sábado, outubro 31, 2009

Pérolas de Chesterton (6)

“Se você parar de olhar para livros sobre os animais e os homens e começar a olhar diretamente para os animais e os homens (com um senso mínimo de imaginação ou humor, um senso do desvairado ou do ridículo), você observará que o que assusta não é quanto o homem se assemelha aos animais, mas quanto ele difere deles. É a monstruosa escala de sua divergência que exige explicação. Que o homem e os animais são iguais é, num certo sentido, um truísmo; mas que, sendo tão iguais, eles sejam tão disparatadamente desiguais, esse é o choque e o enigma. O fato de um macaco ter mãos é muito menos interessante para o filósofo do que o fato de que, tendo mãos, ele não faz quase nada com elas; não estala os dedos, nem toca violino; não entalha o mármore, nem trincha costelas de carneiro. Fala-se de arquitetura bárbara e de arte inferior. Mas os elefantes não constroem colossais templos de marfim nem mesmo no estilo rococó; os camelos não pintam nem mesmo quadros ruins, embora estejam equipados com o material de muitos pincéis de pêlo de camelo.” (p. 235, 236)

Leia também:
"Pérolas de Chesterton (5)"

sexta-feira, outubro 30, 2009

Celebrando a Crıação

Se Deus quisesse, poderia ter criado um universo virtual, seguro, habitado por seres virtuais; poderia ter gasto a eternidade observando as vidas virtuais de Sua criação virtual. Isso, porém, não aconteceu. Ao contrário, Deus criou um universo real, de incrível complexidade, tendo total conhecimento das possíveis consequências. Espaço, matéria e tempo foram trazidos à existência, juntamente (e mais surpreendente) com as criaturas vivas. O estudo sobre os propósitos de Deus ao criar o Universo é emocionante e gratificante, digno de contemplação por toda a eternidade. Contudo, algo fica em evidência: a manifestação do infinito amor levou a Divindade a compartilhar a felicidade e alegria da existência com os seres criados (Is 45:18).

O assunto da Criação exigiu tremenda liberação de energia de uma mente fantástica e engenhosa, que, até hoje, vai além da capacidade de compreensão humana. Tudo que aconteceu no mundo físico, em seguida – a gravidade, a radiação eletromagnética, a eletricidade, as poderosas forças entre as partículas subatômicas, as leis da física e da química, a formação de estrelas e planetas, a criação de organismos vivos – tudo resultou do modo como a energia foi compactada, estabilizada e acondicionada em cerca de cem diferentes tipos de núcleos atômicos. [Leia mais]

O sacrifício do rouxinol

Quantas vezes sacrificamos nossa paz e tranquilidade em nome do amor? Quantas vezes saímos do nosso conforto espiritual e nos jogamos no pântano da frieza humana por acreditarmos na essência e salvação de alguém? Quantas vezes ouvimos o que não gostaríamos, lemos o que não queríamos, vemos o que não desejaríamos ver? Quantas vezes gastamos nossas energias tentando alegrar alguém, mesmo quando temos nossos próprios problemas para resolver? Quantas vezes perdemos noites de sono orando por alguém? Quantas vezes choramos a dor do outro em silêncio? Quantas vezes fazemos tudo isso para mostrar Deus e, em troca, recebemos frieza, incredulidade, indiferença, escárnio?

Oscar Wilde, no conto “O rouxinol e a rosa” (The nightingale and the Rose, 1888), ilustrou, de maneira brilhante e profícua, essa situação vivida por muitos cristãos. O escritor irlandês narra a história de um estudante que precisava de uma flor. O jovem chorava por amor, pois a amada só aceitaria acompanhá-lo ao baile se ele lhe trouxesse uma rosa vermelha. Era essa a condição para tê-la em seus braços. Mas era inverno, não havia rosas vermelhas. O rouxinol sensibilizou-se com aquelas lágrimas, afinal, noite após noite, ele cantava a paixão e, só agora, podia vê-la no choro de um homem. O pássaro compreendia a dor do rapaz, pensava no mistério do amor e concluiu, então, que esse era um sentimento realmente valioso e nada poderia comprá-lo, não estava a venda em lugar algum.

O rouxinol decidiu ajudá-lo e saiu em busca da flor, mas não a encontrou. A roseira estava com as veias congeladas e sem possibilidade de brotar, mas o pássaro insistia. “Se queres uma rosa vermelha”, disse a Roseira, “tens de criá-la com tua música ao luar, e tingi-la com o sangue de teu coração. Tens de cantar para mim apertando o peito contra um espinho. A noite inteira tens de cantar para mim, até que o espinho perfure teu coração e teu sangue penetre em minhas veias, e se torne meu.” O Rouxinol pensou: “O que é o coração de um pássaro comparado ao coração de um homem?” O pássaro foi até sua morada e cantou para seu amigo carvalho pela última vez. O estudante, ao ouvir a música, chegou a pensar que um rouxinol nada sabe, nada sente, é egoísta em sua melodia, incapaz de se sacrificar. É que o estudante, conhecedor de toda a filosofia, não compreendia a linguagem do rouxinol que cantava seu sacrifício, enquanto se despedia da árvore onde estava seu ninho.

Então cravou seu peito no espinho da Roseira. Ele cantava, cantava, cantava e comprimia o peito delicado e frágil contra o espinho que perfurava sua carne. E quanto mais ele se aproximava, mais a roseira pedia sangue para suas veias de planta. Pétala por pétala, a flor nascia. Mas ainda não era o suficiente, era preciso dar tudo de si. Era preciso tingi-la com o sangue escarlate de seu coraçãozinho. O dia amanhecia e o rouxinol desfalecia. Cantou pela última vez em sua vida enquanto seu coração era transpassado, perfurado e despedaçado em nome do amor. Debateu-se em agonia fúnebre e a canção acabou. A mais bela rosa vermelha estava pronta.

Pela manhã, o estudante encontrou a rosa e saiu saltitante para entregá-la à bela mocinha por quem se enamorara. Mas ela não quis a doçura de pétalas coloridas com sangue sacrificial, ela preferia joias. Ela iria com outro jovem ao baile, porque as flores de nada valem. O jovem, desiludido com o amor, jogou a rosa em uma sarjeta qualquer para ser destroçada pelas rodas de uma carroça.

Muitas vezes somos esse rouxinol que, em nome do que acredita, sangra, sofre e comprime o peito contra espinhos que entram na carne. Às vezes, somos a flor pisada e desvalorizada, trocada por uma joia que não foi forjada a sangue. Às vezes, somos o estudante que ignora o sacrifício do rouxinol e se desilude com o mundo. Somos como ele e ignoramos o sacrifício de nossos pais, cônjuges, amigos, companheiros de guerra e de paz.

Cristo é o nosso maior Rouxinol. Ele cravou espinhos no próprio corpo para nos dar a flor da salvação. Em pleno inverno espiritual, na frieza, no brejo das almas perdidas, Jesus nos deu uma rosa escarlate. Como diria o poeta Drummond, “garanto que uma flor nasceu... furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio”, nos deu esperança. Qual não deve ser a tristeza do Salvador ao perceber que muitos são como o estudante. Muitos jogam a flor fora e desprezam o sacrifício. O rouxinol morreu em vão?

Não. Ele vive em cada um de nós. E, quando nós somos o rouxinol, quando nós sangramos, é para salvar alguém da própria tristeza. Por isso aguentamos a dor e o desprezo. Assim como Cristo chorou a morte de Lázaro e a incredulidade do povo, nós choramos a falta de fé de quem amamos. Mas mesmo que nossa flor fique jogada, ainda assim vale a pena. Deus é fiel para concluir a obra que começou e fará, em algum momento, o estudante enxergar a rosa no chão e aceitar a salvação.

(Elisabete Ferraz Sanches, professora graduada em Letras pela USP, pós-graduada em Português: Língua e Literatura pela UniSant’Anna e mestranda em Literatura Brasileira pela USP)

Homem moderno fez sexo com Neandertais

Um geneticista afirmou que humanos modernos e homens de Neandertal tiveram relações sexuais, mesmo pertencendo a espécies diferentes. Segundo reportagem do jornal britânico Sunday Times, o professor Svante Paabo, do Max Planck Institute de Leipzig, está sequenciando o DNA de fósseis de homens de Neandertal que podem comprovar que as duas espécies procriaram entre si. A espécie moderna dos homens chegou há 40 mil anos [sic] da África à Europa, onde os Neandertais já viviam. As duas espécies coexistiram por 10 mil a 12 mil anos, antes do desaparecimento dos Neandertais. Paabo disse a outros cientistas em uma conferência nos Estados Unidos que tem certeza sobre as relações sexuais entre as espécies, mas que não sabe se elas produziram filhos.

Fósseis recentemente descobertos apresentaram características de humanos modernos e também do homem de Neandertal, o que indicaria que houve procriação entre as espécies. Paabo prometeu em breve divulgar o resultado da análise do DNA dos fósseis.

“O que realmente me interessa é: nós tivemos filhos e esses filhos contribuíram para nossa variedade hoje? Eu tenho certeza que eles tiveram sexo, mas isso produziu crias que contribuíram conosco? Nós vamos responder a isso com bastante rigor com a nova sequência [do genoma do Neandertal]”, disse Paabo aos cientistas, segundo o jornal.

O professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, apresentou outra hipótese para as recentes descobertas em uma conferência de cientistas em Londres. “É possível que os Neandertal e os humanos fossem geneticamente incompatíveis, então eles até poderiam ter procriado, mas seus filhos seriam menos férteis”, disse Stringer. Esse tipo de relação, segundo ele, ocorre na natureza em outras espécies, como entre zebras e cavalos ou tigres e leões

(O Globo)

Nota: Já que Stringer acha que seja possível que neandertais e humanos sejam geneticamente incompatíveis, eu acho que ambos eram na verdade humanos. Leia mais aqui.[MB]

Dawkins, Robespierre e a deusa Razão

Soberba essa foto de Dawkins no FLIP postada por você, Michelson. Aliás, fosse eu espírita diria: “Gente, Robespierre reencarnou!” Como devoto do postulado megaevolucionista, que diz que tudo evolui até transformar-se em algo totalmente diverso, Richard talvez até concordasse comigo, ainda que em sua suposta vida passada como Maximilien, aquele pseudoteísta tenha promovido uma verdadeira cruzada contra o ateísmo (vá lá que isso não tenha passado de pretexto para guilhotinar Danton e Desmoulins sob a acusação de impenitência).

Ocorre que o pretenso teísmo de Robespierre escondia, na verdade, um delírio megalômano de conformação personalista e messiânica. Em 8 de julho de 1794, resolveu ele presidir como sumo-sacerdote a procissão e festa “do Ser Supremo e da Natureza”. Vestido apenas de sandalinhas, tiara de louros e uma camisolinha branca, subiu o morro. Visto lá de baixo, à distância, parecia encarnar uma espécie de deusa da Razão. Diante do insólito travesti, os poucos colegas que ele ainda não havia degolado não tiveram dúvidas. Menos de três semanas depois, cataram a “deusa” à unha e cortaram-lhe a cabeça.

Não deixa de haver certas semelhanças de temperamento entre o biólogo de Oxford e o serial killer francês, mesmo que apesar do espalhafato vulgar e da compulsão por holofotes, Dawkins talvez não chegue ao extremo de se travestir de “deusa da Razão” – não sejamos insolentes a ponto de cantarolar mentalmente o sucesso musical dos anos 80 da cantora Rosana.* Mas dizem que depois dos 50 anos todo homem está fadado a ter estampada nas feições a soma de seus traços de caráter. Sexagenário, Dick não abandona o ditado ao sereno: as cãs revoltas traem deboche; o sorriso maroto com uma mordidinha na língua, cinismo; o olhar de Capitu, ardis. A continuar ele seu streap-tease de alma através das peculiaridades do semblante, corremos o risco de que Lombroso seja reabilitado.

Espírito de época... Enquanto Behe nos brinda com fatos (fatos até agora incontestes), Dawkins vive à cata de câmeras para chacoalhar metaforicamente suas ancas murchas e anciãs por sobre a boquinha da garrafa. Desnecessário dizer qual deles chama a atenção. Como diria nosso divino rabi Yeshua, “a sabedoria é justificada por seus filhos”.

(Marco Dourado, de Curitiba, PR)

(*) Recordar é viver. Rosana se antecipa a Dawkins em 20 anos e canta “O amor e o poder”. Leia um trecho da letra: "Como uma deusa / Você me mantém / E as coisas que você me diz / Me levam além."

quinta-feira, outubro 29, 2009

Papa reafirma que só igreja pode interpretar a Bíblia

O papa Bento XVI reiterou com firmeza, em um encontro com estudantes e professores do Pontifício Instituto Bíblico, que apenas a Igreja Católica pode interpretar “autenticamente” a Bíblia. “À Igreja é destinado o trabalho de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita e transmitida, exercitando a sua autoridade em nome de Jesus Cristo”, defendeu o papa, ao se reunir com cerca de 400 estudantes, funcionários e docentes em comemoração aos cem anos da fundação da entidade pontifícia. Bento XVI também destacou que, sem a fé e a tradição da Igreja, a Bíblia torna-se um livro “lacrado”. “Se as exegeses querem ser também teologia, é preciso reconhecer que a fé da Igreja é aquela forma de simpatia, sem a qual a Bíblia torna-se um livro selado: a tradição não fecha o acesso à Escritura, mas, sobretudo, o abre”, disse.

De acordo com o pontífice, “por outro lado, é da Igreja, nos seus organismos institucionais, a palavra decisiva na interpretação da Escritura”, sendo esta “uma única coisa a partir de um único povo de Deus, que tem sido seu portador através da história”.

“Ler a Escritura com união significa lê-la a partir da Igreja como seu lugar vital e acreditar na fé da Igreja como a verdadeira chave da interpretação”, explicou Bento XVI.

O papa relembrou também que o aumento do interesse pelo livro sagrado católico [sic] no decorrer deste século ocorreu graças ao Concílio Vaticano II, especificamente à constituição dogmática Dei Verbum sobre a Revelação Divina.

Entre os presentes na reunião estavam o prefeito da Congregação para a Educação Católica, cardeal Zenon Grocholewski, e o padre Adolfo Nicolás Pachón, da Companhia de Jesus.

(Estadão)

Nota: Nada de novo. Ao mesmo tempo em que o papa prega o ecumenismo (união das igrejas), deixa claro que a primazia pertence à sua igreja. Como assim só a Igreja Católica pode interpretar a Bíblia? Quando Jesus sugeriu que é boa coisa examinar as Escrituras (Jo 5:39), não estava falando para católicos. Quando João, no Apocalipse, afirma que são bem-aventurados aqueles que leem (Ap 1:3), também não tem em vista leitores católicos, já que essa igreja ainda não existia. Na verdade, o correto é deixar que a Bíblia interprete a si mesma. Nada de “tradição”, visão institucional ou coisa que o valha. A Palavra é para todos e está ao alcance da compreensão de todos. Essa postura dos líderes católicos não é de hoje. É como escreveu Ellen White, há um século: “Roma jacta-se de que nunca muda. Os princípios de Gregório VII e Inocêncio III ainda são os princípios da Igreja Católica Romana. E tivesse ela tão-somente o poder, os colocaria em prática com tanto vigor agora como nos séculos passados. Pouco sabem os protestantes do que estão fazendo ao se proporem aceitar o auxílio de Roma na obra da exaltação do domingo. Enquanto se aplicam à realização de seu propósito, Roma está visando a restabelecer o seu poder, para recuperar a supremacia perdida” (O Grande Conflito, p. 581). Pelo menos uma vantagem o Concílio Vaticano II teve: estimulou os católicos a lerem a Bíblia. Talvez o papa esteja preocupado com essa abertura, já que o êxodo de seu rebanho para outras igrejas não para de se acentuar.[MB]

Líderes religiosos querem salvar a “mãe Terra”

Iniciativa das organizações não governamentais Vitae Civilis e IDEC, o Diálogo Interreligioso sobre Clima reuniu 14 lideranças religiosas em evento realizado na cidade de São Paulo. Após debates, os participantes redigiram e assinaram uma carta que será entregue ao presidente Lula, na qual pedem que ele compareça à Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas, agora no fim do ano, onde deverá ser ratificado um novo acordo para mitigar as mudanças climáticas. O documento, assinado por representantes de instituições católica, judaica, baha’i, budista, messiânica, presbiteriana, hare krishna, espírita e do candomblé, também pede que o Brasil assuma posições mais firmes nas negociações.

“Reconhecer o sagrado que existe na vida é o que falta nos debates sobre clima”, afirma Rubens Harry Born, coordenador adjunto do Vitae Civilis. “Porque não se trata apenas de uma questão técnico-científica ou político-econômica. Quando falamos de clima, entramos na esfera ética das relações humanas”, completa.

Para o reverendo Elias de Andrade Pinto, da Igreja Presbiteriana Independente, “nos habituamos com o Sagrado Criador Pai. Agora, é hora de nos abrirmos para o Sagrado Natureza, a Mãe. Na integração entre o Pai e a Mãe, entre o Céu e a Terra, haverá Paz e Vida para todos e todas as gerações. E nós podemos colaborar com essa jornada”.

O monge Jô-Shinm, da Comunidade Zen Budista do Brasil, lembrou que há 2.700 anos Buda passou algumas instruções para seus discípulos antes de morrer: não derrubar nenhuma árvore, não matar nenhum ser e cuidar da Terra. “É isso que os monges e monjas da Comunidade Zen Budista do Brasil, sob a orientação de nossa abadessa monja Coen Hochi, vêm tentado implementar para o maior numero de pessoas através dos ensinamentos de Buda”, declarou.

Para o padre Tarcísio, da Pastoral Ecológica da Igreja Católica, “o resgate do humano requer o resgate da natureza”. E essa tarefa deve unir a todos: para ele, as diferentes religiões devem se religar para lidar com os novos desafios do mundo moderno. Uma percepção comum a vários dos participantes, que estão analisando a possibilidade de criar um fórum interreligioso permanente para debater as questões climáticas.

Parte da carta que será enviada ao presidente Lula:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva,

Vimos solicitar de Vossa Excelência o compromisso com um acordo climático com força de lei em Copenhague que corresponda à urgência de ações de combate às mudanças do clima que já vem trazendo inúmeras catástrofes no mundo todo, inclusive no Brasil.

Cada instante é determinante para assegurar a sobrevivência das atuais e futuras gerações. A Educação de todos, sobretudo no que tange às questões ambientais, é fundamental para as transformações civilizatórias necessárias para proteger a Comunidade da Vida. (...)

