quarta-feira, abril 30, 2014

Bill Clinton e a invasão alienígena

O que ele sabe que a gente não sabe?
“Parece que quase todo mundo está olhando para as estrelas, esperando por um contato com outras formas de vida.” Será que o contato com uma raça de alienígenas seria suficiente para unir completamente a humanidade? Isso nos levaria a esquecer nossas disputas acirradas e nos unir como um só? Isso é, aparentemente, o que o ex-presidente norte-americano Bill Clinton acredita. No programa Jimmy Kimmel Live, Clinton disse que uma invasão “pode ser a única forma de unir este nosso mundo incrivelmente dividido”. Ele disse também que, “se fôssemos visitados algum dia, eu não me surpreenderia”. Então ele sabe algo que o resto de nós não sabe? E por que ele está partilhando isso agora? [...]

Aparições de figuras políticas relevantes em programas de entrevistas tarde da noite são normalmente roteirizadas. Assim, parece estranho que Jimmy Kimmel perguntasse a Bill Clinton sobre OVNIs. É algo sobre o que Clinton de fato quisesse falar? Quando Kimmel fez suas perguntas, Clinton pareceu bem preparado com suas respostas. Entre outras coisas, ele disse a Kimmel que “as diferenças entre pessoas na Terra pareceriam pequenas”, se fôssemos subitamente confrontados com um contato com extraterrestres...

O ex-presidente disse no programa Jimmy Kimmel Live que uma invasão de extraterrestres poderia ser a melhor maneira de unir países turbulentos de nosso planeta assolado pela guerra. “Poderia ser a única forma de unir este mundo incrivelmente dividido. [...] Pense sobre como todas as diferenças entre as pessoas da Terra pareceriam pequenas se nos sentíssemos ameaçados por um invasor do espaço. Essa é toda a teoria no [filme] Independence Day”, disse ele, referindo-se ao sucesso do filme de ficção científica catástrofe. “Todos se uniriam e seria legal.”

(The Truth; tradução de Eliézer Militão)

Crianças podem sofrer doutrinação evolucionista

Quanto mais cedo, mais fácil
Abstract: “A adaptação por seleção natural é um mecanismo central da evolução. É um dos mais amplamente mal compreendidos processos científicos. Equívocos são enraizados em preconceitos cognitivos encontrados em pré-escolares, ainda que conceitos sobre complexidade signifiquem que a adaptação por seleção natural não é compreensivelmente ensinada até a adolescência. Isso [a adolescência] ocorre muito tempo depois que os equívocos teóricos tenham provavelmente se arraigado. Em uma nova abordagem com crianças de 5 a 8 anos, nós exploramos a capacidade de aprender uma básica mas teoreticamente coerente explicação mecanicista da adaptação através de uma intervenção por livro de histórias customizado. O experimento 1 mostrou que as crianças entendem a lógica de seleção natural baseada em população e também a puderam generalizar. Além disso, o aprendizado se susteve por três meses a mais. O experimento 2 replicou esses resultados e mostrou que as crianças entenderam e aplicaram uma explicação causal mecanicista ainda mais diferenciada. Os resultados mostraram que, ao contrário do conhecimento educacional convencional, a seleção natural básica pode ser ensinada na primeira infância. Intervenções orientadas à teoria usando livros de histórias de figuras com estrutura ricamente explanatória é benéfica.”

(Department of Psychology, Boston University; Ontario Institute for Studies in Education, University of Toronto; tradução: Alexsander Silva; PDF grátis aqui)

Nota do blog Desafiando a Nomenklatura Científica: “A falência epistemológica do darwinismo é tão fragorosa, tão patente na literatura especializada, especialmente a incapacidade evolucionária da seleção natural, que essa pedagogia desenvolvida para alcançar e conquistar corações e mentes de crianças nos remete às escolas dos lenços vermelhos em que às crianças eram ensinados os dogmas marxistas. O nome disso não é educação, é doutrinação. Brevemente será copiado nas diretrizes educacionais do MEC sem nenhuma contraposição pedagógica.”

Vaca da Friboi está sob suspeita

Suspeita de doença da vaca louca
O bovino identificado no Mato Grosso como um caso suposto de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), doença conhecida como “Mal da Vaca Louca”, estava pronto para o abate no frigorífico mantido pela JBS-Friboi em São José dos Quatro Marcos, no sudoeste do Estado. O animal, uma vaca nelore de 12 anos, foi encaminhado para o frigorífico pela Fazenda Talismã, localizada no município vizinho de Porto Esperidião, na fronteira com a Bolívia, como informaram ao Estado as prefeituras das cidades. Ontem, o Ministério da Agricultura informou que abateu, no sábado, outros 49 animais que tiveram contato com o bovino suspeito. A empresa foi procurada pela reportagem, mas disse que não comentaria o caso. Líder mundial em processamento de carne bovina e principal fornecedora de grandes redes de varejo no Brasil e em mais 150 países, a JBS-Friboi afirmou que não foi notificada pelo Ministério da Agricultura de que o animal tratado como “caso atípico” de EEB passou por sua unidade de Quatro Marcos. O Ministério não fornece detalhes sobre as empresas envolvidas.

O Estado apurou, porém, que o bovino fazia parte de um lote de 25 cabeças, com idades de 11 e 12 anos, enviado pela Talismã à JBS-Friboi para ser comercializado. O animal estava pronto para abate quando uma equipe de inspeção sanitária do Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério, que fazia visita de rotina no local, constatou que ele estava caído.

O DSA decidiu sacrificar e incinerar a vaca, após avaliar que a posição poderia ser um sintoma de EEB - o chamado “decúbito forçado” é o estado do bovino caído, que pode ocorrer tanto em função de fraqueza muscular quanto de deficiência na coordenação motora causada por distúrbios neurológicos da encefalopatia.

Outros 49 animais foram abatidos e incinerados no sábado, segundo a Agricultura, porque tiveram contato com a fêmea que foi detectada com uma falha em partículas de proteínas importantes para o desenvolvimento dos neurônios, a chamada marcação priônica. 

Os animais estavam confinados separadamente desde 19 de março, quando os técnicos da DSA colheram material de uma vaca para exames. Segundo o Ministério, o sacrifício é parte do procedimento adotado pela defesa sanitária nos casos de suspeita de vaca louca.

A inspeção sanitária da Agricultura coletou material e enviou para exames na rede estatal Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros). A unidade do Recife identificou que a vaca havia desenvolvido a marcação priônica.

O material coletado também foi enviado para avaliação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), que faz exames laboratoriais em Weybridge, na Inglaterra, para confirmar se é efetivamente um caso de EEB. A expectativa é de que a OIE divulgue o laudo amanhã.

