sexta-feira, setembro 11, 2020

Quando vão derrubar as estátuas de Darwin?

Nos protestos por igualdade racial que se espalham através da América e do mundo, uma cena é recorrente: caem as estátuas em homenagem a figuras históricas cuja biografia é controversa. Em seu lugar, pedestais vazios ostentam pichações de censura a seus feitos, celebrados no passado mas inaceitáveis no presente. Sob a representação de Cristóvão Colombo, em Providence, Estados Unidos, lê-se: “pare de celebrar genocídio”. 
 
Além de ter encontrado o continente americano em 1492, Cristóvão Colombo também foi governador e vice-rei das “Índias” (hoje, o país caribenho da República Dominicana). Segundo historiadores, em resposta à agitação e revolta dos nativos, Colombo ordenou uma repressão brutal na qual muitos foram mortos. Em uma tentativa de impedir mais rebeliões, Colombo ordenou que seus corpos desmembrados fossem exibidos pelas ruas.
 
No rastro das manifestações que seguiram a morte de George Floyd, a agitação de grupos minoritários tem como um de seus alvos os personagens históricos reconhecidamente racistas. O escritor e jornalista italiano Indro Montanelli – que quando servia o exército fascista durante a invasão italiana na Abissínia (hoje Etiópia) chegou a comprar uma africana de apenas doze anos como escrava – teve sua imagem em Milão depredada. Sob ela escreveram “racista estuprador”. 
 
(Jornal Opção)
 
Nota: Se é para levar esse revisionismo até às últimas consequências, sugiro que se derrubem também as estátuas do naturalista inglês Charles Darwin, pelas ideias racistas que expôs em seu livro menos conhecido A Descendência do Homem. Mas acho que minha proposta não dará em nada... [MB]
 
Leia também: Racismo e evolucionismo em pauta, Criacionismo é racista?! Ok, vamos falar de racismo, Charles Darwin: pai da eugenia?, Racismo darwinista e Darwin e as "raças inferiores": racismo?
 


sexta-feira, setembro 04, 2020

A falsa marcha do progresso


O Instagram da revista Galileu publicou a seguinte nota: “Publicada pela primeira vez em 1965, não é exagero dizer que a ‘Marcha do Progresso’, que você vê acima, é uma das representações mais mal-interpretadas de todos os tempos. Muito disso se dá por concepções equivocadas sobre a teoria da evolução desenvolvida pelo biólogo britânico Charles Darwin. É comum vermos a imagem sendo utilizada para ilustrar a ‘transformação’ do macaco em humano, passando a ideia de que há uma hierarquia entre os seres vivos na qual alguns organismos são ‘simples’ e outros, ‘sofisticados’. O desenho também dá a impressão de que entre o surgimento de uma espécie e outra há um salto evolutivo drástico, ou seja, não há intermediários entre elas. O principal motivo por trás dessa leitura equivocada é a má compreensão da teoria da evolução de Darwin.”

Quando li “biólogo britânico Charles Darwin”, tive vontade de nem prosseguir na leitura. Darwin nunca foi biólogo. Os primeiros cursos de Biologia foram criados bem depois da morte do naturalista que estudou Teologia. Mas resolvi fazer um esforço e ler o restante.  

O objetivo da nota é mostrar que a imagem (ridícula por si só) não refletiria a “realidade” de que existiriam elos transicionais entre as espécias e não “saltos evolutivos”. Mas o que nos mostra o registro fóssil? Exatamente: saltos evolutivos.

De qualquer forma, grosso modo, a imagem expressa, sim, a filosofia subjacente ao modelo darwinista. Ou seja: está errada de qualquer forma.