Temos urgência em adotar decisões audaciosas para salvar a Humanidade e o Planeta, quando, em Copenhague, acontecerá a 15ª Conferência das Partes e com isso mitigar as causas do aquecimento global e implementar as medidas de adaptação aos efeitos inevitáveis de mudanças do clima. Trata-se de uma questão ética que transcende fronteiras: mesmo em proporções diferentes, somos igualmente responsáveis por construir uma solução comum. (...)

Pedimos que Vossa Excelência compareça em Copenhague e proponha um acordo que garanta a vida de milhões de seres humanos, que demonstre o respeito que o Brasil tem por toda as etnias, religiões e diversidade social. Temos uma tarefa de casa a ser cumprida e contamos com seu empenho. (...)

Por isso, organizações da sociedade civil e lideranças religiosas da Região Metropolitana de São Paulo, reunidas encaminham este pedido a Vossa Excelência.

Respeitosamente,

Comunidade Baha’i de São Paulo
Comunidade Católica da Cidade de São Paulo Região Leste – Paróquia São Francisco
Comunidade Católica da Cidade de São Paulo Região Sul – Paróquia Santos Mártires – Padre Jaime Crowe
Comunidade Shalom – Rabina Luciana Pajecki Lederman
Comunidade Zen Budista do Brasil – Monge Jô-Shin
Pastoral da Ecologia – Padre Tarcísio Marques Mesquita
Congregação Israelita Paulista – CIP
Federação Espírita do Estado de São Paulo – Zulmira Chaves Hassesian, Diretora da Área de Ensino
Igreja Messiânica Mundial do Brasil – Reverendo Rogério Hetemanek
Igreja Presbiteriana Independente – Reverendo Elias de Andrade Pinto
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – IDEC – Lisa Gunn – Coordenadora
Movimento Nossa São Paulo – Mauricio Broinizi Pereira – Secretário Executivo
Nação Angola – Candomblé
Ramakrishna Vedanta Ashrama de São Paulo (Hinduísmo ou Vedanta) – Swami Nirmalatmananda/Swami Sumirmalananda
Vitae Civilis Instituto para o Desenvolvimento Meio Ambiente e Paz – Percival Maricato – Presidente do Conselho Deliberativo

São Paulo, 28 de outubro de 2009.

(Silvia Dias, www.avivcomunicacao.com.br)

Nota: Cada vez ficam mais evidentes os propósitos dos líderes religiosos e a capacidade agregadora da bandeira ECOmênica. Para entender as implicações disso, clique aqui.[MB]

quarta-feira, outubro 28, 2009

"Criar vida artificial é mais difícil do que pensava"

O cientista americano John Craig Venter, considerado o pai do estudo do genoma (conjunto de genes de uma espécie) do homem, reconheceu que seu projeto de criar vida a partir de um cromossomo artificial é mais difícil do que pensava. Venter fez essas declarações em entrevista ao jornal austríaco Der Standard. "O projeto de introduzir um cromossomo artificial em uma célula e despertá-lo para a vida é mais difícil do que pensei. Mas superamos todos os obstáculos e, por isso, sigo sendo otimista." Cromossomos são sequências de DNA, um composto orgânico presente em todas as células dos seres vivos. O DNA é primordial para que os seres vivos cresçam, sobrevivam e se reproduzam.

Um grupo de cientistas do Instituto John Craig Venter conseguiu criar o primeiro cromossomo sintético, o que é considerado um avanço rumo à criação de microorganismos capazes, por exemplo, de produzir biocombustíveis e de ajudar a limpar o meio ambiente.

Os cientistas transplantaram esse cromossomo em uma célula bacteriana à espera de alcançar o controle do organismo, algo que ainda não ocorreu, segundo Venter. Um dos problemas é que o pequeno código genético do cromossomo sintético evolui muito lentamente e, por isso, Venter já está trabalhando em "um genoma muito maior".

O cientista também rejeitou as críticas de que esteja brincando de ser Deus e disse que se trata de uma "acusação falsa". "Não vamos criar vida a partir do zero. Pegamos o material da vida, os pares de bases do DNA, e só colocamos essas peças em uma nova ordem."

Venter ressaltou ainda a importância de trabalhar nesse campo "para criar organismos que solucionem os problemas mais urgentes do mundo". (...)

(R7 Notícias)

Nota: "Se criar vida artificial é difícil, mesmo num superlaboratório, imagine naquele ambiente que os cientistas evolucionistas acreditam ter existido. Precisa de muita fé mesmo!" (Vanderlei Ricken, bibliotecário do Iacs).

Criacionista brasileiro lança livro sobre dinossauros

O engenheiro mecânico, de Governador Valadares, MG, formado pelo MIT, Wellington Aguiar, está lançando um ambicioso projeto em Massachusetts. Trata-se do livro The Plot (“A Trama”, em português), uma ficção que tem como pano de fundo a história dos dinossauros, sob a perspectiva cristã e baseada na teoria do criacionismo. Endossado e apoiado pelo Departamento de Ciências Naturais do Atlantic Union College, em South Lancaster, MA, o livro vai ser debatido na Universidade em conferência a ser realizada no dia 3 de dezembro. “The Plot descreve os dinossauros, sua forma anatômica, e defende uma tese, a do criacionismo. É um livro cristão, acima de tudo, contrapondo a teoria evolucionista”, afirma Wellington. O debate que antecederá o lançamento do livro contará com a presença do professor da instituição, Dr. Brown, que discutirá a abordagem dada pelo autor, analisando conteúdos biológicos, científicos, sociológicos, paleontológicos e, claro, religiosos.

O mineiro Wellington, que é membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, afirma que a ideia do livro surgiu há 30 anos, quando começou a questionar a justificativa da ciência para o surgimento dos dinossauros. Ele questionou a teoria como, segundo ele, “a expressão da verdade”. “Eu não afirmo que os evolucionistas estão totalmente errados, mas a interpretação de que o mundo surgiu de um processo evolutivo não é correta”, afirma o autor, que escreveu o livro inteiramente em inglês.

O lançamento do livro vai ser no dia 13 de dezembro na própria universidade, e promete esquentar as estruturas entre os defensores das duas teorias. “Com o apoio da universidade e do professor Brown, esse livro tem grandes chances de se destacar”, afirma confiante o autor, que atualmente dá aulas de inglês.

(Rádio Criciúma)

Deus: a imprensa informa ou desinforma?

O bom artigo de Eugênio Bucci – “Notícias sobre a inexistência de Deus” –, além de mostrar que a alegada notícia não é mais algo tão bombástico quanto se pensa, pode oferecer outra reflexão. Estão os jornalistas, de modo geral, devidamente preparados para lidar com a questão filosófica da existência ou inexistência de Deus? Nos últimos anos, na esteira dos lançamentos de autores como Sam Harris, Richard Dawkins, Christopher Hitchens e outros profetas do ateísmo moderno, o imbróglio teológico veio com força às pautas. E a aceitação passiva de certas declarações tem demonstrado que os profissionais de imprensa não estão preparados para lidar com um assunto que, não é todo mundo que sabe, possui alto grau de sofisticação teórica. É possível que o despreparo venha de uma visão obtusa da filosofia como atividade desprovida de rigor. Ou até mesmo de um desconhecimento da história do tratamento filosófico da questão – enfim, má realização do dever de casa.

O resultado disso tudo é desinformar. Quando José Saramago diz em entrevista ao Estado de S. Paulo que “Deus não existe fora da cabeça das pessoas que nele creem”, está comprometido com uma tese metafísica altamente controversa e nem um pouco nova. O ar explosivo da frase do escritor perde um pouco de sua força quando nos damos conta de que Anselmo, já no século 11, considerou a diferenciação entre entidades que existem somente na imaginação e aquelas que existem tanto na imaginação quanto na realidade. Deus, para Anselmo, existe tanto na imaginação quanto na realidade. Posteriormente, outros filósofos tentaram desenvolver o pensamento de Anselmo ao longo da história. Ora, se o jornalista que entrevistou Saramago já sabia da posição do escritor, poderia ter levantado a objeção de que a afirmação dada não é consensual entre os estudiosos do assunto.

A frase seguinte, dita na Itália, também merece consideração: “Que Ratzinger tenha a coragem de invocar Deus para reforçar seu neomedievalismo universal, um Deus que jamais viu, com o qual nunca se sentou a tomar um café, demonstra apenas o absoluto cinismo intelectual da personagem.”

Parece que Saramago só consideraria como evidência verdadeira da existência de Deus aquela que nos tocasse os sentidos. Um estudo filosófico sério nos diria que não necessariamente. A questão toda é, novamente, de fundo metafísico e sua implicação principal é saber se Deus é uma entidade necessária na estrutura da realidade. Por “necessário”, dentro do jargão, entendemos algo que existe e não poderia não existir. A disposição de Deus para tomar um café com o papa é algo de importância secundária. Em outras palavras, não precisamos captar Deus para que sua existência seja verdadeira.

É possível que esta concepção, digamos, materialista da evidência, seja resquício de um senso comum que considera a existência de Deus um assunto pertinente somente às ciências empíricas, esquecendo a importante contribuição que o estudo sistemático da metafísica pode oferecer. É claro que um jornalista ao lidar com o assunto não precisa estudar conceitos modais como necessidade ou possibilidade, inerentes à metafísica. Mas seria proveitoso para qualquer jornalista presente no momento da declaração entender que a via proposta por Saramago não é a mais adequada. Novamente, é só ir aos livros de história da filosofia.