A classificação do caso como atípico, segundo Agricultura, ocorre porque o animal não desenvolveu a doença da vaca louca nem morreu em função dela. A marcação priônica se desenvolveu naturalmente por causa da idade avançada do animal - ela ocorre normalmente em bovinos acima de dez anos, em função do envelhecimento das células.

O caso clássico da doença ocorre em rebanhos mais novos, de até sete anos, que é a média de idade limite dos animais comercializados no mercado. Nesses casos, a enfermidade pode ser causada pela alimentação a base de farinha de osso e carne.

É proibido alimentar os animais no Brasil com esse tipo de suplemento, o que ajudou o País a conseguir o nível de “risco insignificante” de doenças sanitárias conferido pela OIE. A idade ideal, segundo estudo do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), para o abate bovino é, no limite, até 2,2 anos de vida, quando a margem de investimento e lucro são melhores. Analistas de mercado consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, estranharam a idade do animal comprado pela JBS-Friboi e identificado como suspeito da doença da vaca louca: 12 anos.

Segundo analistas, não é prática do mercado comprar bovinos acima do décimo ano de criação. Todo o lote de 50 animais adquiridos da Talismã pela JBS-Friboi estava com idade entre 11 e 12 anos, segundo informações da própria fazenda repassadas a órgãos fiscalizadores do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT).

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, ao contrário, diz que é comum animais nessa idade serem vendidos no Estado. “Animais velhos também vão para o abate”, afirma.


Nota: Esse foi um caso em que a fiscalização detectou o problema, e nos inúmeros outros em que não há fiscalização ou em que há irregularidades? Será que vale a pena correr esse risco? O vegetarianismo ainda é a opção alimentar mais segura. E a “picanha novinha” da Friboi, pelo jeito, pode não ser assim tão novinha... [MB]

terça-feira, abril 29, 2014

Não somos todos macacos, somos criados por Deus

Daniel Alves: mais um alvo do racismo
O episódio envolvendo o lateral Daniel Alves foi a gota d’água para o início de uma mobilização mundial. Desde então, “somos todos macacos”, uma ideia do estafe de Neymar em parceria com a agência de publicidade Loducca ganhou as redes sociais e o apoio até mesmo da presidente Dilma Rousseff [embora haja quem desconfie de tudo isso]. Tudo começou quando Neymar viveu os primeiros casos de racismo na Espanha ao lado do companheiro Daniel Alves; no jogo do Barcelona diante do Espanyol, em março, gritos de macaco foram direcionados aos dois brasileiros e uma banana foi arremessada em campo; pouco mais de um mês depois, na derrota para o Granada, o camisa 11 sofreu ofensas racistas quando deixou o ônibus da equipe no Camp Nou. Guga Ketzer, sócio e vice-presidente de criação da agência Loducca, explica que o movimento surgiu para tirar a força da palavra do agressor preconceituoso. “Como quando somos crianças e sofremos com um apelido. Se você se incomodar muito ele com certeza vai pegar. Por isso a nossa ideia era de não fugir da briga, de encarar a polêmica e engolir o problema.” De acordo com o publicitário, “somos todos macacos” não é uma campanha, mas sim um movimento.

“Estamos sempre em contato com a equipe do Neymar e já vínhamos planejando algum tipo de manifestação. Pensamos nessa ideia, mas não era para sair agora, estávamos esperando o timing certo. E aconteceu agora com o caso do Dani Alves.” O gesto do lateral brasileiro, que comeu uma banana atirada por torcedores do Villarreal dentro de campo no último domingo (28), vem repercutindo nas redes sociais com a hashtag #somostodosmacacos. Em sua conta no Instagram, Dani Alves mandou o seguinte recado logo depois do ocorrido: “Meu pai sempre me falava: filho, coma banana que evita cãibras. Como adivinharam isso? Hahaha.”

Já nesta segunda-feira (28), publicou: “Meu Brasil brasileiro, verde, amarelo, preto, branco e vermelho. Somos um povo alegre com samba no pé e é com alegria e ousadia que a gente tem que se manifestar. Olha a banana, olha o bananeiro... Sou baiano, sou brasileiro... Estamos mais fortes do que nunca, o sorriso é a nossa proteção, a musica é a nossa espada... Nos vemos na Copa... Estamos juntos! #deusnocomando #somostodosmacacos #danidobrasil #amadajuazeiro.”


Nota: Toda e qualquer reação contra o absurdo do racismo é muito bem-vinda, no entanto, essa campanha #somostodosmacacos guarda certa sutileza evolucionista (ainda que talvez Neymar nem tenha se dado conta disso). Na verdade, não somos todos macacos. Ninguém é macaco e somos muito mais do que isso: somos a imagem e semelhança de Deus, o que nos torna qualitativamente superiores aos animais. Na visão criacionista, somos todos criaturas de Deus (Isaías 64:8) e, justamente por isso, iguais, apesar da diversidade étnica. Somos descendentes de um mesmo casal, Adão e Eva, o que nos torna irmãos (Atos 17:26). A cosmovisão criacionista, se aceita, seria a solução para qualquer tipo de racismo, pois aponta para uma mesma origem humana e não considera ninguém mais ou menos “evoluído” do que qualquer outra pessoa. Darwin, em seu livro menos conhecido, The Descent of Man, é que dá margem para pensamentos racistas (confira). Ao assumir que somos todos macacos, estamos, na verdade, aceitando o rebaixamento à condição de animais, o que faz parte da pregação evolucionista. Essa campanha seria bem melhor se usasse como hashtag #SomosTodosCriadosPorDeus. É isso o que nos dá valor ontológico. É isso o que nos torna realmente iguais. É isso o que torna o racismo um absurdo. [MB]

domingo, abril 27, 2014

A ciência responde: a arca de Noé poderia flutuar?

