quarta-feira, novembro 13, 2013

InfoEscola distorce fatos sobre o criacionismo

Recentemente, o site do InfoEscola (hospedado no Portal Terra) publicou um artigo de Ana Lúcia Santana (confira). Conforme destacou o leitor Thiago Ravani, o texto está repleto de falácias e de doutrinação evolucionista. Ravani destacou os parágrafos a seguir, e os comentários entre colchetes são dele, com alguns acréscimos meus: “Ela [o criacionismo] procura dar sua versão sobre esta questão, do ponto de vista religioso.” [Criacionismo é só religião, desde quando? Não há tantas pesquisas que demonstram quanto os seres vivos eram complexos desde as “eras antigas”? Evolucionismo também é filosofia, mas ninguém fala disso.] 

“Esta é a hipótese de maior recepção em todo o planeta, elaborada em oposição à teoria evolucionista, fruto de pesquisas científicas.” [O criacionismo agora veio depois, elaborado só pra enfrentar à luz da “religião” a teoria supercientífica do evolucionismo! Nada mais errado. A versão criacionista existe muito tempo antes do evolucionismo, afinal, deriva do Gênesis, escrito por Moisés 1.500 anos antes de Cristo.]

“O cristianismo tem sua própria teoria explicativa, narrada na Bíblia, seu livro sagrado. Segundo essa religião, o homem foi criado por Deus, logo após a gênese dos céus e da terra. Aqui também a humanidade foi modelada no barro, mas nessa versão ela ganha a vida através do sopro divino, exalado em suas narinas. De acordo com as crenças abordadas, variam as argumentações, mas muitas delas apresentam várias semelhanças. O Gênesis, primeiro livro do Antigo Testamento, por exemplo, narra a origem do mundo e do homem com metáforas e símbolos muito parecidos com os das narrativas mesopotâmicas.” [Aqui temos uma tática bem comum: transformar a criação do Gênesis em um arco de eventos metafóricos, e, de fato, transformando a criação em metáfora, fica mais fácil derrubá-la. Ignora-se o fato de que a semelhança das narrativas pode apontar para um evento único, contado depois na perspectiva de cada povo. O mesmo ocorre com o dilúvio, cuja história com algumas variações está registrada em mais de 200 culturas.]

“As explicações sobre a existência humana se iniciam com os mitos, que procuram justificar, através da imaginação, a vida, a história humana, tudo que ocorre à nossa volta e não podemos compreender. Pesquisadores do século XIX acreditavam que a crença em uma entidade divina superior, que criou tudo que existe, era uma conquista do homem em uma fase cultural mais elevada, mas recentemente descobriu-se que povos africanos primitivos, bem como das ilhas do norte do Japão, América, Austrália central e em várias outras partes do mundo, já cultivavam essa mesma fé.” [Não existe pesquisa criacionista agora, apenas a imaginação é o suficiente, ou seja, os criacionistas são um bando de sonhadores (para não dizer nada mais depreciativo), e apesar de eles tropeçarem no fato de que a ideia de que o mundo foi criado por uma Divindade ser muito mais antiga do que se imaginava, pouco caso fazem.]

“As ideias criacionistas, de modo geral, estendem a interferência divina além do ato criador. Deus, segundo a filosofia judaico-cristã, intervém diretamente no plano da matéria, uma vez que provoca, por exemplo, o dilúvio, assim como inspira Noé a construir sua arca e a conduzir nela diversos pares de animais, que povoarão posteriormente o mundo novo.” [Engraçado como eles acabaram esbarrando em algo que tem vindo à tona ultimamente: a realidade do dilúvio (e como temos visto vários fósseis que foram mortos de maneira rápida sem permitir que terminassem o que estavam fazendo). Mas fazer o quê? O diluvio é só coisa da imaginação, né?]

“Atualmente o Criacionismo está mais conectado à crença do protestantismo norte-americano. Nesse país, vários esforços têm sido realizados para introduzir nas aulas de Ciências a teoria criacionista, embora suas referências explícitas ainda sejam inconstitucionais. Seus adeptos tentam sutilmente revestir essas teses sob o título de ‘análise crítica da evolução’, para burlar a Constituição.” [Agora o criacionismo é inconstitucional? Não se pode criticar a evolução; parece que ela está muito bem protegida pela lei. Falar algo diferente é “religião”? Engraçado, não? Blindar uma teoria não perece ser algo muito científico...]

“Outras religiões aceitam algumas ideias de cunho mais científico, como os seis dias relativos à duração do ato criador, interpretados como seis eras geológicas, enquanto os considerados fundamentalistas abominam essa concepção.” [E aqui voltamos ao status quo: aqueles que aceitam o Gênesis como algo não literal até merecem respeito, mas se acreditam nos seis dias literais, são fundamentalistas, não servem nem para estar em uma sala de ciências. E é isso que nossos alunos estão aprendendo...]