Uma vez que o jornalismo é uma atividade crítica, uma boa sugestão para aguçar o caráter crítico da profissão é o estudo da lógica. Não é aceitável que um profissional que lida com argumentos tenha pouca ideia do que, afinal, é um argumento (uma experiência interessante seria perguntar para jornalistas uma definição de argumento). Com maior domínio da lógica (sobretudo aspectos da lógica informal), o jornalista do Estado poderia indagar a Saramago quais premissas sustentam sua conclusão de que Deus só existe dentro da cabeça daqueles que nele creem. No caso da declaração feita na Itália, seria pertinente perguntar o que sustenta o citado materialismo em relação à evidência.

Existem no mercado bons manuais de lógica que podem dar ao jornalista preciosas noções de argumento, validade ou invalidade de argumentos e, importantíssimo, dicas para evitar falácias. Assim como o estudo da história, é dever de casa do jornalista dominar com alguma eficácia prática a disciplina que está por trás da argumentação, pois querendo ele ou não, os argumentos estarão lá. Logo, a lógica também.

Quando o padre Manuel Morujão, citado no artigo de Bucci, diz que “um escritor da craveira de José Saramago deveria ir por um caminho mais sério”, é provável que esteja correto. Partindo das falas de Saramago, tanto na entrevista ao jornalão paulistano como na Itália, pode-se concluir que o escritor andou ignorando os livros de metafísica. Portanto, não poderia posar de autoridade no assunto.

Os jornalistas, por sua vez, deveriam ir com mais frequência ao estudo da história da filosofia e, podendo aplicar também a usos mais gerais, ao estudo dos aspectos da lógica. Todos ganhariam. A discussão sobre a existência ou inexistência de Deus seria mais precisa e o leitor seria premiado com uma abordagem de qualidade. Já que é para colocar na mesa de debates tal problema teológico, que se faça isso respeitando certos aspectos fundamentais do assunto e que se mantenha o espírito inquisitivo e informado perante as supostas “autoridades”.

(Aluízio de Araújo Couto Júnior, Observatório da Imprensa)

Leia também: “José Saramago e a Bíblia... novamente!”

terça-feira, outubro 27, 2009

Frutas e legumes para a saúde cognitiva

Um estudo da Universidade Heinrich-Heine, na Alemanha, traz mais evidências de que o consumo de frutas e legumes pode melhorar o aprendizado, a memória e o raciocínio de pessoas saudáveis. Avaliando 193 pessoas com idades entre 45 e 102 anos, os pesquisadores observaram que aqueles com a maior ingestão diária de vegetais (cerca de 400g) tinham maior nível de antioxidantes, menores indicadores de danos oxidativos e melhor desempenho cognitivo do que aqueles que consumiam menos de 100g de frutas e verduras por dia. [Leia mais]

Olho de camarão revela design superinteligente

Os olhos de um crustáceo marinho estão fornecendo aos engenheiros a inspiração para o desenvolvimento de uma nova geração de aparelhos leitores de discos digitais, eventuais sucessores do DVD. O camarão mantis (Odontodactylus scyllarus) é encontrado na Grande Barreira de Coral, na Austrália, e tem o sistema de visão mais complexo de que se tem notícia. Animais dessa espécie são capazes de enxergar 12 cores primárias – o homem vê em apenas três – e podem distinguir entre formas diferentes de luz polarizada – algo de que o homem não é capaz.

Segundo o estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, células sensíveis à luz, presentes nos olhos do camarão, atuam como placas que alteram o plano das oscilações das ondas luminosas que passam por elas. Essa capacidade faz com que esses crustáceos convertam luz polarizada linearmente em luz polarizada circularmente e vice-versa. Dispositivos conhecidos como placas polarizadoras de quarto de onda fazem essa função em leitores de CD ou de DVD e em filtros polarizadores de câmeras fotográficas ou de vídeo.

Entretanto, esses dispositivos fabricados pelo homem tendem a operar bem apenas para uma cor, enquanto o mecanismo natural dos olhos do camarão mantis funciona por quase todo o espectro de luz visível.

“Nosso trabalho revelou o design [sim, você leu isso mesmo] e mecanismos únicos da placa polarizadora no olho do camarão mantis. Trata-se de algo realmente excepcional, que supera qualquer equipamento que o homem tenha produzido nesse sentido até hoje”, disse Nicholas Roberts, principal autor do estudo.

Por que esse tipo de camarão precisa de tanta sensibilidade à luz polarizada é algo que os cientistas desconhecem. Mas se sabe que a visão polarizada é usada por animais para sinalização sexual ou para comunicação secreta, que evite chamar a atenção de predadores.

Os autores do estudo apontam que a capacidade inusitada do camarão mantis pode também atuar na visualização de presas, ao melhorar a capacidade de enxergar com clareza no meio aquático.

“Especialmente notável é que se trata de algo simples, um mecanismo natural composto por membranas celulares enroladas em tubos, mas que supera completamente os equipamentos artificiais”, disse Roberts. [Simplicidade, eficiência e complexidade não parecem atributos oriundos do acaso cego...]

“Entender o funcionamento desse mecanismo natural poderá ajudar a fabricar melhores dispositivos ópticos, que poderiam usar, por exemplo, cristais líquidos produzidos especialmente para imitar as propriedades das células presentes nos olhos do camarão mantis”, sugeriu.

Não seria o primeiro crustáceo a inspirar produtos do tipo. Em 2006, um componente presente no olho da lagosta inspirou o desenho de um detector de raio X para um telescópio europeu, em trabalho coordenado por Nigel Bannister, da Universidade de Leicester.

(Inovação Tecnológica)

Biólogo criacionista recebe prêmio da Fiocruz

Dan Jessé Gonçalves da Mota tem 28 anos e se formou em Ciências Biológicas, em 2006, no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). Atualmente, ele cursa o último ano do mestrado pelo programa de Pós-graduação em Pesquisas Laboratoriais em Saúde Pública do Instituto Adolfo Lutz/Instituto Butantan, em São Paulo. Recentemente, Dan, que é criacionista e adventista do sétimo dia, teve seu trabalho eleito como o de maior importância para a saúde pública, no 1º Encontro Latino-Americano em Helmintoses, realizado pela Fiocruz em Teresópolis, RJ. O evento foi realizado nos dias 16 a 18 de setembro.

“Meu trabalho foi apresentado de forma oral, concorrendo com mais 15 trabalhos apresentados também oralmente e 116 trabalhos em forma de pôsteres”, explica Dan. O trabalho do criacionista tem um nome complicado para quem não é da área: “Ocorrência de larvas de metastrongilídeos em Achatina (Lissachatina) fulica e Sarasinula linguaeformis em duas áreas urbanas do Estado de São Paulo.”

Segundo Dan, foi relatada a ocorrência de lesmas e de caramujo africano naturalmente infectados com larvas (metastrongilídeos) que transmitem doenças de importância médico-veterinária (angiostrongilíases) em ambiente urbano. O estudo propôs um modelo para a identificação desse grupo de larvas a partir da morfologia baseando-se na taxonomia numérica e da microscopia óptica e de confocal como ferramenta específica para um melhor diagnóstico, controle e vigilância em áreas sob risco de infecção.

A premiação do melhor trabalho foi feita no dia 18 de setembro e o trabalho de Dan recebeu a medalha de honra da Fiocruz “Dr. Lauro Travassos”.

“É muito bom ter a certeza de que podemos ser cristãos e cientistas ao mesmo tempo”, disse o biólogo ao blog Criacionismo.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Reunião ECOmênica será realizada na quarta-feira

O Vitae Civilis, em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, organiza na próxima quarta-feira, 28 de outubro, um encontro com lideranças das principais correntes religiosas do Brasil com o objetivo de debater as questões climáticas que serão objeto de estudo da Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas em dezembro, em Copenhagen. O objetivo do encontro é redigir um documento comum a ser encaminhado ao presidente Luís Inácio Lula da Silva, conclamando-o a participar da Conferência da ONU e a assumir uma postura mais contundente pela preservação do ambiente.

O Diálogo Interreligioso pelo Clima reunirá lideranças das igrejas Católica, Presbiteriana Independente, das comunidades Shalom e Zen Budista do Brasil, da Congregação Israelita Paulista, da Assembleia Mundial da Juventude Islâmica da América Latina e da Ramakrishna Vedanta Ashrama de São Paulo, entre outros. O encontro será mediado pelo Rabino Dr. Michael Leipziger, hoje aposentado.

Organização não governamental que completa 20 anos de atividades em 2009 e tem acompanhado as negociações internacionais sobre mudanças climáticas desde a Rio-92, o Vitae Civilis apresentará na ocasião um resumo sobre a importância da questão climática na agenda da sociedade. O IDEC, por sua vez, falará da relação entre consumo e clima.

Nota: O que seria capaz de reunir num mesmo encontro com convergência de propósitos católicos, judeus, muçulmanos, evangélicos e budistas. O ECOmenismo, é claro. Clique aqui e saiba mais sobre o assunto.

O que você faria se o fim chegasse semana que vem?

