sábado, dezembro 31, 2016
quinta-feira, dezembro 29, 2016
Cenas de um mundo que afunda (3)
quinta-feira, dezembro 29, 2016
mundo torto
Civis fogem da cidade de Aleppo |
Todo
fim de ano é a mesma coisa: as pessoas se desejam “muito dinheiro no bolso,
saúde pra dar e vender”; brindam com champanhe, alguns “enchem a cara”, se abraçam e sonham
com um ano novo melhor. Mas os anos se sucedem, o tempo passa, e a humanidade
continua em sua espiral de decadência, cavando mais e mais o fundo do poço. Você
sabia que moradores do leste da devastada cidade síria de Aleppo estão pedindo
permissão a religiosos para que os pais possam matar as filhas, mulheres e
irmãs, antes que elas sejam capturadas e estupradas pelas forças do regime de
Bashar al-Assad, da milícia libanesa do Hezbollah ou do Irã? Caiu nas redes
sociais a carta de uma enfermeira da área cercada da cidade explicando por que
havia escolhido o suicídio diante da possibilidade de “cair nas mãos de animais
do Exército sírio”. E o mundo ficou sabendo de mais barbáries que estão sendo
cometidas naquele país. Você consegue conceber uma realidade como essa? Consegue se colocar no lugar daquelas pessoas? É possível
comemorar, quando sabemos que neste exato momento uma mulher pode estar tirando
a própria vida para não ser estuprada, ou um marido ou pai pode estar matando a
esposa ou a filha para não vê-la sendo violentada na sua frente?
Este é o planeta em que estamos vivendo.
Enquanto cristãos no Ocidente celebravam o Natal com perus e guloseimas, outros
cristãos, no Oriente, tinham suas casas invadidas e eram levados presos para serem enforcados, degolados ou crucificados - e insistentemente ignorados pela mídia do lado de cá. Enquanto
alguns têm a mesa repleta de comida, outros tantos não têm o que comer ou vivem
em precários campos de refugiados, tentando ficar longe dos horrores de guerras
que não ajudaram a começar.
Claro que não há nada de errado em desejar para
o próximo ano paz e prosperidade aos amigos e parentes, mas o maior desejo que
deveríamos ter e expressar é o de que Jesus volte logo para nos tirar deste
mundo de misérias, injustiças, crimes, dor e morte. Somente a volta de Jesus
trará a paz definitiva e a justiça pela qual clamamos. Não apenas desejemos,
mas trabalhemos para que esse dia chegue logo!
Conforme
texto postado no blog Pensador Anônimo, “infelizmente, nós somos um tipo de vírus, porque somos muito egoístas em
todos os sentidos; somos egoístas com o único mundo que temos e somos egoístas
mesmo com as pessoas ao redor de nós e até mesmo com nós mesmos. O pior de tudo
é que nós somos muito materialistas. [...] Podemos ver algumas universitárias que são capazes de vender o corpo apenas para obter
o mais recente modelo de smartphone
do mercado.”
O
blog postou também algumas ilustrações que ajudam a representar a sociedade
atual. Veja algumas delas aqui [MB]:
Leia e veja também: “Cenas de um mundo que afunda”, “Cenas de um mundo que afunda (2)”, “O declínio da Europa (e do mundo)”, “A cultura da decadência” e “Tremendo desafio: pregar a uma sociedade que afunda”
Violência em filmes triplicou desde os anos 80
quinta-feira, dezembro 29, 2016
mídia
Cuidado com a dessensibilização! |
Um
estudo do site Internet Movie Firearms Database, que cataloga cenas de
violência com arma de fogo em filmes do mundo inteiro, informa que o número e a
intensidade de cenas do tipo em filmes permitidos para menores triplicaram
desde os anos 80. A pesquisa analisou filmes de 1985 a 2015. Segundo a
pesquisa, a intensidade dessa violência mostrada nos filmes em questão
(classificados como PG-13 nos EUA) aumentou ainda mais do que o mostrado em
filmes para maiores (R-Rated). 11% mais armas foram vistas em filmes PG-13
entre 1995 e 2015. Segundo a pesquisa, o número aumentou depois que o uso de
uma arma em Duro de Matar 2 aumentou as vendas de uma pistola da empresa Glock.
O site ainda nota que o aumento das cenas de violência também tem a ver com a
mudança do gênero mais popular de Hollywood – hoje em dia, 34% dos filmes
produzidos pelos grandes estúdios são de ação ou aventura.
Nota:
É interessante ouvir algumas pessoas dizerem que duas horas de um filme violento
não são capazes de influenciar quem assiste. Então, por que será que as
empresas gastam milhões em anúncios televisivos de alguns segundos apenas? Por
que será que governos têm tanta preocupação com o que é exibido na mídia?
Evidentemente que nem todos os que assistem a filmes violentos sairão por aí
espancando ou atirando nas pessoas (alguns vão). Mas a frequente exposição a
conteúdos violentos e/ou eróticos acaba por dessensibilizar a plateia, de tal
modo que passa a ser aceito o que antes era visto com espanto e até indignação.
É exatamente assim que as pessoas se acostumam com o que é errado e passam a
tolerar o que é claramente pecado. É um verdadeiro processo de anestesiamento. Que
tal tomar a decisão de assistir a menos filmes e menos séries no próximo ano e
ler mais livros edificantes? Que tal dedicar mais tempo aos relacionamentos
reais e passar a selecionar melhor as produções cinematográficas/televisivas
que merecerão seu tão precioso tempo? Eis aí uma boa resolução para colocar em
prática. [MB]
Leia também: Relançado livro sobre influência da mídia na mente
quarta-feira, dezembro 28, 2016
Mark Armitage obteve vitória judicial
quarta-feira, dezembro 28, 2016
Everton Alves
Injustiça parcialmente reparada |
O
cientista microscopista demitido por ter publicado artigo científico com achados de tecidos moles em fóssil de dinossauro que
embaraçou Darwin obteve uma decisão histórica contra a Universidade Estadual da
Califórnia. Mark Armitage contou ao Creation Evolution Headlines (CEH) que seu
caso contra a Universidade Estadual de Cal (CSUN, em inglês) resultou em um
acordo após a juíza Dalila Lyons do Tribunal Superior da Califórnia ter decidido em seu favor em uma
moção de adjudicação. Em vez de enfrentar uma perda provável perante um júri,
os advogados da CSUN escolheram resolver tudo com o próprio Armitage. Armitage
escreve: “Não foi simplesmente uma moção de julgamento sumário que o juiz
decidiu contra. O juiz decidiu contra eles [universidade] em uma moção para
julgamento. Há uma grande diferença. Em outras palavras, o juiz fez uma decisão
sobre o caso e conclui, de fato, que nós provamos nosso caso, que eles me
discriminaram contra a minha religião, e eles falharam em acompanhar ou
investigar uma queixa por escrito de discriminação religiosa. Não havia sentido
que a Universidade fosse arrastada para o julgamento do júri porque estava
claro que eles iriam perder no julgamento e os ganhos teriam sido muito maiores
do que são atualmente.”
