No
pensamento evolucionista, há um grande contraste entre sua ambiguidade
científica e sua certeza metafísica. Há todo tipo de problemas em explicar como
o mundo poderia ter surgido por conta própria, mas, ainda assim, ao mesmo
tempo, os evolucionistas constantemente nos asseguram que a evolução é um
fato científico. Por exemplo, enquanto Philip
Ball exorta seus colegas evolucionistas a admitirem que nós não entendemos
completamente como a evolução trabalha no nível molecular, ele,
simultaneamente, apresenta a ideia como um fato e critica aqueles que duvidam
dessa nova verdade. Mas como podemos ter tanta certeza de que as espécies se
originaram espontaneamente quando nossos melhores esforços para explicar como
isso poderia ter acontecido continuam a ser insuficientes? Quando destaquei
isso, um evolucionista retrucou, afirmando que eu estaria
cometendo o erro elementar de confundir os detalhes de uma teoria com seu valor
de verdade: “Não entendemos completamente como funciona o câncer. Isso faz com
que o câncer não seja verdade?”
Essa objeção merece ser
examinada, não porque faça sentido (não faz), mas porque é uma
resposta padrão.
O
defensor do padrão evolucionista, Stephen J. Gould, uma vez comparou a
certeza da evolução com a da gravidade: “Os fatos não desaparecem quando
cientistas debatem teorias rivais para explicá-los. A teoria da gravitação
de Einstein substituiu a de Newton, mas as maçãs não ficam suspensas no ar
enquanto se aguarda o resultado. E os seres humanos evoluíram de ancestrais
simiescos, se pelo mecanismo proposto por Darwin ou por outro, ainda
a ser descoberto.”
Gould
não foi o primeiro evolucionista a comparar a evolução com observações
empíricas tais como a gravidade. Essas comparações remontam
praticamente a Darwin e elas não pararam desde então. Isso é notável porque
esses argumentos são falaciosos e falhos. Eles nos dizem muito mais sobre o
estado do pensamento evolucionista do que sobre a suposta verdade da
evolução.
Seja a comparação a gravidade, o câncer ou qualquer observação empírica, nós os consideramos um fato porque podemos observá-los. Se podemos ou não explicá-los, e até que ponto podemos explicá-los, não tem qualquer influência sobre a própria observação. Assim, Gould está correto quando afirma que a gravidade “permanece, ou não vai embora” quando cientistas debatem teorias rivais para explicá-la.
Mas
nós não observamos os seres humanos evoluírem de ancestrais simiescos. Essa é a
afirmação da evolução, e é uma afirmação que sofre de problemas científicos
substanciais. E esses problemas não são um detalhe sobre a
evolução, são um fato científico. Sim, evolucionistas debatem explicações
rivais sobre como as espécies se originaram, mas, nesse caso, não há nenhuma
observação da evolução que [como a gravidade] “permaneça, ou não vá
embora” durante o debate. Não há fato da evolução observado no
qual possamos nos firmar, enquanto as explicações evolutivas encontram
problemas científicos.
Essa
falácia na comparação de evolucionistas com observações empíricas não é sutil. Na
verdade, a falácia é tão trivial que chega a ser vergonhosa para os
evolucionistas. Mas, ainda assim, aí está ela. Os principais
evolucionistas sempre usaram e continuam a usar esse argumento ridículo. O que
é importante aqui não é nem que o argumento seja falho, mas que os
evolucionistas acreditem que ele seja uma defesa eficaz de sua posição
insustentável. O argumento falha em sua defesa da evolução, mas não falha em
revelar quão falho e vazio é o pensamento evolucionista.
(Darwin’s God, via Ler Para Crer)