sexta-feira, julho 31, 2015

Coluna geológica foi reproduzida em laboratório

Grand Canyon ao fundo
A ideia que nos foi passada é a de que as camadas (estratos) de rochas que são encontradas no solo do planeta Terra seriam camadas cronológicas, cada uma representando eras geológicas, formadas ao longo de 600 milhões de anos através do processo de erosão e sedimentação. Isso vem sendo ensinado há mais de um século pela teoria da evolução, no entanto, não existe uma pesquisa empírica sequer na área de estratigrafia que sustente esses pressupostos evolutivos, isto é, são hipóteses que não podem ser observadas ou testadas em laboratório. Por outro lado, existem evidências que mostram essas camadas se formando pela sedimentação leve e calma − como em um ritmo compassado da maré alta e da maré baixa. Mas aí você me questiona: “Peraí! Mas no dilúvio as águas não estavam turbulentas?” Sim, estavam. Mas após o dilúvio a água parada, misturada a muita lama e sedimentos. Houve soterramentos rápidos de animais, de acordo com suas densidades corpóreas, os quais formaram os fósseis que vemos hoje (note que um fóssil pode ser formado de 2 a 4 semanas, e não em “milhões de anos”), e, posteriormente, mais sedimentos foram se acomodando gradualmente e formando os diferentes estratos que podemos observar nas montanhas ou nos cânions.

Em 1967, um estudo demonstrou um caso interessante em que camadas se formaram rapidamente com a ação da água.[1] Na década de 1960, no Colorado, EUA, o rio Bijou Creek sofreu uma enchente. Em apenas 48 horas de chuva esse rio produziu um depósito de sedimentos de 3,5 metros. Esse depósito de sedimentos foi estudado pelo geólogo Edward McKee, que observou que o depósito era um sistema de camadas formadas simultaneamente, no qual os sedimentos haviam sido depositados na mesma forma estratigráfica encontrada nas rochas da coluna geológica.

Em seu livro In the Beginning, o engenheiro mecânico Dr. Walter Brown descreve uma pesquisa que ele realizou em estratigrafia em que foram utilizados dois galões interligados com um cano. Em um desses galões foi colocada água, e no outro, diferentes tipos de solo. Foram aplicados nesses galões movimentos do tipo de uma balança. A ideia era simular o que teria acontecido durante o dilúvio de Gênesis, assumindo-se maré alta e maré baixa. O resultado foi a presença de estratigrafia (a mesma formação em camadas que vemos hoje na natureza). Bingo!

Em 1979, uma equipe liderada pelo paleontólogo Dr. Leonard Brand, membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) e professor titular da Universidade Adventista de Loma Linda, na Califórnia, desenvolveu e conduziu uma pesquisa na Universidade de Cornell, que utilizou dois galões interligados com um cano.[2, 3] Eles pegaram grupos diferentes de animais mortos (mamíferos, anfíbios, aves e répteis), com tamanhos e pesos diferentes, misturados em um grande tanque contendo água e lama. Foi aplicado o mesmo processo de compressão e descompressão sobre todo o conteúdo do tanque. Os resultados mostraram que no fundo do tanque ficaram os anfíbios, um pouco mais acima os répteis, na parte superior os mamíferos e as aves. Assim, foi descoberto que o posicionamento de animais dentro daquele monte de lama era referente à flutuabilidade dos animais, e não ao seu peso. Mas o mais importante dessa proposta é que a coluna geológica é classificatória!

Ademais, as experiências mostraram que as carcaças de formas “mais avançadas”, como mamíferos e pássaros, flutuam durante semanas, enquanto as de animais “menos avançados”, como répteis, flutuam durante período menor, e as de anfíbios mais simples flutuam durante dias.[4]

Outros dados que dificultam a doutrinação evolucionista acerca da coluna geológica dizem respeito às estatísticas encontradas. A coluna geológica não aparece completa em nenhum lugar do planeta. Onde a coluna geológica aparece, mais de 50% das camadas (supostos períodos geológicos) estão faltando, e apenas 15% a 20% da superfície onde ela aparece apresenta somente 1/3 das camadas na ordem certa proposta pelos evolucionistas.

A conclusão é que a coluna geológica, tal como mostrada nos livros didáticos, não reflete exatamente a realidade! Além de tudo, ela não pode ser reproduzida em laboratório. Ao se estudar o uniformitarismo geológico, tal como ensinado pelo evolucionismo por meio de livros textos, percebe-se que cada camada não corresponde a “milhões de anos”. Os dados apontam para uma coluna geológica classificatória, que teria sido formada, assim como suas sequencias de fósseis, num período curto de tempo (menos de um ano), durante uma inundação de proporções gigantescas (dilúvio universal).

(Everton Alves)

Referências:
[1] McKee ED, Crosby EJ, Berryhill Jr. HL. “Flood deposits, Bijou Creek, Colorado”, 1965. Journal of Sedimentary Petrology 1967; 37:829-851.
[2] Brand L. “Vertebrate taphonomy: the difficulties in becoming a fossil.” 1979. Artigo não publicado. Resultados de um experimento de flutuação de pequena amostra de carcaças de animais.
[3] Harold G. Coffin, Robert H. Brown, James Gibson. Origin by Design. Review & Herald Publishing, 2005, p.84.
[4] Roth AA. Origens - Relacionando a Bíblia com a Ciência. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002, p. 162.