Entre dezenas de textos enviados para o blog comentando sobre a pergunta “O que você faria se o mundo fosse acabar dentro de uma semana?”, os três abaixo foram escolhidos. O mais votado receberá em casa, de presente, uma camiseta do blog Criacionismo. Manifeste sua opinião. Vote no seu preferido:

“O fim do mundo significa Jesus voltando em Glória e Majestade, aspiração maior dos crentes fiéis de todas as épocas e lugares, e ao pensar nesse grande acontecimento, dois grandes eventos me vêm à lembrança: o Pentecostes e o “Grande Desapontamento”. O que homens e mulheres fiéis faziam? Oravam, confessavam, intercediam e proclamavam. Eis o que quero fazer nestes últimos dias que precederão o ‘fim do mundo’.” – Antonio Lisboa

“Alguns anos atrás, quando não conhecia o amor de Deus e Seu plano para o mundo, diria que se tivesse poucos dias de vida, aproveitaria o máximo em festas, libertinagem. Mas hoje, ao refletir no plano da redenção, percebo a urgência do que devemos fazer nos últimos momentos de vida terrestre. Como Cristo disse que o fim viria após a pregação do evangelho a toda criatura, e que os que crerem serão salvos, é nosso dever como cristãos anunciar ao mundo as boas-novas do evangelho, para enfim podermos dizer juntos: ‘Eis que Este é o nosso Deus, em Quem esperávamos’ (Is 25:9).” – Gleice Borges

“Eu pediria somente uma coisa para Deus: sabedoria. Sabedoria para testemunhar de Seu grande amor enquanto estivesse num ônibus, por exemplo, ou numa padaria; sabedoria para lutar pela felicidade dos outros; sabedoria para buscar a verdade plena e praticá-la; sabedoria para ir a orfanatos e hospitais e falar de um Deus lindo e que só quer nossa alegria plena; sabedoria para entrar na igreja e estar reverente do início ao fim dos cultos; sabedoria para respeitar meus pais e meus irmãos; e sabedoria para amar a lei de Deus e lutar para honrá-la acima da minha própria vida. Enfim, viveria os últimos dias como Jesus Cristo viveu.” – Marcelus Távora

Clique aqui para votar.

domingo, outubro 25, 2009

Nova palestra: Consumismo


Apresentei essa palestra ontem pela manhã, no Simpósio Universitário do Unasp. Para fazer o download, clique aqui. os vídeos linkados estão aqui.

sábado, outubro 24, 2009

Projeto Atlanta 2010: Venezuela (parte 2)

Depois de ter passado momentos agradáveis em Puerto Piritu, continuo buscando chegar à primeira capital dos dez países que terei que percorrer até chegar a Atlanta. A próxima cidade a 110 km chama-se Cúpira e depois dela terei mais 160 km para alcançar Caracas. Viajo no momento junto ao mar do Caribe. Pelas “janelas” da gorducha consigo ver o mar. São águas de um verde forte, aparentemente calmas aqui da pista distante. Penso que quando encontrar o primeiro ponto de entrada para o mar, irei me banhar nessas águas. Ainda não senti na pele essas águas. Já me banhei no Oceano Atlântico e Pacífico (quando estive no Peru). Agora será uma satisfação refrescar-me em águas tão longínquas de minha pátria.

Avanço nesse desejo e quando avisto uma trilha, que segue paralela à estrada, desço e em poucos minutos estou frente a frente, a alguns passos, das águas verde-musgo do Caribe, pelo menos na costa que chego agora. Para minha satisfação ser maior, há junto à beira-mar onde cheguei duas árvores à distancia exata para armar minha rede de selva. Também por perto não há casa alguma. É uma parte um tanto deserta e longe de Puerto Piritu e Cúpira. Assim me banho e em seguida armo minha rede e me deito, tendo como manto o frescor das árvores e o som do mar como cantiga de ninar. Esse momento não podia terminar de outra forma, senão em um sono profundo e exato no ponto para recarregar minhas baterias.

Bem na hora em que me apareceu a trilha, eu estava cansado e com a pele muito queimada do sol. Por isso dei graças a Deus quando desci para a beira-mar e encontrei a trilha. Que beleza! Que maravilha! Que fantástico! Mais que bom! Um banho de spa completo, ou seja, descanso, sombra, música suave e água fresca.

Por isso, quando acordei, já às quatro da tarde, estava completamente desligado do meu compromisso de chegar a Cúpira antes do pôr do sol desta sexta-feira. É a primeira vez que isso acontece. Acho que fui embalado pelos anjos de Deus. Eles me cantaram uma música suave usando as ondas encapeladas do mar do Caribe como cordas e a brisa do vento como bojo de um violão. Foi o sono mais curto e mais sublime de toda a viagem. Já dormi em muitos hotéis e quartos confortáveis de várias casas, mas nenhum é semelhante aos momentos que passei aqui. A solidão, associada à paz e à calma serena do lugar em que me encontro me transportaram aos palácios da Terra Prometida e foi como chegar aos braços do meu Salvador.

Se esta natureza corroída, maltratada e transformada por milhares de anos de pecado pode me dar esta deslumbrante sensação, imagine como será desfrutar dos rincões criados por Deus em nossa Pátria Celestial...

Eu quero estar lá, por isso resolvo desarmar a rede e continuar a viagem. Certo é que prefiria não ter compromisso com mais nada e, parando o tempo, ficar aqui até o fim do mundo. Como entendo que para encerrar a história deste planeta condenado é preciso trabalhar para levar o evangelho eterno a todas as nações, apressando assim a volta de Jesus, irei me levantar e fazer o possível para alcançar a cidade de Cúpira e encontrar meus irmãos para acertar com eles a oportunidade de pregar no sábado.

Com as energias renovadas pelo sono celestial, chego fácil a Cúpira e sou guiado por anjos invisíveis até a igreja adventista da cidade. Para minha alegria ser completa, encontro a igreja e ela está aberta, em semana de oração. Pela graça de Deus, após a apresentaçao de uma carta de recomendação, os irmãos me cedem espaço para pregar e testemunhar e muitos entregam a vida ao Salvador.

No domingo cedo, deixo Cupira e sigo no afã de conquistar a primeira capital, Caracas. Mas, antes, outro milagre deve acontecer. Convido você a vir aqui a este blog para ler a parte três deste relato e sentir a mão do Todo Poderoso sobre minha vida.

Estou a caminho de Atlanta, de bicicleta. Parece impossível mas não é porque Deus está aqui. Venha comigo!

(George Silva de Souza, atleta e autor livro Conquistando o Brasil)

O toque de Deus

A primeira vez que li o conto “Amor”, de Clarice Lispector, pensei: o que esse título tem a ver com a história? Esperava uma narrativa romântica, dessas mamão com açúcar. Mas era sobre uma dona de casa que, de dentro do bonde, vira um cego mascando chicletes. A visão daquele homem foi epifânica para a personagem, seu mundo se desconstruiu a partir de então. Demorou, mas compreendi o nome do texto. Não com o intelecto, mas com o coração. Faz algum tempo, estava em um ônibus a caminho da faculdade, assim como a personagem em um bonde. Era um dia de frio, desses em que o vento nos abraça e nos congela. Olhei pela janela e lá estava ela: uma prostituta. Era uma mulher comum, de uma beleza cansada e envelhecida pelo sofrimento, com ar de quem carece de tudo. Completamente sem vontade, seu corpo se insinuava, mecânica e artificialmente, para todos os carros que passavam. Poucos olhavam verdadeiramente para a mulher e ela, para ninguém olhava verdadeiramente. Estava frio. Ela usava uma sandália, seus pés deviam de estar gelados. Usava uma calça amarela. Seu olhar era abatido, perdido no nada, ou talvez perdido em tudo que ela tinha: ela mesma.

Senti amor. Tive vontade de descer do ônibus e abraçá-la. Tive vontade de levá-la para casa e lhe dar uma de minhas meias de lã. Tive vontade de lhe oferecer minha cama e um prato de sopa bem quentinho. Eram dez horas da manhã e pensei que talvez ela estivesse na rua desde a noite anterior. Talvez estivesse com fome, com frio, sem dinheiro no bolso para tomar um café. Talvez tivesse sido agredida por algum homem. Não, homem não. Um ser capaz de agredir uma mulher como ela, tão doce e indefesa, não pode ser chamado de Homem.

Então compreendi o nome do conto: Amor! É isso, só pode ser amor... não me esforcei para amá-la, simplesmente aconteceu. Mas eu não fiz nada com esse amor. Não desci do ônibus. Não lhe dei pão. E esse foi meu grande erro. Senti a presença de Deus me invadir de súbito, senti doçura no meu próprio olhar. Mas onde estava Deus para aquela mulher? Acho que não estava. Ele não estava lá porque muitos de nós, que batemos no peito dizendo “sou cristão”, não estávamos lá para abraçá-la. Porque não é só com palavras que mostramos Deus, mas com atitudes. Atitudes que muitas vezes somos covardes para tomá-las. Pensei nas inúmeras vezes em que “damas honestas” viram o rosto para essas moças de vida nada fácil. Muitas se acham melhores do que elas, mais filhas de Deus. Mas Ele não faz acepção de pessoas, e essas prostitutas tem mais chance de perdão do que essas “damas”. Quem a si mesmo se exaltar será humilhado (Mateus 23:12), e não nos esqueçamos de que muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros (Mateus 19:30). Pensei nos homens que olham essas moças na rua como se elas fossem um grande mictório disponível para aliviar suas necessidades. Meu coração se angustiou. Já havia sentido tristeza e indignação ao ver mendigos e crianças nas ruas, mas o que senti naquele dia foi incomparável. Eu senti amor por um próximo que eu nem conhecia, um próximo que parecia tão distante.