Michelson Borges

quarta-feira, setembro 02, 2020

A intolerância e a censura nos campi universitários

Em 2013, ativistas ateus na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) conseguiram convencer a reitoria a cancelar um evento intitulado “1° Fórum de Filosofia e Ciência das Origens”. Os doutores Rodrigo Silva, Marcos Eberlin e eu falaríamos, respectivamente, sobre arqueologia, química e mídia. Na época, escrevi a seguinte nota de esclarecimento em meu blog www.criacionismo.com.br: “Claramente conscientes de que a Unicamp se trata de uma instituição secular, nós, os palestrantes daquele que seria o 1º Fórum de Filosofia e Ciência das Origens, tínhamos a convicção de que deveríamos, cada um em sua respectiva palestra e área, tratar do tema sob uma perspectiva científico-filosófica. Nenhum de nós iria ao campus falar de religião, Bíblia nem mesmo criacionismo. Não somos pensadores mal-intencionados em busca de prosélitos. Todos nós – assim como penso que ocorre com muitos na academia – amamos a ciência e procuramos seguir as evidências, levem aonde levar. Não estamos engajados numa cruzada contra a ciência. Essa é a visão de uma oposição que vive à luz da falácia do espantalho, tenta nos desacreditar, nos ‘deformar’ e estereotipar sob a pecha de ‘fundamentalistas’, e, assim, impedir o livre debate de ideias num ambiente que deveria ser, acima de qualquer outro, local exatamente próprio para isso. Foi com profunda decepção que recebi a notícia do cancelamento do fórum, sem um motivo real que justificasse tal medida.”

Depois disso, o Dr. Eberlin (químico premiado no Brasil e no exterior, com um currículo invejável) escreveu um texto em desagravo (confira) e até a revista IstoÉ se manifestou com a matéria “Deus fora da Unicamp” (confira).

Lembro-me de meus tempos de aluno na Universidade Federal de Santa Catarina que era comum ver nos murais do campus cartazes com anúncios de eventos espiritualistas, medicina alternativa e até palestras com monges tibetanos. Mas falar em criacionismo e criticar o marxismo, por exemplo, aí era um convite ao escárnio e ao desprezo. Os anos passaram e a intolerância apenas recrudesceu.

Recentemente, um amigo pesquisador concluiu um estágio na área de Paleontologia em uma federal. O currículo dele foi analisado (tem mestrado em Ciências) e ele foi aprovado na seleção. Fez o curso com muita seriedade e competência – sei do que estou falando, pois o conheço pessoalmente e sou testemunha de sua produção e honestidade. Ele tem artigos científicos e livros publicados, é colunista de revista de divulgação em ciência e saúde, e tem dado grande contribuição para a ciência e para o criacionismo no Brasil e no exterior. “Mas espere aí! Você falou ‘criacionismo’?” Sim, falei. E aí está o problema, né?

Como é direito de toda pessoa que conclui um curso acadêmico ou obtém uma titulação, esse meu amigo, obviamente, apresenta suas credenciais em eventos e textos. E isso bastou para receber a seguinte mensagem do responsável pelo curso:

Em lugar de se discutirem ideias, blinda-se a discussão com o uso das expressões típicas: “pseudociência”, “teorias conspiratórias”, “mentiras e desinformação”. Se eu acreditasse em vida após a morte antes da ressurreição, diria que Newton, Galileu, Copérnico e Pascal estariam se revirando no túmulo agora.

Em 2002, a revista de divulgação científica popular Galileu afirmou em uma matéria de capa que criacionistas são “especialistas autoproclamados”. Em reação a isso, publiquei o livro Por Que Creio, com o testemunho de doze pesquisadores criacionistas titulados, provando que a revista foi leviana. Mas é assim: primeiro acusam criacionistas de não ter formação acadêmica, depois, quando eles procuram estudar, pesquisar e publicar, são impiedosamente censurados.

Esta foi a resposta do meu amigo ao responsável pelo curso:

“Boa tarde, [fulano]. De forma nenhuma estou utilizando o [...] para justificar o criacionismo. Essa é uma interpretação equivocada sua. Quando participo de algum programa cristão, eu sempre menciono minhas titulações e cursos realizados [...], assim como todo palestrante [faz]. Ademais, em momento algum menciono que aprendi criacionismo nessas instituições. Onde há falta de ética nisso? Muito cuidado! Perigosa, a meu ver, é a sua atitude de vir solicitar que eu não mencione minhas titulações. Isso me soa cerceamento de direito de expressão.”

A verdade é que os campi seculares (e não só eles) tornaram-se trincheiras para pensadores progressistas, naturalistas, marxistas e evolucionistas. Qualquer um que ouse desafiar ou ameaçar esse status quo é hostilizado e até censurado, como está acontecendo com meu amigo pesquisador. E para não dizerem que isso é conversa de “fundamentalista religioso”, vou mostrar aqui duas “pedras” gritando o óbvio. Dois livros que revelam os bastidores sórdidos dessa inquisição sem fogueiras que se tornaram grandes setores da mídia secular e da academia.

