Igreja Adventista do Sétimo Dia em 1990 e fiz todos os estudos bíblicos necessários. Demorei quase dois anos para aceitar a nova fé. Depois, como professor da Escola Sabatina e ancião de igreja, passei a estudar a Palavra de Deus diariamente até hoje. Mas não imaginava os benefícios e a riqueza para a minha vida espiritual que seria o programa “Reavivados por Sua Palavra”. A leitura sistemática da Bíblia, de Ellen White e o do Comentário começou a me trazer um volume de vislumbres nunca antes experimentado. Lampejos maravilhosos começaram a surgir. Comecei a experimentar um novo sabor no conhecimento da Palavra de Deus, como nos tempos em que conheci a mensagem e estava descortinando novos horizontes.

Eu tinha o Comentário e sempre consultava, mas de maneira pontual, para pesquisas, palestras e sermões; nunca havia imaginado que a leitura sistemática pudesse me acrescentar tantas coisas maravilhosas.

A experiência dos primeiros noventa dias do projeto está sendo muito melhor do que eu imaginava. Muito enriquecedora.  Ao fazer o ano-bíblico comum, como já fiz algumas vezes, nem sempre me dava conta dos significados profundos que pequenos detalhes possuem.

Um dia postei um comentário do capítulo lido na internet, no microblog Twitter. Percebi que outras pessoas estavam fazendo o mesmo e repassando as postagens. Até que recebi um e-mail do jornalista da CPB, Michelson Borges, pedindo para que eu identificasse cada postagem com a palavra-chave (hashtag) #reavivadosporsuapalavra.
Em seguida, uma postagem do presidente da Igreja para a América do Sul, pastor Erton Köhler, sugeriu a hashtag #rpsp, mais curta, para sobrar mais espaço nos 140 caracteres do Twitter.

A partir de então, aconteceu algo interessante. Quando termino minha primeira hora da devoção e antes de fazer a lição com os filhos em nosso culto familiar, entro no Twitter, normalmente via celular, e deixo minhas impressões. Sem ler as mensagens dos outros. Depois que leio as outras mensagens, repasso aquelas relevantes de outros internautas. Acabou virando aquilo que o jornalista Michelson chama de “culto virtual”. É tão impressionante o volume de informações sobre aquele capítulo lido que nossa compreensão da Bíblia passa a se abrir de maneira nova e surpreendente.

Até mesmo durante o dia, nas atividades normais, é impossível deixar de “ruminar” aquilo que foi aprendido nas primeiras horas do dia e meditar sobre as postagens de outros internautas. Além da alegria que é ter o senso de pertencer a uma ampla comunidade, acordada, viva, vibrante, comentando o mesmo assunto – é algo sem igual.

O efeito causado pelo estudo detido e minucioso da Palavra de Deus – em conjunto com os livros de Ellen White e o Comentário Bíblico, acrescidos das observações de dezenas de internautas – tem enriquecido minha vida espiritual. Comparo à experiência de um garimpeiro acostumado a retirar uma quantidade de ouro suficiente para viver, até encontrar um novo veio do precioso metal. Uma quantidade inexaurível a jorrar. Uma riqueza incalculável! Oro todas as manhãs para que o reavivamento e a reforma comecem primeiramente em mim, minha esposa e meus dois filhos pré-adolescentes. E que tome conta de todas as famílias da Igreja.

Creio que o Espírito Santo, por meio do projeto “Reavivados por Sua Palavra”, está nos chamando a um compromisso maior com o evangelho eterno e Sua mensagem salvadora para este tempo, o tempo de anunciar que a vinda do Senhor está muito próxima!

(Vanderlei José Vianna é advogado, diretor de Liberdade Religiosa da União Norte Brasileira da IASD e ancião da Igreja do Coqueiro, em Ananindeua, região metropolitana de Belém)

Considerações acerca do Estado e da democracia

Desde que o ser humano rejeitou a proposta de Deus para sua vida e deu ouvidos a Satanás, até agora, não parou de buscar a tal felicidade que lhe foi prometida em troca da desobediência aos princípios divinos. Vejamos: a Eva foi prometido que ela não morreria e ainda seria semelhante a Deus, conhecedora do bem e do mal (Gn 3:4), entre outras coisas. Ora, ser igual a Deus significa ser tudo, inclusive imortal, justo e poderoso só para ficarmos nesses três atributos que compõem a personalidade divina e que tanto buscamos nas diversas formas de organizações sociais que implementamos. Todavia, tudo o que conseguimos é injustiça, opressão e morte. Por que será que não conseguimos construir uma sociedade plena em que reine justiça amor e paz? Crendo ou não, só existe uma resposta: porque fizemos a opção errada, ou melhor, nossos pais lá no Éden fizeram essa opção, ao acreditar no inimigo de Deus e em suas falsas promessas.
        
