quinta-feira, abril 29, 2021

Deus e as leis físicas

A Bíblia ensina que Deus é o autor e mantenedor de tudo o que existe de fundamental, inclusive das leis físicas. Em Hebreus 1:2 e 11:3 (no original grego), Ele é retratado como Construtor do próprio tempo; o que exatamente isso significa está além da intuição humana e passa por assuntos como a dependência lógica que desempenha na eternidade o papel que a causalidade desempenha no tempo.

Trata-se de um assunto vasto, complexo, bastante longe do cotidiano humano e, portanto, na faixa de temas em que a “razão” humana e, por conseguinte a Filosofia, costumam falhar. Felizmente, porém, desde a descoberta da Ciência como metodologia matemática, as limitações da mente humana não são mais desculpas para a ignorância. Ao utilizarmos as ferramentas matemáticas da Ciência para entender tanto textos bíblicos quanto o mundo natural, todo um novo mundo descortina-se diante de nós e descobrimos que vários assuntos antes misteriosos tornam-se claros e acessíveis. Um desses assuntos é o da relação de Deus com Suas leis.

Questões importantes

Deus não pode ser limitado por leis físicas. Como criador e mantenedor, Ele não depende delas para existir. Diante dessas considerações, surgem algumas questões interessantes.

Será que Deus viola Suas leis físicas de vez em quando? Em que circunstâncias isso poderia ocorrer?

Os milagres mencionados na Bíblia seriam violações de leis físicas? Por exemplo, a ressurreição de Lázaro teria violado a segunda lei da Termodinâmica? A multiplicação de pães e peixes teria violado a lei da conservação de massa?

Precisamos conhecer todas as leis físicas para responder essas perguntas?

Até que ponto podemos usar conhecimentos de leis físicas para entender a ação de Deus no mundo natural?

Noções equivocadas sobre o que são leis físicas, como funcionam e como as descobrimos têm levado até mesmo pensadores famosos a conclusões incorretas sobre essas questões. Sabemos que essas conclusões são incorretas por gerarem consequências incompatíveis com fatos fundamentais conhecidos.

É importante entender que leis físicas não são acessórios opcionais do Universo, mas são as regras que definem a existência e o comportamento básico de tudo. Esse é um assunto muito mais profundo e com repercussões tremendas, tanto do ponto de vista físico quanto do ponto de vista teológico.

Entretanto, existem regularidades circunstanciais, muitas vezes também chamadas de leis, que mudam de acordo com as circunstâncias. Por outro lado, existem regras mais fundamentais que não mudam. São essas últimas que merecem nossa atenção especial.

Além disso, essas leis fundamentais não se prestam a ser completamente expressas em palavras, mas é possível expressá-las de maneira aproveitável em algumas linguagens formais (popularmente conhecidas como “linguagens matemáticas”). Raciocinar e obter conclusões com base em expressões verbais é um procedimento errado, pois induz uma série de erros.

Outro aspecto importante é o das maneiras que temos para descobrir leis físicas. Não se trata apenas de observar fenômenos, perceber regularidades e então imaginar generalizações (abordagem indutiva). Essa é a abordagem pré-científica. Desde o século 18, utilizamos uma abordagem dedutiva, isto é, partindo de um princípio geral mencionado na Bíblia, para obter as equações das leis físicas. Quem não conhece esses métodos da ciência tem uma ideia completamente falsa de como podemos conhecer e lidar com leis físicas, e tal desconhecimento aparece com frequência em argumentos que tocam no assunto do relacionamento de Deus com Suas leis, bem como supostas “escapadinhas” para violá-las de vez em quando.

Assim, antes de tentar responder diretamente às perguntas acima, é preciso lidar com outras mais básicas:

O que são leis físicas básicas?

Como podemos conhecer essas leis e com que grau de segurança?

Como podemos expressar essas leis de maneira aproveitável?

Como funcionam leis físicas e qual a principal diferença entre seu comportamento real e o imaginário popular?