De
acordo com FreedomX,
para o advogado Bill Becker, que litigou o caso Coppedge vs JPL em 2012,
uma moção para adjudicação significa que o juiz confirmou que certas provas são
verídicas e, portanto, não precisa de debate antes de um juiz de fato. Essas
provas podem, assim, ser estipuladas como factuais no início de um processo
judicial. Quaisquer que fossem os fatos, eles devem ter sido suficientemente
significativos para assustar os advogados da CSUN de apresentarem um julgamento
perante um júri.
Mark
foi contratado como microscopista e instrutor de laboratório na universidade,
mas foi abruptamente demitido em 2014, sem explicação, depois que ele e o Dr.
Kevin Anderson publicaram um artigo científico na Acta Histochemica descrevendo o tecido mole que encontraram em um chifre de Triceratops em
Montana, EUA. Esse paper não menciona
nada sobre design inteligente ou
criacionismo, mas Mark é bem conhecido como um jovem criacionista, sendo membro
do conselho da Creation Research Society (CRS), juntamente com Anderson. O caso
chamou a atenção da revista Nature
(11/5/2014).
Encontrar tecido mole preservado dentro de um osso de dinossauro causa
problemas óbvios para a escala de tempo geológica padrão (6/10/2015).
Desde sua demissão, Mark continuou o trabalho de microscopia eletrônica em
tecido mole de dinossauro sob o patrocínio da CRS.
Há
indícios de que houve e contínua a haver tentativa de baixar o valor antes de
chegar a um acordo final. Mark e seu advogado, Alan Reinach, do Church State Council, aparentemente
permaneceram firmes, de acordo com o Dr. Jay Wile, que falou com Mark e
escreveu sobre isso em um post de blog. Mark
disse a CEH que todas as partes assinaram, cheques foram escritos, e, “oh, meu
Deus, alguns deles eram muito grandes”: “Então esse é um negócio concluído e
conseguimos uma nítida vitória. Como meu advogado disse, especialmente a um
grupo de seus pares em uma reunião de advogados trabalhistas, tivemos uma
vitória histórica.”
Maiores
detalhes do acordo não estarão disponíveis até Reinach emitir um comunicado de
imprensa formal. Mark disse à CEH que não houve nenhum acordo de não divulgação,
“então eu sou livre para relatar toda a história, incluindo o incrível
testemunho de deposição”, disse ele. Até agora, no entanto, a única notícia online sobre o caso como esta entrada se
encontra em um blog do Jay Wile, um vídeo caseiro no YouTube elaborado por Mark e postado em 1º de outubro, e as conversas por e-mail com
Mark citadas aqui. [...]
(Texto traduzido do
original Creation Evolution Headlines por Everton Alves)
Advogada adventista faz petição de fim de ano
quarta-feira, dezembro 28, 2016
EXMO
SR.DR. PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL CELESTIAL DO PLANETA TERRA
RAQUEL
DE SOUZA LIMA SARMENTO, brasileira, casada, guardadora de todos os Mandamentos
Pétreos, advogada devidamente inscrita nos quadros da OAB, e graduando-se para
constar sua inscrição junto à LV – Livro da Vida, neste ato representando a
todos de boa vontade, bem como advogando em causa própria, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a presente Ação de
Modificação de Espírito, Alma e Amor ao Próximo c/c com Obrigação de Fazer a
Missão, cumulada com multa pecuniária
em
face ao:
CONFLITO
CÓSMICO, em especial ao vindouro de 2017, que é encontradiço em qualquer local
desta jurisdição, invocada no preâmbulo da presente exordial, pelos motivos de
fato e de direito, que passa a expor articuladamente:
DOS
FATOS:
É
cediço de toda a humanidade o caos no qual nos encontramos, em razão dos atos
perpetrados pelo polo Requerido da presente demanda, também conhecido pela alcunha
de MAL.
Não
é crível a forma pela qual a humanidade se encontra, vez que vem ultrapassando
comportamentos levianos de antigas sociedades, já extintas, tais como Sodoma,
Gomorra e Babilônia.
DO
DIREITO:
Vossa
Excelência, em sua Carta Magna Humana, in
casu, a Bíblia, exarou todas as formas pelas quais deveríamos caminhar e
zelar por este mundo, inclusive nos indicando as profecias corretas que nos
sinalizariam o término de tudo.
É
fato que haverá um fim, mas, para que tenhamos a devida resiliência, mister se
faz o presente pedido como medida da mais lídima e serena Justiça.
DOS
PEDIDOS:
A
total Procedência da presente ação requerendo desde já, em sede acautelatória,
seja em tutela de urgência ou de emergência, o que segue:
1
– O total indeferimento de pensamentos negativos;
2
– A obrigação de fazer, tais como atos de carinho, respeito, fé, compaixão e
missão, e em caso de inadimplemento ou negação, a imposição de multa diária;
3
– A imediata expedição de Mandado de Alegria, convocando o Sr. Oficial de
Justiça Celestial para o devido cumprimento, nos moldes da lei processual
bíblica;
4
– O deferimento da produção antecipada de provas de amor;
5
– O chamamento à lide, da ordem e boa vontade, como terceiros interessados;
6
– Que seja deferida a manifestação das boas-novas de salvação de Cristo Jesus,
tendo como escopo primordial de atuação o coração dos Requeridos, que se
encontram elencados no polo passivo: a humanidade.
7
– Requer a decretação imediata do período de 2017 como um ano de boa vontade,
missão e fé, promovendo o acesso irrestrito aos corações da humanidade.
Nestes
termos, pede deferimento.