Assim como no conto de Clarice Lispector, olhar uma pessoa me abalou. Mas Freud explica, ele sempre explica. É a alteridade, o outro sou eu, eu sou o outro. Nos construímos como sujeitos a partir de outro ser e nos espelhamos nele. Ou então é o “estranho familiar”, diria ele, aquilo que deveria ficar escondido nas profundezas do indivíduo, recalcado, distanciado, alheio, mas vem à tona, em algum momento, como algo familiar com o qual nos identificamos. Pode ser isso. Pode ser que eu tenha me angustiado porque sou mulher e vi a mim mesma no rosto daquela prostituta.

Porém, gostaria que me explicassem uma coisa: Quem colocou em nós esse sentimento de amor pelo outro? Quem pode me mandar o DNA do medo, do amor, da felicidade? Não, não quero pesquisas que me mostrem o córtex cerebral, nomes de hormônios e substâncias responsáveis por esses sentimentos. Não quero a reação, eu quero a causa. Se ninguém puder me enviar, eu tenho um palpite: é o toque de Deus.

(Elisabete Ferraz Sanches, professora graduada em Letras pela USP, pós-graduada em Português: Língua e Literatura pela UniSant’Anna e mestranda em Literatura Brasileira pela USP)

sexta-feira, outubro 23, 2009

Mensagens de esperança via satélite

Um dos maiores oradores religiosos internacionais estará em Brasília, a partir deste sábado, dia 24. O norte-americano Mark Finley, um dos vice-presidentes mundiais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, vai falar para milhares de pessoas de maneira presencial no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e para pelo menos outros 10 mil pontos que estarão conectados com a sua mensagem através do sinal via satélite. Finley já levou esse tipo de mensagem para 80 países de todos os continentes e tem larga experiência com teleauditórios, pois apresentou durante 15 anos um programa de TV na América do Norte chamado It´s Written (que tem o similar em português chamado Está Escrito). Finley também foi um dos primeiros pregadores cristãos a falar para grandes auditórios (inclusive no Kremlin) quando da queda da cortina de ferro na ex-União Soviética.

Essa transmissão via satélite tem o sugestivo nome de “Futuro com Esperança” e apresentará aos ouvintes, telespectadores e internautas (porque será transmitida pela internet também) mensagens bíblicas relacionadas com profecias (inclusive do Apocalipse) que mostram um futuro esperançoso e não de medo, como popularmente se pensa quando se fala do último livro da Bíblia Sagrada. Até mesmo um site específico para o projeto foi criado e mostra as principais informações sobre o programa (www.futuroesperanca.org).

Nesta semana que antecede as mensagens de Mark Finley, os adventistas mostraram solidariedade na comunidade e reuniram quase 500 voluntários para doar sangue no hemocentro da capital federal e aumentar os estoques. Também já distribuíram gratuitamente à comunidade do Distrito Federal mais de 400 mil exemplares do livro Tempo de Esperança, escrito pelo pregador norte-americano e que fala de um dia especial para contato com Deus, com a família e com as pessoas que precisam de ajuda. “A mensagem de Finley é muito atual, porque fala da necessidade que as pessoas têm de se voltar a Deus, aos filhos, enfim, a si mesmas, entendendo que o mundo não consiste apenas em ganhar dinheiro e acumular títulos ou posições profissionais”, comenta o pastor Erton Köhler, que dirige a sede sul-americana dos adventistas situada em Brasília e que coordena o projeto Futuro com Esperança.

As mensagens de Mark Finley serão apresentadas, com entrada franca, a partir do dia 24 até dia 30, sempre às 19h30, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Nas cidades brasileiras, as mensagens podem ser vistas em igrejas adventistas do sétimo dia que possuem antenas parabólicas. Para saber a localização, basta acessar www.futuroesperanca.org/igrejas

PARTICIPE! Não perca a chance de ganhar uma camiseta do blog Criacionismo. Clique aqui e saiba como.

quinta-feira, outubro 22, 2009

Aniversário especial


Hoje faz 165 anos que Cristo entrou no Santo dos Santos para o Seu ministério sumo-sacerdotal, à direita de Deus. Desde então, aguardamos o cumprimento da promessa: "Virei e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estou, estejam vocês também" (Jo 14:3). Essa é nossa esperança. Esse é o nosso profundo desejo.

Se você aguarda o dia em que Cristo virá para pôr fim ao sofrimento e miséria humanos, ore hoje dizendo a Ele que também não nos esquecemos, que estamos com saudades, que continuamos aguardando. Ore pelo preparo, pelo derramamento do Espírito, pela pregação do Evangelho e pelo retorno de Jesus.

(Equipe da Escola Sabatina Jovem - Igreja Adventista Central de Florianópolis)

Clique aqui e saiba mais sobre essa data especial.

Novo fóssil põe "elo perdido" sob suspeita

Um grupo independente de cientistas analisou o fóssil de primata propagandeado em maio deste ano como "o elo perdido" da evolução humana e chegou a uma conclusão não muito empolgante: o bicho é provavelmente só um primo antigo e esquisito dos lêmures. Se eles estiverem corretos, o alarde midiático organizado em torno de "Ida, o elo perdido", ou Darwinius masillae, como o animal foi batizado oficialmente, pode se tornar um dos casos clássicos em que a vontade de chamar a atenção do público atropelou a ciência. Afinal, a descrição científica de Ida foi coreografada com o lançamento de documentários, sites, livros e de um evento para a imprensa no qual os pesquisadores responsáveis por estudá-la compararam o fóssil com a Mona Lisa e com o Santo Graal, afirmando que ele mudava tudo o que se sabia sobre a evolução humana.

À época, boa parte da comunidade científica concordou que se tratava de um exemplar belíssimo. Diferentemente dos outros primatas antigos, Ida, com quase 50 milhões de anos de idade [sic], teve seu esqueleto completo preservado - sem falar na presença de pelos e até do conteúdo digestivo do animal. Mas poucos concordaram com a sugestão de que o fóssil representava um ancestral direto dos antropoides, a linhagem de macacos que acabou desembocando no homem.

No novo estudo, que está na revista científica Nature desta semana, a equipe coordenada por Erik Seiffert, da Universidade de Stony Brook (EUA), compara Ida a uma nova espécie de primata extinto descoberta por eles no Egito.

Trata-se do Afradapis longicristatus, que é 10 milhões de anos [sic] mais novo que o suposto elo perdido, mas, ao que tudo indica, é um parente próximo de Ida, a julgar pela análise detalhada da mandíbula e dos dentes da espécie africana (aliás, esses são os únicos materiais preservados do bicho).

Seiffert e companhia também compararam Ida, o novo primata e outras 117 espécies vivas e extintas de primatas, levando em conta uma lista de 360 características do esqueleto. Essa comparação extensa, que não foi feita na descrição original de Ida, ajuda a estimar quais traços dos bichos realmente se devem ao parentesco e permite montar uma árvore genealógica dessas espécies.

O veredicto: Ida seria apenas uma prima muito distante do grupo que inclui o homem [sic], estando bem mais perto dos lêmures atuais. As semelhanças superficiais dela com o grupo dos antropoides seriam explicadas por evolução convergente - ou seja, porque ambos os grupos adotaram estilos de sobrevivência parecidos.

"São características relacionadas ao encurtamento do focinho e ao processamento de alimentos relativamente duros, como folhas", explica Seiffert. O pesquisador aponta o que, para ele, foi o principal erro da equipe que descreveu Ida. "Acho que eles deveriam ter feito comparações mais detalhadas com os mais antigos antropoides indiscutíveis. Eles teriam visto que traços como a fusão das duas metades da mandíbula, que não aparecem nesses antropoides [mas aparecem em Ida], não poderiam ser um elo entre Ida e eles."

Philip Gingerich, paleontólogo da Universidade de Michigan e um dos "pais" de Ida, não concorda. "Acho esquisito que o Afradapis seja muito parecido com os antropoides, mas acabe classificado em outro grupo. A ideia de convergência parece implausível", diz ele.

Aliás, argumenta Gingerich, "o Darwinius [Ida] conta com um esqueleto muito mais completo que o do Afradapis, e ele apresenta características adicionais de primatas avançados que não aparecem na análise".

(Folha Online)

Nota: Pelo visto, é outra novela que renderá muitos capítulos. Mas os seguidores de Darwin não poderiam perder a chance de celebrar afoitamente o achado, batizando-o inclusive com o nome de seu ídolo. Infelizmente, para eles, o novo elo perdido perdido poderá é estragar a festa darwinlátrica.[MB]

O fim do Universo

Há muito tempo físicos preveem que o Universo acabará na chamada “morte térmica”, estado em que terá utilizado toda a sua energia e não poderá mais sustentar nenhum movimento. Porém, novos cálculos realizados por uma equipe de físicos australianos mostram que a morte térmica pode chegar mais cedo do que os cientistas acreditavam. A morte térmica é baseada no conceito da entropia, que afirma que estados desordenados são mais estáveis que aqueles ordenados. Em uma experiência da vida real, por exemplo, pode-se dizer que é mais fácil quebrar uma janela de vidro (estado ordenado) do que reorganizá-la ou criar uma nova janela – estado desordenado – ou seja, a janela permanecerá quebrada. Na escala do Universo, sistemas complexos como estrelas, planetas e galáxias são como a janela de vidro, e os novos cálculos mostram que buracos negros supermassivos os estão quebrando mais rapidamente do que imaginávamos.