Como umas poucas leis básicas podem gerar uma infinidade de comportamentos, incluindo leis dependentes de circunstâncias?

Qual o significado da violação de uma lei física básica?

A título de spoiler: não é possível um entendimento genuíno de leis físicas e seu funcionamento sem um domínio de equações diferenciais, mas é possível traduzir para uma linguagem qualitativa simples diversas informações sobre esse assunto.

A título de introdução a este tema, escrevemos um artigo avulso para livre distribuição com diversos esclarecimentos nessa área, o qual responde diretamente ou provê elementos para que o próprio leitor encontre respostas às questões que colocamos.

Clique aqui e faça o download do artigo.

(Eduardo Lütz é bacharel em Física e mestre em Astrofísica Nuclear pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

quarta-feira, abril 28, 2021

SCB relança o livro Inventando a Terra Plana

O livro Inventando a Terra Plana (Sociedade Criacionista Brasileira, 2020), de Jefrey Burton Russel, historiador e pesquisador da Universidade da Califórnia, mostra convincentemente que a ideia da Terra plana foi uma elaboração mais ou menos recente. Embora hoje se saiba que os europeus renascentistas tenham supervalorizado a ideia de que houve um período de mil anos de trevas intelectuais entre o mundo clássico e o moderno, Russel acredita que o erro da Terra plana não havia sido incorporado à ortodoxia moderna antes do século 19. “[Russel] descobriu o fio da meada nos escritos do americano Washington Irving e do francês Antoine-Jean Letronne [responsáveis pela posterior propagação do mito da Terra plana]. Mas sua disseminação no pensamento convencional ocorreu entre 1870 e 1920, como consequência da ‘guerra entre a ciência e a religião”, quando para muitos intelectuais na Europa e nos Estados Unidos toda religião tornou-se sinônimo de superstição e a ciência tornou-se a única fonte legítima da verdade. Foi durante os últimos anos do século 19 e os primeiros anos do século 20 que a viagem de Colombo tornou-se então um símbolo amplamente divulgado da futilidade da imaginação religiosa e do poder libertador do empirismo científico. […] os pensadores medievais, da mesma forma que os clássicos que os antecederam, criam na redondeza da Terra” (p. 10).

Irving (1783-1859) retocou a história para parecer que a oposição à viagem de Colombo se deveu ao pensamento de que a Terra fosse plana. Isso foi provado falso. A oposição se deveu, na verdade, à preocupação com a distância que os navegadores teriam que percorrer. A esfericidade da Terra não foi tema de discussão naquela ocasião.

O fato é que nem Cristóvão Colombo, nem seus contemporâneos pensavam que a Terra fosse plana. Não há uma referência sequer nos diários do navegador (e de outros exploradores) que levante a questão da redondeza da Terra, o que indica que não havia contestação alguma a esse respeito, na época. Assim, segundo Russel, é comum a regra de Edward Grant de que no século 15 não havia pessoas cultas que negassem a redondeza da Terra. No entanto, esse mito permanece até hoje, firmemente estabelecido com a ajuda dos meios de comunicação e dos livros didáticos. Com que interesse?

Para Russel, o mito da Terra plana pode ser rastreado até o século 19, especialmente a partir de 1870, à medida que autores de livros-textos se envolveram na controvérsia em torno do darwinismo. “No início do século [20] a força dominante subjacente ao erro [da Terra plana] foi o anticlericalismo do Iluminismo no seio da classe média na Europa, e o anticatolicismo nos Estados Unidos” (p. 35).

Antes disso, na Divina Comédia, o poeta Dante Alighieri (1265-1321) já apresentava o conceito de uma Terra redonda. Os filósofos escolásticos, incluindo o maior deles, Tomás de Aquino (1225-1275), conhecedores de Aristóteles, igualmente afirmavam a esfericidade da Terra.

