quinta-feira, janeiro 07, 2016

A vida era um quebra-cabeças que acabou fazendo sentido

Bárbara se lançou no colo de Jesus
Esta história, na verdade, começa e termina no mesmo ponto. Nascida em uma família tradicionalmente católica, eu e minha família sempre participamos ativamente nas atividades dessa igreja. Coroinha, depois catequista, leitora na missa, todas essas funções eu cheguei a desempenhar. Porém, Deus trabalha com cada um de uma forma diferenciada. Aos 12 anos (aproximadamente) tive meu primeiro contato com a Igreja Adventista, através do Michelson Borges. Em um reencontro de um antigo grupo de amigos (que, na verdade, havia sido um grupo de jovens católico), aquele então ainda “estranho” fez uma dinâmica com um quebra-cabeça com a foto de uma família. Em seguida, conduziu uma bonita mensagem espiritual. Achei aquilo incomum. 

Anos mais tarde, por meio de familiares que recomendaram, meu pai decidiu me colocar no colégio adventista em Indaial, SC. Mal sabia ele que estava sendo usado pelo Espírito Santo. Acima de tudo, o colégio adventista é um projeto do coração de Deus! Lá encontrei uma equipe amiga, professores exemplares e ele: “sir” Isaac Meira. Instigador, questionador e inteligente, o pastor Isaac deixou sua marca enquanto esteve conosco. Conseguia envolver qualquer um com seus assuntos polêmicos que sempre acabavam dando em um “lugar”: a palavra de Deus. Paralelamente, o livro Nos Bastidores da Mídia me surpreendeu e me abriu a mente quanto às façanhas do inimigo para entrar em nossa vida. O não menos importante livreto Os Dez Mandamentos me chamou a atenção para assuntos pouco esclarecidos: morte, sábado, Cristo... 

Aos poucos, os questionamentos foram surgindo – Maria, santos, sábado –, mas ainda não era a hora. Ou talvez fosse? Só sei que Deus agia claramente em minha vida e eu, relutante, não aceitava a mudança. Pedi sinais: “Senhor, se essa é a igreja biblicamente correta, que essa pintinha saia do meu rosto” (pinta de nascença, daquelas marronzinhas). Em uma semana já era visível a diminuição da marca!

Certo dia, já na faculdade, esperando no ponto de ônibus às 9h30 da noite, sob forte chuva, um senhor idoso passou de bicicleta e parou bem na minha frente. Qual não foi a surpresa ao ver a revista que ele me entregou: Revista Adventista, com uma expressiva ilustração da volta de Cristo. Naquela hora e naquele lugar? Logo depois, não vi mais o homem...

E a vida foi passando... Houve um afastamento do Criador, envolvimento com festas e bebidas, coisas típicas da idade. Até que tive a grande oportunidade de fazer um intercâmbio para a Irlanda. 

Os primeiros momentos foram de surpresa e conhecimento. Mas, com o passar do tempo, o vazio voltou – e sempre volta, se não for preenchido corretamente. Orei para que Deus me mostrasse uma igreja adventista por lá. No dia seguinte, andando pela rua, ouvi um rapaz oferecendo check-ups médicos gratuitos para brasileiros na Irlanda. Eu estava a uns oito minutos de casa e resolvi parar para perguntar a que organização ele pertencia. Sim, ele pertencia à Igreja Adventista do Sétimo! Porém, os falsos valores do mundo me tomaram novamente e continuei na vida vazia de pecado. 

No retorno ao Brasil, sob efeito de certa “depressão pós-viagem” – algo bem comum entre os “retornantes” –, resolvi entregar minha vida a Ele. Não havia mais tempo, não havia mais espera. Em 15 de março de 2015, com muita alegria, enviei minha foto de batismo ao Michelson, grande amigo e instrumento de Deus, com certeza. Com paciência e alegria, ele sempre recebeu e respondeu meus e-mails, muitas vezes de desabafo. 

Por que eu disse que esta história começa e termina no mesmo lugar? Hoje, dez anos depois, tive a oportunidade de me encontrar novamente com o Michelson e sua linda família, em uma conversa superagradável, no último dia de 2015. E mais uma vez foi importante para mim, como aquele simples quebra-cabeças de família.

Uma mensagem para você, leitor: Não espere! Não faça como eu! Todo tempo que você perde é um dia a menos na presença dAquele que é o único que pode nos dar esperança, alegria e amor. Deus é amor! Não existe amor longe dEle. Não existe preenchimento. Hoje, mais do que nunca, é tempo de abandonar todas essas coisas que você acredita serem boas, mas que podem estar destruindo sua vida.

Hoje como conselheira de um clube de desbravadores, meu maior anseio é que nenhum deles passe pelo que passei. Tantas tristezas e desilusões que poderiam ter sido evitadas... Se eu pudesse dar um conselho, seria: “Se lance no colo de Cristo!"

(Bárbara Berti mora em Indaial, SC, é formada em Relações Internacionais e é filha de um amigo de infância do jornalista Michelson Borges)