Geneticista defende historicidade de Adão e Eva

Ciência e teologia convergentes
Uma conceituada geneticista molecular decidiu fazer um documentário para mostrar a historicidade de Adão e Eva. Para ela, as descobertas modernas no campo da genética confirmam os ensinamentos da Bíblia de que todos os seres humanos descendem de um casal original. A doutora Georgia Purdom possui Ph.D em genética molecular pela Universidade Ohio State. Já publicou artigos em uma série de revistas científicas, incluindo Journal of Neuroscience e Journal of Bone and Mineral Research. Além de trabalhar como professora de biologia, tem se dedicado a apoiar o ministério de apologética cristã Answers in Genesis (AiG). Já fez diferentes palestras sobre o assunto nos EUA e seu mais recente trabalho, disponível agora em DVD, chama-se “A Genética de Adão & Eva”. Seguindo a perspectiva da genética, ela examina o relato de Gênesis sobre as origens da humanidade.

“Um dos maiores debates no cristianismo diz respeito às duas primeiras pessoas, Adão e Eva, se eram reais ou o produto de mitos”, escreveu Purdom em um artigo recente. “Aqueles que afirmam que evoluímos ao longo de milhões de anos acreditam que Adão e Eva, conforme a Bíblia ensina sobre eles, não têm lugar na história da humanidade. Eles argumentam que a ciência da genética prova que não podemos ser descendentes de apenas duas pessoas. Muitos cristãos aceitaram essa posição e propõem que sua existência histórica é irrelevante para o cristianismo e o evangelho.”

Porém, a doutora Purdom defende que aceitar a existência histórica de Adão e Eva é imprescindível para uma compreensão adequada do evangelho. “Entender que Adão e Eva eram pessoas reais ajuda as pessoas a perceberem a necessidade de um Salvador, porque foram eles que trouxeram o pecado”, explica.

“Jesus é a solução para o problema do mal, que começou em Gênesis 3. Paulo fez essa conexão muito clara em Romanos 5 e 1 Coríntios 15”, defende.

Para a doutora, os cristãos devem estudar as informações científicas, para que possam defender a confiabilidade da Bíblia, começando por Gênesis. No documentário, ela estuda algumas descobertas recentes da genética, que colaboram para um entendimento maior do relato da criação na Bíblia.

Ela aponta para a pesquisa de DNA mitocondrial feita pelo geneticista Nathaniel Jeanson. “Ele mostra claramente que o ancestral humano comum de todos nós (Eva bíblica) viveu dentro do período bíblico de apenas milhares de anos atrás.”

Aos que pedem “provas” para contradizer as reivindicações dos evolucionistas, Purdom esclarece que “a genética mostra claramente que humanos e chimpanzés não compartilham um ancestral comum. Há muitas, muitas diferenças em seu DNA que minam completamente a possibilidade de ancestralidade compartilhada”. 

quinta-feira, julho 30, 2015

Usar o C-14 pode ficar difícil por causa da poluição

Quão confiável é o método?
As emissões de carbono não estão apenas alterando o clima - elas também podem prejudicar uma técnica bastante usada por cientistas. Estipular a idade de amostras por radiocarbono pode se tornar mais incerto: em algumas décadas, ela não conseguiria distinguir entre objetos modernos e artefatos que estavam na Terra há um milênio. A datação por radiocarbono é bastante conhecida por seu uso em paleontologia e arqueologia, usada em objetos com até 60.000 anos de idade, mas seu uso talvez precise ser revisado. De acordo com uma pesquisa publicada na Proceedings of the National Academies of Sciences, até 2050, humanos e animais podem ter a mesma idade de C-14 (ou radiocarbono) que seus antecessores de mil anos atrás.

Na atmosfera, raios cósmicos convertem nitrogênio-14 em carbono-14 em uma quantidade razoável. Plantas colhem parte desse C-14 durante a fotossíntese e, dessa forma, o elemento entra na cadeia alimentar. Mas o C-14 é um isótopo radioativo, ou seja, ele se decompõe naturalmente com o tempo, deixando para trás átomos de carbono estáveis. Comparar o número de átomos de carbono radioativo ajuda cientistas a determinar a idade de uma amostra.

Mas existe um problema: o combustível fóssil que humanos estão desenterrando e soltando na atmosfera é tão velho que ele tem pouco C-14 em sua composição. E a cada ano, esse carbono “C-14 morto” deixa a atmosfera cada vez mais “velha” - o que acaba fazendo tecidos orgânicos novos parecem mais velhos também.

Para descobrir se esse problema poderá agravar ainda mais a datação de radiocarbono, a física Heather Graven, da Imperial College de Londres, modelou quanto o C-14 atmosférico mudará no decorrer do século 21, examinando diversos cenários de emissão de combustível fóssil diferentes.

Caso a humanidade reduza agressivamente as emissões de carbono até 2020, Graven acredita que o C-14 atmosférico cairá até a concentrações pré-industriais e se manterá assim até o final do século (as concentrações de C-14 na atmosfera são atualmente maiores que as da época pré-industrial, devido a testes nucleares da Guerra Fria).

Mas caso as emissões de gás carbônico continuem a aumentar até a metade ou o final do século, o C-14 da atmosfera irá registrar níveis menores que o da era pré-industrial, o que significa que as formas vivas da Terra começarão a parecer muito mais velhas. Até o fim do século, tudo – das nossas colheitas aos nossos corpos – podem parecer mais velhos de acordo com análises de radiocarbono. Graven escreve:

“Dadas as tendências de emissões atuais, o “envelhecimento” artificial da atmosfera, causado pela emissão de combustível fóssil, deve ocorrer muito mais rápido e com uma magnitude maior do que esperávamos. Essa descoberta tem implicações fortes e ainda não conhecidas em muitas aplicações do radiocarbono em diversos campos, e implica que a datação de radiocarbono talvez não mais forneça a idade definitiva de amostras de até 2.000 anos de idade.