No entanto, como os escolásticos e filósofos medievais se baseavam em Aristóteles e este defendia a esfericidade da Terra, os iluministas tiveram que arranjar outros referenciais para dizer que o mito se baseava neles. E os encontraram em Lactâncio (245-325 d.C.) e Cosme Indicopleustes, autor de Topografia Cristã (escrito entre 547 e 549 d.C.). Só que, segundo Russel, Lactâncio tinha ideias muito estranhas sobre Deus e não foi levado em consideração na Idade Média (na verdade, foi considerado herege) – até que os humanistas da Renascença o “ressuscitassem”, apregoando sua suposta influência. Indicopleustes, partindo de escritos de filósofos pagãos e interpretando erroneamente textos bíblicos poéticos, defendeu a ideia da Terra plana. Era ignorado, ao invés de seguido.

Detalhe: a primeira tradução de Cosme para o latim não foi feita senão em 1706. Portanto, como poderia ele ter tido influência sobre o pensamento ocidental medieval?

Russel arremata: “[Lactâncio e Cosme] foram símbolos convenientes a serem usados como armas contra os antidarwinistas. Em torno de 1870, o relacionamento entre a ciência e a teologia estava começando a ser descrito através de metáforas bélicas. Os filósofos (propagandistas do Iluminismo), particularmente [David] Hume, haviam plantado uma semente ao implicar que estavam em conflito os pontos de vista científicos e cristãos. Augusto Comte (1798-1857) havia argumentado que a humanidade estava laboriosamente lutando para ascender em direção ao reinado da ciência; seus seguidores lançaram o corolário de que era retrógrado tudo o que impedisse o advento do reino da ciência. Seu sistema de valores percebia o movimento em direção à ciência como ‘bom’, de tal forma que o que atrapalhasse esse movimento era ‘mau’. (…) O erro [da Terra plana] foi, desta forma, incluído no contexto de uma controvérsia muito maior – a alegada guerra entre ciência e religião” (p. 67, 77).

O próprio Copérnico (1453-1543), no prefácio de seu clássico trabalho De Revolutionibus, usou Lactâncio para ilustrar como a ignorância dos opositores à ideia da Terra esférica era comparável à dos que insistiam no geocentrismo. Curiosamente, Copérnico não diz que Lactâncio era típico do pensamento medieval. Esse prefácio foi enviado para o papa a fim de obter aprovação eclesiástica. Copérnico não atacaria Lactâncio e sua ideia da Terra plana, se a igreja estivesse de acordo com esse pensamento. O problema, como já vimos, teve que ver com o geocentrismo aristotélico versus heliocentrismo, e não com o formato da Terra.

Michelson Borges

Clique aqui e adquira o seu.



Rolamentos e mancais inspirados na cartilagem humana

Engenheiros desenvolveram um material que imita a cartilagem humana - o sistema de lubrificação e absorção de choques do corpo - mas que não foi feito para implantes médicos. Em vez disso, o novo material promete uma nova geração de rolamentos e mancais mais leves, mais duráveis e autolubrificantes. A cartilagem é um tecido fibroso mole encontrado ao redor das articulações que fornece proteção contra a carga compressiva gerada ao caminhar, mas também fornece uma camada protetora e lubrificante, permitindo que os ossos movimentem-se uns sobre os outros sem atrito.

Um dos truques da cartilagem para funcionar como amortecedor está em sua estrutura porosa, preenchida pelo líquido sinovial. Sob impacto, o líquido é "ejetado", ajudando a dissipar as forças. Rapidamente ela volta ao seu estado original, reabsorvendo o líquido e ficando pronta para a repetição do ciclo - a cartilagem é um material bifásico.

"Agora nós desenvolvemos um material para aplicações de engenharia que imita algumas das propriedades mais importantes encontradas na cartilagem, e isso só foi possível porque encontramos uma maneira de imitar a forma como a natureza o faz," disse o professor Siavash Soltanahmadi, da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

As tentativas anteriores de desenvolver um sistema de cartilagem sintética se concentraram no uso de hidrogéis, materiais que são bons para reduzir o atrito, mas têm um desempenho ruim quando submetidos à força de compressão, demorando a voltar ao seu estado inicial.