Araras-SP
– Brasil – Planeta Terra
RAQUEL
DE SOUZA LIMA SARMENTO
OAB/SP
199684
terça-feira, dezembro 27, 2016
A mídia em descompasso com a realidade
terça-feira, dezembro 27, 2016
mídia
Discursos prontos |
Os
meios de comunicação, no Brasil e numa porção de países do Primeiro Mundo,
muito civilizados, prósperos e democráticos, estão com uma doença que pelo
jeito não tem cura. Publicam notícias, comentários e “conteúdo” segundo uma
tábua de mandamentos que não deixa nenhuma dúvida sobre o que está certo e o
que está errado, o que é bom e o que é ruim, o que é permitido e o que deveria
ser proibido – só que não combinam com o público se ele próprio, o público, está
de acordo com isso tudo. Os comunicadores estão cada vez mais convencidos de
que a sua maneira de ver o mundo é a melhor, não apenas para o mundo, mas para
leitores, espectadores e ouvintes; não parecem ter nenhuma dúvida a respeito. O
resultado é que estão sendo cada vez menos representativos do público que
imaginam representar. Dão informações que esse público não está interessado em
receber e opiniões que não está disposto a compartilhar. Ensinam coisas que ele
não quer aprender. Falam de valores que não são os seus – ou não
necessariamente os seus. Torcem por causas que não são obrigatoriamente as
suas. Elogiam uma série de comportamentos, condenam outros tantos, e em ambos
os casos deixam uma advertência clara: é assim que nós, órgãos de comunicação,
esperamos que vocês, público, se comportem. Só existem duas maneiras de avaliar
as coisas neste mundo. Uma é a maneira errada. A outra é a nossa. Qual é a
surpresa, então, em que a mídia esteja com tantos problemas?
Não
é preciso, para ver o tamanho do problema, recorrer a casos extremos como a
eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos. Depois de atacar
a sua candidatura como o pior momento da humanidade desde a vinda da peste
negra, a imprensa americana e a internacional têm certeza, agora, de que sua
vitória nos levará de volta à Idade da Pedra. Deveria estar mais do que óbvio,
se fosse assim mesmo, que só um débil mental votaria nesse homem. Mas é claro
que não foi isso que aconteceu, como é claro que ninguém está em pânico só porque
a imprensa diz que todo mundo deveria estar em pânico.
No
Brasil de hoje, então, o descolamento entre meios de comunicação e público
parece caminhar para o modo mais extremo. O que dizer quando nas últimas
eleições para prefeito os vencedores nas duas maiores cidades do Brasil foram
justo os dois candidatos mais detestados pela mídia? Estão operando lado a
lado, aí, duas linguagens opostas – a dos jornalistas e a de dezenas de milhões
de cidadãos comuns.
Os
exemplos se aplicam a um mundo de coisas. Os comunicadores, em sua maioria, são
a favor da ocupação de escolas por grupos de organizações de estudantes, ou a
veem com compreensão quase ilimitada; fazem um voto de confiança sem restrições
no idealismo dos jovens e sua vontade de reformar o nosso ensino. São a favor
da ocupação dos espaços públicos por marginais de todo tipo – acham que seu
direito é maior que o direito do restante da população de utilizar em paz o
mesmo espaço. São a favor de praticamente todo tipo de invasão (que chamam de
“ocupação”), de lugar público ou privado; são contra a liberação desses locais
pela polícia, mesmo com ordem judicial, e sua devolução aos legítimos donos;
estão convencidos de que a polícia, sem exceção, age “com brutalidade”.
Há
um critério rigoroso na escolha das palavras. A imprensa fala sempre em
“manifestantes”, “militantes”, “estudantes”, “desabrigados” e até em
“camponeses” – nunca, em nenhum caso, são “invasores”. Não fala mais “favela”,
palavra hoje condenada como preconceituosa, elitizante e fascista; tem de ser
“comunidade”. A imprensa brasileira continua falando do golpe militar de 1964
como se fosse algo que aconteceu ontem, e alerta para os “perigos” de se
voltar, a qualquer momento, à mesma situação; esquece que só tinham chegado à
maioridade, em 1964, pessoas que têm hoje pelo menos 70 anos de idade.
Nossa
mídia dá a entender, cada vez mais, que ter um automóvel é uma falha moral – e
que o importante, hoje, não é a propriedade, e sim o uso do veículo. Jamais lhe
ocorre que para milhões de brasileiros o carro é um instrumento de liberdade, e
sua propriedade um sonho individual importante. Ao contrário da imprensa, a
população não acha que o problema do Brasil é ter gente demais na cadeia; acha
que é ter gente de menos. Não acha que o principal problema da segurança
pública seja a polícia – acha que são os bandidos. Não acha que a fé evangélica
seja uma ameaça. [E talvez não ache o criacionismo uma bobagem e a arca de Noé
história da carochinha, como tentou apresentar o programa “Fantástico”.
Confira.]
Dá
para escrever um “Manual de Redação” inteirinho com essas regras. Só que não
são as regras do público.
(J.R. Guzzo, Veja)
Atriz realiza tratamento em centro médico adventista
terça-feira, dezembro 27, 2016
adventismo, saúde, vídeos
O
programa Domingo Espetacular da Rede Record mostrou neste
último domingo a luta de uma das maiores comediantes do Brasil. Cláudia
Rodrigues sofre de uma grave doença e optou por começar um tratamento
experimental. Ela esteve por um mês no Centro Médico de Vida Saudável (CEVISA), e além de ter uma melhora que apenas
1/4 dos portadores de esclerose consegue, ela também se sente disposta e animada.
O CEVISA coloca em prática os conselhos de saúde da Igreja Adventista
do Sétimo Dia, que observa uma rotina de hábitos saudáveis, comunhão com Deus,
bons relacionamentos interpessoais e terapias naturais. É com exercícios
físicos, workshops de saúde que
realmente despertam consciência para a saúde, alimentação funcional, reeducação
alimentar, ar puro, luz solar, entre outros “remédios”, que essa clínica
conquista seus resultados.