O homem, quando pecou, perdeu a capacidade de continuar bom, praticar a justiça e viver uma vida repleta de amor, como queria seu Criador. Em lugar dessas virtudes, seu coração se encheu de ódio, cobiça inveja e desamor para com seu semelhante, que, aliás, é a causa de todo sofrimento na atualidade. Thomas Hobbes, um dos artífices do Estado moderno, em sua obra O Leviatã, argumenta que o homem possui uma sede de poder imensa que só termina quando morre. Para ele, o “poder é a condição sine qua non da felicidade. Riquezas, honra e ciência são apenas formas de poder”. Com isso, quero dizer que não basta suprimir o Estado para por fim a todo sofrimento, inclusive a falta de liberdade total, o problema está no homem e não em um tipo de instituição que ele inventou que, por sinal, vai refletir todas as suas idiossincrasias, sua visão de mundo, etc.
        
Falar do Estado como se ele fosse algo que desceu do céu para reinar absoluto sobre todos, sem vínculo com a sociedade que o engendrou, é um pouco de exagero, mesmo que não seja esse o objetivo do nosso amigoTucker; mas é isso que ele deixa transparecer quando se refere ao Estado da forma como se referiu. Embora, utilize um eficiente aparato ideológico para parecer neutro e governar acima das classes, o Estado nada mais é que a representação fiel da classe hegemônica que o estruturou e o comanda. E, no Ocidente, temos como referencia o Estado burguês estribado nos valores ocidentais, que tem na democracia burguesa o pilar central de sua existência. Sim, é com base nessa democracia que o Estado burguês constrói sua estrutura ideológica de sustentação política, econômica e social. 

Mas o que é essa tal democracia? Como e onde surgiu? Bem, tal como a conhecemos, a democracia burguesa é um regime de governo que tem na vontade da maioria a sua funcionalidade, maioria essa que representa “a vontade do povo, para o povo e pelo povo”. Surgiu na Grécia antiga, um país escravocrata, naquela ocasião, onde mulheres e estrangeiros não tinham vez nem voz. E onde só eram considerados cidadãos homens casados pertencentes à aristocracia agrária, que se reuniam uma vez por mês para debater os problemas das cidades, daí serem considerados cidadãos. Essa minúscula pincelada na historia da democracia já nos permite uma reflexão sobre ela na atualidade, observando como ela conservou sua essência, apesar do longo período que nos separa do seu surgimento. Como é notória, a democracia burguesa já nasce como um regime de exceção, portanto, já nasce coxa, manca capenga ou coisa parecida, já que, para exercê-la, era necessário ser rico, homem e não estrangeiro.

O tempo passou e muita coisa foi modificada para que tivéssemos, hoje, a democracia que temos. Porém, esse regime é o mesmo que permite a uns poucos terem tudo e muitos terem nada; é o mesmo regime que legitima a convivência da miséria com a opulência, banalizando a pobreza extrema como se fizesse parte da ordem natural das coisas. Ou seja, a democracia continua excludente e desigual. Essa historia de governo do povo, para o povo e pelo povo não passa de grande falácia. Primeiro, porque povo não governa; a massa por si só é disforme e desorientada, e ao se organizar para escolher um representante, perde seu caráter espontâneo de massa porque serão uns poucos que comandarão a vontade de muitos. Partindo desse princípio, o que aconteceu ao Andrew não é nenhuma novidade; entretanto, longe de mim achar que não devemos buscar o melhor para nós e para a sociedade de um modo geral, todavia, devemos reconhecer que a perfeição neste mundo nunca será alcançada – o motivo, penso que já deixei bem claro acima.

Bem, isso é o que temos. Um Estado que nos permite o mínimo de liberdade não porque seja bom, mas para sua própria funcionalidade. Por outro lado, podemos lutar pela utopia de uma sociedade sem Estado, que, mesmo se fosse possível estruturá-la, não iria muito longe se não mudássemos nossa natureza caída, egoísta e opressora. Acontece que para termos tal sociedade seria necessário atingirmos um grau elevadíssimo de consciência, capaz de nos autogerir sem a necessidade do “homem artificial” ou Estado, segundo Hobes, coisa que me parece completamente impossível. Mas não estamos proibidos de pagar para ver; quando, por acaso, conseguirem essa façanha extraordinária, me chamem apenas para contemplar esse paraíso terrestre, pois, se acaso eu viesse a querer habitar num lugar como esse certamente iria corrompê-lo, simplesmente com minha presença.