Os pesquisadores superaram esse problema criando um material poroso sintético feito de um hidrogel mantido em uma matriz de polidimetilsiloxano ou PDMS - um polímero à base de silicone.

O comportamento de carga do hidrogel retido na matriz de PDMS foi de 14 a 19 vezes maior do que no hidrogel sozinho, dependendo do teste. O módulo de elasticidade de equilíbrio do compósito foi de 452 kPa em uma faixa de deformação de 10% a 30%, próximo aos valores da cartilagem biológica.

Além da capacidade de carga, o material se comporta de forma mais eficiente do que muitos sistemas tradicionais de engenharia lubrificados a óleo, embora o material polimérico não resista a temperaturas tão elevadas quanto os metais.

"Existem muitas aplicações em engenharia para um material sintético que é macio mas pode suportar cargas pesadas com desgaste mínimo, como em rolamentos. Há potencial em toda a engenharia para um material que se comporta como a cartilagem", finalizou Soltanahmadi.

Bibliografia:

Artigo: Fabrication of Cartilage-Inspired Hydrogel/Entangled Polymer-Elastomer Structures Possessing Poro-Elastic Properties
Autores: Siavash Soltanahmadi, Nicholas Raske, Gregory N. de Boer, Anne Neville, Robert W. Hewson, Michael G. Bryant
Revista: Applied Polymer Materials
DOI: 10.1021/acsapm.1c00256

terça-feira, abril 27, 2021

Ser humano: uma espécie única

Em outubro de 2006, a revista
 Time publicou o artigo “Como nos tornamos humanos”. O texto diz o seguinte: “As pequeníssimas diferenças [na verdade, hoje se sabe que não são tão pequenas assim], esparramadas por todo o genoma, têm feito toda a diferença. Agricultura, linguagem, arte, música, tecnologia e filosofia – todas as realizações que nos fazem profundamente diferentes dos chimpanzés e que fazem um chimpanzé num terno e gravata parecer tão profundamente ridículo – são de alguma forma codificadas em frações minuciosas de nosso código genético. […] Ninguém ainda sabe exatamente onde elas estão ou como elas funcionam, mas em algum lugar dos núcleos de nossas células estão bastantes aminoácidos, arrumados em ordem específica, que nos dotaram com a capacidade mental para suplantarmos em pensar e fazer aos nossos mais próximos parentes [meus parentes, não!] na árvore da vida. Elas nos dão a capacidade de falar, escrever, ler, compor sinfonias, pintar obras de arte, e aprofundarmos na biologia molecular que nos faz ser o que somos.”

Se para ser humanos dependemos de detalhes perfeitamente arrumados em ordem específica, a pergunta é: Quem os arrumou?

A origem dos sexos

É difícil (para não dizer impossível) explicar como a vida teria “surgido” de maneira espontânea. Esse é um mistério que tem acompanhado os cientistas ao longo dos anos. Mas a coisa fica ainda mais complicada quando se pensa naqueles seres vivos que dependem da reprodução sexuada para perpetuar sua espécie. É o caso dos seres humanos. Quando, como e por que teria surgido um tipo de reprodução que depende de dois organismos diferentes, mas perfeitamente compatíveis? Seria possível que duas mutações distintas em dois seres distintos, numa mesma época e mesma região (afinal, eles tinham que se encontrar) tivessem dado origem a dois órgãos reprodutores diferenciados, mas compatíveis – e mais: capazes de dar origem a outro ser da mesma espécie?

Mas ainda que todas as etapas milagrosas que levaram à reprodução sexuada tivessem ocorrido, haveria outro desafio: o nascimento. Detalhe: a pelve feminina tem formato mais circular que a do homem e uma cavidade pélvica maior que facilita a passagem do bebê no parto. Vamos dar uma chance ao acaso: digamos que um primeiro bebê fosse gerado, superando todas as dificuldades descritas acima. Se os ossos da bacia da mulher não fossem como são, esse primeiro bebê teria morrido. Adeus, humanidade!

