quarta-feira, novembro 27, 2013

Maná ainda cai do céu na África

Duas vezes por semana
No ano de 1948, a Revista Adventista publicou no mês de novembro, nas páginas 26 e 27, uma história sobre o maná que havia caído na Missão Adventista da Namba, em Angola, África. Eu era adolescente na época (tinha 15 anos) e lembro que havia lido essa história que muito me impressionou. Agora, mais recentemente, depois de trabalhar por 52 anos na obra adventista como pastor e professor e me aposentar oficialmente em 2008, minha esposa e eu fomos convidados a realizar um trabalho voluntário, como professor nos seminários de Moçambique e Angola. Estivemos em Angola durante o ano escolar de 2010 ensinando algumas matérias no Seminário Adventista de Huambo, capital da Província de Huambo. Certo dia, enquanto conversávamos com o pastor Teodoro Elias, presidente da União de Angola, ele nos contou que na Missão Adventista de Namba, ainda hoje, caía algum maná desde aquela ocasião, em 1939. Ficamos empolgados e curiosos, e pedimos-lhe para ver o lugar, mesmo que não caísse maná naquele dia, pois haviam nos informado que o maná continuava caindo às quartas-feiras e às sextas-feiras, e como dávamos aulas naqueles dias da semana, não poderíamos ver o fenômeno.

O pastor Teodoro foi muito gentil em conseguir a ajuda de um de nossos irmãos, que tinha um carro 4X4 (carros comuns não conseguem chegar até lá). No dia 14 de novembro de 2010, ele nos levou até a Missão, numa viagem de cerca de 160 quilômetros. Após três horas de viagem (somente a metade do percurso é pavimentada, o restante é uma trilha na montanha), chegamos à missão. Alguns irmãos estavam colhendo batatas e fomos muito bem recebidos com boas-vindas de todos. Quando dissemos que havíamos vindo para ver o lugar onde caía o maná, um dos irmãos nos disse: “Hoje pela manhã caiu um pouco de maná e penso que ainda há alguma coisa lá.”

Corremos para ver com os próprios olhos esse incrível milagre e, realmente, lá estava. Espalhados sobre o solo e sobre as folhas de grama e arbustos havia uma porção de flocos brancos semelhantes a flocos de pipoca. Colhemos alguns e começamos a comer. Enquanto isso, lágrimas rolavam pela nossa face, tocados que fomos por uma emoção intensa. Minha esposa dizia: “Que privilégio ver, tocar, colher e experimentar o que o povo de Israel havia provado por 40 anos há cerca de 3.500 anos.”

O gosto é realmente conforme descrito na Bíblia: “Sabor de bolos de mel.” Essa foi realmente uma experiência fantástica e empolgante!

Procuramos, então, verificar se não haveria uma explicação natural para o fenômeno. Primeiro notamos que caia numa pequena área atrás da igreja. Os irmãos estavam concluindo a reconstrução do templo que fora destruído pela guerra civil que se abateu sobre Angola por mais de 30 anos, e agora, mediante a contribuição de igrejas de além-mar, podiam ter outra vez um templo. Então pensamos que talvez fosse algo que caía das árvores de eucalipto que há lá, mas, quando verificamos que também caía na grama e nos arbustos onde não havia eucalipto, descartamos essa hipótese.

Perguntamos aos irmãos mais antigos a respeito dessa história e nos contaram que de modo semelhante ao início, quando caiu da primeira vez, também no período da guerra civil, durante a estação seca em que nada se produzia, eles também colhiam o maná, tendo assim algo para comer. No entanto, quando Savimby, o líder revolucionário, tomou nossa Missão da Namba para fazer dela um quartel para seus soldados e nossos irmãos tiveram que fugir, o maná não mais caiu.

No fim da guerra, tão logo a propriedade foi devolvida pelo governo à nossa igreja, e nossos irmãos puderam voltar e começar a reconstruir a missão que fora arrasada pelos revolucionários, o maná voltou a cair. Agora, ao terem eles seu próprio alimento (naquele dia estavam colhendo de batatas que dão em abundância), o maná continua caindo em pequena quantidade.

Pastor Gerson Pires de Araújo
Outro fato digno de nota é que ninguém vê o maná cair. Quando amanhece o dia, lá estão os flocos. Pode ser que Deus queira dizer que eles não têm nada a temer, pois Ele ainda é Aquele que cuida de Seu povo.

Colhemos algumas amostras do maná para mostrar aos nossos irmãos no Brasil, quando voltamos, no fim do ano de 2010. Contamos para alguns irmãos e eles experimentaram e acharam o maná apetitoso. Deixamos alguma amostra na sede da Sociedade Criacionista Brasileira, em Brasília, e o presidente, Dr. Ruy Vieira, nos sugeriu que levássemos parte da amostra para um dos melhores laboratórios de espectrometria de massa no Brasil, localizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para fazerem uma análise.

O Dr. Marcos Eberlin e seu associado, Marcos A. Pudenzi, mostraram-se interessados e gratuitamente fizeram uma profunda análise do material e concluíram com um relatório que demonstra que a amostra é composta “principalmente de oligossacarídeos, constituídos por hexose (C6H12O6); mais açúcar, pequenas quantidades de compostos nitrogenados e óxidos de elementos metálicos adequados para a alimentação humana... Boa fonte de nutrientes para a dieta humana”. Esses óxidos eram de potássio, cálcio, fósforo, ferro, silício, enxofre e cobre. Todos esses elementos, como carbono, hidrogênio e nitrogênio, que estão presentes no açúcar e nas proteínas, têm função importante no metabolismo humano. Não são somente aceitáveis, mas essenciais para o funcionamento do organismo.

No e-mail que nos enviou, o Dr. Eberlin afirma que é muito provável que os flocos sejam maná.

Quão grande Deus é o nosso Deus! “Bem aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor.”


Leia também a reportagem publicada no site Gospel Mais (aqui) e o relatório da Unicamp (aqui).