Isso deve criar alguns problemas para os arqueólogos: por exemplo, será mais difícil datar itens recentes descobertos de forma isolada, que não deem outras pistas de sua idade além do método carbono-14. E cientistas que usam essa técnica em níveis mais precisos, como para estudar o envelhecimento de células humanas, também podem ser afetados.

Isso também pode tornar mais difícil de rastrear a caça ilegal: descobrir se uma caixa cheia de presas foi arrancada de um elefante em algum momento dentro dos últimos 2.000 anos não é muito útil. Em um mundo com mais carbono na atmosfera, talvez seja melhor depender de outros métodos de datação.


Nota: Se levarmos em conta a Revolução Industrial e o consequente aumento de carbono na atmosfera, todas as amostras datadas parecerão mais velhas do que são. E existem outros fatores que alteram esse e outros relógios radioativos. Quanto mais contaminada com carbono, mais antiga parecerá a amostra. Ou, então, se a taxa de decaimento do C-14 tiver sido acelerada ou se o C-14 tiver se esvaído por algum motivo da amostra, novamente ela terá aparência de antiga. [MB]

Dinossauros eram herbívoros

Revisão de conceitos
A Bíblia fala sobre os dinossauros em vários trechos. Porém, vale lembrar que a palavra “dinossauro” não aparece na Bíblia, pois é um termo recente criado em 1841 por Sir Richard Owen a partir da junção de palavras gregas dando o significado de “lagarto terrível”. A Bíblia diz que Deus fez os dinossauros, juntamente com os outros animais terrestres, no sexto dia da semana da Criação (Gênesis 1:20-25, 31). Originalmente, antes do pecado, todos os animais, incluindo os dinossauros, eram vegetarianos. Gênesis 1:30 declara: “E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus e a todos os seres vivos que sobre a terra existem e se movem, igualmente dou por alimento toda a erva verde que a terra produzir; e assim aconteceu.” Portanto, de acordo com a cronologia bíblica, sabemos que os dinossauros foram criados há aproximadamente seis mil anos.[1]

E o que dizer sobre as unhas e os dentes afiados dos dinossauros? Esse argumento tem sido utilizado para inferir que eles eram carnívoros. Mas a simples presença de dentes afiados não mostra a forma como um dinossauro se comportava ou o tipo de alimento que comia. Hoje, muitos animais têm dentes afiados e são basicamente vegetarianos. O panda gigante tem dentes afiados como um carnívoro, mas come somente bambu. Espécies diferentes de morcegos comem fruta, néctar, insetos, pequenos animais e sangue, mas seus dentes não indicam claramente o que comem.

O Dr. Henry Morris afirma: “Se características como unhas e dentes afiados faziam parte do aspecto original, ou eram recessivas e só se tornaram dominantes mais tarde devido a processos de seleção, ou surgiram através de mutações depois da Maldição, ou o que for exatamente, precisam de mais investigação.”[1: p. 78]


É correto então afirmarmos que antes do dilúvio todos os dinossauros eram herbívoros? A resposta é não! Não podemos afirmar isso pelo fato de que a Bíblia nos fornece evidências de que naquele tempo quando Noé pregou o mundo mostrava lentamente os primeiros sinais de decadência devido a exposição ao pecado (Gen. 6:5, 11-13). É possível que antes do dilúvio (não sabemos em que período exato) alguns dinossauros bem como alguns seres humanos já tivessem iniciado a prática da matança e da ingestão de carne.

Depois do Dilúvio (há cerca de 4.500 anos), mais especificamente, os sobreviventes dentre os animais terrestres, incluindo possivelmente alguns dinossauros, saíram da arca e viveram na Terra, juntamente com as pessoas. Por causa do dilúvio, o ecossistema da Terra mudou bastante. Mudanças climáticas pós-diluvianas, escassez de alimento, doenças [mutações genéticas rápidas em uma mesma geração devido à ação de transpósons] e a ação do homem (caça aos dinossauros) os levaram à extinção. Note que, depois do dilúvio, Deus disse a Noé que a partir dali os animais o temeriam e o homem poderia comer da sua carne (Gênesis 9:1-7).

Sendo assim, seres humanos e dinossauros viveram juntos! É claro que a maior parte dos dinossauros era herbívora e a ciência já comprovou isso (veja isto e isto). Porém, devido à presença do pecado e à escassez de alimentos após o dilúvio, possivelmente alguns deles tenham se tornado carnívoros.

Em 1994, ao estudar fósseis de fezes de dinossauro, os cientistas foram capazes de determinar a dieta de alguns deles.[2] Em 2011, um estudo norte-americano analisou 90 espécies de dinossauros e afirmou que a maior parte deles era vegetariana (assim como sugere uma análise bíblica).[3] Em 2015, os cientistas descobriram o primeiro terópode herbívoro do jurássico, como o Tyrannosaurus rex e o Santanaraptor. A partir daí, a comunidade científica teve que reavaliar uma de suas premissas básicas: a de que dinossauros como o T-rex não tinham animais em seu cardápio, mas sim plantas.

Essas pesquisas contrariam a imagem que Hollywood mostra ao mundo acerca dos terópodes, dinossauros supostamente carnívoros por essência, e que causam terror ao rasgar a carne de suas presas com suas poderosas mandíbulas. Anualmente, milhões são gastos em pesquisas especulativas e que não levam a lugar algum. Muito dinheiro e tempo seriam economizados se os cientistas simplesmente folheassem um livro milenar chamado Bíblia à procura da verdade sobre a história das origens.