Sendo assim, meu caro Tucker, nossa esperança está na Pedra de Daniel 2:34, que ao atingir a base da estátua do sonho de Nabucodonosor representando todos os sistemas corruptos deste mundo, a esmiúça e a destrói para sempre, e em seu lugar estabelece um reino eterno no qual reinarão a justiça, o amor e a tão sonhada democracia perfeita que tanto almejamos.

(Kleiner Michiles é sociólogo e colaborador do Núcleo de Cultura Política do Amazonas)

domingo, julho 22, 2012

Meninas de seis anos querem ser “sexy”

Eu estava na fila de espera de um restaurante. Na minha frente, uma família com três meninas por volta dos 7 ou 8 anos. Elas deviam ser primas e, entediadas enquanto esperavam pela mesa, pegaram os óculos escuros das mães para brincar.  Sem nada melhor para fazer, eu observava as meninas, até que uma delas disse: “Olha, eu acho que esse óculos me deixa mais sexy”. Achei estranho aquela frase sair da boca de uma menina tão nova. Simplesmente não combinava. Mas aí o garçom apareceu, a fome era grande e eu deixei a história para lá. Lembrei da cena porque hoje cedo vi uma notícia no site Jezebel sobre uma pesquisa feita com meninas entre 6 e 9 anos. Psicólogos mostraram a imagem ao lado e fizeram quatro perguntas para as garotas: Qual delas se parece com você? Com qual delas você quer se parecer no futuro? Qual é a mais popular? Com qual delas você gostaria de brincar?

A versão periguete da boneca dominou as respostas: 68% das meninas querem ser iguais a ela, e 72% acreditam que a boneca com trajes de gosto duvidoso é a mais popular na escola. As poucas meninas que escolheram a boneca de calça jeans tinham duas características: normalmente praticavam esportes e tinham mães atentas, que não as proíbem de ver TV, mas fazem questão de instruí-las sobre o que estão assistindo.

Acho que esse resultado nos mostra algo. É claro que a TV não é a única influência dessas meninas, mas talvez o bom exemplo, o cuidado e a educação dentro de casa sejam suficientes para evitar comportamentos estranhos e precoces, além de muito mau gosto na hora de se vestir.

sábado, julho 21, 2012

Games e pornô na web podem levar homem à extinção

Um professor de psicologia da universidade de Standford, nos Estados Unidos, tem uma teoria de que os jogos de videogame [conheça outra pesquisa aqui] e os filmes pornô na internet irão levar o homem a ser extinto do planeta Terra. Uma reportagem do jornal Daily Mail, a teoria de Philip Zimbardo, diz que esses dois meios de entretenimento estão criando uma “geração de homens desajustados”. Ele explica que os homens atuais estão criando muitos vícios que os deixam “incapazes de realizar funções normais ou de terem relações saudáveis no mundo real”. No entendimento do professor, os homens estão gastando muito tempo isolados no mundo digital e, para ele, pessoas sozinhas tendem a morrer mais cedo. Zimbardo publicou um livro chamado The Demise of Guys: Why Boys are Struggling and What We Can Do About It (A Morte dos Homens: por que os jovens estão lutando e o que podemos fazer sobre isso, em tradução) em que afirma que os homens estão crescendo sem a necessidade básica de serem animais sociais.

“Os homens estão gastando uma grande parte do seu tempo diário no mundo digital, jogando videogames e assistindo a filmes pornô, no YouTube, enviando mensagens, assistindo a partidas de futebol, sozinhos na maioria do tempo”, diz o professor no livro. Além de sugerir que pessoas que passam longos períodos de isolamento morrem mais cedo do que aqueles que têm maior convívio social, Zimbardo acredita que quem passa muito tempo na internet perde a habilidade de contato com pessoas na vida real.

Sua teoria ainda aponta que homens que jogam videogames e assistem a filmes pornô estão sendo “formatados” e que é muito difícil trazê-los de volta. Esse processo tirou o homem de sincronia na escola, no ambiente de trabalho e em relacionamentos românticos. “O uso excessivo de videogames e de pornografia na internet na busca por algo a mais está criando uma geração de homens que não gostam de correr riscos, que não conseguem passar pelas dificuldades inerentes dos relacionamentos reais da vida, do trabalho e da escola".

quinta-feira, julho 19, 2012

Anúncio da hora do fim (ou o vazio da vida mundana)

Tem uma hora na vida de um homem em que ele precisa saber quando sair de cena. Aliás, essa sabedoria do “quando parar” deveria ser inata a todos. Homens e mulheres, cada qual sabendo bem quando é a hora certa de tirar o time de campo. Se esse bom-senso fosse geral, a humanidade se veria livre de mais um disco do Restart, Michael Jackson não teria se sobrecarregado e morrido por um novo show, Serra não sairia mais candidato a nada e o Felipe Andreoli ia parar de jogar bolinhas em um balde. Mas não. A gente observa o contrário. Tem gente que insiste no mesmo erro e não aprende. Que força uma barra danada a troco de coisa alguma, ou de muito pouco. E eu não quero ser mais um desses que dá cabeçada e não muda.