O primeiro livro é o Cynical Theories – How activist scholarship made everything about race, gender, and identity – and why this harms everybody (Teorias Cínicas – Como estudiosos ativistas transformaram tudo em uma questão de raça, gênero e identidade – e como isso prejudica a todos, em tradução livre), de Heln Pluckrose e James Lindsay. Um dos autores, inclusive, é ateu. Veja a sinopse que consta no site da Amazon: 


“Você já ouviu que a linguagem é violência e que a ciência é sexista? Você já leu que certas pessoas não devem praticar ioga ou cozinhar comida chinesa? Ou ouviu que ser obeso é saudável, que não existe tal coisa como sexo biológico, ou que apenas brancos podem ser racistas? Você fica confuso com essas ideias e se pergunta como elas conseguiram desafiar tão rapidamente a própria lógica da sociedade ocidental? Neste volume investigativo e intrépido, Helen Pluckrose e James Lindsay documentam a evolução do dogma que traz essas ideias, de suas origens grosseiras no pós-modernismo francês [sempre lá!] para seu refinamento dentro de campos acadêmicos ativistas. [...] Como Pluckrose e Lindsay alertam, a proliferação desenfreada dessas crenças anti-iluministas representam uma ameaça não apenas para a democracia liberal, mas também para a própria modernidade. Embora reconhecendo a necessidade de desafiar a complacência daqueles que pensam que uma sociedade justa foi totalmente alcançada, Pluckrose e Lindsay analisam como o ativismo muitas vezes radical faz muito mais mal do que bem, pelo menos para as comunidades marginalizadas que afirma defender.”

O segundo livro é o Sobre o Relativismo Pós-Moderno e a Fantasia Fascista da Esquerda Identitária, do antropólogo e escritor Antonio Risério. E antes que você se sinta tentado a rotular o autor como algum tipo de direitista radical, preciso lhe dizer que ele mesmo se identifica como um esquerdista democrático. O que Risério faz em seu livro, entre outras coisas, é denunciar os extremos de ambos os lados do espectro ideológico. Sinopse da obra no site da Amazon:

“Este é um livro de enfrentamento direto, que desafia o relativismo pós-moderno e o fascismo identitário. O antropólogo, historiador, ensaísta, poeta e produtor cultural Antonio Risério [...] agora entrega aos leitores um ensaio de intervenção intelectual e combate político frontal, abertamente polêmico, sem concessões nem meias palavras. Autor de roteiros de cinema e TV, com mais de 20 livros publicados, aqui ele narra a história da formação dos movimentos excludentes (da contracultura e da transição democrática na década de 1970 aos de hoje), desmontando suas mistificações e manipulações, do desvario irracionalista do pensamento pós-moderno às posturas fraudulentas da realidade e da história. O pensador baiano faz uma crítica rigorosa e vigorosa à estranha ‘práxis’ esquerdista que colocou os campi sob seu controle, na base do chicote e da rédea curta. Um protesto em defesa do verdadeiro convívio político e cultural, da vida ao ar livre da democracia.”

Abaixo a ditadura da inquisição sem fogueiras! Abaixo a censura e o autoritarismo!

Michelson Borges

terça-feira, setembro 01, 2020

Fóssil de sapo descoberto no Brasil reforça tese criacionista

O volume 101 do periódico Journal of South America Earth Science, de agosto de 2020, publicou o achado de um anuro do período conhecido como Cretáceo Inferior, de supostamente 119 milhões de anos, na Formação Crato do nordeste do Brasil. Os anuros são um grupo de animais da classe dos anfíbios que incluem os sapos, as rãs e as pererecas.

 A Formação Crato é constituída por rochas calcárias que formam bancos de até 60 metros de espessura, com intercalações de material arenoso de granulação fina a grossa. Ela faz parte da Bacia do Araripe. Este local é um depósito sedimentar de direção geral leste-oeste desenvolvido durante a ruptura do supercontinente Pangeia nas fases finais de abertura do Oceano Atlântico. A bacia do Araripe possui cerca de 9000 km2, e inclui os Estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Para os criacionistas, a fragmentação de Pangeia, dando origem aos continentes atuais, foi um dos eventos mais dramáticos do grande dilúvio bíblico narrado no livro de Gênesis.

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