De acordo com a teoria da evolução, a vida teria surgido há mais de três bilhões de anos, numa “sopa primordial” que nada mais era que o nosso oceano “temperado” com aminoácidos e outras moléculas orgânicas. A partir dessas primeiras moléculas, a vida teria evoluído em suas diversas formas, através do mecanismo da seleção natural proposto por Charles Darwin. Inclusive a própria definição de vida, de acordo com a Agência Espacial Americana (NASA) deixa muito claro o viés evolucionista ao declarar que “a vida é um sistema químico autossuficiente com a capacidade de ter uma evolução darwiniana”. É importante deixar muito claro que, ao contrário do que a narrativa evolucionista afirma como fato, as hipóteses sobre a origem da vida na Terra estão apenas no campo das ideias, sendo uma questão que ainda está em aberto e continuará dessa forma.[1] Isso porque qualquer tipo de hipótese a respeito da origem inorgânica da vida ao acaso num passado distante não pode ser testada empiricamente, ou seja, com experimentos em laboratório. Além disso, eventos que teriam acontecido no passado não podem ser reproduzidos, observados, testados e repetidos. Portanto, considerando o próprio conceito de ciência aceito hoje, hipóteses sobre a origem da vida não podem ser falseadas, não podendo ser consideradas científicas.
Além de considerar a hipótese de que a vida teria surgido de forma espontânea em nosso planeta, cientistas têm explorado outras ideias. Desde a criação do programa Search for Extraterrestrial Intelligence [Busca por Inteligência Extraterrestre, em português] (SETI) da NASA, nos anos 1970, temos visto muitas iniciativas de diversas agências pelo mundo na tentativa de encontrar vida em outros lugares do espaço. São lançadas sondas espaciais, realizados estudos com imagens de telescópios e outros equipamentos de última geração. Até agora, não temos qualquer evidência conclusiva de que exista vida em outro lugar do cosmo que não seja na Terra. Alguns cientistas querem até mesmo mudar o conceito de vida para forçar uma grande descoberta científica, já que encontrar vida como conhecemos em nosso planeta tem sido uma tarefa muito desafiadora.[2]
Mas por que procurar vida em outros lugares do espaço? Se pensarmos pela perspectiva da teoria da evolução, duas respostas principais a essa pergunta se destacam: encontrar vida em outro planeta pode ajudar a entender como a vida teria surgido aqui na Terra, ou encontrar vida em outro planeta pode esclarecer dúvidas sobre como a vida poderia ter chegado aqui, já que existem alguns cientistas que acreditam que a vida ou as primeiras moléculas orgânicas teriam vindo ao nosso planeta na “carona” de um meteoro, uma ideia conhecida como panspermia cósmica.
Levando em conta esses aspectos, astrobiólogos consideram a presença de água em um planeta que orbita uma estrela nos mesmos moldes do nosso Sol como condições determinantes para a existência de vida. Pesquisadores da Universidade de Nápoles e do Observatório Astronômico Capodimonte estudaram níveis de luz recebidos por dez exoplanetadas (planetas que estão fora do nosso sistema solar) potencialmente habitáveis, que estão na órbita de diferentes tipos de estrelas, e falharam em encontrar condições similares às da Terra. Considerando até mesmo o mais simples dos planetas pelos padrões terrestres, é necessário ter ampla luz solar, mas não qualquer tipo de luz. É preciso lembrar que organismos fotossintetizantes (que de acordo com a teoria da evolução foram fundamentais na modificação da atmosfera e produção de oxigênio) precisam de luz com a frequência exata e a correta quantidade de energia para transformar dióxido de carbono em glicose. Um desequilíbrio dessas condições destruiria prováveis proteínas já existentes. Ao testar a hipótese de que existiria tal estrela com a capacidade de emitir essa energia, os pesquisadores descobriram que condições similares às da Terra encontradas em outros planetas podem ser bem menos comuns do que eles imaginavam. Dentre os planetas considerados no estudo, nenhum deles teria condições suficientes de produzir um sistema fotossintético capaz de fazer o ciclo do carbono acontecer, como o que encontramos aqui.[3] Até parece que todas essas condições foram planejadas para que a existência e a manutenção da vida fossem possíveis, não é mesmo?
É interessante perceber que quanto mais pesquisas são feitas, mais a teoria da evolução parece estar enfraquecida e a ideia de um ser inteligente que planejou todas as coisas se fortalece. Ao lançar seu livro Alone in the Universe: Why Our Planet is Unique (Sozinhos no Universo: Por que Nosso Planeta É Único), o astrofísico John Gribbin acredita ser difícil a possibilidade da existência de vida em outro planeta do sistema solar, e diz ser impossível encontrar vida “complexa e inteligente como em nosso planeta”. Ele também afirma que a possibilidade de encontrar “ETs” é “baseada mais na fé do que na ciência”, e que “a vida em galáxias distantes não é palpável para nós”.[4]
Como disse um grande cientista do século 19, Louis Pasteur: “Pouca ciência nos afasta de Deus. Muita, nos aproxima.”
(Maura Brandão é bióloga e doutora em Ciências)
[1] https://cienciahoje.org.br/artigo/quando-a-vida-surgiu-no-universo/
[4] https://veja.abril.com.br/ciencia/nao-adianta-procurar-vida-inteligente-fora-da-terra/