Antes que muitos dos leitores que me odeiam possam comemorar, não. Não vou abandonar minha carreira, sair do CQC, sair da TV, voltar pro teatro infantil ou pra lata de lixo onde alguns acham que nasci. Também não vou largar esse blog ou pedir as contas no Yahoo!. Mais simples que isso: eu vou parar, definitivamente, de ir a baladas.

Ontem, pela última vez, fui a duas casas noturnas. Duas na mesma noite. E me dei conta de que meu tempo passou. Aconteceu, fiquei velho para festas bombásticas. Às vésperas de completar 36 anos, caiu a ficha que não consigo mais compactuar da histeria, bebedeira, loucura e hipocrisia que existe na noite e em seus personagens.

Eu já sabia, mas demorei pra entender de verdade: na balada ninguém é seu amigo realmente. E a premissa da eterna felicidade da noite com seus aditivos e barulheira é uma contradição com o que a vida pede da gente no dia seguinte, com seus compromissos e duras responsabilidades.

Antes que mais de 300 pessoas comecem a me agredir aqui dizendo que eu sou um tremendo mala, que não sei me divertir, que não posso julgar quem gosta de festas, etc., deixa eu escrever uma coisa: é tudo bem mais simples. Eu adorava toda essa bagunça das madrugadas. Mas tô ficando velho mesmo. Não consigo mais.

O erro não está nos lugares e nas pessoas que querem que eu dance e grite, está em mim. Envelheci. Aliás, nem dá pra chamar isso de erro. Envelhecer é uma dádiva, ainda que assuste um pouco.

À medida que o tempo passa, a gente somatiza rabugices e manias. Comigo isso fica claro nas baladas. O som muito alto me incomoda. Ter que socializar o tempo todo também. Lutar como um gladiador por um copo de vodca com energético mais ainda.

A gente passa a se preservar mais também. A iminência de sempre ter que “se dar bem” fica em segundo plano. A cobrança por emanar felicidade a todo momento cai. Você não aceita mais que espanquem sua conta bancária na saída. Uma hora você decide não ser mais do agito e se sente melhor. Você se aceita como é, com suas contradições e realidade.

Eu agora quero mais bares e jantares a dois. Mais filme em casa e uma ou outra festa temática por semestre, como um casamento de amigos, um lançamento de produto, um encerramento de evento. Vez ou outra, e olhe lá, alguém vai dizer que me viu numa balada – mas vai ser uma coisa pontual, como as festas do Iquinho, amigo do Cami Colombo, que são bem boas e raramente rolam em casas noturnas.

Enfim, foi bem legal enquanto durou. Acho que ainda levarei comigo, por muito tempo, um pouco dos milhares de litros de álcool que consumi nas noites, bem como parte da memória de bocas que beijei, entre mulheres lindas e outras que nem deveriam ter nascido. Espero que meu corpo não recorde muito dos cigarros que fumei e nem das vezes que abracei mais o vaso sanitário do que uma gata que tenha me dado mole.

Foi bom enquanto durou. Mas agora, acabou. A propósito: alguém sabe onde tem um bom lugar para jogar gamão?


Nota: Esse texto de “despedida” do Rafael Cortez é mais um raio x que mostra o tamanho do vazio de uma vida focada no prazer pelo prazer. Concordo com ele que, em certo sentido, envelhecer é uma bênção – desde que esse envelhecimento/amadurecimento ocorra sob os olhos de Deus. Senão, sabe o que pode acontecer? O indivíduo sairá do êxtase cegante característico dos quinze aos vinte e poucos anos e adentrará a maturidade cheio de nostalgia e com saudades do tempo em que achava que era feliz. Pensará no que deixou para trás e nas oportunidades perdidas, e, ao olhar para frente, não conseguirá contemplar nada de muito bom. Não tem jeito. De qualquer forma, maduros ou imaturos, os seres humanos que vivem negando o fato de que foram criados por Ele e para Ele somente encontram o vazio e vão se arrastando pela vida (ou sendo arrastados por ela) de balada em balada, em busca de um anestésico para o senso de nulidade. Espero que Cortez continue nessa estrada do amadurecimento e descubra, finalmente, que o fim pode ser o começo.[MB]