A arca do filme de Aronosfsk
Na história bíblica de Noé, recém-adaptada para o cinema, uma arca gigantesca é construída para abrigar dois animais de cada uma das espécies existentes no planeta e salvá-los de um dilúvio [na verdade, dois pares de animais “impuros” e sete de animais “puros”]. Do ponto de vista científico, essa proeza seria possível? A resposta é sim – mas com ressalvas. As especificações bíblicas para o tamanho da arca – respeitadas no filme Noé – são precisas: 300 côvados de comprimento, 50 de largura e 30 de altura. O côvado é uma unidade de medida arcaica que se baseia no comprimento do antebraço, da ponta do dedo médio até o cotovelo, e cada uma das civilizações antigas adotava uma medida diferente para representá-la. Um grupo de estudantes da Universidade de Leicester, na Inglaterra, que realizou um estudo sobre a arca de Noé, estabeleceu um padrão ao fazer uma média entre o menor valor (44,5 centímetros, adotado pelos hebreus) e o maior (52,3 centímetros, dos egípcios), chegando a 48,2 centímetros. Com base nessa medida, a arca teria 144,6 metros de comprimento (o equivalente a cerca de um quarteirão e meio), 24,1 metros de largura (aproximadamente dez carros, lado a lado) e 14,4 metros de altura (um prédio de quase cinco andares). Curiosamente, as medidas são parecidas com as de um navio de carga atual, e as dimensões ainda correspondem à proporção adotada no presente. “O fato de a arca ter essas dimensões é surpreendente, porque são os parâmetros de um navio da atualidade”, afirma Ricardo Pinto, professor de engenharia naval da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Para saber se a arca flutuaria, é preciso analisar também o material usado na sua fabricação. O texto bíblico menciona a “madeira de gofer”, que, hoje, seria semelhante ao pinheiro ou ao cipreste. Como a densidade dos dois materiais é parecida, os estudiosos ingleses escolheram o cipreste como exemplo. Com essas informações, e assumindo que Noé teria seguido as instruções o mais literalmente possível, construindo uma embarcação retangular, em forma de caixa, é possível concluir que a arca não afundaria na água. “Qualquer objeto, ao ser colocado na água, provoca o deslocamento de certo volume. Para flutuar, o peso do volume da água deslocada pelo corpo deve ser igual ao peso do próprio corpo”, explica Pinto. “Esse tipo de madeira leve faria com que a embarcação flutuasse facilmente.”

Essas estimativas referem-se à arca vazia. Para descobrir o peso que a embarcação teria de suportar, é preciso saber quantos animais seriam colocados dentro. Pesquisadores que estudaram a história de Noé, como John C. Whitcomb e Henry M. Morris, autores do livro The Genesis Flood (O dilúvio de gêneses, em tradução livre), chegaram à conclusão de que cerca de 35 mil animais precisariam entrar na arca para que o Reino Animal fosse salvo. Existe uma discussão sobre o fato de que a expressão “dois animais de cada tipo”, contida na Bíblia, pode não significar exatamente cada espécie, o que reduziria ainda mais o número de eleitos. Whitcomb e Morris estimaram, também, que a ovelha representaria a média de tamanho dos animais. 

A partir desses números, os cientistas da Universidade de Leicester calcularam que a arca suportaria o peso correspondente a 2,15 milhões de ovelhas. “Nós observamos que a arca aguentaria o peso, não como os animais caberiam dentro dela, ou como seriam armazenados alimentos e água fresca”, diz o estudante de física Oliver Youle, principal autor do estudo, publicado em 2013 no periódico Journal of Physics Special Topics, da Universidade de Leicester.

Além da capacidade do barco de suportar o peso, mais fatores precisam ser levados em consideração. “Podemos até assumir que a arca teria flutuabilidade, mas não sabemos sobre sua estabilidade”, afirma Pinto. A estabilidade depende da geometria, ou seja, do formato da embarcação, e da condição em que a carga foi dividida nela. “Se todos os animais pesados, como elefantes e leões, fossem colocados de um lado só, ela provavelmente ficaria desequilibrada.”

Seria necessária uma distribuição de peso cuidadosa para manter a embarcação estável, principalmente devido a seu tamanho. “Quanto mais comprida uma viga, mais fraca ela é. Um navio funciona como uma viga em termos técnicos, então quanto mais comprido, mais bem estruturado precisa ser”, explica o professor. Para ele, a arca seria um navio “muito arrojado” para os padrões da época – uma construção tão surpreendente quanto as pirâmides do Egito.

(Veja)

Nota: Confesso que fiquei surpreso com uma matéria dessa natureza publicada no site de uma revista secular como a Veja. Obviamente, o evento todo do dilúvio teve causas e desdobramentos sobrenaturais (podemos até supor que anjos poderosos ajudaram a preservar a grande embarcação das ondas violentas do dilúvio), mas é surpreendente ver como são tão próximas as medidas da arca em comparação com as de navios cargueiros modernos. É bom lembrar que nem Noé nem qualquer um de seus contemporâneos tinha experiência com navegações no mundo antediluviano. Portanto, essas proporções perfeitas devem mesmo ter sido dadas pelo Criador e ter sido seguidas à risca por Noé. Em meu livro A História da Vida, dedico um capítulo a esse assunto intrigante. [MB]

As canonizações sob a ótica bíblica

Os dois novos santos católicos
Segundo a própria Igreja Católica Apostólica Romana, canonização é o ato de atribuir o estatuto de santo a alguém que já era beato. É a confirmação final da Santa Sé para quem um beato seja santo e somente o papa, líder máximo católico, pode conceder esse estatuto. O Código de Direito Canônico da Igreja Católica, no seu cânon 1186, estabelece que “para fomentar a santificação do povo de Deus, a Igreja recomenda à veneração peculiar e filial dos fiéis a Bem-aventurada sempre Virgem Maria, Mãe de Deus, que Jesus Cristo constituiu Mãe de todos os homens, e promove o verdadeiro e autêntico culto dos outros Santos, com cujo exemplo os fiéis se edificam e de cuja intercessão se valem”; e, no artigo 1187, acrescenta que “só é lícito venerar com culto público os servos de Deus, que foram incluídos pela autoridade da Igreja no álbum dos Santos ou Beatos”.

Neste último domingo, 27 de abril, os ex-papas João Paulo II (o polonês Karol Wojtyla) e João XXIII (o italiano Angelo Giuseppe Roncalli) passaram por esse processo e se tornaram os mais novos santos conforme o entendimento católico do assunto. Oficialmente os católicos podem recorrer a eles como intermediários ou mediadores para suas orações.

Como o tempo passa e algumas ações religiosas continuam a ser realizadas praticamente sem nenhuma reflexão mais profunda acerca do seu significado e relevância espiritual no contexto bíblico, é importante pontuar se são tradições religiosas repetidas por motivações diversas (especialmente políticas ou econômicas) ou ensinamentos bíblicos embasados por aquilo que Deus revelou. Apesar de parecer, os dois termos não significam a mesma coisa. Joel Peters, estudioso dos assuntos católicos, escreveu 21 razões pelas quais não se pode aceitar a autoridade da Bíblia somente (Sola Scriptura) para assuntos de fé (http://adv.st/QREvkq). Ali está a diferença entre tradição e ensino bíblico.

