
O editorial celebrou a teoria de Darwin (omitiram Wallace) como “revolucionária” quando há precursores. A afirmação de Dobzhansky — “nada em biologia faz sentido a não ser sob a luz da evolução” — não veio acompanhada da “confissão de fé” dobzhanskyana feita naquele artigo: ele era teísta evolucionista.
A obra de Darwin teve repercussão com rejeição. Os anos de 1859 a 1882 foram de controvérsia. A teoria entrou em eclipse em 1909. Hoje, o ensino da evolução é versão expandida e melhorada do pensamento darwiniano, mas é teoria morta desde 1980. O espectro de Lamarck ronda Darwin, mas a mudança conceitual mais importante não é o ambiente agindo no processo evolutivo: é a origem da informação complexa especificada e da complexidade irredutível de sistemas bióticos.
A falta de explicações dos saltos evolutivos é objeção fatal à teoria de Darwin e fortalece a teoria do Design Inteligente. A revista está de parabéns pela abordagem, mas faltou “ouvir o outro lado”...
Enézio E. de Almeida Filho, coordenador do Núcleo Brasileiro de Design Inteligente (NBDI)
(Unesp Ciência)