quinta-feira, maio 09, 2013

A retórica “científica” em ação: evolução e gravidade

No pensamento evolucionista, há um grande contraste entre sua ambiguidade científica e sua certeza metafísica. Há todo tipo de problemas em explicar como o mundo poderia ter surgido por conta própria, mas, ainda assim, ao mesmo tempo, os evolucionistas constantemente nos asseguram que a evolução é um fato científico. Por exemplo, enquanto Philip Ball exorta seus colegas evolucionistas a admitirem que nós não entendemos completamente como a evolução trabalha no nível molecular, ele, simultaneamente, apresenta a ideia como um fato e critica aqueles que duvidam dessa nova verdade. Mas como podemos ter tanta certeza de que as espécies se originaram espontaneamente quando nossos melhores esforços para explicar como isso poderia ter acontecido continuam a ser insuficientes? Quando destaquei isso, um evolucionista retrucou, afirmando que eu estaria cometendo o erro elementar de confundir os detalhes de uma teoria com seu valor de verdade: “Não entendemos completamente como funciona o câncer. Isso faz com que o câncer não seja verdade?”

Essa objeção merece ser examinada, não porque faça sentido (não faz), mas porque é uma resposta padrão.

O defensor do padrão evolucionista, Stephen J. Gould, uma vez comparou a certeza da evolução com a da gravidade: “Os fatos não desaparecem quando cientistas debatem teorias rivais para explicá-los. A teoria da gravitação de Einstein substituiu a de Newton, mas as maçãs não ficam suspensas no ar enquanto se aguarda o resultado. E os seres humanos evoluíram de ancestrais simiescos, se pelo mecanismo proposto por Darwin ou por outro, ainda a ser descoberto.”

Gould não foi o primeiro evolucionista a comparar a evolução com observações empíricas tais como a gravidade. Essas comparações remontam praticamente a Darwin e elas não pararam desde então. Isso é notável porque esses argumentos são falaciosos e falhos. Eles nos dizem muito mais sobre o estado do pensamento evolucionista do que sobre a suposta verdade da evolução.

Seja a comparação a gravidade, o câncer ou qualquer observação empírica, nós os consideramos um fato porque podemos observá-los. Se podemos ou não explicá-los, e até que ponto podemos explicá-los, não tem qualquer influência sobre a própria observação. Assim, Gould está correto quando afirma que a gravidade “permanece, ou não vai embora” quando cientistas debatem teorias rivais para explicá-la.

Mas nós não observamos os seres humanos evoluírem de ancestrais simiescos. Essa é a afirmação da evolução, e é uma afirmação que sofre de problemas científicos substanciais. E esses problemas não são um detalhe sobre a evolução, são um fato científico. Sim, evolucionistas debatem explicações rivais sobre como as espécies se originaram, mas, nesse caso, não há nenhuma observação da evolução que [como a gravidade] “permaneça, ou não vá embora” durante o debate. Não há fato da evolução observado no qual possamos nos firmar, enquanto as explicações evolutivas encontram problemas científicos.

Essa falácia na comparação de evolucionistas com observações empíricas não é sutil. Na verdade, a falácia é tão trivial que chega a ser vergonhosa para os evolucionistas. Mas, ainda assim, aí está ela. Os principais evolucionistas sempre usaram e continuam a usar esse argumento ridículo. O que é importante aqui não é nem que o argumento seja falho, mas que os evolucionistas acreditem que ele seja uma defesa eficaz de sua posição insustentável. O argumento falha em sua defesa da evolução, mas não falha em revelar quão falho e vazio é o pensamento evolucionista.