(Com informações de
Megaphone Adventista)
E-mails que nos alegram (65)
terça-feira, dezembro 27, 2016
“Querido
irmão, espero que esteja de boa saúde você e sua família. Sou Noel Carlos
Cabrita De Carvalho, moçambicano, conheci a Cristo num passado recente (2012),
e, com muita vontade de conhecer a verdade por mim (longa história), no mesmo
ano, nas minhas pesquisas, encontrei seu blog www.criacionismo.com.br. Como estava
a terminar a faculdade pedagógica no curso de ensino de Biologia da Beira, foi
interessante conhecer seu blog, porque em muito me atualiza, não só dos
assuntos acadêmicos da área, mas em muito do que nos interessa como adventistas
do sétimo dia para o crescimento espiritual. Assisti e tenho assistido seus
vídeos como ‘Decreto Dominical: Cenários possíveis’, ‘Metamorfose’, ‘A mídia e a mulher’, entre outros. Sempre ou quase todos dias visito seu blog. Espero lhe
ver pessoalmente um dia, ou aqui ou na Jerusalém Celestial. Que Jesus continue
arquitetando sua vida junto com sua família para cumprir o propósito pelo qual
o chamou, aliás sua abordagem sobre o Santuário me ajudou muito (as sete
festas). Enfim, é muita coisa. Melhor ficar por aqui. Maranata!”
(Noel Carlos Cabrita De
Carvalho, de Moçambique)
segunda-feira, dezembro 26, 2016
“Fantástico” tenta desconstruir arca de Noé
segunda-feira, dezembro 26, 2016
bíblia, dilúvio, dinossauros, Michelson Borges, mídia
História bíblica vira circo midiático |
De
vez em quando, a mídia popular secular escancara seus preconceitos, suas
contradições e seus paradoxos. A título de comparação, quando a rede Globo de
televisão veicula reportagens sobre espiritismo, astrologia e/ou festas católicas que
envolvem romarias, adoração de imagens e coisas afins, geralmente o faz em tons
positivos, quase com reverência. Certa vez, em um programa matinal, a emissora
expôs a fé da apresentadora em sua peregrinação religiosa e em suas
demonstrações de penitência. A matéria foi exibida sem críticas, com todo o
respeito que, evidentemente, essas coisas merecem. Ocorre que esse respeito e
essa “imparcialidade” são relativos, e isso pode ser visto claramente quando o
assunto em questão são eventos ou conceitos bíblicos e, pior, quando o tema em
pauta é o criacionismo. Aí realmente mudam de tom, deixando claro que preferem
respeitar a crença na suposta influência dos astros e dos búzios, nas aparições
de supostas almas penadas e na pretensa energia mística de pedaços de madeira,
a acreditar que o Universo tenha sido criado pelo Deus da Bíblia e que as
histórias de Gênesis sejam factuais.
Vimos
um claro exemplo disso ontem à noite. Em pleno Natal, o programa semanal de
variedades “Fantástico” levou ao ar uma reportagem sobre a réplica da arca de
Noé construída no Estado do Kentucky, nos Estados Unidos. A seguir, vamos
analisar alguns pontos da reportagem que pode ser vista aqui. Confira também os links fornecidos ao longo do texto e que proveem conteúdo
adicional.
1. O
vídeo começa com a frase “qualquer criança conhece essa história”, numa
possível tentativa de logo de cara infantilizar o assunto. Sim, as crianças
conhecem a história de Noé, mas adultos também se dedicam ao estudo do tema, e
há muitas pesquisas sobre isso que poderiam ter sido mencionadas na matéria
(confira aqui e aqui).
2.
O repórter Felipe Santana mostra a cozinha da arca e diz que seus criadores
acreditam que a família de Noé era vegetariana, “apesar de ter muitos animais
dentro da arca”. Mas é evidente que deveriam ser vegetarianos, afinal, os
animais mantidos na embarcação (um par de animais “impuros” e sete pares de animais
“limpos”) eram um verdadeiro patrimônio, e, naquele momento, uma raridade. Se a
família de Noé se pusesse a comê-los, poderia acabar por extinguir algumas
espécies. É bom lembrar que a dieta originalmente determinada por Deus para os
seres humanos e para os animais foi a vegetariana. A permissão para comer carne veio somente após o dilúvio, em caráter de
emergência. Daí a quantidade maior de animais liberados para consumo humano (ou
“limpos”).
3.
O repórter diz, também, que os criadores da arca não acreditam que animais possam
ter sido extintos pela seleção natural. Não sei de onde ele tirou isso, pois os criacionistas acreditam, sim, nos
efeitos da seleção natural e em seu potencial de eliminar organismos menos adaptados às condições em que
vivem. Não acreditam é no poder “criador” às vezes atribuído à seleção natural,
como mecanismo promotor de evolução. Como o nome já diz, ela apenas seleciona o
que já existe, mas não promove aprimoramentos que dependeriam de novos aportes
de informação complexa e específica, o que é cientificamente improvável, pois informação
depende de uma fonte informante.
4.
A matéria comete o erro clássico de confundir ciência com cientistas, e
afirma que a evolução é “a teoria mais aceita pela ciência”. A ciência não “aceita”
nada, não “pensa” nada, não “supõe” nada. Ciência é método, é ferramenta, é um ótimo recurso não inventado pelo ser humano, mas usado por
ele para compreender a realidade que o cerca. Os cientistas (com toda a sua
subjetividade, suas crenças e seus pressupostos) é que “aceitam”, “pensam” e “supõem”.
Assim, o correto seria dizer que a evolução é a teoria mais aceita por muitos
cientistas, não todos, afinal, há aspectos dessa teoria que sequer são
científicos (são filosóficos) e há muitos cientistas que não aceitam todos os
aspectos do evolucionismo, justamente por não serem científicos. A matéria do “Fantástico”
simplifica demais a questão e promove o clássico ufanismo darwinista.
5. Citam
o conhecido exemplo do pescoço da girafa e afirmam que as mais altas foram
selecionadas pelo fato de conseguirem alcançar as folhas verdes do alto das
árvores. E os animais que não dispunham de pescoções, como “se viravam”? Por
que não se tornaram extintos? E os mecanismos complexos de que a girafa dispõe
para poder viver com aquele pescoção (confira aqui)? Teriam “surgido” assim complexos nas girafas altas e não nas mais
baixas? Nas baixas seria desnecessário. Nas altas seria vital desde o princípio,
pois a girafa não sobreviveria sem esses mecanismos. Fica fácil apresentar uma
teoria simplificando tudo como se fosse uma historinha para crianças (e tiveram a coragem de começar a
matéria dizendo que a arca de Noé é história infantil!).