Linha de montagem automatizada

Em certos aspectos, o corpo humano mais se parece com uma linha de montagem automatizada que, obviamente, precisou de alguém muito inteligente para programar tudo. Veja alguns exemplos disso:

1. O ribossomo é uma organela que fabrica proteínas e enzimas para os seres vivos – ele faz isso juntando aminoácidos. É uma máquina molecular natural encontrada em todas as células vivas. A título de comparação, o ribossomo produz 20 blocos de proteínas por segundo, enquanto a máquina molecular artificial mais moderna criada pelo ser humano produz apenas quatro blocos a cada 12 horas. A imitação é bem inferior e foi criada. O que dizer do original?

2. Quinesina é um motor proteico que “caminha” ao longo do microtúbulo (estrutura que forma o “esqueleto” das células). Ela é responsável pela estruturação e alocação de organelas membranosas, como o complexo de Golgi e o retículo endoplasmático rugoso, entre outros componentes das células. Máquinas poderiam surgir do nada? E você tem trilhões delas trabalhando automaticamente em seu corpo neste instante!

3. Hidrelétricas são equipamentos de conversão da energia cinética da água para uma forma de energia que é melhor para ser utilizada pelo ser humano: a energia elétrica. A mitocôndria faz algo parecido: converte a energia estocada na forma de açúcares e gordura em moléculas de adenosina trifosfato (ATP). A gigante Itaipu possui apenas 20 turbinas. Cada mitocôndria possui milhares, e cada célula possui milhares de mitocôndrias!

O quilo e meio de matéria mais complexa do Universo

John McCrone, em seu livro Como o Cérebro Funciona, escreveu: “[O cérebro] é o objeto mais complexo que o homem conhece. Dentro dessa massa aparentemente grosseira e disforme há o maior projeto de design já visto. [Ele] tem aproximadamente 100 bilhões de neurônios, células nervosas cerebrais. Cada um desses neurônios pode fazer entre mil e várias centenas de milhares de sinapses. Uma sinapse é a junção entre dois neurônios. Logo, o seu cérebro é capaz de produzir cerca de mil trilhões de conexões. Se a substância branca de um único cérebro humano fosse desenrolada, formaria um cordão longo o suficiente para dar duas voltas ao redor do globo terrestre. Então, imagine só… Tudo isso, os neurônios e suas conexões, as células de apoio, o cabeamento, fica emaranhado dentro de seu crânio.”

E na revista Veja do dia 28 de fevereiro de 2008, há a seguinte informação: “Com a tecnologia hoje disponível, seria necessário um supercomputador que ocuparia uma área aproximada de quatro Maracanãs para reproduzir de forma digital a capacidade de processamento dos 100 bilhões de neurônios do cérebro humano.” 

Computadores e processadores surgem do nada? E o que dizer do cérebro, um computador superavançado, à prova d’água, que pesa apenas aproximadamente um quilo e meio? O cérebro é a porção de matéria mais complexa do Universo!

(Michelson Borges é jornalista, escritor, mestre em teologia e pós-graduado em Biologia Molecular)


Primeiro episódio de “Gênesis” expôs “teoria do intervalo”

Se levar as pessoas a conferir na própria Bíblia aquilo que está sendo exibido na tela, a novela “Gênesis”, da TV Record, terá produzido um efeito colateral positivo. Mas, como a maioria das pessoas não fará isso, infelizmente, em muitas mentes ficará a impressão de que Adão era um troglodita machista agressor e de que os dinossauros teriam sido extintos pela queda de Lúcifer e seus anjos rebeldes, ideia conhecida como “teoria do intervalo”, “teoria do caos e restauração” ou mesmo “teoria do Éden luciferiano”. Obviamente, uma interpretação muito equivocada do relato de Gênesis. 

Segundo Moisés (autor inspirado dos cinco primeiros livros da Bíblia), antes de ser preparada para abrigar vida (terraformada), a Terra era sem forma e vazia. Quando Deus pronunciou as palavras “haja luz”, teve início a semana da criação, com seis dias literais e ininterruptos de 24 horas cada (veja o vídeo abaixo). No sexto dia foram criados os animais terrestres e o primeiro casal humano. Portanto, os dinossauros foram criados nesse dia e não muito tempo antes, numa tentativa de acomodar o relato bíblico com a visão evolucionista. 

