Por mais que o ser humano já saiba que a Terra é redonda há
centenas de anos, algumas pessoas ainda aparentam mostrar dúvidas sobre a
questão. Por isso separamos sete fatos científicos que vão te ajudar a
convencer aquele colega que não tem tanta certeza sobre o formato do nosso
planeta, de que ele não é – e não pode ser – plano.
Observe um barco - Quando um barco desaparece
no horizonte ele não vai ficando menor e menor até não conseguimos vê-lo. Na
realidade, o que ocorre é que partes da estrutura vão sumindo antes das outras:
primeiro o casco da embarcação e só no fim a ponta da vela. Isso ocorre
justamente porque a Terra é redonda. Para compreender melhor, basta utilizar um
binóculo ou telescópio para observar o horizonte na sua próxima ida à praia.
Olhe para as estrelas - Aristóteles descobriu esse fato cerca de
350 anos antes de Cristo e nada mudou desde então. Diferentes constelações são
visíveis de diferentes latitudes. Provavelmente, os dois exemplos mais
marcantes são o Big Dipper e
a Southern Cross. O Big
Dipper, um conjunto de sete estrelas que se parece com uma concha, é sempre
visível em latitudes de 41 graus Norte ou superior, mas não abaixo de 25 graus
sul. Essas diferentes visões só fazem sentido se você imaginar a Terra como um
globo, de modo que olhar “para cima” realmente significa olhar para uma faixa
de espaço diferente do hemisfério sul ou norte.
Assista a um eclipse - Aristóteles também provou
sua teoria com a observação de que, durante os eclipses lunares, a sombra da
Terra na face do Sol é curvada. Uma vez que essa forma curva existe durante
todos esses fenômenos, apesar do fato de que o planeta está girando, o filósofo
intuiu corretamente a partir da penumbra que a Terra é curvilínea por toda
parte – em outras palavras, uma esfera.
Escale uma árvore - Se a Terra fosse plana,
seria possível enxergar tudo independentemente de onde você está, mas, ao
contrário disso, quanto mais altos estamos mais podemos visualizar. Um bom
exemplo são as estrelas: podemos vê-las, mesmo elas estando milhares de
quilômetros distantes. Ao olhar para os lados de Salvador, por exemplo, não é
possível ver as luzes de Belo Horizonte, que está a uma distância bem menor do
que estamos dos astros. A explicação? A Terra é esférica.
Faça uma viagem ao redor do mundo - Se você tiver a sorte de
ter uma visão desobstruída do horizonte e um voo comercial suficientemente
alto, você pode até mesmo descobrir a curvatura da Terra a olho nu. De acordo
com um artigo de 2008 na revista Applied Optics, a curva da Terra
torna-se sutilmente visível a uma altitude de cerca de 35.000 pés, desde que o
observador tenha pelo menos um campo de visão de 60 graus (o que pode ser
difícil a partir de uma janela do avião do passageiro). A curvatura torna-se
mais visível acima de 50.000 pés. Os passageiros de um jato supersônico, por
exemplo, tem uma visão do horizonte curvo enquanto voam a 60.000 pés.
Compre um balão meteorológico - Em janeiro de 2017,
estudantes da Universidade de Leicester, no Reino Unido, amarraram algumas
câmeras em um balão meteorológico e enviaram-no para o céu. O balão subiu 77.429
pés (23,6 quilômetros) acima da superfície, bem mais que o nível necessário
para ver as curvas do planeta. O instrumento a bordo do balão enviou imagens deslumbrantes que mostram a curva
do horizonte.
Compare sombras - A primeira pessoa a
estimar a circunferência da Terra foi um matemático grego chamado Eratóstenes,
que nasceu em 276 a.C. Ele fez isso comparando os tamanhos de sombras no dia do
solstício de verão onde hoje fica Assuão, no Egito, com uma cidade mais a leste de
Alexandria. Ao meio dia, quando o sol estava diretamente sobre a cabeça em
Assuão, não havia penumbra, entretanto, uma vara colocada no chão da outra
cidade lançou uma sombra. Em uma Terra plana, não haveria nenhuma diferença
entre o comprimento das sombras. A posição do sol seria a mesma, em relação ao
solo. Apenas um planeta em forma de globo explica por que a posição do sol deve
ser diferente em duas cidades a poucas milhas de distância.
(LiveScience,
via Galileu)
Leia mais sobre a mirabolante ideia da Terra plana. Clique aqui.
Nota do físico Eduardo Lütz: "Essa das sombras os terraplanistas explicam dizendo que o Sol está bem perto da Terra e é pequeno. Isso explicaria (grosso modo) ângulos diferentes da sombra em locais diferentes. Mas quero ver conseguirem uma explicação não absurda para a existência da noite. Se o Sol ficasse sempre circulando acima do disco da Terra, jamais haveria noite e o Sol seria sempre visível. E outra, se a Lua ficasse na mesma altitude do Sol, sempre a veríamos parcialmente iluminada (como nas fases minguante ou crescente), e não haveria Lua cheia ou nova. Para haver Lua cheia, ela teria de estar muito mais alta do que o Sol e aparecer durante o dia próxima à posição do Sol (o que nunca acontece). E nunca haveria eclipse da Lua. E só haveria Lua cheia. Se estivesse muito abaixo, só haveria Lua nova, mesmo que a Lua estivesse em oposição ao Sol."
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Nota do físico Eduardo Lütz: "Essa das sombras os terraplanistas explicam dizendo que o Sol está bem perto da Terra e é pequeno. Isso explicaria (grosso modo) ângulos diferentes da sombra em locais diferentes. Mas quero ver conseguirem uma explicação não absurda para a existência da noite. Se o Sol ficasse sempre circulando acima do disco da Terra, jamais haveria noite e o Sol seria sempre visível. E outra, se a Lua ficasse na mesma altitude do Sol, sempre a veríamos parcialmente iluminada (como nas fases minguante ou crescente), e não haveria Lua cheia ou nova. Para haver Lua cheia, ela teria de estar muito mais alta do que o Sol e aparecer durante o dia próxima à posição do Sol (o que nunca acontece). E nunca haveria eclipse da Lua. E só haveria Lua cheia. Se estivesse muito abaixo, só haveria Lua nova, mesmo que a Lua estivesse em oposição ao Sol."