(Everton Alves)

Referências:
[1] Morris JD. The Young Earth. Green Forest, AR: Master Books, 1994.
[2] Lucas SG. Dinosaurs: The Textbook. Dubuque, IA: Wm C. Brown Publishers, 1994, p. 194-196.
[3] Zanno LE, Makovicky PJ. “Herbivorous ecomorphology and specialization patterns in theropod dinosaur evolution.” Proc Natl Acad Sci U S A. 2011; 108(1): 232-237. http://www.pnas.org/content/108/1/232
[4] Novas FE, Salgado L, Suárez M, Agnolín FL, Ezcurra MD, Chimento NR, de la Cruz R, Isasi MP, Vargas AO, Rubilar-Rogers D. “An enigmatic plant-eating theropod from the Late Jurassic period of Chile.” Nature. 2015; 522(7556):331-4.
http://www.nature.com/nature/journal/v522/n7556/full/nature14307.html

quarta-feira, julho 29, 2015

Dormir pouco é tão ruim quanto fumar

Horas desperdiçadas e saúde perdida
As pessoas que se vangloriam sobre encarar o dia tendo dormido menos de cinco horas devem saber que esse hábito faz tão mal para a saúde quanto fumar, por causa do dano que pode ser causado pela privação de sono, declarou o neurocientista da Universidade de Oxford Russell Foster. O comentário do pesquisador segue estudos que sugerem que trabalhar no turno da noite acelera o processo de envelhecimento e está ligado ao aumento dos riscos de câncer, doenças cardíacas e diabetes do tipo dois. Foster, diretor do Instituto de Neurociência de Sono e Ciclo Circadiano, apelou para uma mudança de atitudes no sentido de ir dormir cedo. “Há certamente uma cultura de, bem, eu tive apenas cinco horas de sono na noite passada, olha como sou fantástico!”, ironizou ao jornal inglês Telegraph. “Na verdade, nós devemos condenar esse tipo de coisa - da mesma forma que desaprovamos fumar. Acho que devemos começar a reprovar o hábito de não levar a sério o nosso sono.”

Segundo o especialista, negligenciar o ato de dormir pode causar riscos não apenas em empregos como saúde e transporte, em que os perigos eram óbvios, mas também pode danificar a qualidade das decisões cruciais. “A falta de sono danifica toda uma série de habilidades - empatia, informação de processamento, capacidade de lidar com as pessoas. Além de tudo, você fica excessivamente impulsivo, com dificuldade de raciocínio”, pontuou. “Olhe para as recentes decisões sobre a crise grega. Vemos grandes debates que atravessam a noite, o que tem um impacto enorme, e as decisões são tomadas quando as habilidades estão muito prejudicadas.”

Foster acrescentou, ainda, que muitos daqueles que se levantam antes do amanhecer não estavam cientes do quão mal isso pode fazer para o funcionamento de seu cérebro. Para ele, às quatro horas da manhã a nossa capacidade de processar informações é semelhante à quantidade de álcool que nos faria ficar “legalmente bêbados” - tão mal quanto se tivéssemos “bebido alguns uísques e cervejas”.

Nota: Se decisões políticas podem ser afetadas negativamente pela falta de sono, o que dizer das decisões espirituais? Como a pessoa enfrentará a batalha contra as influências do mal e contra as filosofias contrárias à Palavra de Deus, se estiver com a mente turvada devido a noites de sono encurtadas pelo trabalho ou pelo entretenimento fútil? Justamente numa época em que nosso discernimento é mais necessário, estamos mais distraídos com atividades de menos importância e que nos roubam o tempo necessário para o que é essencial: o cuidado com a saúde, o relacionamento com Deus e com o semelhante (especialmente a família) e o estudo da Bíblia Sagrada. Agora pense em quanto o estrago no cérebro pode ser ampliado se, além de noites mal dormidas, a pessoa negligenciar o exercício físico e a alimentação saudável... Não tem espiritualidade que resista! O que os cientistas estão constatando agora é algo que a Revelação já nos havia informado há muito tempo. [MB] 

Apresentador da Novo Tempo fala sobre ECOmenismo

terça-feira, julho 28, 2015

A primeira respiração do bebê é irredutivelmente complexa

Tinha que funcionar direitinho
Ninguém ensina um bebê a respirar. A compressão do tórax fetal no canal de parto pode ser o fator de impulso que o leva a executar a primeira respiração. Imagine a cena! Ele está sendo comprimido, está preso, precisa de espaço, então seu instinto inato é o de respirar. É provavelmente a primeira coisa que ele faz por si mesmo, mas como é que ele sabe o que fazer? Por muito tempo tem sido um mistério a maneira como os bebês realizam sua primeira respiração depois de ter vivido em um útero cheio de líquido. Ainda mais porque essa transição do útero para o mundo externo passa por várias mudanças radicais. Durante o período uterino, o bebê não respira – pelo menos não no sentido usual.  Ele recebe todo o oxigênio necessário para as funções do seu organismo através do chamado sistema circulatório fetal, em que a placenta e o cordão umbilical são responsáveis por fornecer oxigênio e nutrientes para o desenvolvimento do feto, bem como pela remoção de produtos residuais (trocas gasosas).[1] Portanto, o oxigênio chega pelo sangue da mãe e circula do coração para os pulmões do feto; em seguida, para fora do corpo.