Os criacionistas bíblicos, em sua maioria (e essa é também a posição da Sociedade Criacionista Brasileira), acreditam que os dinossauros (ou pelo menos a imensa maioria deles) foram extintos por ocasião do dilúvio, daí a abundância de fósseis deles e de muitas outras espécies de animais e plantas – já que se sabe que o processo de fossilização depende de soterramento rápido sob água e lama (veja o vídeo abaixo). 

Resumindo: a leitura do primeiro capítulo de Gênesis deixa claro que a Terra era sem forma e vazia antes de acolher vida, e não que se tornou sem forma e vazia no tempo dos dinossauros. A “teoria do intervalo” é, na verdade, uma aberração teológica semelhante à ideia da evolução teísta, pois coloca a existência da morte antes do pecado de Adão e Eva. Se a morte já existia, o salário do pecado não é ela, como explica o apóstolo Paulo em Romanos 6:3. Se a morte não é consequência do pecado de nossos primeiros pais, que dívida Jesus veio pagar na cruz? Deus passa a ser o culpado direto pela existência da morte e do violento processo evolutivo, e Jesus é despido de Sua missão messiânica, sendo encarado como mero revolucionário. Isso tudo atenta conta o caráter do Criador.

Conforme escreveu Maurício Stycer no portal UOL, “o impacto visual de efeitos especiais não diminuiu em nada a sensação de que estava assistindo a uma aula sobre criacionismo. […] Driblando a teoria da evolução, a novela ‘ensina’ que foi Lúcifer quem causou a extinção dos dinossauros. […] No segundo capítulo, a punição a Adão e Eva se estendeu à família, que enfrenta uma vida de privações. Sob o olhar atento de Lúcifer, que aprecia o drama, todas as filhas de Adão abandonam o lar em protesto à rispidez e ao machismo do pai. Inflexível, Deus recusa uma oferta de Caim porque ele não ofereceu o melhor que tinha para dar”.

Eis aí os problemas: (1) a falsa impressão de que o que a novela apresenta seria a visão criacionista; (2) o preenchimento com excesso de imaginação das lacunas no relato bíblico e o abuso da licença poética; (3) a descaracterização dos personagens bíblicos ou mesmo a ideologização anacrônica deles; e (4) a imprecisão teológica, afinal, Caim não ofereceu “o melhor que tinha para dar”, ele recusou oferecer o símbolo da única coisa que poderia salvá-los: o cordeiro que apontava para o Cordeiro (João 1:29).

A novela contou com a ajuda de consultores como o arqueólogo Dr. Rodrigo Silva, mas isso não significa que eles tenham tido acesso ao roteiro dos episódios ou que pudessem interferir no texto. O consultor apenas presta informações técnicas sobre alguns aspectos que deverão constar na obra. E os roteiristas/produtores/diretores decidem o que vão considerar ou não.

Semana que vem a novela vai tratar do dilúvio. Vejamos o que vem por aí… Enquanto isso, que tal abrir e estudar sua Bíblia a fim de conhecer a história verdadeira e original?

Michelson Borges




Seis diferenças físicas entre o homem e a mulher

[Meus comentários seguem entre colchetes. – MB] “Dimorfismo sexual” é o termo científico para as diferenças físicas secundárias na reprodução entre os machos e fêmeas de uma espécie. Existem alguns exemplos extremos de dimorfismo, como o macho pavão, que tem caudas coloridas que são ausentes nas fêmeas – que por sua vez são atraídas pelas mais belas plumagens [O que teria evoluído primeiro, a plumagem diferenciada do macho ou a atração da fêmea pela plumagem diferenciada?]. Ao contrário desses animais completamente desiguais de acordo com o sexo, os homens e mulheres são fisicamente mais semelhantes do que diferentes. No entanto, existem algumas distinções fundamentais em nossos corpos. Algumas delas são projetadas [Se há um projeto, há por trás dele um ………….. (complete)] para atender as necessidades de cada sexo no papel que desempenham na reprodução, enquanto outras servem para nos ajudar na atração mútua [Quando teria surgido essa atração mútua, levando-se em conta que todos os seres vivos teriam sido, inicialmente, assexuados?]. Descubra abaixo o motivo das principais diferenças entre o corpo dos homens e das mulheres. 

