Universos bolhas hipotéticos |
Eles
esperam que uma nova série de experimentos possa lançar nova luz sobre o “multiverso”,
que diz que o nosso universo é apenas um entre muitos. Os cientistas esperam
conseguir uma prova de que a teoria do multiverso é plausível e passível de ser
testada. Pesquisadores do Instituto Perimeter de Física Teórica, no Canadá,
dizem que a teoria de universos múltiplos decorre da ideia de haver um vácuo no
início dos tempos. “O vácuo surgiu com energia – energia escura, energia do
vácuo, campo da inflação ou campo de Higgs. Como uma água na panela de pressão,
essa alta energia começou a evaporar, formando as bolhas”, declarou a
equipe. Cada bolha continha outro vácuo, cuja energia era menor. Essa energia
levou as bolhas a se expandirem, mas, inevitavelmente, algumas bolhas esbarraram
uma na outra, produzindo bolhas secundárias. Cada uma dessas bolhas seria um
universo. A teoria surge a partir da ideia de inflação cósmica, em que o Universo
teria se expandido muito rápido e se distanciado muito após o início de tudo. Embora o Big Bang seja a teoria mais
amplamente aceita sobre a formação de tudo o que existe no Universo, nunca foi
provada – algo que os pesquisadores acreditem
que possam conseguir um dia.
“Estamos
tentando descobrir o que as predições testáveis desse quadro seriam, em
seguida, sair e procurar por eles”, disse um dos membros da equipe, Matthew
Johnson. Ele ainda afirma que simular o Universo seria, relativamente, fácil.
Tudo o que os pesquisadores precisam ter “em mãos” é gravidade e as “coisas”
que fazem as bolhas se formarem: “Estamos agora no ponto em que, se você tem um
modelo favorito de multiverso, podemos colocá-lo em um computador e dizer o que
você deve ver.” Johnson ainda disse que os programas atingiram um ponto em que
podem excluir certos modelos de multiverso, que poderiam apontar dados errados.
O
termo “multiverso” foi inventado em dezembro de 1960, por Andy Nimmo, então
vice-presidente da Sociedade Interplanetária Britânica. Ele é baseado na teoria
de inflação eterna, o que sugere que logo após o Big Bang, que teria formado o
Universo, o espaço-tempo se expandiu a taxas diferentes em lugares diferentes. De
acordo com a teoria de inflação eterna, isso deu origem a universos bolhas que
podem funcionar com suas próprias leis distintas da Física.
A
ideia de outros universos lá fora pode parecer estranha, mas os cientistas
dizem que pode ajudar a resolver alguns problemas fundamentais que as leis da
Física nem sempre explicam.
Nota:
O amigo Frank Mangabeira lembrou de uma frase do famoso cientista John Polkinghorne: “Vamos reconhecer essas especulações pelo que elas
são. Não são físicas, mas, sim, no sentido mais estrito, metafísicas. Não há
uma razão puramente científica para crer num conjunto de universos.” Mesmo
assim, cientistas que se recusam a analisar as muitas evidências da existência
de Deus, da veracidade da Bíblia Sagrada, da ressurreição de Jesus, etc., se lançam
de corpo e alma a uma pesquisa que depende exclusivamente de modelos
computacionais e muita, muita fé. É, na verdade, uma fé seletiva, quase
desesperada, cujo objetivo não é outro senão “justificar” o milagre da vida
aumentando tremendamente as probabilidades de que ela tenha surgido – pelo
menos em um universo – por acaso. Ainda que essa especulação tivesse algum
fundo de verdade, permaneceria a dificuldade de explicar como as leis finamente
ajustadas e a vida surgiram neste universo.
[MB]