Enquanto isso, o sistema respiratório (vias aéreas, pulmões, etc.) está sendo formado.[1] Além de os pulmões do feto estarem inativos para troca de oxigênio, eles estão preenchidos por fluido pulmonar fetal (que difere do fluido amniótico que rodeia o feto no útero). Nesse sentido, para que um bebê possa sobreviver, devem existir três grandes diferenças estruturais que permitam a vida em sua casa temporária (útero). Conforme explica Guliuzza:

“Em primeiro lugar, o bebê deve ter um pulmão substituto - uma tarefa bem difícil, mesmo para brilhantes engenheiros biomédicos. A placenta, um órgão notável, tem uma breve existência, mas cumpre uma miríade de funções vitais − especialmente como pulmão fetal e rim. Em segundo lugar, o circuito para os pulmões deve ser ignorado, por isso os vasos sanguíneos devem mudar para permitir esse desvio temporário (a nova rota que desvia em torno de um circuito é chamada de derivação). Em terceiro lugar, os vasos sanguíneos não devem apenas conectar a placenta ao bebê, mas também dentro do ponto de ligação para os vasos normais que levam para o coração. O cordão umbilical satisfaz a necessidade de uma ligação placentária-fetal por meio de uma veia de grande diâmetro e duas artérias menores. Dentro do bebê, elas continuam como a veia umbilical e artérias umbilicais.”[2]

Antes do nascimento, o corpo do bebê começa a se preparar para fazer a mudança de um receptor de oxigênio pela placenta para uma respiração pulmonar. Por volta das 35 semanas de gestação, as células alveolares nos pulmões começam a produzir surfactante (líquido que atua nos alvéolos), o que impedirá o colapso dos alvéolos quando o bebê exalar pela primeira vez.[1] Durante o parto, hormônios e outros fatores fazem com que o fluido fetal pare de ser produzido nos pulmões do bebê.[3]

À medida que o bebê passa através do canal de parto, o peito é comprimido (as costelas são cartilaginosas nesse momento), forçando a saída de 5 a 10 mililitros de fluido para fora dos pulmões. Quando o bebê emerge, a libertação de pressão no tórax faz com que o ar seja aspirado para dentro dos pulmões. No entanto, a quantidade de ar ainda é insuficiente para preencher os alvéolos; o bebê deve conseguir isso por conta própria.[1]

Em 2010, um estudo francês sugeriu que um único gene chamado Teashirt 3 (Tshz3) está presente na zona parafacial do tronco cerebral e é capaz de controlar o desenvolvimento de vários componentes em neurônios presentes nessa área cerebral, essenciais para a respiração no momento do nascimento.[4] Alguns desses componentes, por exemplo, seriam os músculos torácicos do bebê e um tipo de marca-passo no tronco cerebral que geraria um constante ritmo respiratório. Para os autores, a incapacidade de respirar ao nascer está correlacionada à ausência de atividade rítmica; além do mais, sem Tshz3, as células cerebrais responsáveis ​​pelo controle das vias aéreas superiores estariam morrendo dias antes do nascimento. Aqui percebemos o ajuste fino nessas complexas redes neurais que regulam a respiração!

No momento em que o bebê nasce, diversas estruturas e funções têm que ser rapidamente reordenadas. Conforme Guliuzza, “menos de um minuto após o nascimento, os sinais do sistema nervoso do bebê causam fortes estímulos nos músculos do esfíncter [ao redor do cordão umbilical] para fechar a veia umbilical [que transporta o sangue da placenta para o bebê] [...], e também para fechar a artéria pulmonar temporária (esse grande vaso fecha permanentemente ao longo de dois dias)”.[2]

Em 2015, um estudo francês contribuiu para o entendimento dessa transição rápida e complexa.[5] Os autores descobriram o papel de duas proteínas na via de sinalização que fecha esse desvio de sangue do cordão umbilical para o sistema pulmonar do bebê. Além disso, elas são reguladas por oito genes no cromossomo 2. Embora essas proteínas não estejam aparentemente envolvidas no encerramento funcional inicial do canal arterial - uma conexão arterial no feto que direciona o fluxo de sangue para fora da circulação pulmonar -, elas são importantes para o encerramento anatômico completo dentro de 24 horas.

A falha dessa etapa é uma das principais causas de morte nos partos prematuros, mas é raro em partos normais, afirmam os autores. Isso envolve uma “profunda remodelação das células dentro do antigo lúmen do canal arterial”, assim como a cascata de sinalização recruta células epiteliais e novos vasos sanguíneos e outros tecidos em um programa de reconstrução de alta velocidade e que devem ser mantidos para o tempo de vida do recém-nascido: potencialmente, cem anos ou mais.[5]

Os autores não tentam explicar como esse sistema evoluiu. Na verdade, como poderiam? Visto que a seleção natural depende de reprodução, uma falha em quaisquer componentes dessa complexa transição faria o sistema entrar em colapso e impediria o recém-nascido de passar quaisquer mutações benéficas para a próxima geração. O sistema parece irredutivelmente complexo, uma vez que todas as peças são necessárias no momento do nascimento, e não poderiam ter sido acumuladas gradualmente.