1. Seio x peito. As mulheres são as únicas primatas [sic] que ficam “peitudas” o tempo todo, mesmo quando não estão amamentando. A maioria dos cientistas acredita que os seios são um truque evolucionário [!] para atrair os homens – embora eles estejam cheios de gordura, e não de leite, eles sinalizam a capacidade de uma mulher de alimentar seus filhos. Seios também ajudam os homens a descobrir com quem podem alcançar sucesso na reprodução. Meninas que ainda não passaram pela puberdade não desenvolveram os seios, e os seios das mulheres pós-menopausicas muitas vezes são encolhidos ou caídos. Seios fartos podem, portanto, demonstrar fertilidade. Os homens não precisam tentar enganar as mulheres fazendo com que elas acreditem que eles vão amamentar seus filhos, por isso não têm mamas. Mas, então, por que é que eles têm mamilos? Isso acontece porque os genes que codificam o desenvolvimento dos mamilos no útero fazem isso em um estágio embrionário muito precoce – antes mesmo dos genes que nos transformam em homens ou mulheres entrarem em ação. 

2. Vozes finas x grossas. Homens e mulheres têm cartilagem ao redor da laringe, mas como os homens têm a laringe maior (por isso tem a voz mais grossa), os pedaços de cartilagem se projetam mais. Com isso surge uma saliência no pescoço, conhecida como pomo-de-adão. Mas por que os homens têm a voz mais grossa? O tom de voz de um homem se relaciona com a quantidade do hormônio masculino testosterona que ele tem, e seu nível de testosterona por si só indica a sua qualidade genética e sua aptidão sexual. Como as mulheres evoluíram [sic] para procurar homens com todos os indicadores de aptidão sexual e de saúde, para poder produzir filhos saudáveis, vários estudos demonstram que elas tendem a ser mais atraídas por homens que não têm voz fina. 

3. Rostos de todas as formas. Os hormônios sexuais controlam as divergências de nossas características faciais. Quanto mais testosterona um homem tem, mais robusta é sua testa, maçãs do rosto e o queixo. Enquanto isso, quanto mais estrogênio uma mulher tem, maior é seu rosto, mais cheios são seus lábios e maior sua sobrancelha. Níveis elevados de testosterona também são relacionados com força muscular e agressividade, assim como vigor energético. Talvez por isso estudos mostrem que as mulheres julgam os homens com rostos mais angulares mais dominantes do que os homens com rostos mais redondos e afeminados. Elas também tendem a taxar homens com traços mais brutos como mais atraentes, especialmente quando estão ovulando e (inconscientemente pelo menos) procuram um parceiro sexual que vai produzir bons filhos. Quando elas estão à procura de um parceiro de longo prazo, por outro lado, estudos mostram que as mulheres preferem homens com características mais efeminadas, que têm menos testosterona e são mais susceptíveis a ser parceiros leais e pais dedicados. [Ainda bem que o homem foi projetado para ter os níveis de testosterona reduzidos quando se torna pai. Assim, a mulher não precisa procurar outro homem (efeminado) para cuidar de sua prole. O Criador fez tudo perfeito.] 