Bem, sem mais rodeios, não consigo encontrar fundamentação bíblica para as canonizações de gente como os antigos papas ou piedosos católicos já mortos há séculos. Muitos deles, diga-se de passagem, que tiveram uma conduta admirável e louvável em vários aspectos. Não entro no mérito da vida dessas pessoas, pois somente Deus pode julgar o ser humano. Mas entro no mérito do processo e de seu significado. Vamos às minhas principiais considerações:

O conceito bíblico de santos não é o mesmo apregoado pelos que defendem a canonização. A palavra grega hagios, normalmente traduzida para “santos”, tem muito a ver com o conceito de pessoas separadas do pecado, portanto, consagradas a Deus. Há muitos textos, mas vamos a alguns deles que evidenciam que os santos são os cristãos vivos de hoje em dia e não apenas quem já morreu. A palavra não denota um grupo de pessoas diferenciadas ou em nível acima dos demais que estão militando na fé cristã ainda.

O apóstolo Paulo, testemunhando ao rei Agripa, relembra que ele perseguiu muitos santos e os jogou nas prisões (Atos 26:10). Ainda ele, autor da carta aos romanos, destaca na introdução que os destinatários de sua epístola são santos (Romanos 1:7). E vai além. Diz que, em determinado momento da história do mundo, os santos hão de julgar o mundo (1 Coríntios 6:2). Ele está falando de gente comum que decide se colocar nas mãos de Deus e abandonar o pecado ou de um grupo seleto de gente que, por decisão de homens, passa a exibir esse status de santos? Há outros textos nessa mesma linha e a ideia é a mesma.

Os santos, na Bíblia, são os que passam pelo processo de santificação aqui e isso não está associado a meramente se fazerem obras em favor dos outros. O apóstolo Pedro destaca que, assim como Deus é santo, Ele espera que Seus filhos se tornem santos (1 Pedro 1:15). Mas não há indicação de que essa busca por santidade deva acontecer somente depois da morte nem que está baseada apenas em boas obras praticadas. É uma ação divina que acontece obviamente enquanto a pessoa está viva (1 Tessalonicenses 5:23) e que vai até a vinda de Jesus Cristo. Logicamente, se Deus habitar na vida de uma pessoa e impressionar sua mente, isso resultará em mudança de comportamento e consequente realização de obras dignas (Efésios 2:8-10 e Filipenses 2:12, 13).

Não há qualquer aprovação divina para que alguém busque pessoas mortas como intercessores diante dEle. Os mortos não possuem consciência do que se passa com os vivos (Eclesiastes 9:5, 6 e Jó 7:8-10), portanto, não podem ser intercessores junto a Deus. No livro de Apocalipse, capítulo 5, verso 8, há menção das orações dos santos, porém, não há qualquer base para se pensar que mortos possam fazer preces. Está falando, em realidade, de uma visão profética dada ao apóstolo João em que ele tem um vislumbre do que é o santuário celestial e a comparação de que o incenso, que era usado no santuário terrestre no tempo em que o povo de Israel antigo mantinha essa representação autorizada divinamente, significa justamente a oração dos santos (ou seja, pessoas tementes a Deus).

A única intercessão amparada pela Bíblia é a de Jesus Cristo. Apesar da reputação digna e da maneira honrosa de vida que tiveram muitos homens e mulheres fiéis cristãos ao longo dos séculos, isso não os credencia a ser intercessores junto a Deus. Há um só mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5) e, desde o tempo do santuário terrestre, fica bem claro que o sangue do cordeiro representava o perdão dos pecados, ou seja, a morte de Cristo (Hebreus 8, 9 e 10, os capítulos inteiros, e Apocalipse 19).

Mesmo que cerimônias de canonização reúnam milhares de pessoas, ganhem repercussão midiática mundial e sejam praticadas há séculos, biblicamente não encontro consistência para depositar minha fé nelas. Prefiro me manter no que dizem os textos bíblicos e espero sinceramente que os interessados em saber mais acerca do tema se voltem ao livro sagrado para conhecê-lo mais profundamente e encontrar nele as respostas para assuntos religiosos e espirituais.

(Felipe Lemos é jornalista)

sexta-feira, abril 25, 2014

Palavra “Deus” é banida de filmes da Disney

Preconceito localizado
A palavra “Deus” está proibida de ser dita em qualquer produção da Disney. A revelação foi feita pela dupla de compositores do hit “Let It Go”, música que faz parte da trilha da animação “Frozen - Uma Aventura Congelante” e que ganhou o Oscar de canção original neste ano. O casal Robert Lopez e Kristen Anderson-Lopez disse em entrevista à rede norte-americana NPR (National Public Radio) que “um dos poucos temas que são encarados com reserva na Disney são relacionados à religião, como a palavra ‘Deus’”. E completaram: “Você pode dizê-la dentro da empresa, mas não pode colocá-la nos filmes.” [...] (Último Segundo)

Nota: Curioso... A palavra “Deus” e conceitos religiosos não podem ser sequer pronunciados nas produções da Disney, em compensação:

Pocahontaspoca = espírito; hontas = do abismo, ou seja, “espírito saído do abismo”. No desenho, Pocahontas fala com um espírito na árvore. O caule da árvore fica com a forma do rosto de uma velha, que seria sua ancestral, falecida havia 400 anos. Árvores com sentimentos e capazes de falar são comuns na cultura celta, e são citadas em diversos ritos pagãos de feitiçaria. Esse tipo de religião pode?

Hércules – A certa altura da animação, o diabólico Hades diz: “E o único idiota que pode estragar tudo está perambulando por aí.” Nesse momento, aparece atrás dele uma labareda, com uma inscrição subliminar só perceptível com congelamento de cena: “Jesus”. Em contextos de blasfêmia, pode-se usar o nome de Jesus?

Moogly – A serpente diz ao menino que olhe em seus olhos, porque o levaria para o mais profundo abismo, de onde jamais sairia. É com cenas de hipnotismo que isso é mostrado nesse desenho infantil. Isso pode?

Robin Wood – O herói usa uma bola de cristal para invocar o príncipe das trevas e conjura com os dedos das mãos, fazendo sinais reconhecidos como sendo os mesmos da prática satanista para invocar demônios. Satanismo pode?

Cinderela – No desenho, o gato de Cinderela se chama Lúcifer. Tanto a madrasta malvada quanto a própria Cinderela aparecem chamando o gatinho de estimação da seguinte forma: “Vem, Lúcifer, vem para mim.” Esse nome pode ser usado nas produções?