6. Em
seguida, Santana diz que o “pessoal” (intenção de descredibilização?) que criou
a arca acredita no criacionismo, segundo o qual “tudo” e “todos” foram feitos
por Deus. Outra simplificação generalista. Criacionistas não acreditam, por
exemplo, que Deus criou o tubarão, o leão e o mosquito Aedes aegypti do jeito que são. Deus criou os tipos básicos de
animais e estes passaram por modificações morfológicas, fisiológicas e
comportamentais. Sofreram diversificação de baixo nível, de modo que os seres
vivos que hoje habitam a Terra (nós, inclusive) são descendentes modificados
das primeiras criaturas. Criacionistas não
são fixistas, como
tenta afirmar nas entrelinhas a matéria do “Fantástico” (confira material
adicional aqui, aqui, aqui e aqui).
7.
Santana diz que, para trabalhar na arca do Kentucky, é proibido ter outra
religião, ser a favor do aborto ou ser gay. É evidente que é preciso haver identificação
do funcionário com a ideologia que ele vai defender. Ou são permitidos em
universidades públicas professores criacionistas para lecionar a cadeira de
Evolução, por exemplo? Michael Behe, em seu livro A Caixa Preta de Darwin, conta o caso de um cientista que perdeu a chance de assinar uma
coluna sobre ciência em um grande jornal norte-americano pelo simples fato de
ter dito que acredita no Gênesis. Por que a reportagem tenta destacar o que
seria um tipo de preconceito criacionista, ao passo que ignora situações
semelhantes “do outro lado”?
8.
Pouco depois da metade do vídeo, é apresentada aquela que é considerada a maior
polêmica relacionada com a réplica da arca: a presença de dinossauros a bordo. Na sequência do erro
cronológico de dizer que a Bíblia localiza a história da arca há seis mil anos
vem outro erro conceitual: Santana diz com ênfase na narração que “a ciência
acredita que os dinossauros foram extintos há 65 milhões de anos”. Já vimos que
a ciência não acredita em nada. Quem
acredita são os cientistas. Pelo menos Santana utilizou o verbo correto: “acredita”.
Sim, porque, apesar do relativo consenso, não é unanimidade entre os cientistas
que os dinossauros tenham vivido e se tornado extintos há tantos milhões de
anos. O “Fantástico” perdeu a oportunidade de discutir e esclarecer esse
assunto. Na verdade, acabaram por complicar ainda mais. Depois de Santana afirmar
categoricamente que “isso aqui nunca aconteceu”, referindo-se à presença de
dinossauros na arca, a matéria exibe enquetes com pessoas mal informadas sobre
criacionismo, que dão respostas superficiais, e, em seguida, traz uma
entrevista com o doutor em biologia genética pela Universidade de Harvard Nathanael
Jeanson. Ele menciona a descoberta de tecidos moles em fósseis de dinossauros e
pergunta como isso é possível, se esses fósseis têm tantos milhões de anos? Na
busca de resposta, Santana entrevistou Alexander Kellner, pesquisador do Museu
Nacional do Rio de Janeiro, que simplesmente se limitou a explicar o processo
de fossilização, quando matéria orgânica é substituída por minerais. Nada disse
ou explicou sobre a presença de tecidos moles não fossilizados nesses fósseis
supostamente tão antigos – isso, sim, é fantástico! Mas o “Fantástico” ficou
devendo essa explicação aos seus telespectadores. (Leia mais sobre os achados
de tecidos moles em fósseis de dinossauros. Clique aqui.)
9.
Santana afirma também que, “segundo a ciência, o homem nunca viveu no mundo dos
dinossauros”. Nem vou repetir que a ciência não diz nada (ops! Já repeti), vou
apenas dizer que existem, sim, evidências da convivência entre humanos e dinos
(confira aqui e aqui). O que ocorre é que, infelizmente, os cientistas evolucionistas e setores
da mídia comprometidos com a cosmovisão naturalista-darwinista ou ignoram essas
evidências ou as minimizam, porque não se encaixam em seu modelo conceitual
preestabelecido.
10.
Santana diz que a instituição que construiu a arca quer que o criacionismo e o
evolucionismo sejam ensinados nas escolas, a fim de que os alunos conheçam os
argumentos de ambos os lados e possam decidir em que acreditar. Há algo de
errado nisso? Não é no ensino do contraditório que realmente se pode aprender,
e aprender a pensar, inclusive? Por que esse receio de promover a discussão
crítica das insuficiências da teoria da evolução? (Na verdade, essa é
exatamente a proposta de entidades como a SCB e deste blog, que não apoiam o
ensino do criacionismo em escolas públicas. Saiba por quê.)
11.
A reportagem termina com estas palavras do repórter: “Com uma estrutura deste tamanho [a arca], eles querem tentar convencer
que a deles é a história certa. E você? Em qual você acredita?” Mas o que a
matéria passa é a seguinte ideia: “O evolucionismo é sinônimo de ciência, o
criacionismo é essa bobagem que lhe mostramos. Em que você acredita?” A reportagem
comete o clássico equívoco “vendedor de jornais” de apresentar a ciência em
conflito com a religião, sem mencionar que ambas podem andar juntas e em
harmonia, mesmo com metodologias distintas (confira aqui, aqui, aqui, aqui e
aqui).
O
lado bom da matéria (porque nem tudo são espinhos) é que deram certa
visibilidade ao criacionismo e chamaram a atenção dos telespectadores para o
assunto do dilúvio e da arca de Noé. Que cada um
busque as informações corretas a fim de formar sua opinião. Para a infelicidade
de certos setores da mídia, hoje a informação e os dados estão mais disponíveis
para os que desejam conhecer a verdade.
Michelson Borges
Assista também à entrevista com o geólogo Dr. Nahor Neves de Souza Jr. e ao vídeo "Origens dos Dinossauros" (compacto).
Conheça o livro Terra de Gigantes, sobre o dilúvio e os dinossauros (clique aqui).
Assista também à entrevista com o geólogo Dr. Nahor Neves de Souza Jr. e ao vídeo "Origens dos Dinossauros" (compacto).
Conheça o livro Terra de Gigantes, sobre o dilúvio e os dinossauros (clique aqui).
