sexta-feira, maio 31, 2013

Uma semana sem Facebook

Por que você resolveu sair do Facebook?

A gente passa o dia todo on-line e nem percebe que pode estar viciado. Eu queria saber como seria minha vida sem isso. Sete dias parecem pouco, mas, para quem está há vários anos acessando todo dia, foi um desafio. Eu quis esse desafio mesmo.

E como foi?

No primeiro dia foi algo meio que “doido”. Eu chegava na frente do computador e a primeira coisa que fazia era digitar o site do Face, e não podia logar. Até parece papo de grupo de recuperação, de gente que está sem usar uma droga. Mas é bem isso mesmo: tem uma certa dependência, abstinência e recaída. Muito difícil.

Você teve alguma recaída?

Se eu falar que não, estarei mentindo. Entretanto, logar no site eu não loguei. Mas teve alguns momentos que amigos comentaram comigo alguma situação, e pedi para eles olharem alguma atualização em meu perfil.

Você se considera viciado em Facebook?

Eu achava que não era viciado. Pensava que era algo “normal”. Mas percebi que meus dias já não estavam mais tendo 24 horas. Eu ficava muito tempo na frente do PC, no Face. Acordava e já ligava o computador. Era a mesma coisa quando chegava ao trabalho e quando voltava para casa. Várias vezes, conversei pelo Face com um amigo que estava ao meu lado!

O que seus amigos acharam da ideia de você se desconectar?

Vários não curtiram a ideia. Alguns falaram que eu havia “sumido”. Mas eu continuava no mesmo lugar, só não estava no Face. Às vezes, parecia que eu não existia mais. Algo estranho mesmo. Muito estranho. Antes eu marcava coisas pelo Face: saídas, jantas, filmes, recebia muitos convites. Naquela semana eu tive que telefonar para “agitar” alguma coisa.

Sua vida melhorou sem o Face?

Depende do ponto de vista. Pude ler mais livros e sites de notícias do que antes. Quando fiz alguma coisa diferente nessa semana, pude aproveitar mais, porque não me preocupei em ficar contando para o Face o que estava acontecendo, tirando fotos, essas coisas. E sem contar que pude aproveitar o tempo sem Face para falar pessoalmente com velhos amigos e também conhecer novos. Foi uma experiência boa. Entretanto, pretendo não repetir tão cedo (risos).

(Experiência vivida pelo estudante Rafael Brondani)

Nota: As redes sociais estão causando uma verdadeira revolução comportamental. Sem dúvida, há pontos positivos, como a possibilidade de reencontrar velhos amigos, de partilhar informações e fotos com parentes distantes e de se manter atualizado com respeito à vida de pessoas que nos são queridas. Mas acaba sendo bem tênue a fronteira entre o que é bom e o que não é, entre o que convém e o que não convém. Muita gente desperdiça tempo precioso com banalidades e “fuçando” na vida das pessoas e nas páginas dos amigos dessas pessoas (com quem nem sequer se relacionam). Quando se dão conta, as horas voaram, o tempo para o sono reparador foi encurtado e a cultura útil não foi ampliada. Aquele livro interessante e importante continua na estante e os relacionamentos reais ficam na lista de espera. Como em tudo na vida, o uso das redes sociais exige moderação. Além disso (e mais importante), os que se dizem cristãos devem deixar isso bem evidente também em sua “vida virtual”. Muitos cristãos, em lugar de postar fotos que sirvam de testemunho de sua relação com Deus, publicam cenas e conteúdos indiscretos que chegam a lançar dúvidas sobre seu caráter e sua religiosidade. É bom não nos esquecermos de que estamos testemunhando a todo instante – a favor do ou contra o reino de Deus. “Portanto, quer [curtais], quer [compartilheis] ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31).[MB]