Como se pode ver, há na Disney um preconceito localizado contra o Deus bíblico e a religião judaico-cristã. O resto vale. [MB] 

Isaac & Charles: olhos e calafrios

Conheça a página da tirinha no Facebook e o blog.

quinta-feira, abril 24, 2014

Tom Wolfe: Deus está morto no coração de muitos

Característica de um tempo anunciado
Tom Wolfe, jornalista norte-americano, foi um dos precursores do Jornalismo Literário (também conhecido como New Journalism) - estilo que surgiu no começo dos anos 60 e que permitia ao escritor usar as técnicas da literatura para dar uma abordagem mais romanceada dos fatos, com um intenso, detalhado e profundo trabalho de apuração [como também faziam Gay Talese e outros]. O método viria a ser amplamente usado na imprensa mundial e o nome de Wolfe foi reconhecido por suas reportagens e ensaios, ainda hoje, entre os mais aclamados da história. Ele também ficou conhecido por escrever livros de ficção, como o best-seller A fogueira das vaidades (1984) e Um homem por inteiro (1998). Mas Tom Wolfe é famoso não somente por desenvolver um novo estilo de escrita. Ele também construiu sua fama por ter uma língua afiada a gerar polêmicas - seja com os políticos, com a elite ou com a classe de artistas - ele fala o que os outros não ousam. Com suas inquietantes análises filosóficas acerca de questões existenciais e sócio-políticas, Wolfe torna-se um dos mais profundos pensadores de nossa época. Por esse motivo, o pessoal do Fronteiras do Pensamento buscou saber mais sobre esse interessante jornalista e suas ideias. Afinal, desafiar a mente e expandir as fronteiras do nosso pensamento é o caminho para um olhar mais crítico e profundo sobre o mundo à nossa volta.

Em conferência ao Fronteiras, Wolfe retomou o pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche para argumentar que a célebre frase “Deus está morto” não é apenas uma conclusão, mas uma profecia. Segundo o jornalista, os dias atuais têm confirmado uma previsão que Nietzsche fez em 1880. Na época, ele disse: “Deus está morto.” E revirou os olhos e os ânimos dos mais conservadores. No entanto, segundo a teoria de Wolfe, Nietzsche não quis dizer que Deus estava, de fato, morto, mas sim que Deus estava morto nos corações da maioria dos europeus ricos e instruídos. Ora, podemos nós, hoje, afirmar o contrário? Se refletirmos, rapidamente, em como temos vivido nas últimas décadas, não é difícil perceber que não há espaço para Deus - ou qualquer sentimento de generosidade, empatia e solidariedade - nos corações. Se bem observarmos, concluiremos facilmente que hoje o individualismo impera no modo de viver de uma grande parcela da sociedade. O “outro” já não existe. Podemos, portanto, certamente concordar que Deus está morto nos corações das pessoas. O “Deus” que Nietzsche usa em sua frase nos remete à ideia cristã do que Deus representa: amor, no mais amplo sentido da palavra. Sendo assim, essa impiedosa conclusão de Nietzsche foi uma feliz previsão, por mais que não gostemos do pessimismo do filósofo perante o espírito das pessoas.

Wolfe ressalta a ideia que o filósofo alemão insistiu em pregar: que dentro de 25 anos - falando a partir de 1880 - veríamos o nascimento de irmandades nacionalistas bárbaras, cujo único objetivo seria retirar as propriedades de outras pessoas. Isso levaria, rapidamente, a guerras que nunca foram empreendidas antes, guerras catastróficas que vão além da imaginação, afirma Wolfe. “Primeiro, ele prevê o Nazismo e o Comunismo. Depois, prevê a Primeira e a Segunda Guerra Mundial”, conclui.

É por isso que Wolfe atenta para o fato de que devemos prestar atenção ao que Nietzche fala sobre o nosso tempo. Ele diz que as religiões sobreviverão a duras custas durante o século 20, baseadas no que quer que tenha sobrado do espírito do século 19. Finalmente, elas serão levadas ao fim e irão morrer de osteoporose. Mas há ainda algo pior, ainda pior do que as grandes guerras, o que segundo Nietzsche é aquilo que será o eclipse de todos os valores. Seremos ainda atingidos por uma dor terrível, o egoísmo do ser humano ainda vai ultrapassar todos os limites até tornar-se tão natural que nenhuma outra ideia, senão a nossa própria, terá alguma validade, e ela somente existirá se seu propósito for tirar algum tipo de vantagem em todos os contextos. Essa é a conclusão à qual Nietzche chegou. Podemos afirmar que essa é uma ideia sem cabimento? Podemos afirmar ao contrário? Segundo Tom Wolfe, não. O jornalista afirma que, a começar pela Genética e pela Neurociência, podemos perceber que cada vez mais o desenvolvimento está predeterminado, como se já não houvesse motivo para que tentemos “consertar” ou incentivar as próximas gerações a ser melhores do que nós. A dor virá. O homem está sem esperança na sua coexistência. Deus está morto.

O Fronteiras do Pensamento nos convida a assistir ao vídeo “Tom Wolfe - Marxismo e o politicamente correto”, no qual ele explica a amplitude do conceito “religião de escravos”, de Nietzsche, cruzando dois nomes da história por meio de uma delicada e profunda análise: Marx e Jesus Cristo.

Leia um trecho do vídeo: “Ambos, marxismo e o politicamente correto, são o que eu chamo de ‘marxismo rococó’, começaram com o Sermão da Montanha de Jesus. E Jesus propôs um conceito revolucionário, que era: Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros. Os mansos herdarão a Terra. É mais fácil um camelo passar no buraco de uma agulha do que o rico entrar no Céu. Essas ideias eram explosivas. Nada próximo dessa mensagem jamais havia sido dado. Nós, infelizmente, não sabemos muito da história do início do cristianismo, mas, pelo século IV, em 325 ou 330 d.C., Constantino, o imperador romano, declarou sua conversão ao cristianismo. Isso deve ter fortalecido muito os pobres. Nietzsche o chamou de religião dos escravos, claro que ele estava certo. Ela deu aos escravos esperanças que eles não teriam de outra forma. Isso foi usado por Marx, mas ele não disse que os mansos herdarão a Terra, ele disse que os proletários herdarão a Terra. E, no politicamente correto atual, são os desfavorecidos, as pessoas mais tristes que existem, que herdarão a Terra.”