(Everton Alves)

Referências:
[1] Samuels M, Samuels N. The new well pregnancy book. New York: Fireside, Simon and Schuster, Inc., 1996.
[2] Guliuzza RJ. “Made in His Image: Baby’s First Breath.” Acts & Facts 2009; 38(12):10-11. Disponível em: https://www.icr.org/article/5044
[4] Caubit XThoby-Brisson MVoituron NFilippi PBévengut MFaralli HZanella SFortin GHilaire GFasano L. “Teashirt 3 Regulates Development of Neurons Involved in Both Respiratory Rhythm and Airflow Control.” J Neurosci. 2010; 30(28):9465-76.
[5] Levet SOuarné MCiais DCoutton CSubileau MMallet CRicard NBidart MDebillon TFaravelli FRooryck CFeige JJTillet EBailly S. “BMP9 and BMP10 are necessary for proper closure of the ductus arteriosus.” Proc Natl Acad Sci U S A. 2015; 112(25):E3207-15.

Templo Satânico inaugura estátua e gera polêmica nos EUA

Ele sempre quis ser louvado
O corpo é de um homem musculoso, cabeça e patas de um bode com barba e chifres, tem grandes asas, exibe um pentagrama na testa e o que parece com um bastão de Esculápio à frente do abdome, um antigo símbolo associado ao deus grego de mesmo nome e à Medicina. Essa é uma estátua do ídolo pagão Baphomet (ou Bafomé) que o grupo religioso Templo Satânico inaugurou em Detroit, nos Estados Unidos. Além de todos esses símbolos e representações, a estátua também aponta dois dedos para o céu e está cercada por um menino e uma menina. No website dos organizadores do evento, a inauguração da estátua - ocorrida no último sábado [num sábado!] - foi anunciada como uma “noite de caos, ruído e libertinagem” onde apenas maiores de 18 anos poderiam entrar. “Venha dançar com o diabo e viver a História enquanto ela é escrita”, continuava o convite.

A escultura apresentada pelo Templo Satânico é de bronze e pesa uma tonelada e meia. Tem 2,59 metros de altura e foi inaugurada em um edifício industrial perto do rio Detroit, pouco antes das 11h30 da noite. O local exato da inauguração só foi informado para os participantes por e-mail poucas horas antes do evento e a estátua não pôde ser vista pelo público em geral. Os organizadores afirmam que apresentaram a estátua dessa forma, em segredo, para “reduzir a perseguição”, de acordo com declaração de um dos fundadores da organização, Lucien Greaves.

Por perseguição, Greaves se referia a cerca de 50 pessoas que protestaram do lado de fora do restaurante no qual, inicialmente, o Templo Satânico pretendia mostrar a estátua pela primeira vez. Mas o plano teve que ser cancelado pois o dono do restaurante, Bert Dearing, desistiu de realizar o evento. “Detroit é uma área muito religiosa. Quando aluguei este lugar acreditei que se tratava de uma igreja. Não sabia da apresentação da estátua. Não sabíamos que eram adoradores do diabo”, disse Dearing.

Dearing também mandou celebrar missas contra Baphomet, como a celebrada no sábado em uma das igrejas católicas da cidade, a de Saint Joseph, a mais popular do Estado americano de Michigan. “A última coisa que precisamos em Detroit é de uma festa de boas-vindas para o diabo”, disse a jornalistas Dave Bullock, pastor da igreja batista de St. Matthew, em Highland Park, uma cidade da área metropolitana de Detroit.

A organização Templo Satânico, com matriz em Nova York e representação em vários pontos dos Estados Unidos, reivindica para si Satã, mas não o considera um ser diabólico. Segundo a explicação no site da organização, Satã é entendido pelos membros como “símbolo da natureza inerente do homem, a representação do eterno rebelde, da liberdade individual, mais que uma deidade ou um ser sobrenatural”.

Para o grupo, os satanistas devem “trabalhar muito para afiar o pensamento crítico e exercitar o questionamento razoável de todas as coisas”. “A missão do Templo Satânico é encorajar a benevolência e a empatia entre as pessoas. Além disso, abraçamos o sentido comum e o sentido da justiça.”

Por isso, eles alegam no website que a escultura é um “chamado às armas com que terá início nossa maior luta em nome da liberdade individual, do livre exercício e contra os teocratas egoístas”. E, em sintonia com esses discurso, a intenção dos organizadores é levar Baphomet ao Estado do Arkansas, cujo governador, o republicano Asa Hutchinson, firmou em abril um projeto de lei que autorizaria a construção de um monumento aos Dez Mandamentos nos terrenos do Congresso do Estado.

O Templo Satânico já havia tentado colocar a escultura em um jardim perto do Congresso do Estado de Oklahoma, perto do obelisco dos Dez Mandamentos, instalado no lugar em 2012, apesar das dúvidas sobre a constitucionalidade do monumento.

O obelisco dos Dez Mandamentos é dedicado, como se pode imaginar, ao conjunto de princípios éticos e de adoração que têm um papel importante no judaísmo e no cristianismo e foi financiado pelo republicano Mike Ritze, membro da Câmara Baixa do Congresso estadual. Para evitar conflitos relativos à separação da Igreja e do Estado ao colocar tal monumento em uma propriedade pública, o batizaram de parque monumental.

Mas agora, depois de anos de polêmica e batalhas legais, no dia 30 de junho a Suprema Corte de Justiça de Oklahoma concluiu que a peça viola a Constituição do Estado que proíbe a utilização de propriedades do governo em benefício de uma religião. Diante disso, vários legisladores estaduais ameaçaram tentar a destituição dos juízes da Suprema Corte de Oklahoma e se comprometeram a apoiar mudanças na Constituição do Estado.

A governadora republicana do Estado, Maria Fallin, anunciou que vai manter o monumento no lugar até que o Estado entre com um recurso contra a decisão da Suprema Corte. Enquanto isso, mesmo que Baphomet não tenha sido colocado em lugar público, o Templo Satânico comemorou sua inauguração com gritos “viva Satã”. “É um triunfo artístico único, um testamento da pluralidade e do poder da ação coletiva”, informou o grupo em seu site.

