segunda-feira, setembro 28, 2009

Penas e sistemas de voo, mas nada de intermediários

Fósseis extremamente bem preservados de dinossauros achados no nordeste da China mostram os exemplos mais antigos de penas já encontrados e representam a prova final [sic] de que os dinossauros eram ancestrais dos pássaros, segundo cientistas. Os fósseis têm mais de 150 milhões de anos [sic]. As espécies são indubitavelmente mais antigas do que o Archaeopteryx, encontrado na Alemanha, que vinha sendo tido como o fóssil de pássaro mais antigo já encontrado. A descoberta foi descrita por Xu Xing, da Academia de Ciências Chinesa, em Pequim, e sua equipe na revista especializada Nature.

A teoria de que os pássaros evoluíram dos dinossauros sempre foi posta em dúvida por causa da ausência de penas em espécies mais antigas do que o Archaeopteryx. Mas os novos fósseis, encontrados em duas localidades diferentes, são, em sua maioria, pelo menos 10 milhões de anos [sic] mais velhos do que o do pássaro encontrado na Alemanha, no fim do século 19. Um dos dinossauros, batizado de Anchiornis huxleyi, está extremamente bem conservado, dizem os cientistas. O dinossauro tinha extensa plumagem cobrindo seus braços e cauda e os pés – formando quatro asas.

“A primeira espécie descoberta no início do ano estava incompleta”, disse Xu à BBC News. “Com base neste espécime, nomeamos o dinossauro Anchiornis; pensamos que era um parente próximo dos pássaros. Mas então encontramos o segundo espécime, que estava bastante completo – e bem preservado.”

“Com base neste segundo espécime, nos demos conta de que esta era uma espécie muito mais importante, e definitivamente uma das espécies mais importantes para entendermos a origem dos pássaros e de seu voo.” O professor Xu acredita que a forma de quatro asas pode ter sido um estágio muito importante na transição evolucionária dos dinossauros para pássaros [sic].

Os detalhes das últimas descobertas foram apresentados nesta semana no encontro anual da Sociedade de Paleontólogos de Vertebrados, na Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha. O renomado paleontólogo britânico Michael Benton disse que o anúncio é de grande importância.

“Ao desenhar a árvore da vida, é bastante óbvio que há registros de fósseis com penas anteriores ao Archaeopteryx”, disse ele à BBC News. “Agora essas novas descobertas fantásticas do professor Xu Xing provam isso de uma vez por todas.”

(BBC Brasil)

Nota do blog No Princípio Criou Deus: O artigo menciona a questão de que “a teoria de que os pássaros evoluíram dos dinossauros sempre foi posta em dúvida”, e apresenta a “ausência de penas em espécies mais antigas do que o Archaeopteryx” como causa da dúvida. No entanto, não é apenas isso. O fato é que quando um fóssil é encontrado e mostra ter sido uma criatura com penas, ele não é um intermediário, pelo contrário, seu sistema já se encontra pronto, se ele voava e o sistema de voo com penas e tudo o mais estava perfeitamente completo, sem nenhuma parte faltando, seu corpo estava feito para o voo e suas penas já na forma ideal – não havia nada de inacabado nem com sinal de transição.

A mesma coisa se dá com os insetos: seu sistema de voo é encontrado já perfeitamente pronto e acabado, tanto que o zoólogo Pierre Grasé (evolucionista) afirma: “Estamos no escuro no que diz respeito à origem dos insetos.” Lembrando que há a teoria de que dinossauros perseguindo insetos, moscas e besouros voadores começaram a sofrer adaptações como levantar os braços dianteiros na perseguição a moscas, e então adquiriram asas. Mas aí se gera outra pergunta: E os sistemas de voo dos insetos?

Levamos ainda em conta que assim como encontramos no registro fóssil tartarugas com 100 milhões de anos (segundo a evolução) idênticas às de hoje, também encontramos penas, inclusive algumas bem mais sofisticadas.

Alan Feduccia, da Universidade de Carolina do Norte, é ornitólogo, e se opõe à teoria da transição dos dinossauros para pássaros: “Bem, tenho estudado durante 25 anos crânios de aves, e não vislumbro qualquer similaridade. Simplesmente não as vejo... A origem terópoda das aves, em minha opinião, será a maior dificuldade da Paleontologia no século 20”, diz Feduccia.

As penas são um complexo muito peculiar, e se as aves vieram dos répteis, então as penas devem ter alguma ligação com as escamas, no entanto, semelhança alguma existe, tanto que A. H. Brush, professor de Fisiologia e Neurobiologia da Universidade de Connecticut, diz que “todas as características [entre penas e escamas], desde a estrutura e organização genética, até o desenvolvimento, morfogênese e organização dos tecidos, é diferente”. Não existe um único fóssil que mostre a transição das penas de qualquer outra coisa; elas aparecem prontas no registro fóssil, sem falar que nunca foi relatada uma única estrutura epidérmica nos répteis que possa proporcionar a origem das penas.

O provável é que tal descoberta seja, assim como o Archaeopteryx, apenas uma ave com características distintas.

Leia também: “Feitos para voar”