Nota: Nietzche errou ao dizer que as religiões iriam morrer no século 20. Elas estão aí aparentemente mais fortes do que nunca. No entanto, o cristianismo genuíno parece cada vez mais raro no planeta, sendo substituído por um paganismo rebatizado (veja um exemplo neste vídeo). E Wolfe corrobora duas profecias de Jesus acerca do fim do tempo: o amor se esfriaria de quase todos e a verdadeira fé seria artigo raríssimo (veja Mateus 24:12 e Lucas 18:8). [MB]

Preguiça tem estômago especialmente projetado

Design inteligente da preguiça
As preguiças de três dedos têm um desenho abdominal único: suas vísceras são fixadas nas costelas inferiores de forma a impedir que sejam espremidas contra os pulmões enquanto ficam penduradas de cabeça para baixo, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira (23). Endêmica na América do Sul e Central, a preguiça passa grande parte da vida pendurada pelas patas traseiras para alcançar as folhas jovens e tenras que crescem na ponta dos galhos. Com seu metabolismo lento, a preguiça pode demorar um mês para digerir uma única folha e o animal é capaz de armazenar um terço de seu peso corporal em urina e fezes, que ela excreta cerca de uma vez por semana. “Isso significa que o estômago e o intestino compõem uma parte considerável de sua massa corporal”, disse Rebecca Cliffe, do Laboratório Swansea de Movimentação Animal em Gales, coautora do estudo publicado no Biology Letters, periódico da Royal Society. “Com sua fonte de energia limitada, seria energeticamente muito custoso, se não impossível, para a preguiça respirar enquanto permanece de cabeça para baixo”, afirmou à AFP.

Cliffe e uma equipe de pesquisas disseram acreditar ter resolvido o mistério: muitas aderências únicas no abdômen ancoram órgãos como fígado, estômago e rins, evitando que pressionem o diafragma enquanto o animal está em posição invertida. “Essas aderências aparentemente inócuas provavelmente são importantes para a provisão de energia e a sobrevivência do animal”, destacou o estudo. Segundo Cliffe, elas poderiam reduzir em 13% o gasto de energia da preguiça.


Nota: O que “surgiu” primeiro: o comportamento das preguiças ou o sistema de aderência delas? Se o comportamento era outro e elas viviam bem assim, para que mudar e sofrer com a ausência de um sistema de aderência? E, caso tivessem surgido antes do comportamento, para que serviriam as tais aderências e os órgãos "ancorados", se não houvesse um comportamento que os justificasse? [MB]

quarta-feira, abril 23, 2014

O primeiro ser humano não existiu?

História mal contada
[Meus comentários seguem entre colchetes. – MB] Você tem um pai e uma mãe, e todo mundo que você conhece também. Esses pais todos também têm pais, e assim por diante. Mas, incrivelmente, não foi sempre assim. Simplesmente, não existe o primeiro ser humano. Baseados em fósseis recuperados ao longo da história, cientistas estimaram uma “linha do tempo” dos nossos ancestrais (curiosidade: se juntássemos todos os nossos ancestrais em uma pilha, ela seria duas vezes maior que o Everest, montanha mais alta da Terra [note como, a partir de estimativas, eles fazem afirmações e comparações]). Hoje, somos o que a ciência chama [a ciência não chama nada, quem chama são os cientistas] de “homem moderno”, ou Homo sapiens sapiens. Vinte mil anos atrás, havia o homem mesolítico. Há 200 mil anos, havia o homem paleolítico (esses homens também eram do gênero Homo, mas havia outras espécies, como os Neandertais). Há 1,5 [milhão] de anos, tínhamos um hominídeo ainda mais primitivo, como o Homo erectus [as datas são todas segundo a cronologia evolucionista, evidentemente].

Porém, 25 milhões de anos atrás, já não temos mais um ser humano ou sequer um hominídeo; temos o Proconsul, um gênero de primatas parecidos com os atuais macacos que viveram na África [se é parecido com um macaco, não deixa de ser um macaco]. Até aí, tudo bem [tudo bem?!?]. Só que, ainda mais longe, 75 milhões de anos atrás, aparece o nosso ancestral Plesiadapis, uma das mais antigas espécies de mamíferos aparentada aos primatas. Esse animal estava mais para esquilo do que algo parecido conosco. E, 160 milhões de anos para longe na nossa história, temos o Juramaia, um gênero extinto de mamífero euteriano (esse lembrava um musaranho).

E 300 milhões de anos atrás? Quem existia nessa época? O Hylonomus, o mais antigo réptil encontrado até hoje, anterior até mesmo aos dinossauros (mais tarde, esse lagarto primitivo se ramificou para os grandalhões protagonistas de clássicos como Jurasic Park). Aliás, todos esses outros animais com quem temos uma “história conjunta” possuem suas próprias histórias, seus próprios “ramos” nessa árvore genealógica da vida.

Finalmente, 385 milhões de anos atrás, conhecemos o último de nossos ancestrais nessa retrospectiva, o Tiktaalik, gênero de peixes sarcopterígeos (que possuem barbatanas com músculo) extinto, com muitas características típicas de tetrápodes (animais de quatro patas). Ele provavelmente é um exemplo de antigas linhas de sarcopterígeos que desenvolveram adaptações a habitats pobres em oxigênio (talvez por conta de águas pouco profundas presentes no seu tempo), e que levaram à evolução dos primeiros anfíbios.

Ou seja, esses anfíbios se tornaram répteis, que depois viraram mamíferos, e primatas e hominídeos. E onde nós estamos? Quer dizer, onde se encontra o “primeiro ser humano”, o primeiro homem moderno, da mesma espécie que a gente, nessa lista? Não há um.

Para os cientistas, é difícil dizer isso, afinal, todo Homo erectus teve pais Homo erectus e filhos Homo erectus, assim como os Tiktaalik, que vieram de Tiktaalik e produziram Tiktaalik, e todas as outras espécies que mencionamos aqui.

Não é possível apontar o momento exato em que uma espécie surgiu, porque esse momento não existe. Para ter uma ideia do que estamos falando, pense no fato de que você era um bebê, e hoje é adulto. Não existe um único dia em que você foi dormir bebê, e acordou adulto (embora tenhamos essa impressão às vezes). [Que comparação forçada!]

E, apesar de parecer um paradoxo não haver um primeiro ser humano, essa observação é na verdade uma das chaves para entender a evolução. A evolução ocorre de maneira rápida e gradual e, como um filme rodando, muitas vezes a gente não consegue ver a mudança enquanto ela está ocorrendo. Mas, toda vez que encontramos um fóssil, é como uma captura de tela de um ponto no passado. Essas fotografias (frequentemente com vários frames faltando entre uma e outra) nos permitem ver pontos da história e nos forçam a reconstruir, baseados nelas, o filme todo. E que filme... [Que filme de ficção científica! Eles admitem a inexistência dos elos transicionais, mas fazem o maior esforço para minimizar isso, usam comparações absurdas e capricham na “oratória” para tentar nos convencer de que a macroevolução seria um fato, a despeito da ausência de evidências. Já foi demonstrado que a tal “árvore da vida” evolutiva é um conceito errôneo, mesmo assim a doutrinação evolucionista prossegue. Tudo para se chegar à conclusão de que o primeiro ser humano não existiu. “Esqueça Adão; aceite o Tiktaalik. Jogue sua Bíblia fora; aceite a nossa estória.”]