Animais gigantes fossilizados há 5 mil anos

Uma caverna submersa localizada em Bonito, MS, contém vários fósseis da chamada Megafauna, ou seja, de animais de grande porte, como a preguiça gigante. Os cientistas não sabem por que nem como esses fósseis foram parar lá, mas estimam a idade deles em cerca de 5 mil anos. As duas coisas (animais gigantes e extinção em massa há cerca de 4 ou 5 mil anos) estão de acordo com as predições do modelos criacionist diluvianista. Clique aqui para ver a reportagem.

segunda-feira, julho 27, 2015

Dinossauros e humanos conviveram após o dilúvio?

Entraram na arca?
Alguns criacionistas acreditam que os dinossauros foram extintos no dilúvio de Noé devido perceberem esses répteis como sendo gigantes, agressivos e predadores tal como retratados pela comunidade evolutiva e mídia secular. Sob essa perspectiva, seria lógico pensar que Deus não criou os dinossauros, pois ao final do sexto dia da semana da criação, o Criador exclamou que tudo que havia sido criado “era muito bom” (Gen 1:31). Mas se Deus então não criou os dinossauros (segundo essa visão), como essas criaturas vieram a existir? É ai que entra a hipótese da “amalgamação”. Segundo essa ideia, houveram relações sexuais entre homens e animais que teriam produzido raças híbridas inferiores de animais ou espécies confusas (como os dinossauros). E, por isso, Deus os teria destruídos a todos durante o dilúvio. Essa hipótese teve sua origem na interpretação  − equivocada, diga-se de passagem − dos escritos da educadora cristã Ellen White. Porém, atualmente, nenhum honesto intelectual afirmaria que Ellen realmente cria nisso durante seu tempo.[1, 2]


Não existem razões científicas para acreditar que os dinossauros não tivessem sido criados por Deus, especialmente quando consideramos que a maioria deles era, em média, criaturas pequenas, que pareciam estar bem adaptadas aos seus ambientes (aliás, em comunidades complexas), provavelmente belas, e a sua maioria era vegetariana.[3-5]

Também não existe apoio bíblico para se acreditar que os dinos não fossem obras de um Criador. Como cristãos, entendemos que aquilo que não é bom dentro da Criação deve ter se degenerado, pois o pecado auto-degenera as coisas. Além disso, não podemos ignorar a possível contribuição maligna a fim de degradar obra da Criação de Deus e O acusá-lo. Entendemos a origem do mal na natureza ou a sua degradação localizada temporalmente após a “queda” do ser humano.

A partir daí, as interações que antes eram perfeitas teriam mudado. E, como resultado, o tipo de nova ecologia que vemos após o dilúvio é mais semelhante da que temos hoje. No mundo moderno, são necessárias as interações de predador e presa a fim de sustentar a vida. Isto é o oposto do que teria sido a criação original ou a forma como Deus criou os animais e disse que “era bom”.


Portanto, o dilúvio veio devido a dois motivos reais: 1) a Terra estava repleta de violência (Gen 6:11); e 2) toda a carne havia corrompido o seu caminho (v.12). Nesse contexto, a corrupção da carne significa que os animais provavelmente haviam mudado (tornaram-se corrompidos) desde que Deus os criou. Parte do efeito dessa corrupção era que eles teriam se tornado violentos. Assim, caso Deus não não tivesse intervindo com o dilúvio, provavelmente a Terra, os animais e os humanos teriam se auto-destruído. Logo, não foram preservados na arca a maioria daqueles seres que Deus não criou, mas que foram degenerados e que representariam uma ameaça para a sobrevivência humana e dos demais seres. Por outro lado foram preservados aqueles que, embora com alguns hábitos não originais, mais se aproximavam do plano do criador.

O motivo principal que leva os criacionistas a entenderem que os dinossauros foram extintos durante o dilúvio é o fato de os fósseis serem encontrados na coluna geológica até o período evolutivo Cretáceo-Paleogeno (correspondente ao período bíblico diluviano). O que geralmente não é levado em consideração é que há evidências que apontam para a sobrevivência dos dinos após o período do dilúvio, como afirma Gênesis 6:19 e 20. Nesse trecho, vemos que “todas as espécies” entraram na arca (exceto os aquáticos). Possivelmente, alguns dinossauros de pequeno porte e/ou filhotes tenham entrado e permaneceram em estado de hibernação. Os capítulos 40 e 41 do livro de Jó descrevem os monstros beemote e leviatã, respectivamente. Algumas traduções atuais da Bíblia deram a eles os nomes de hipopótamo e crocodilo, mas uma análise mais aprofundada revela que os detalhes contidos nas descrições do livro de Jó fazem menção, sem dúvida alguma, aos dinossauros. Isso quer dizer que Jó conviveu com esses animais, cuja maioria era herbívora.

Alguns criacionistas também argumentam que esses capítulos apresentariam uma linguagem poética, portanto, não condizente com características realísticas. Não vou me ater aos fatos, pois não é o objetivo desse texto, mas há um grande perigo teológico em considerar essas descrições como totalmente poéticas, sem base histórica. Para quem quiser saber mais sobre o tema, há uma infinidade de materiais disponíveis na literatura especializada. Mas adianto que, entre todas as descrições magníficas e detalhistas da fisionomia e do comportamento desses animais dadas por Deus a Jó, e que de modo algum diriam respeito a tão singelos animais como o hipopótamo e o crocodilo, uma delas que me chama a atenção é a seguinte: “obra-prima de Deus” (Jó 40:19), a qual sugere que aquele era o maior animal que Deus havia feito.