E-mails que nos alegram (64)
segunda-feira, dezembro 26, 2016
“Bom
dia, Michelson. Que Deus banhe abundantemente você e sua família com Seu Santo
Espírito e Amor. Me chamo Diogo, fui batizado na Igreja Adventista há apenas dois
anos, aqui em Juazeiro do Norte. Acompanho seu blog há uns seis anos, e nosso
Deus, por meio de sua dedicação, me fez abrir os olhos para a realidade de um
mundo caído, porém, que será restabelecido.
“Minha
profissão é projetista de móveis e interiores de ambientes, e ao ver seu
trabalho, pude perceber que realmente, para longe de qualquer
questionamento, este mundo foi projetado. Quando vamos desenvolver
projetos, sempre pensamos nos usuários dos ambientes, na função e nas
peculiaridades, beleza, funcionalidade, durabilidade, matéria-prima, etc. Nada
é aleatório, e é exatamente o que você apresenta aqui: um Deus que pensou
antes de fazer e resolveu cada detalhe, desde a matéria-prima até suas
peculiaridades, tudo bem resolvido, bem ajustado, e tudo fez com
proposito e maestria.
“Não
bastasse isso, seu trabalho ainda nos mantém antenados no termômetro
escatológico, trazendo informações atuais sob a ótica das profecias, nos
mantendo alerta e revelando temas como ECOmenismo, terrorismo, feminismo,
que têm tudo a ver com os últimos dias e como eles interferem em nossa
vida e em nossa pregação.
“Primeiramente,
obrigado pelo seu belíssimo trabalho; ele traz honra ao nosso Deus. Gostaria de
compartilhar o que venho percebendo em nossas igrejas, que é a crescente
declaração de adventistas do sétimo dia serem socialistas ao mesmo
tempo. Sei do delicado momento da política nacional e mundial que estamos
passando, e também percebo preferencias políticas distintas em nosso meio. Todos
têm uma opinião para a situação, alguns assustados, outros mais
otimistas. A política se tornou um assunto popular, inclusive entre nossos
amados membros. Mas o que me preocupa são as ideologias e as pequenas
concessões...
“Sei
também que em nosso país está cada vez mais difícil apontar para longe de qualquer
questionamento um político com caráter louvável, com ideias que contribuam para
o propósito de Deus. Por causa dessa dificuldade, estamos escolhendo defender o
‘menos pior’ e, com isso, as portas para o erro ganham possibilidades que antes
não tinham.
“Falo
isso por conta das ideologias socialistas que ganham força pela declaração de
minorias e menos favorecidos, porém, vêm com uma carga totalmente imoral, e nós
não estamos percebendo isso. Fico pensando se essa foi mais uma forma que
o inimigo encontrou de nos afastar de Deus. Estamos cegos, somos ludibriados,
pois, defendendo proposito louvável, estamos abrindo as portas para o inimigo e
apontando soluções para todos os problemas em sistemas de governo humanos,
quando devíamos estar mais preocupados com o evangelho.
“Como
verdadeiramente combater isso? Não devemos falar de política em púlpito, mas
doutrinas marxistas não são meras politicas socioeconômicas. É um assunto
muito delicado. Compartilhei os vídeos da Paula Marisa (que conheci por
meio do seu blog) nos grupos de discursão, mas a ideia de o socialismo ser
algo doentio por conta de suas concessões é absurda aos olhos de muitos. Sua
palestra ‘Cosmovisões em Conflito’ é surpreendente, mas nem todos querem dedicar
tempo ao assunto.
“Michelson,
muita paz e um novo ano para a glória do Senhor. Um dia nos encontraremos, se
não aqui, lá no Céu.”
(Diogo Oliveira, de
Juazeiro do Norte, Cariri)
sexta-feira, dezembro 23, 2016
O primeiro Natal da minha nova vida
sexta-feira, dezembro 23, 2016
devocional, testemunho
Ele veio para nos salvar |
Aquele poderia ter sido mais um Natal que teria passado praticamente despercebido, envolvido pelo clima de consumismo. Mas meus sentimentos foram impressionantemente arrebatados para pensar no Deus que Se fez homem; no Deus que Se tornou bebê! Eu havia completado 15 anos no dia 23 de dezembro e, como era tradição de adolescente naquela época, fui escrever em um diário que tinha recebido de presente. Como a data inspirou o assunto, me vi completamente absorta tentando compreender por que Jesus viveu neste mundo. Por que Ele morreu daquela maneira?
Lágrimas corriam pelo meu rosto ao imaginar as cenas do sacrifício de Jesus. Mas eu não entendia como Ele havia nos salvado, Se o mundo continuava (e continua) o mesmo – cheio de dor e maldade. Fiquei com dó, achando que a “tentativa” de Deus não tinha dado certo... Eu realmente não conhecia o plano de salvação. E como poderia conhecer?
Nos meses seguintes, Deus providenciou para que várias circunstâncias me levassem a ler a Bíblia pela primeira vez. Depois Ele enviou dois mensageiros para responder as infindáveis perguntas que haviam se formado em minha mente. Não foi um processo fácil, porque nós mesmos dificultamos as coisas e relutamos em aceitar e confiar que o caminho que Deus nos propõe é o melhor. Depois de tanto me debater e sofrer, finalmente me entreguei a Jesus e experimentei a paz. Pude constatar que Suas promessas nunca falham.
O plano da salvação, o nascimento de Jesus, Sua morte, tudo aconteceu exatamente como tinha que ser. Mas o plano ainda não terminou. Realmente, tudo o que Ele fez seria em vão se Ele não fosse voltar para buscar Seus filhos (João 14:1-3). Ainda estamos cumprindo partes desse plano em nossa vida, e logo veremos o desfecho dos propósitos de Deus, quando estaremos com Ele para sempre, sem a sombra da dor e da maldade.
Faz 25 anos que ouvi a voz do Espírito Santo me convidando a pensar no verdadeiro sentido do Natal. A voz dEle se tornou muito familiar ao longo desses anos e neste Natal só tenho que agradecer por Sua presença, por Seu tão grande amor que me faz conhecer meu Deus, meu Salvador, que decidiu nascer aqui e dar a vida por mim.