Nota: Apesar dos registros históricos, ainda não sabemos direito quem foi Alexandre o Grande, nem mesmo Tiradentes, mas “sabemos” tudo sobre nossos supostos ancestrais de supostos milhões de anos atrás; e tudo com base na interpretação de fragmentos de fósseis... [MB]

Deus não está morto (2)

Deus está morto na vida de alguns
[A propósito da postagem "Deus não está morto".] Quando leio obras de ateus e céticos do passado, como Por que não sou cristão (do filósofo Bertrand Russel), O futuro de uma ilusão (Sigmund Freud) e os livros de Nietzsche e de David Hume, ou mesmo de neoateus do presente, a exemplo de Richard Dawkins (O gene egoísta, O relojoeiro cego, Deus, um delírio, Desvendando o arco-íris, O rio que saía do Éden, etc.), Daniel Dennett (Quebrando o encanto), Sam Harris (A morte da fé, Carta a uma nação cristã, A paisagem moral), do falecido Christopher Hitchens (Deus não é grande) e dos filósofos André Comte-Sponville (O espírito do ateísmo) e Luc Ferry (Aprender a viver), não deixo de perceber certa carga emocional e psicológica nas linhas e entrelinhas, estabelecida sobre fundamento não tão sólido: uma casa edificada sobre a areia. Meu intelecto não se vê ameaçado pelo aparente “peso” da argumentação ateísta. Conclusão: cada vez mais me convenço da superioridade filosófica do teísmo cristão. A envergadura intelectual de Willian Lane Craig, Alvin Plantinga, Richard Swinburne, N.T. Wright, Alister McGrath e de outros intelectuais teístas supera (e muito!) as dificuldades que os ateus impõem para a existência de Deus.

Deus não morreu, como propunha Nietzsche; quem crê nEle é que precisa assumir coerentemente sua fé, na teoria e na prática, para que se cumpra o que Jesus afirmou nos evangelhos: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus” (Mateus 5:14). Pois o cristianismo histórico precisa de um reavivamento, de uma purificação. Como bem se disse, os cristãos são, ao mesmo tempo, as piores e as melhores testemunhas de Deus. No mais, Deus está morto na vida de alguns e bem vivo na vida de outros. É uma simples questão de escolha “matá-Lo” ou deixá-Lo viver em você.

(Frank de Souza Mangabeira, membro da Igreja Adventista do Bairro Siqueira Campos, Aracaju, SE; servidor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe)

A vantagem do estilo de vida adventista

Os remédios de Deus são melhores
Aos amigos adventistas, uma grande e boa notícia: atualmente, na área de saúde, há um número crescente de pesquisas científicas correlacionando religiosidade/espiritualidade com saúde/longevidade saudável. Isso está acontecendo em todas as áreas de uns anos pra cá, inclusive na minha: nefrologia. Metanálises (coletânea de diversos estudos com resultados impactantes sobre determinado assunto) têm sido publicadas ao redor do mundo e duas chamam a atenção: essas metanálises concluíram que mencionar, pregar ou confortar o doente dialítico (pessoa portadora de doença renal crônica em tratamento por diálise) com palavras da Bíblia ou com assuntos relacionados a Deus é, em termos estatísticos, tão bom ou melhor do que o médico dar ou prescrever um remédio para baixar a pressão arterial ou para controlar o colesterol. O assunto é tão sério e os resultados tão impactantes que ele mereceu um capítulo inteiro no livro Atualidades em Nefrologia Número 12 (a última edição), com apoio da Sociedade Brasileira de Nefrologia.

Particularmente, os adventistas do sétimo dia já são estudados há mais de quatro décadas em relação ao impacto em saúde global, mas nunca foram tão estudados como nos últimos dez anos, inclusive no Brasil. Qual o impacto que tem o estilo de vida adventista na saúde individual e coletiva? Qual o principal exemplo que a sociedade deve tirar do estilo de vida adventista para o aprimoramento em saúde? Esses são alguns dos muitos enfoques dos artigos científicos que estão sendo publicados pelo mundo afora, inclusive aqui no Brasil. 

O mais recente artigo científico brasileiro de grande significado estatístico foi publicado pela sociedade brasileira de cardiologia em 2012, sob o título “Prevalência de hipertensão arterial em adventistas do sétimo dia da capital e do interior paulista” (para ler o artigo, clique aqui). O resultado, mais uma vez, foi favorável ao estilo de vida adventista em relação à população em geral.

Os adventistas justificam seu estilo da vida na Bíblia, pois consideram a saúde como integral, sendo corpo, mente e espírito interdependentes, uma vez que estão diretamente relacionados e são indissolúveis. Somos alma vivente, conforme o Gênesis.

Os adventistas seguem, também, as orientações da profetisa Ellen White, que escreveu diversos livros e orientações acerca de saúde e de um bom estilo de vida, sempre com base nas orientações bíblicas. Esses escritos, com mais de cem anos, são atualíssimos e seu conteúdo têm sido positivamente confirmado, ano após ano, pela ciência.

Atualmente, podemos dizer que a ciência está descobrindo a Bíblia, aos poucos, e os adventistas do sétimo dia, sob a égide da Bíblia, têm contribuído para essas boas e reconfortantes “descobertas”, sem a manifestação de qualquer tipo de orgulho (muito menos do atualmente bastante citado “orgulho santo”, que considero forçado, para não dizer demagogo, e até sutilmente satânico).

De tudo, podemos concluir que a palavra de Deus é eterna, verdadeira, transcendental e atemporal. Deus nos chama à missão de saúde integral, pois faz parte da missão que o Senhor nos confiou, sempre com o único objetivo de estarmos preparados, em boa ou perfeita saúde, para adorarmos nosso Criador em plenitude.