Já era de conhecimento dos físicos que os buracos negros contribuem com a entropia do Universo ao quebrar a matéria e energia em seus turbilhões gravitacionais, mas os cálculos sempre mostraram o nível da desordem com base nos buracos negros menores e mais frequentes.

Entretanto, o novo cálculo leva em consideração o poder destrutivo dos buracos negros supermassivos, que podem consumir galáxias inteiras. Os cientistas australianos descobriram que os cálculos antigos subestimavam quanto do Universo esses buracos negros já “engoliram”.

Porém, não é preciso começar a se preocupar com o fim do mundo: em uma escala humana, é como se o cálculo anterior afirmasse que o Universo fosse morrer aos 90 anos. O novo cálculo descobriu que ele está mais próximo desta idade do que dos 50 anos. Mas é claro que as estimativas envolvem a morte térmica para daqui a bilhões de anos, então o Universo ainda tem um bom tempo para aproveitar a velhice.

(Hypescience)

Nota: Se o Universo poderá terminar num estado desordenado, pergunto: Quem ou o que fez com que ele começasse num estado ordenado, menos provável (afinal, todo mundo entende que ordem não pode provir do caos)? A pergunta é tão delicada que, para fugir da palavra “milagre” (que evoca o sobrenatural), os cientistas que negam o teísmo se valem de outra palavra: “singularidade”. A origem deste universo ordenado, que funciona graças a leis finamente ajustadas, foi um evento singular, único, inexplicado. E empurram a porta da verdade para impedir que Deus coloque o pé através dela. Outra coisa: Se o Universo está fadado à destruição, que sentido existe na vida? Afinal de contas, todos os nossos esforços não acabam sendo inúteis em perspectiva da finitude de todas as coisas? Mas, tudo bem, não se preocupe com isso agora. Coma, beba e se divirta. O mundo vai acabar, mas só daqui a bilhões de anos. A vida, num sentido cósmico, parece não fazer sentido mesmo, por isso, viva para o aqui e agora. Beco perigoso esse... É verdade que não precisamos nos preocupar com o fim do mundo (na ótica cosmológica). Devemos, sim, é nos preocupar com a nossa condição espiritual, pois Jesus voltará muito antes do que se imagina. É nisso que não querem que pensemos...[MB]

PARTICIPE! Sabemos que “daquele dia e hora [da volta de Jesus] ninguém sabe” (Mt 24:36), mas façamos um exercício de imaginação... Suponha que este mundo vai acabar daqui a uma semana. O que você faria nesses últimos dias? Os três melhores comentários serão selecionados e submetidos à votação dos leitores. Envie seu texto de até cinco linhas para o e-mail blogcriacionismo@gmail.com, até as 20h de domingo. O comentário vencedor receberá em casa uma camiseta do blog Criacionismo. (Aproveito para agradecer mais uma vez a gentileza do Dr. Guilherme Ramos Sens, que doou as camisetas.)

Efeitos da sexualização feminina precoce

O livro Getting Real focaliza a sexualização e coisificação das garotas e das mulheres na mídia, na cultura popular e na sociedade. A sexualização e a pressão por um visual “magro, quente e sexy” é cada vez maior e mais precoce. Roupas, músicas, revistas, brinquedos e jogos enviam às garotas mensagens de que elas são apenas um corpo. Os efeitos da sexualização prematura das meninas têm impacto no corpo e na mente, com o crescimento de comportamentos destrutivos, desordens alimentares, ansiedade, depressão e baixa autoestima. Getting Real reúne escritores, advogados e acadêmicos, incluindo alguns dos maiores críticos da disseminação da cultura pornográfica. Organizado pela advogada Melinda Tankard Reist, Getting Real é um livro para aqueles que querem ver um mundo melhor para a próxima geração.

Por enquanto, só em inglês.

E-mails que nos alegram (13)

“Olá, Michelson, me chamo Fábio, tenho 19 anos, e há alguns meses venho acompanhando as postagens do seu blog sobre criacionismo. Já fui católico, mas hoje apenas acredito em Deus e em Jesus Cristo, e não frequento nenhuma igreja. Também devo ser sincero e admitir que já fui um pouco descrente, mas Deus me mostrou outro caminho, o caminho da felicidade. Me sinto fortalecido em ler suas mensagens pois transmitem segurança no que diz e isso me faz ter confiança na minha fé em Deus e em Jesus Cristo. Não conheço o Adventismo, mas sinto minha fé fortalecida ao ler suas palavras. Embora eu me sinta satisfeito com a minha crença, da forma como enxergo e me comunico com Deus, eu gostaria de conhecer melhor alguns pontos do Adventismo, principalmente a concepção de design inteligente e do criacionismo como um todo. ... A doutrina e os costumes alimentares que vocês possuem também me são interessantes. Muito embora eu já esteja satisfeito com a minha crença em Deus e tenha aceitado Jesus Cristo como meu Salvador e meu Redentor, gostaria de conhecer melhor os hábitos adventistas e, quem sabe, talvez conversar mais com você sobre suas experiências com Deus e Jesus e compartilharmos juntos nossas bênçãos.”

quarta-feira, outubro 21, 2009

Homem moderno é um “molenga”

Muitos aborígines pré-históricos australianos bateriam fácil o recordista mundial dos 100 e 200 metros, Usain Bolt, nas condições atuais. Os tutsi, de Ruanda, conseguiam superar o recorde de salto em distância, de 2,45 metros, em suas cerimônias de iniciação, nas quais tinham que pular pelo menos a sua própria altura para provar sua masculinidade. E qualquer mulher neandertal venceria o ex-fisiculturista, ator e atual governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, numa queda de braço. Essas e outras surpreendentes revelações - que dão a entender que o homem moderno é um fracote, um tremendo molenga - estão num livro lançado pelo antropólogo australiano Peter McAllister, intitulado Manthropology, e cujo provocativo subtítulo pode ser traduzido como “A ciência do macho moderno inadequado”. Já na abertura do livro, McAllister demonstra o que está por vir. “Se você está lendo isso, então você, ou o macho que comprou esse livro para você, é o pior homem da História. Sem ‘talvez’, sem ‘porém’. Isso mesmo: o pior homem da História. Como classe, somos, na verdade, o mais patético dos Homo sapiens a andar pelo planeta”, diz o autor.

Usando um vasto material de pesquisa, McAllister garante ter encontrado evidências mostrando que o homem moderno é inferior aos seus antepassados, entre outras modalidades olímpicas, nas áreas de corrida e de salto. Suas conclusões sobre a velocidade dos aborígines australianos de 20 mil anos atrás são baseadas em pegadas, preservadas em um lago fossilizado, de seis homens perseguindo uma presa.

A análise das pegadas de um dos homens mostra que ela alcançava velocidades próximas dos 37 km/h, em uma superfície lamacenta, perto de um rio. Bolt, em comparação, atingiu a velocidade de 42 km/h durante seu recorde olímpico de 9,69 segundos durante os Jogos Olímpicos de Pequim (substituído este ano por outra marca, de 9,58 segundos, no Campeonato Mundial de Atletismo, em Berlim).

Entrevistado na Universidade de Cambridge, onde reside temporariamente, McAllister afirma que, com treinamentos modernos, calçados adequados e pistas com solo emborrachado, os caçadores aborígines teriam alcançado velocidades de 45 km/h.

“Acreditamos que eles estavam correndo no seu limite quando perseguiam uma presa. Mas se conseguiam atingir 37 km/h em um solo bastante macio e flexível, seriam grandes as chances de que eles pudessem superar Usain Bolt se tivessem as mesmas facilidades que ele tem. Podemos ver isso pela forma como o homem analisado corria, acelerando, até o final.”

Segundo ele, qualquer um dos outros companheiros do homem pré-histórico estudado também poderiam correr tão rápido.

(O Globo)

Nota: Quando vão se dar conta de que o homem moderno perde para os antigos em todos os quesitos? Basta pensar nas pirâmides e outras obras monumentais de pé até hoje (sem entender isso, alguns afirmam que essas construções só podem ter sido realizadas com tecnologia alienígena). Na verdade, temos a nosso favor apenas a tecnologia, mas perdemos em força, memória, longevidade, inteligência, etc. Vivemos o processo de involução a partir de uma origem superior, decadência essa ocasionada pelo pecado.[MB]

terça-feira, outubro 20, 2009

Mundo que caminha para a perdição

Em 1977, durante festa em casa de amigos, um homem de 44 anos alcoolizou e drogou uma adolescente de 13 anos. A seguir, investiu contra a menina, que tentou rechaçar a agressão. Ele então a obrigou a fazer sexo. Denunciado, respondeu a processo. Em troca da confissão, negociou com a promotoria abrandar a denúncia de estupro pelo crime de relação sexual com menor. Na primeira oportunidade, evadiu-se do país, e por mais de três décadas evitou a prisão. Até que finalmente veio a ser detido na Suíça. Ponto para a justiça humana? Aplauso planetário? Ao contrário, muitas vozes – vozes de políticos e celebridades – se levantaram em defesa do facínora. Os argumentos foram os mais estapafúrdios possíveis: “O sujeito perdeu parentes no Holocausto, teve a esposa grávida brutalmente trucidada por uma gangue de lunáticos, onde fica a liberdade de expressão?” [sic]. Mas o que indignou seus defensores foi a indiferença das autoridades ao talento e ao sobrenome do réu, Roman Polanski.