(Débora Borges é pedagoga e pós-graduada em Aconselhamento Familiar)
quinta-feira, dezembro 22, 2016
Qual a origem do Natal? Devemos celebrá-lo?
quinta-feira, dezembro 22, 2016
Michelson Borges, religião
Nasceu o menino-Deus! |
O
bispo Romano Libério foi quem instituiu oficialmente a celebração do Natal, no
ano 354 d.C. Tempos depois, especialmente no Ocidente, a data se fundamentou
como uma tradição religiosa e não religiosa. Talvez a maior dúvida esteja relacionada
à data do festejo, uma vez que ele é direcionado ao nascimento de Jesus. É
importante ressaltar que a data de 25 de dezembro não foi escolhida como
princípio cronológico, mas como mero símbolo permeado por motivos cristãos. A
alusão de Cristo simbolizado como o Sol da justiça (Ml 4:2) e a luz do mundo
(Jo 8:12), e as primeiras celebrações da festa na colina vaticana – onde os
pagãos tributavam homenagem às divindades do Oriente – expressa, na verdade, o
sincretismo das festividades pagãs adotadas por Constantino e absorvidas pelos
cristãos.
Segundo
historiadores, a razão mais plausível para a adoção de 25 de dezembro se deu
porque a data coincidia com a festa pagã dos romanos dedicada ao nascimento do Sol
inconquistado, o solstício do inverno. No mundo romano, a Saturnália, que no
passado era comemorada em 17 de dezembro, era um período de alegria e troca de
presentes. Costume que hoje ocorre nos períodos relativos às festas natalinas.
A data de 25 de dezembro também foi conhecida como o nascimento do famoso e
misterioso deus iraniano Mitra, o sol da virtude. Do ponto de vista histórico,
a razão da escolha da data, para se comemorar o dia do nascimento de Jesus,
parece misteriosa, mas não é mistério algum quanto aos variados significados
pagãos em torno desse dia festivo. Quanto às confraternizações, no ano novo
romano, comemorado em 1º de janeiro, havia o hábito de enfeitar as casas com
folhagens e dar presentes às crianças e aos pobres. Acrescentaram-se a esses
costumes os ritos natalinos germânicos e célticos, quando as tribos teutônicas
penetraram na Gália, na Grã-Bretanha e na Europa central. A acha de lenha, o
bolo de Natal, as folhagens, o pinheiro, os presentes e as saudações
comemoravam diferentes aspectos dessa festividade.
O
fato de a festividade de Natal estar misturada com elementos pagãos torna
proibitiva sua celebração pelos cristãos? Não poderíamos utilizar a data de
maneira a aproximar as pessoas de Jesus?
Alguma
confusão tem sido levantada quanto ao que Ellen White escreveu sobre o Natal.
Normalmente, seus escritos são erradamente procurados numa tentativa de provar
a opinião pessoal e não tanto para perceber o que ela quis aconselhar. Cremos
que seria de grande valia fazer uma leitura ampla, abrangente acerca de como devemos
nos comportar nessa época.
“O
dia 25 de dezembro é supostamente o dia do nascimento de Jesus Cristo, e sua
comemoração tem se tornado costumeira e popular. Porém, não há certeza de que
se esteja celebrando o verdadeiro dia do nascimento de nosso Salvador. A
história não nos dá certeza absoluta disso. A Bíblia não nos informa a data
precisa. Se o Senhor tivesse considerado esse conhecimento essencial para nossa
salvação, teria Se pronunciado através de Seus profetas e apóstolos, para que
pudéssemos saber tudo a respeito do assunto. Mas o silêncio da Bíblia sobre
esse ponto nos mostra que ele nos foi ocultado por razões sábias. [...] Ele
ocultou o dia preciso do nascimento de Cristo, para que o dia não recebesse a
honra que deve ser dada a Cristo como Salvador do mundo. Ele é quem deve ser
recebido, em quem se deve crer e confiar como Aquele que pode salvar
perfeitamente todos os que vão a Ele. A adoração deve ser prestada a Jesus como
o Filho do infinito Deus” (Ellen G. White, Review
and Herald, 9 de dezembro de 1884).
Esse
texto deixa perfeitamente claro que não é vontade de Deus que o dia em si
receba alguma homenagem ou deferência especial; pelo contrário, fica nítida a
intenção de desviar a atenção do dia e focá-la em Cristo. Assim, perguntamos: Quer
isso dizer que devemos ignorar completamente a data em que o mundo assinala o
nascimento de Jesus? Eis a resposta:
“Sendo
que o dia 25 de dezembro é lembrado em comemoração ao nascimento de Cristo, e
sendo que as crianças têm aprendido por palavras e exemplo que esse é um dia de
alegria e contentamento, será difícil passar por alto esse período sem lhe dar
alguma atenção. Ele pode ser utilizado para um bom propósito. As crianças devem
ser tratadas com muito cuidado. Não devem ser deixadas no Natal a buscar seus
próprios divertimentos em prazeres vãos, em diversões que prejudicarão a
espiritualidade. Os pais podem controlar essa questão voltando a mente e as
ofertas dos filhos para Deus e a salvação de pessoas. O desejo de divertimentos
não deve ser contido e arbitrariamente sufocado, mas guiado e dirigido por meio
de paciente esforço da parte dos pais. O desejo de dar presentes deve ser bem
conduzido para levar bênçãos ao próximo graças à manutenção do dinheiro na
grande e ampla obra para a qual Cristo veio ao mundo. Altruísmo e espírito de
sacrifício marcaram Sua conduta. Que isso também caracterize os que afirmam
amar a Jesus, porque nEle está centralizada nossa esperança de vida eterna” (Ellen
G. White, Review and Herald, 9 de
dezembro de 1884).
Percebemos
que seria uma tarefa quase impossível esconder a ocasião, tanto de nós como de
nossos filhos. Portanto, a data pode ser assinalada através de atos de
altruísmo, beneficência, honra e louvor a Deus. O texto anterior menciona,
inclusive, o uso de presentes. Essa ideia é desenvolvida no seguinte texto:
“Como
os magos do passado, vocês podem oferecer a Deus seus melhores presentes e
mostrar por suas ofertas a Ele que apreciam o Presente dado por Ele a um mundo
pecaminoso. Levem os pensamentos de seus filhos ao longo de um caminho novo,
altruísta, motivando-os a apresentar ofertas a Deus pela dádiva de Seu único
Filho” (Ellen G. White, Review and Herald,
13 de novembro de 1894).