Na Bíblia, há ainda outra referência importante no período pós-diluviano de uma serpente voadora: as “áspides voadoras” (Isaías 30:6). Isso poderia estar se referindo a um dos pterodáctilos, que são populares como dinossauros voadores, tais como o pteranodonte, o ramforinco ou ornitocheiro.[6] Esse verso menciona, inclusive, vários outros animais conhecidos, tais como leões, víboras, burros, etc. Aparentemente, as serpentes voadoras eram animais tais como os outros, existentes naquela região do mundo e durante aquele tempo. Possivelmente, daí derivaram as lendas de dragões presentes em muitas culturas.

Mas como um amante da ciência e um pesquisador curioso, vou apresentar algumas evidências científicas que contestam a ideia de que todos os dinossauros foram extintos há 65 milhões de anos  pelo impacto de um cometa em um evento chamado extinção Cretáceo-Paleogeno (K-Pg), ou seja, período este condizente com o dilúvio bíblico. Em 2009, um estudo sugeriu que alguns dinossauros não aviários sobreviveram até o Paleoceno e, portanto, a extinção dos dinossauros teria sido gradual.[7] Muitos céticos argumentaram que os fósseis analisados pudessem ter sido reformulados geologicamente, isto é, lavados e arrastados por córregos e rios para fora de seus locais originais e, em seguida, reenterrados em sedimentos muito posteriores.

Em 2012, outro estudo usou um novo método de datação para analisar diretamente uma amostra de osso (não a rocha onde ele foi encontrado) de um dinossauro saurópode (Alamosaurus sanjuanensis) e determinou que esse osso tem 64,8 ± 0,9 milhão de anos, portanto, 700 mil anos mais jovem do que qualquer outro osso de dinossauro conhecido (relativo ao Paleoceno, primeira época do Paleogeno).[8] A fim de evitar novas alegações de reformulação geológica, os autores confirmaram que as áreas de amostragem dos ossos analisados representaram sistemas geoquímicos fechados a partir do momento da sua mineralização original até o presente.

Ademais, a teoria da extinção dos dinossauros devido ao impacto de um asteroide com a Terra tem sido contestada por cientistas evolucionistas. Em 2009, um estudo sugeriu que o impacto do asteroide (Península de Yucatan) não teve o efeito dramático na diversidade de espécies, como se pensava.[9] Durante escavações na cratera de Chicxulub, na região de El Penon, México, o grupo encontrou registros de 52 espécies em sedimentos abaixo da camada do período do impacto (fronteira K-Pg) e as mesmas 52 em sedimentos acima, ou mais recentes. Segundos os cientistas, “não encontramos sinal de uma única espécie que foi extinta como resultado do impacto de Chicxulub”.

Existem outros artigos publicados que também relatam achados de dinossauros que sobreviveram ao suposto período da extinção K-Pg (ou período exato do dilúvio bíblico universal), no entanto, decidi apresentar apenas as principais evidências científicas. Como vemos, mais uma vez a ciência tem confirmado as narrativas bíblicas pós-diluvianas da sobrevivência de dinossauros, tais como apresentadas em Jó 40:15-24, Jó 41:1-34, Salmo 74:13, Isaías 27:1 e Malaquias 1:3.

(Everton Alves)

Referências:
[1] Gordon Shigley. Amalgamation of Man and Beast: What Did Ellen White Mean? Spectrum. 1982; 12(4):10-19. Disponível em: http://www.perguntas.criacionismo.com.br/2007/01/amalgamao.html?m=1
[2] Amalgamação de homens e animais. Centro de Pesquisas Ellen White (UNASP). Disponível em: http://centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-sobre-ellen-g-white/declaracoes-singulares-a-respeito-de-questoes-cientificas/
[3] Clarey T, Tomkins JP. Settling the Dinosaur Weight Debate. Acts & Facts. 2015;44(5).
[4] Clarey TL, Tomkins JP. Determining Average Dinosaur Size Using the Most Recent Comprehensive Body Mass Data Set. Answers Research Journal 2015; 8:85–91.
[5] Zanno LE, Makovicky PJ. Herbivorous ecomorphology and specialization patterns in theropod dinosaur evolution. Proc Natl Acad Sci U S A. 2011; 108(1): 232–237.
[6] Wellnhofer P, Sibbick J. Pterosaurs: The Illustrated Encyclopedia of Prehistoric Flying Reptiles. New York: Barnes and Noble Books, 1996.
[7] Fassett JE. “New geochronologic and stratigraphic evidence confirms the Paleocene age of the dinosaur-bearing Ojo Alamo Sandstone and Animas Formation in the San Juan Basin, New Mexico and Colorado.” Palaeontologia Electronica 2009; 12(1):3A:146p. Disponível em: http://palaeo-electronica.org/2009_1/149/149.pdf
[8] Fassett JE, Heaman LM, Simonetti A. “Direct U-Pb dating of Cretaceous and Paleocene dinosaur bones, San Juan Basin, New Mexico.” Geology. 2012; 40(4):e260-e261. Disponível em: http://geology.gsapubs.org/content/40/4/e260.full
[9] Keller G, Adatte T, Juez AP, Lopez-Oliva JG. “New evidence concerning the age and biotic effects of the Chicxulub impact in NE Mexico.” Journal of the Geological Society 2009; 166(3):393-411.