Eis aonde chegamos: o currículo artístico de uma celebridade deve conceder-lhe imunidade legal, não importa a perversidade de seus crimes. Pior, desde o primeiro parágrafo da notícia, pareceu-me que o cerco de proteção a Polanski traía cumplicidade. Miseravelmente, confirmou-se, ao menos em parte, que se trata mesmo de uma confraria de aliados objetivos da pedofilia. Um dos políticos mais estridentes da claque do tarado foragido, o Ministro da Cultura da França, Frédéric Miterrand, escreveu em 2005 um livro de nome A Má Vida, no qual narra em primeira pessoa suas aventuras sexuais com garotos adolescentes em bordéis tailandeses (o primeiro-ministro Sarkozy, que blindou Miterrand após o escândalo, até elogiou sua obra, digo, seu livro). Agora, nas palavras de Veja, “os franceses sabem que, quando seu ministro sai de férias, ‘a moral ocidental, a culpa de sempre, a vergonha que eu carrego explodem pelos ares; e que o mundo caminhe para a perdição’”.

Infelizmente, o mundo vem-se rendendo célere ao apelo do velho pederasta. Não é à toa que Jesus teve que vaticinar esta sombria profecia: “Quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?”

(Marco Dourado, Curitiba, PR)

Aquecimento global: nem o Mainardi acredita

Em sua coluna, na revista Veja desta semana, Diogo Mainardi escreveu: "O aquecimento global nem existe. O pico do calor foi em 1998. De lá para cá, a Terra está esfriando. E deve permanecer assim por mais duas décadas." O colunista não é o único a duvidar do que se fala sobre o aquecimento. Cientistas de peso engrossam esse coro. Um pouco desse ceticismo sadio seria útil para o Marcelo Leite, da Folha. Clique aqui e saiba por quê.

segunda-feira, outubro 19, 2009

“Evolução e religião”: desviando os holofotes

O artigo “Evolução e religião”, de Sérgio Danilo Junho Pena, publicado na sua coluna “Deriva Genética”, do Ciência Hoje On-Line, destacado no Jornal da Ciência E-Mail, e publicado com destaque pela Academia Brasileira de Ciências, é a velha polarização desviando os holofotes das insuficiências heurísticas da teoria da evolução de Darwin. Há uma resistência empedernida dos darwinistas ortodoxos reconhecerem publicamente as dificuldades fundamentais da teoria geral da evolução no contexto de justificação teórica. Essa situação ocorre porque as evidências empíricas contrárias são desprezadas pela postura anticientífica do materialismo filosófico que posa como se fosse a própria ciência. [Leia mais]

Do mundo virtual ao espiritual

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão. Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: “Qual dos dois modelos produz felicidade?”

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: “Não foi à aula?” Ela respondeu: “Não, tenho aula à tarde.” Comemorei: “Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde.” “Não”, retrucou ela, “tenho tanta coisa de manhã...” “Que tanta coisa?”, perguntei. “Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina”, e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: “Que pena, a Daniela não disse: ‘Tenho aula de meditação!’”

Estamos construindo super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram agora que, mais importante que o QI, é a IE, a Inteligência Emocional. Não adianta ser um superexecutivo se não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: “Como estava o defunto?” “Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!” Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais...

A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil - com raras e honrosas exceções -, é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos.

A palavra hoje é “entretenimento”; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: “Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!” O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas.

(Frei Betto, Jornal Conversa Pessoal)

E-mails que nos alegram (12)

“Sou mulher, tenho 25 anos e hoje me veio um sentimento muito bom, lendo as histórias em seu blog. Sou frequentadora assídua de seu blog, e gosto muito de seu trabalho. No ano 2003, eu estava perdida no homossexualismo, já conhecia a mensagem adventista, mas vivia nesse mundo frio, sendo enganada pelo inimigo. Mantive contato com você, Michelson, e você me enviou cartas, tirando duvidas, me aconselhando. Outra irmã também fazia isso por mim. Em 2004, fiz um plano com Deus, para que Ele pudesse me livrar do pecado, e tive vitórias até hoje. Em 2006, casei-me com um homem de Deus, uma pessoa extraordinária, que me entende. Nos amamos muito e pretendemos logo, logo ter um filho. Hoje nós trabalhamos na igreja, pois nunca fui de ficar 'lustrando banco de igreja'. Agradeço sua ajuda e gostaria que todos pudessem ter acesso a esses testemunhos que nos fazem ver um Deus atuante, que realiza milagres constantemente em nós. Obrigada! Que Deus continue a usar pessoas assim como você na obra e no serviço, para que possamos ver Cristo voltar mais rapidamente.”

Fé no aquecimento global e no darwinismo

Em abril deste ano, o jornalista Marcelo Leite publicou o artigo “Ciência paranormal”, reproduzido no Jornal da Ciência. Talvez como nenhum outro até então, ele deixa evidente (mesmo sem querer) a polarização ECOmenismo/darwinismo versus criacionismo/sábado do quarto mandamento da Lei de Deus. Leia aqui alguns trechos [com meus comentários entre colchetes]:

“Após quase três décadas de jornalismo científico, nas quais esse campo deu um salto notável, é desanimador encontrar a imprensa ainda vulnerável ao assédio de grupos marginais [ou seria ‘criminosos’, como sugeriu Marcelo Gleiser?] que, na falta de melhor nome, caberia caracterizar como ‘ciência paranormal’ [a mesma insistência em blindar o darwinismo – e agora o ECOmenismo – de discussões por classificar seus oponentes de religiosos ou “paranormais”]. Não se trata bem da pseudociência tradicional, daquele tipo fraudulento que vende barbatana de tubarão ou cogumelo solar como a última palavra da pesquisa. Refiro-me aos cruzados que se empenham no assalto à ciência natural estabelecida.

“À frente marcham os céticos do aquecimento global – mais bem-sucedidos em suas incursões midiáticas – e da evolução por seleção natural – menos ouvidos por jornalistas, mas com maior inserção social por meio de igrejas e seitas. (...) [sempre achei que fosse bom alimentar certo grau de ceticismo para não crer cegamente em tudo o que a mídia apresenta. Parece que os “crentes” hoje estão do outro lado...] Sua tática tem por alvo a noção de ‘ciência estabelecida’. O nome pode ser ruim, mas designa uma coisa boa: o estado da arte do conhecimento, conjunto variável de explicações sobre o mundo natural apoiado em observações e aceito pela comunidade mundial de pesquisadores. O consenso muda o tempo todo, mas mantém um núcleo que Thomas Kuhn chamou de ‘ciência normal’. Esta sobrevive até que observações discordantes se acumulem a ponto de desencadear a famosa ‘mudança de paradigma’. As teorias são abandonadas ou radicalmente transformadas, dando origem a outra ciência normal. [É curioso ver Leite citando Kuhn e sua ideia de revoluções na ciência. O mesmo Kuhn diz que, muitas vezes, pela teimosia dos proponentes de um paradigma, é necessário que aquela geração de teóricos e cientistas morra para que o paradigma mude. Como o darwinismo pode mudar se seus defensores não parecem dispostos a discutir e hostilizam todos aqueles que ousam apontam a insuficiências epistêmicas do modelo?]

“Os cruzados do clima e do criacionismo se tomam por cavaleiros do novo paradigma, em investida contra o moinho climático e darwiniano. Promovem qualquer artigo obscuro a resultado discordante que vai derrubar a ciência normal. Alegam censura e repressão, quando sua ‘ciência’ não é reconhecida (como a ‘teoria’ do design inteligente). [E o que dizer do número crescente de Ph.Ds que assinaram a lista Scientific Dissent From Darwinism? E como assim “sua ciência”? Pensei que a ciência fosse apenas uma, a empírica, experimental. Como sempre, os ultradarwinistas tentam fazer parecer que darwinismo é sinônimo de ciência, ao passo que criacionismo e mesmo o design inteligente são religião ou metafísica.]

“Outra tática empregada é apresentar como prova de refutação as lacunas e incertezas inerentes ao conhecimento científico. Os evolucionistas não têm uma explicação completa da origem bioquímica da vida, portanto estão errados. Modelos climáticos não passam de simulações, portanto seus resultados são inservíveis. O mantra dos céticos do aquecimento é acusar o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima) de ignorar a variabilidade natural do clima. Segundo os cavaleiros do paradigma, o painel da ONU menospreza influências como as variações na radiação solar resultantes dos ciclos de atividade da estrela, ou como vulcões e raios cósmicos.” (...)

Nota: Por que será que, à semelhança dos cientistas criacionistas, os pesquisadores que criticam o IPCC e o alarmismo em torno do aquecimento global são igualmente hostilizados? Por que será que ocultistas, certos cientistas e o vaticano têm dado as mãos tão abertamente para “salvar o planeta”? Aos poucos, todos eles vão concordando num ponto, especialmente: o descanso dominical poderá salvar a Terra da destruição. O ECOmenismo parece ser o cimento que faltava para unir a todos em torno da observância do falso dia de guarda. Do outro lado, em oposição natural (porém não desejada ou alimentada), estarão os criacionistas guardadores do sábado, o único dia abençoado e santificado pelo Criador (Gn 2:1-3; Lc 4:16), por isso mesmo tido como memorial da Criação. Com o tempo, essa polarização ficará mais evidente e os ânimos, mais exaltados. Quem viver, verá.[MB]