De
acordo com o relato bíblico, quando do nascimento de Jesus, foi Ele quem
recebeu os presentes. Semelhantemente, podemos ensinar a nossas crianças que o
primeiro e melhor presente que tivermos pode e deve ser entregue a Deus,
colocando-O como objetivo maior até do que é material em nossa vida, e usando
isso para avanço de Sua obra nesta Terra. Repare bem:
“Vocês
podem ensinar uma lição a seus filhos enquanto lhes explicam a razão por que
fizeram uma mudança no valor dos presentes deles. Digam que vocês percebem que
têm até então pensado mais no prazer deles do que na glória de Deus. Digam-lhes
que têm pensado mais em seu próprio prazer e satisfação deles e em se manter em
harmonia com os costumes e tradições do mundo, em dar presentes aos que não
necessitam deles, do que em ajudar no progresso da missão dada por Deus” (Ellen
G. White, Review and Herald, 13 de
novembro de 1894).
Essa
é a postura correta, da qual Deus Se agrada, não apenas no lar, mas também na
igreja, incluindo com o uso da tradicional árvore de natal. Leia atentamente a
constatação disso:
“Deus
Se alegraria muito se, no Natal, cada igreja tivesse uma árvore de Natal sobre
a qual pendurar ofertas, grandes e pequenas, para esses locais de adoração. Têm
chegado a nós cartas com a pergunta: ‘Devemos ter árvores de Natal? Não seria
isso imitar o mundo?’ Respondemos: Vocês podem fazer isso à semelhança do
mundo, se escolherem isso. Mas podem fazê-lo de modo muito diferente. Não é
pecado selecionar um pinheiro e pô-lo em nossas igrejas, mas o pecado está no
motivo que induz à ação e no uso que é feito dos presentes postos na árvore. [...]
Os galhos dela devem estar carregados com o fruto de ouro e prata da bondade de
vocês, e apresentem isso a Deus como seu presente de Natal. Que suas doações
sejam santificadas pela oração” (Ellen G. White, Review and Herald, 11 de dezembro de 1879).
Repare
bem que Ellen White não dá valor a árvores enfeitadas “à semelhança do mundo”,
ou seja, com luzes, fitas, bolas, estrelas, etc. Aquilo que agrada ao céu é ver
essas árvores cheias de ofertas para a casa de Deus, Sua obra, os carentes e
necessitados. Ainda assim, algumas pessoas têm mantido a ideia de que ter uma
árvore de natal seria uma paganização dos locais de culto a Deus. Além do texto
anterior, essa ideia é contrariada por esta declaração:
“Os
pais não devem pensar que uma árvore de Natal posta na igreja para alegrar os
alunos da Escola Sabatina seja pecado, pois pode ela ser uma grande bênção.
Falem às crianças sobre bondade e generosidade. O mero divertimento não deve
ser o objetivo dessas reuniões. Embora possa haver alguns que transformarão
essas reuniões em momentos de frivolidade, e cuja mente ainda não foi tocada
por Deus, para outros essas reuniões trarão grande bem. Tenho certeza de que
pode haver substitutos sadios para muitas reuniões que, de outra forma, seriam
impróprias” (Ellen G. White, Review and
Herald, 9 de dezembro de 1884).
A
existência de uma árvore de Natal dentro da igreja, enfeitada com o critério
que vimos anteriormente, diferentemente do habitual pelo mundo afora e usada
para um bem maior que não frivolidades e futilidades, pode ser de muito
enriquecimento moral e espiritual para os membros da igreja, especialmente para
as crianças.
Em
resumo, podemos concluir com toda a segurança que os conselhos que Ellen White
deixou sobre o Natal indicam não propriamente uma celebração da ocasião, mas,
sim, um aproveitamento da data, das festividades, para falar e testemunhar
sobre Jesus, prestando-Lhe as honras que Lhe são devidas.
O
nascimento de Jesus é uma história bíblica. Esta é uma ocasião para apresentar
o que a Bíblia diz sobre esse acontecimento, incluindo as impressionantes
profecias que o anunciaram com séculos de antecedência. É uma ocasião para
falar de toda a vida de Jesus, desde o nascimento, Seu ministério, Sua morte e
ressurreição. É uma ocasião para ensinar às crianças princípios de bondade e
altruísmo. E, ao contrário do que muitos parecem insistir, é uma excelente ocasião
para nos distanciarmos das práticas do mundo e preservarmos uma santa e
apreciada adoração ao Deus do Céu e a Seu Filho que Ele enviou para nos salvar.
Deus
mesmo nos deu exemplo de como aproveitar datas e elementos pagãos e/ou religiosos para pregar o
evangelho (com bom senso e sabedoria, claro). Lembra-se da estátua de Daniel 2?
Deus usou um elemento típico da cultura do rei Nabucodonosor a fim de
impressionar o monarca, chamar a atenção dele e tornar a mensagem mais
compreensível: uma estátua pagã. Lembra-se da parábola do rico e Lázaro? Jesus
Se valeu de uma crendice da época para transmitir uma mensagem que, claro, nada
tinha que ver com o dogma da imortalidade da alma. Isso se chama contextualizar a mensagem. Seguindo
esses e outros exemplos bíblicos, podemos e devemos utilizar elementos lícitos
e apropriados da nossa cultura para comunicar as verdades e os princípios do
evangelho. É o que a Igreja Adventista faz, por exemplo, na época da chamada
Semana Santa. Os estudantes da Bíblia sabem que, depois da morte de Cristo, o “Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo”, a celebração da Páscoa se tornou
desnecessária. No entanto, sabendo que, nessa época do ano, as pessoas estão
mais voltadas para temas espirituais, a igreja realiza séries de pregações e procura
levar a mente das pessoas para a realidade da morte de Jesus, da salvação e da
promessa de Sua vinda.
Por
que não fazer algo parecido no Natal? Por que não realizar um culto de gratidão
com os parentes que estiverem em sua casa? Que tal cantar hinos natalinos na
chamada “noite de Natal” e elevar a Deus uma prece de gratidão pelo grande
presente que o Céu nos ofertou? Que tal, nessa data, presentear com livros que
falem sobre Jesus, como O Desejado de
Todas as Nações ou o Vida de Jesus,
por exemplo? Em lugar de satanizar a data, como fazem alguns, criando ainda
mais aversão à nossa mensagem, aproveitemos o momento para falar do Deus
encarnado na pessoa de Jesus Cristo e do profundo significado de Seu nascimento
lá em Belém, cerca de dois mil anos atrás.
(Gilberto Theiss, Filipe Reis e Michelson Borges)