Causa não antropogênica |
“Os clorofluorocarbonos (CFCs) são os grandes
culpados pelo aquecimento global desde os anos 1970, e não o dióxido de carbono
(CO2). E como a concentração de CFCs na atmosfera terrestre caiu desde o Protocolo
de Montreal, o aquecimento global é coisa do passado, ainda que o CO2 continue
a aumentar.” Estas alegações surpreendentes estão sendo feitas por uma equipe
da Universidade de Waterloo, no Canadá. “O pensamento convencional diz que a
emissão de gases não-CFC produzidos pelo homem, como o dióxido de carbono, tem
sido a maior indutora do aquecimento global. Mas analisamos dados desde a
Revolução Industrial que mostram de forma convincente que o entendimento
convencional está errado”, afirmou Qing-bin Lu em uma nota anterior emitida pela
universidade de Waterloo. “De fato, os dados mostram que os CFCs atuando em
conjunto com os raios cósmicos causaram tanto o buraco de ozônio polar como o
aquecimento global.”
O professor Qing-Bin Lu, coordenador do trabalho,
conseguiu agora lançar um livro com a descrição de sua teoria e com todos os
dados que a fundamentam. Qing-Bin Lu e seus colegas propõem, com base em dados
reais, que os elétrons decorrentes dos raios cósmicos desempenham um papel
fundamental no disparo de reações que destroem a camada de ozônio. Eles chamam
o processo de “Mecanismo das Reações Induzidas por Elétrons Derivados dos Raios
Cósmicos”, simplificado na sigla CRE, para a expressão em inglês cosmic
ray electrons.
A equipe desenvolveu então, com base nessas
reações, um modelo de previsão muito mais simples do que os modelos usados
pelos cientistas do IPCC, por exemplo - e o modelo simplificado apresentou uma
capacidade preditiva impressionante.
A teoria CRE estabelece que existem variações
cíclicas de 11 anos - o mesmo período dos ciclos solares - na perda de ozônio
polar e no resfriamento estratosférico associado com essa perda, ambos
confirmados por dados recolhidos sobre a Antártida nas últimas décadas. Surpreendentemente,
também foi observada uma correlação linear quase perfeita, com um coeficiente
de até 0,98, entre os CFCs e a temperatura média da superfície da Terra.
Apesar de usar zero ou poucos parâmetros, o
modelo desenvolvido pela equipe tem mostrado excelentes concordâncias com os dados
observacionais da camada de ozônio e da temperatura da superfície, com uma
precisão próxima aos 90%. Por exemplo, com respeito ao aumento da temperatura
média global do período 1950-1975, o aumento previsto pelo modelo para o ano de
2014 era de 0,620 ºC, e o acréscimo real observado foi de 0,623º C.
“Meus cálculos do efeito estufa induzido
pelos CFCs mostram que houve um aquecimento global de cerca de 0,6 ºC de 1950 a
2002, mas a Terra tem de fato esfriado desde 2002. A tendência de resfriamento
deverá continuar nos próximos 50 a 70 anos conforme a quantidade de CFCs na
atmosfera continua a cair”, disse Lu.
Os dados se mantêm mesmo com a tendência de
aumento da quantidade de CO2 na atmosfera. Por outro lado, recentemente foram identificados
novos gases que ameaçam a camada de ozônio.
A queda na temperatura média global da Terra
- o chamado hiato do aquecimento global - tem sido
uma pedra no sapato do IPCC e tem dificultado o trabalho de convencimento que
os climatologistas tentam fazer com os políticos em busca de ações para tentar
reverter as mudanças climáticas.
Recentemente, um trabalho publicado na
revista Science por pesquisadores da
Universidade de Washington defendeu que o aquecimento global só voltará em 15 ou 20 anos -
se os cálculos de Lu estiverem corretos, talvez ele nem mesmo volte.
Nota: Em 2011 eu já havia postado sobre a
influência dos raios cósmicos no aquecimento global (confira aqui). Infelizmente (à semelhança do que ocorre na controvérsia entre o criacionismo
e o evolucionismo), os cientistas do consenso se recusam a levar a sério dados
discrepantes ou mesmo outros modelos. Os interesses relacionados com a bandeira
ecológica são tantos e tão fortes, que pesquisas como essa da Universidade de Waterloo (não se trata
de negacionistas malucos) são deliberadamente ignoradas. E o motivo é claro: se
o aquecimento global não estiver sendo causado pelo ser humano, não haverá nada
que possamos fazer para detê-lo e esse argumento típico de “instinto de manada”
não mais poderá ser usada para mudar a vida das pessoas. Alguém pode avisar o
papa, por favor? [MB]