4. Questão cabeluda. Enquanto a maioria das mulheres odeia pelos em excesso pelo corpo e faz o máximo para acabar com eles, nos homens esse fator pode atrair parceiras e indicar masculinidade. A partir da puberdade, os pelos começam a aparecer no corpo dos meninos em uma quantidade realmente grande, ainda mais do que nas mulheres. Isso acontece porque o hormônio sexual chamado andrógeno, que estimula o crescimento dos cabelos, está presente em maior quantidade nos homens. Mas quando o assunto é pelo e cabelos pelo corpo, o que mais diferencia os homens sem dúvida é a barba. A maioria dos evolucionistas acredita que a barba se tornou predominante porque, no passado, as mulheres achavam os homens com pelos faciais mais atraentes. Os barbudos tinham mais chances de se acasalar dos que os homens de rosto liso. [Por que essa característica ainda não foi perdida, com tanta valorização do rosto liso e tanto comercial de lâmina de barbear? Se a maior parte das mulheres prefere um homem barbeado (pelo menos imagino que assim seja), por que a seleção natural ainda não eliminou a barba?] Essa atração pode surgir por dois fatores: primeiro porque barbas significam altos níveis de testosterona, e segundo porque elas significam maturidade sexual – da mesma forma que os seios nas mulheres. Barbas encorpadas também podem dar a impressão de que a mandíbula de um homem é maior. Mas nem tudo são flores para os barbudos. A mesma testosterona que faz surgir cabelo e pelos por todo corpo também os leva a ficar careca um dia. [Maldita “evolução”!] 

5. Eles preferem as loiras, elas os negros. Será? Já ouviu a história de que homens bonitos são negros e que o estereótipo de mulher perfeita é aquela loira de pele clara? Parece que esse é o gosto das culturas anglo-europeias, mas esses estereótipos não estão limitados a esses locais. Essas preferências podem refletir do fato que, a partir da puberdade, as mulheres tendem a ter a pele, cabelo e olhos mais claros que os homens. Assim, os ideais que surgem sobre como deveria ser cada gênero podem decorrer das pigmentações mais comuns em cada um deles. A clareza da pele de uma mulher está relacionada também com a quantidade de estrogênio à qual ela foi exposta no útero. Estudos sugerem que esse hormônio também pode clarear o cabelo. [Ficou clara para você essa tentativa de darwinização de uma preferência altamente questionada que parece ser puramente cultural? Curiosidade: Sabia que pouco mais de 15% das mulheres nascem loiras e que há 33% de loiras? Seleção artificial?] 

6. Músculos x curvas. Existem mulheres incrivelmente musculosas, mas, em geral, os homens são mais musculosos que as mulheres. As mulheres costumam ter apenas pouco mais da metade da força dos homens na parte superior do corpo, e cerca de dois terços de força nos membros inferiores. Enquanto o metabolismo masculino queima calorias mais rápido, o metabolismo feminino tende a converter mais alimento em gordura. Elas armazenam a gordura extra em seus seios, coxas, nádegas e na camada inferior da pele – dando à pele feminina uma sensação de maciez. 

Os corpos de homens e mulheres representam bem o papel de cada sexo nas sociedades primitivas [quer dizer que na sociedade “moderna” essas diferenças acabarão desaparecendo? Que tal viver num mundo povoado por homens-mulheres e mulheres-homens? Tô fora!]. Mulheres têm o corpo preparado [Preparado por quem? E antes de estar preparado, como sobreviviam e garantiam a sobrevivência da prole? O que dizer da maravilha do projeto da gestação, que tinha que funcionar bem desde a primeira vez?] para transportar uma criança e para seu nascimento, e têm os quadris mais largos para manter gordura extra para a gravidez. Homens, livres das exigências do parto, têm o benefício de serem tão fortes e ágeis quanto possível, pois precisavam ir em busca de alimento e competir por ele com outros homens. [A teoria da evolução tenta nos explicar o porquê das diferenças, mas nunca consegue explicar adequadamente – sem se valer de hipóteses mirabolantes – o como. Como teria surgido a diferenciação entre os sexos?] 


Nota: A despeito do viés darwinista que impregna o texto acima, uma coisa salta das entrelinhas: homem e mulher foram maravilhosamente projetados em suas diferenças plenamente compatíveis e desejadas. Tanto é assim que, uma vez unidos, tornam-se uma só carne, segundo o livro de Gênesis. Deus seja louvado por essas diferenças! [MB]