(Dr. Mário Lobato, médico nefrologista)

terça-feira, abril 22, 2014

Igreja clube versus igreja perseguida

Banalização do culto
“Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos” (Isaías 56:7). Esse foi um dos versos bíblicos lidos ontem no projeto Reavivados por Sua Palavra (#rpsp), e que me colocou para pensar em duas situações contrastantes. Recentemente, estive em uma igreja e, enquanto aguardava numa antessala o momento de assumir o púlpito e pregar, um jovem (não era um adolescente), sentado ao meu lado, jogava em seu smartphone. Era sábado e ele estava dentro da igreja. Infelizmente, essa não é uma situação isolada. Cada vez mais e mais pessoas, crianças e adultos, perdem a noção de que a igreja é casa de oração e de que ali Deus vem para encontrar Seus adoradores. Assistimos ao surgimento de uma geração irreverente, desconectada de Deus e cada vez mais conectada ao mundo virtual. Vivemos num país de tantas facilidades... Podemos cultuar a Deus em paz em nossas igrejas. Temos acesso fácil à Bíblia. Podemos comprar nossas lições da Escola Sabatina. Podemos com liberdade distribuir livros de casa em casa e transmitir nossos programas no rádio e na TV. Isso tem nos deixado acomodados e nos feito perder o senso da preciosidade que temos. Há pessoas que nem sequer imaginam como é servir a Deus com liberdade.

Ontem conversei um pouco com a jornalista e amiga Fabiana Bertotti, que está morando há alguns meses com o marido em Londres (confira). Perguntei-lhe como estavam as coisas e se eles já haviam se adaptado ao novo país e à nova cultura. A resposta dela me fez pensar no contraste com a nossa situação aqui no Brasil. Ela me escreveu:

“Aqui eles comemoram quando batizam um inglês (entenda-se branco, de pais e avós ingleses). Pra você ter ideia, há um ano e meio reformaram o tanque batismal da Central de Londres... e só inauguraram ontem. Quatro batismos, nenhum inglês. Tudo imigrante. O verdadeiro campo missionário é a Europa... Se bem que o mundo todo é bem diferente do que vemos aí na América do Sul. Estava conversando com o pastor Elbert Kuhn, que está na Mongólia (confira), pois estou num projeto da Associação Geral e estou conhecendo todas as Divisões [adventistas]. É outra vida. Até escrevi um post sobre uma amiga coreana da escola; leia lá no blog... Jesus é ‘alguém’ de quem já ouviram falar... só. Tem hora que dá um desespero, pois você não sabe o que fazer, como fazer... Como que nada funciona, por que tudo é lento? Tenso!

“Entrevistei pessoas para esse projeto que nem entrevista podem dar, pois podem morrer. Vou ter que contar a história do pastor Monteiro [adventista preso por mais de um ano no Togo] de uma forma supermascarada, pois a igreja pode ser fechada lá, dependendo do que se diz. É gente que faz culto escondido, para não ser morto pela milícia, pelos vizinhos, pelo governo.

“Última história: um garoto muçulmano sonhou com batismo, não sabia nada do assunto, descobriu o cristianismo, convenceu a família, que se converteu. Os mulçumanos radicais mataram um filho e ameaçaram matar toda a família. Eles saíram [de seu país], pediram asilo em Londres e vivem aqui protegidos pelo governo. Frequentam uma igreja em que fui dia desses. Vivem escondidos, pois, se os radicais descobrem onde estão, vêm pra matar o resto da família! Fiquei chocada. Isso é fé! O resto é conveniência...”

Fiquei pensando em tudo o que a Fabi me escreveu. Nas facilidades que temos por aqui e nas pessoas que não dão valor a tudo isso. Enquanto alguns entregam a vida por uma Bíblia, outros jogam videogame na igreja. Enquanto alguns suspiram por poder participar de um culto, outros tratam a igreja como um clube. 

Deus tenha misericórdia de todos nós!

Michelson Borges

Ex-traficante fala do poder da oração intercessora

Testemunho poderoso
Ao ser apresentado na Igreja Adventista do Guará, no Distrito Federal, a história do motorista Antônio de Souza Filho, 40 anos, surpreende a congregação. Afinal de contas, não é todo dia que se testemunha uma prova viva de oração intercessora como a desse homem, casado, pai de três filhos, e que mora em São Paulo. Por 18 anos, a mãe dele orou por sua conversão e, segundo ele mesmo diz, aos olhos humanos era improvável que ele, Tonico, como é mais conhecido, sobrevivesse em meio a uma vida de drogas, criminalidade e distanciamento de Deus. O ex-traficante e assaltante falou de sua conversão impressionante nesta entrevista concedida ao jornalista Felipe Lemos. [Continue lendo]

domingo, abril 20, 2014

Os 90 anos do mestre Orlando

Sessenta anos educando gerações
O sábado 19 de abril foi mais do que especial para mim. Tive a honra de participar, em Campo Grande, MS, da celebração dos 90 anos de um homem que influenciou diretamente milhares de pessoas no Brasil e no mundo – e a mim, também, de forma indireta. O professor Orlando Rubem Ritter dedicou dois terços de sua vida longa e produtiva ao magistério no Centro Universitário Adventista de São Paulo (na época, IAE). Orlando e o professor Nevil Gorski foram os primeiros adventistas brasileiros a ingressar num curso de ciências numa universidade pública (USP) a fim de se qualificarem ainda mais para a docência universitária, à qual se dedicaram com todas as suas energias, o que lhes garantiu lugar de honra na história do adventismo em nosso país.

Paralelamente ao seu trabalho acadêmico no Unasp, o matemático se dedicou à causa criacionista, tendo ministrado inúmeras palestras em todo o Brasil e escrito uma apostila intitulada “Estudos Sobre Ciência e Religião”, com a qual centenas de pastores adventistas se familiarizaram com temas importantíssimos que o professor Ritter apresentava em suas aulas de Ciência e Religião. Sua militância criacionista motivou, inclusive, o estabelecimento da Sociedade Criacionista Brasileira, no início da década de 1970.

Quando me tornei adventista, o primeiro material criacionista que tive a oportunidade de ler (na verdade, devorar) foi justamente a apostila do professor Ritter. Isso teve grande importância em minha vida e, de certa forma, me considero “aluno à distância” dele.

Fui enviado como representante da Casa Publicadora Brasileira à cerimônia em homenagem ao mestre e pude falar um pouco sobre o livro autobiográfico O Professor: Sessenta anos educando gerações, que será lançado em breve por nossa editora. Um justo tributo a um homem que dedicou a vida ao ministério do ensino.

O professor Ritter, no alto de seus 90 anos, mantém a mente lúcida e a clareza de ideias que sempre o caracterizaram. Tive até direito a uma aula de numismática e filatelia, quando o visitei em seu apartamento. Uma vez professor, sempre professor.

Michelson Borges

Pioneiro do criacionismo no Brasil

Tive uma verdadeira aula de filatelia 

Coleção de selos preciosos, incluindo o famoso Olho de Boi

Discurso apresentado por Orlando Mario Ritter

Orlando Rubem com a esposa e os quatro filhos