quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Alimentando bons pensamentos

O assunto da Lição da Escola Sabatina desta semana me levou a refletir sobre algo que vejo todos os dias no meu trabalho: o poder que nossa mente exerce não só em nosso comportamento, mas também no ambiente. Podemos enxergar as coisas da forma que quisermos, e isso acontece porque vemos o mundo de uma perspectiva pessoal que é influenciada pela experiência de vida que cada um de nós possui. É por isso que Jesus comunicava Suas verdades por meio de parábolas. Segundo Mark Baker, autor do livro Jesus, o Maior Psicólogo Que Já Existiu, as histórias e exemplos de experiências vividas atingem uma parte do nosso entendimento que a lógica não consegue. Muitas vezes, podemos estar sinceramente errados, simplesmente por confiar demais em nossa opinião sobre algo. E para que isso não seja nosso maior erro precisamos ser sempre humildes para admitir que falhamos em nossas interpretações, opiniões e julgamentos.

Treinar a mente para os bons pensamentos é uma tarefa árdua, pois não significa somente pensar em coisas boas ou positivas. É necessário bloquear o início de um possível pensamento inadequado ou distorcido e substituí-lo por outro modo de ver a situação. Não devemos nos demorar naquilo que nos fará mal; isso quer dizer que não temos como controlar se algo vai ou não passar pela nossa mente, o que podemos fazer é evitar que aquilo crie raízes.

Acredito que todos os que buscam essas mudanças necessitam de grande porção de humildade para reconhecer suas limitações. Essa postura humilde terá papel fundamental no processo, pois favorecerá a flexibilidade no momento da mudança. Se não tivermos a capacidade de identificar quando estamos sendo preconceituosos, tendenciosos e juízes acima de tudo, não conseguiremos atingir sucesso nesse processo.

Para Ellen White, importante pensadora do início do movimento adventista, “há fervoroso trabalho diante de cada um de nós. Pensamentos corretos, puros e santos propósitos, não nos vêm naturalmente. Temos de lutar por eles” (Mente, Caráter e Personalidade, v. 2, p. 656). Essa advertência é feita a todos, sem exceção, pois a partir dos nossos pensamentos é que são desencadeadas nossas emoções e ações, e é justamente lá que os desejos pecaminosos plantam suas raízes e nos seduzem ao pecado.

Os portões dos nossos pensamentos são com certeza nossos olhos e ouvidos. O que vemos, lemos ou ouvimos normalmente determina o que pensamos, por isso temos total responsabilidade sobre a maneira como alimentamos a mente. Cada um tem sua fraqueza nesse sentido, e é necessário saber como vencê-la.

A primeira e mais importante necessidade é conhecer e obedecer a Deus por meio de Sua Palavra. Ore e tenha sempre em mente versos da Bíblia com promessas de esperança para superação dos maus momentos. Não é apenas uma maneira de dizer não ao pecado, é também a quebra de velhos hábitos prejudiciais à saúde mental, que a comunhão ajudará a construir como barreira que lhe proporcionará o domínio próprio. O verdadeiro domínio próprio mantém a pessoa nos limites, mas nunca presa. Seu efeito é expandir e dar segurança. Quem é dominado por Deus experimenta a liberdade verdadeira.

Deus utiliza várias “ferramentas” para alcançar Seus filhos. Uma delas consiste na orientação e intervenção de profissionais especializados para nos ajudar a enfrentar as lutas diárias. Para alguns é mais difícil alcançar bons resultados sozinhos, e são esses que mais precisam de ajuda, não só espiritual e social, mas principalmente profissional. A quebra do ciclo vicioso para essas pessoas é algo mais complexo e doloroso, pois atinge o nível da doença mental. É nosso papel também colaborar para a salvação dos que estão entre nós; para isso incentive essas pessoas próximas a você para que busquem ajuda psicológica.

(Juliana de Souza Assis é psicóloga clínica e coordenadora do SEPSI - ECOE, localizado na zona sul de São Paulo, SP)